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História Camp Madame Robix - O Caçador


Escrita por: galydreldunxs

Capítulo 10 - O Caçador


  Ela desejou um portal para sua fuga elaborada. A ideia de mentir para a diretora do acampamento parecia bastante arriscado. Deu conta que aquilo a fez se sentir pior do mesmo modo que suas amigas pareciam preste a desmaiar vendo o lobo pendurado no lampião.
     - Chrystal - A diretora Síria. - Você o encontrou pendurado no lampião?
     Milhares de dúvidas saíram de sua cabeça. Os olhos penetrantes dos outros instrutores a fazia desconfortável, suas palavras parecia ter saído agulho.
     - Sim diretora - Respondeu ela. - Quando cheguei à forja, já tinha encontrado o lobo pendurado.
A diretora Síria andava de um lado para o outro, com os dedos sustentando o queijo, atrás de respostas. Enquanto os instrutores anotavam toda conversa. Christian ficou ao lado das amigas de Chrystal, de boquiaberta.
     - Qual a sua prova diante dessa tragédia? - Perguntou o instrutor Línio.
     Nenhuma, quis dizer. Mas se perguntou o que adiantaria mentir para todos eles. Seria expulsar de qualquer modo, ou se os deuses estivessem ao seu lado. Que isso foi quase impossível de acreditar.
     - Chrystal. - Chamou a diretora - Nada a declarar?
     Ela paralisou. Olhou o seu redor temendo o pior das hipóteses. Sentiu-se culpada, mas a raiva a consumia naquele momento. Ela pensou no que acontecera contando toda a história, do início da chegada ao festival, até o encontro com o lobo no lampião. Pela expressão do instrutor não parecia muito convencido. A diretora Síria assentia com a cabeça como se estivesse memorizando os mínimos detalhes para serem usados contra ela. Mas ao invés disso, somente se afastou de Chrystal com os braços cruzados.
     - E quem podia ter feito uma coisa dessas? - Interrompeu o instrutor. - Um deus? Um monstro? Isso não tem a menor cabimento da trajetória dada pela jovem. Foi simplesmente assassinado, de algum modo.
     A diretora se virou para o instrutor em um olhar de advertência.
     - Não temos nenhuma prova que confirme se Chrystal assassinou o lobo ou não. - Ela respirou fundo, contendo o rancor. - Iremos investigar o caso o mais rápido possível. Assim descobriremos quem assassinou o animal.
     - Ele não era humano, era? - Perguntou Chrystal rapidamente.
     Síria balançou a cabeça, negativamente.
     - Não minha querida, mas era um dos nossos, e provavelmente da colina dos lobos.
     Não tinha notado que todos tinham saído da sala. A diretora Síria andava de um lado para o outro, igual que fazia quando estava nervosa, ou tentando desmandar algum mistério - Chrystal descobriu por si própria. Tomou um gole de café preto, forçando a engoli-lo. A bruma permanecia entre a porta e janela, como uma barreira impenetrável. Ela se levantou num salto até a diretora, no armário de livros. Levando as mãos até o ombro de Síria virando diante das circunstâncias precária. Não sabia exatamente o que se escondia naquele olhar cauteloso, mas sabia que era somente disfarce - uma pessoa como a diretora Síria prefere guardar seu sentimento para si próprio, ou em outras palavras; sofrer calado.
     Por um momento ela virou para Chrystal com um olhar de preocupação. Retirou um tipo de anel do bolso do vestido - parecido com uma estrela - jogando nas mãos da garota. Chrystal agarrou o objeto com facilidade. Olhou para Síria se perguntando o que seria aquilo.
     - Apenas use - Disse a diretora. - Essa não será a primeira vez que acontecerá esse tipo de coisa, e também não a última.
     - O que significa?
     - Caçadores - Disse Síria com rapidez. - Você não pode entender, mas sua história se resume a uma trama escrita anos atrás. Somente os deuses tem acesso a essa trajetória. Infelizmente nem mesma eu posso oculta-lo.
     Chrystal franziu a sobrancelha, sem entender o que a diretora Síria estaria falando.
     - Foram os caçadores que mataram o lobo? - Perguntou - E porque não disse a eles?
     Síria respirou fundo.
     - Você não entende minha jovem. Não são apenas caçadores. - Posicionou a mão na lateral, movimentando de um lado para o outro. - É uma espécie de organização secreta entre os membros do acampamento. Eles têm o objetivo de destruir aqueles que têm o sangue limpo, tendo partes de outras contradições, ou melhor, dizer, tem poder no sangue.
     - Assim como todos do acampamento.
     Síria fez "não" com a cabeça.
     - Esse tipo de contradição é complicado, até mesmo os deuses intuem dúvidas sobre a capacidade do possuidor. - Explicou ela. - Ainda tem muito do que descobrir...
     Chrystal não sabia como a diretora Síria sabia de tudo aquilo, era difícil de acreditar, mas da maneira como falava, assustava Chrystal do modo mais difícil.
     - Como você sabe que foi um caçador que assassinou o lobo?
     - Isto - Ela pegou uma ponta de uma flecha ensanguentada na mesa ao lado. A ponta tinha cravos afiados. Chrystal deduziu que um toque naquela ponta, e sua pele se rasgariam na mesma hora.
     A diretora Síria colocou a ponta novamente na mesa. Voltou para Chrystal com a resposta da língua - a resposta da inocência.
     - Devo me esconder nas sombras?
     Essa não era a pergunta que a diretora Síria esperava. Mas sendo a única independência, ela assentiu forçadamente.
     - Minha querida, deve retornar para o Solar. - Ela parecia estar arrependida por ter dito. - Ficaremos alerta, se algo acontecer a você, me comunique.
     Chrystal não queria pensar naquilo, preferiu imaginar que estaria em segurança ao lado das amigas. Mas ao julgar de Jean e Akasha a ideia de estarem ao seu lado não foram as das piores.

     Assim que entrou no dormitório - ignorando as ironias de Mercy. As amigas andavam de um lado para o outro. Akasha foi a primeira a reportar do que tinha acontecido na sala diretorial. Como sempre; mais perguntas.
     - Está de brincadeira? - Indignou-se Akasha - Você não passou as últimas três horas na sala diretorial para um simples: Chrystal não foi à culpada e sim perseguida. Deve haver algo mais!
     - Como disse, a reunião foi simplificada. - Chrystal respirou fundo. - Não estou a fim de conversar sobre isso.
     - Entendemos... - Falou Jean antes que Akasha fizesse mais perguntas. - É melhor Descansarmos. A noite foi longa, e amanhã temos aula de teologia.
     Chrystal se sentou na cabeceira de olhos na janela. As amigas dormiam ao lado, que dava mais privacidade para pensar no que aconteceu noite passada. Não foi a noite de seus sonhos, mas não poderia ser pior.
     Pior do que encontrar um cadáver pendurado em um lampião? Apostara que não. Fechou os olhos na tentativa de esquecer os pensamentos ruins. Quando tornou a abri-los, parecia estar em um vale deserto. Deu a volta no local sem entender o que acabara de acontecer. Olhou para o dedo maior, decorado pelo anel que a diretora Síria entregara antes de seguir para o Solar. Levantou-se do gramado sem perceber o círculo em volta. Andou pouco metro do vale, rastejando os pés no círculo que a impedia ultrapassar. Estava presa. Um minuto atrás estava no dormitório, sentada em sua cabeceira. O anel reluziu numa tonalidade transparente, quase invisível. O turquesa expandiu sobre o vale, sendo possível ver além das árvores; o acampamento. Nunca esteve no limite do acampamento, era como estar numa ponte entre um mundo e o abismo, mas ao invés do abismo as montanhas cobriam o horizonte. Ela virou para as colinas, olhando uma pequena entrada por baixa das rochas. Se estivesse certa, algo ou alguém vivia na caverna. Tentou mais uma vez ultrapassar o círculo, mas era empurrada violentamente.
     Uma sombra passou perto das rochas, voando até as colinas. Depois pousou no grama de frente a Chrystal. A figura se aproximou do círculo, revelando o rosto pálido e olhos extremamente negros.
     - Que bela surpresa - Disse a figura. - Estávamos a sua espera, Chrystal.
     Várias sombras se aproximaram das rochas, revelando uma aparência sombria e perigosa. O sorriso da mulher se abriu, deixando Chrystal encurralada.
 


Notas Finais


{ Continuação no próximo capítulo... }


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