Decidida a embarcar numa ideia, organizo tudo para minha “nova vida”. Malas prontas, passagem na bolsa, documentos originais guardados. Tudo pronto!
- Sis, tem certeza que vai fazer isso? – Zelena questiona com receio. – Não precisa chegar a esse extremo, cria um perfil para suas novas paqueras.
- Cansei de ser vista como um cifrão. – Ela cruza os braços. – Vai ser legal, Zel. Você sempre pediu para que eu me aventurasse, então... olha que boa aventura.
- Escondendo quem você é? – Torce a boca. – Indo para o outro lado do mundo.
- Larga de ser exagerada, sis. – Dou risada de seu drama. – Sem contar que vou fiscalizar de perto uma de nossas empresas.
- A do fim do mundo. – Retruca. – Nem deve ter seres humanos por lá.
- Você é louca mesmo, Zelena. – Rimos. – Bom, lá eu serei Regina Maldonado, usarei o nome de solteira da Cora. Então não estrague meu disfarce.
- E se encontrar alguém?
- Se alguém se interessar por mim, será somente por minha pessoa e não meu status.
- Eu odeio aquele cretino. – Zelena rosna. – Isso tudo é culpa daquele babaca do Robin.
Ela me leva até o aeroporto, o helicóptero já me espera e só aguardei alguém guardar minhas malas, enquanto isso me despeço da minha irmã.
- Stony Brook, aí vou eu. – Falo ao entrar no helicóptero.
- Boa tarde senhorita Mills. – O piloto me cumprimenta. – A visibilidade está um pouco embaçada, mas nada que atrapalhe o voo.
- Estou vendo isso. – Sorrio para ele. – Conhece bem a cidade?
- Não muito. – Me olha. – Na verdade não conheço nada. – Me faz rir.
Pouco mais de quinze minutos ele pousa no que parece um campus. Um carro já estava à minha espera.
Sigo a rota que o GPS indica, aproveito para ir observando a cidade pequena e de aparência tranquila. Paro em uma esquina, um grupo de estudante atravessa com o auxílio de um guardinha muito simpático com os pequenos.
- Bom dia senhorita. – Ele sorrir quando sigo lentamente.
- Bom dia. – Retribuo o sorriso. – Sabe me dizer onde fica essa rua? – Mostro o papel com o endereço para ele.
- Claro. – Se abaixa um pouco. – Vai entrar na primeira à direita e depois na quarta a esquerda.
- Obrigada. – Pego o papel de volta.
Vejo o corretor que fechei negócio parado em frente à casa que tantas vezes vi por foto. Subo com o carro para deixa-lo na garagem.
- Boa tarde, senhorita Mi...
- Maldonado. – O interrompo. – Regina Maldonado.
- Isso. – Ele rir. – Desculpa, é que eu esqueci. – Inicia uma caminhada. – Estou aqui para lhe entregar as chaves e esperar sua avaliação sobre o imóvel.
- Ótimo. – Abro a porta. – Os móveis estão todos montados? Deu tempo?
- Sim, e fizeram a limpeza da residência hoje. Além da arrumação das coisas que enviou no caminhão de mudança. – Pontua. – Tudo conforme pediu?
- Vamos descobrir. – Ele sorrir.
Com cuidado vou observando cada cômodo da casa, principalmente os quartos e sala. Meu escritório está com os livros organizados na ordem que pedi a arrumadeira.
A cozinha toda equipada e abastecida com cada item que pedi. Sorrio pela eficiência do serviço e faço uma nota mental de dar uma nota positiva.
- Will, está tudo ótimo. – O tranquilizo. – E pode enviar uma pessoa para ser fixa com o trabalho aqui em casa. Se possível a pessoa que organizou minhas coisas, pois ela conseguiu deixar exatamente como pedi.
- Como quiser. – Ele me entrega uma pasta. – Esse é o contrato dizendo que o serviço foi prestado como exigido. A senhorita tem o prazo de dez dias para ler e assinar, terá uma cópia em seu poder e uma fica comigo.
- Entendido.
- A senhorita vai observar tudo com mais cuidado pela casa, paredes, tetos, assoalho... o que estiver com algo errado, é só me chamar. – Explica. – Verifique as torneiras, chuveiros, tomadas... enfim!
- Obrigada pelo serviço e a agilidade, a casa é linda e aparentemente está tudo bem.
- Como boas-vindas, tem um torta de frango na geladeira e vinho. – Estende a mão. – Bem vinda a Stony Brook.
- Obrigada! – Apertamos as mãos.
(...)
Após arrumar minhas roupas no closet, verifico as torneiras e janelas, as trancas das portas e cada item da lista que estava em minhas mãos.
- Eita, isso aqui vai ser um problema. – Anoto sobre a porta do banheiro fazer um barulho.
Envio uma mensagem com um vídeo anexado para a corretor. Observo a paisagem vista do meu quarto, dá diretamente para uma praça pequena.
Mensagem:
Sis: Zel, cheguei bem. A casa é linda, tudo como estava nas fotos. Demorei porque acabei arrumando o closet.
Sis: Você é uma pirralha por acaso? Um voo de quinze minutos e depois de horas que dá notícia de vida? Boboca!
Sis: Quanto drama! Eu só me distraí, Zelena. Bom, agora que sabe que eu estou viva, vou dar uma conferida na casa. Nos falamos mais tarde.
Sis: Vou me lembrar disso, Regina MILLS! Que sua experiência dê certo, irmãzinha.
Sis: Aqui é silencioso, consigo ouvir até o vento balançar as folhas das árvores. Isso vai me render muitas inspirações.
Sis: Aproveite isso e desenvolva o projeto do Robert, ele pediu para você fazer. Se fodeu!
Sis: Minha conta cresce e minha parede vai ganhar mais um prêmio! E você ó.
Sis: Vou curtir minha noite de sexta-feira, saudade de uma vagina. E olha que ontem eu estava com uma deliciosa . Uma garota incrível por sinal. Mas ela não me deu o número dela, acredita nisso?
Sis: Interessante. Como é ficar desse lado da jogada?
Sis: Foi frustrante, é minha primeira vez levando um “foi mal gata, mas é apenas essa noite”.
Sis: Sempre tem uma primeira vez para tudo. Está um final de tarde lindo, vou ver como é o quintal. Fique linda para sua noite. Te amo, sis!
Sis: Irei sacudir Nova Iorque! Haha. Te amo muito, sis!
(...)
Observando o quintal espaçoso e a piscina que está limpa, reparo as flores plantadas e a grama um pouco alta.
- Olá! – Ouço o chamado na parte da frente da casa.
- Só um minuto. – Vou pela lateral e vejo um menino. – Olá. – Ele sorrir vindo em minha direção.
- Oi, boa tarde. – Estende a mão. – Eu me chamo João Geller.
- Boa tarde, senhor Geller. – Aceito o aperto de mão. – Posso ajudá-lo em algo?
- Eu tenho doze anos, e nas horas livres costumo fazer pequenos serviços. – Me entrega um cartão feito à mão. – E não é um trabalho escravo ou exploração infantil. – Me faz rir. – É só algo para aumentar minha mesada e poder comprar meu vídeo game novo. – Explica.
- Acredite, eu sei como é. – Observo o cartão. – Quais serviços costuma fazer?
- Geralmente aparo a grama, limpo a piscina, levo cachorros para passear e posso ir na vendinha buscar algo que precise. – Pontua nos dedos.
- E onde você mora?
- Ali, número cem. – Aponta a casa de cor amarela. – Já sabe os dias de lixo?
- Eu tenho um aviso lá na cozinha. – Ele senta no degrau da varanda. – Você conhece a cidade?
- Sim, eu nasci aqui. – Sorrir. – Nessa rua, maioria são idosos. Exceto pela minha casa, meus pais não são tão velhos. – Rimos. – Minha irmã é adulta e foi morar na Inglaterra. Ali. – Aponta a casa em frente à minha. – Mora os Greene, são legais. O senhor Greene gosta de assobiar durante as manhãs.
- Então me conte tudo que você sabe sobre esse lugar. – Sento ao lado dele.
- Como se chama?
- Desculpe, esqueci de me apresentar. – Sorrio. – Eu sou Regina Maldonado.
- Então senhorita Maldonado, vou te contar tudo o que sei.
João realmente me conta tudo em ricos detalhes, isso rende diversas risadas. Aos poucos vou conhecendo cada história de uma casa daquela rua.
- Esqueci de uma. – Aponta a casa ao lado da minha. – Aqui mora a senhorita Swan. Quase nunca sai de casa, mas ela é muito gente boa. E linda!
- Você sempre pontua as vizinhas lindas. – Rimos. – Então quem é a mais linda da rua?
- Agora que você chegou isso ficou complicado. – Acabo rindo alto.
- Será que amanhã você pode cuidar da grama? – Aponto para frente. – Dos fundos e a lateral também.
- Posso vir depois do almoço? – Concordo. – Então estarei aqui amanhã.
Enquanto ele me conta mais sobre o lugar, meus olhos vão para a casa escura ao lado da minha. Uma luz fraca se acende no interior dela, o volume baixo do som do piano alcança meus ouvidos.
- Emma toca piano, é bom né? – Faço que sim. – Meu pai diz que ela é uma pessoa triste.
- Porque ele diz isso? – Olho os olhos azuis de João.
- Como eu disse antes, ela quase não sai de casa. Muitos por aqui nem sabe como ela é.
- E você sabe? – Faz que sim.
- Eu corto a grama para ela, pego as correspondências e cuido da piscina. – Sorrir.
- João! – O chamado ganha a nossa atenção.
- Ah, esses são os meus pais. – Nos levantamos. – Papai, mamãe, essa é Regina Maldonado.
- É um prazer conhece-la, senhorita Maldonado. – Aperto a mão de cada um. – João estava lhe importunando?
- De modo algum. – O menino sorrir para mim. – Veio me dar as boas-vindas e oferecer seus serviços.
- Não perde tempo, hein. – A mãe bagunça o cabelo dele. – Seja bem vinda a Stony Brook.
- Obrigada.
(...)
Um longo banho para relaxar esse dia atípico em minha vida. Calmaria? Nunca! Conversar com um menino na varanda de casa? Nunca sentei na varanda.
- Interessante. – Falo para mim mesma.
Alcanço a toalha e me seco, enquanto penteio meus cabelos estico a mão para alcançar o roupão.
- AAAAAHHR! – Grito ao ver um bicho enorme em meu roupão.
Corro para sair do quarto e desço depressa os degraus. Vou para fora da casa o mais rápido que consigo, acabo batendo a porta deixando a chave lá dentro.
- Oh, porra! – Tento empurrá-la. – Não! Não, não, não!
Olho em minha volta pensando a quem recorrer, a casa de João fica quase na esquina. Corro pela calçada e entro no quintal da tal Emma. Bato em sua porta algumas vezes.
- Por favor, me ajuda! – Bato mais forte.
- Quem é? – Pergunta sem abrir a porta.
- A nova vizinha. – Meus dentes se batem e só então sinto o frio. – Me chamo Regina, tive um pequeno... – A porta se abre e a pouca luz revela seus fios loiros.
- Você está de toalha? – Abre a porta me dando passagem. – Nesse frio absurdo. Quer adoecer?
Minhas palavras somem ao ouvir sua voz baixa, porém firme e levemente grossa. Ela fecha a porta atrás de mim, retira de seu corpo o casaco e cobre meus ombros.
- O grito foi seu, né? – Ela pergunta olhando pela janela. – O que aconteceu?
- Estava saindo do banho e tinha um bicho horrível no meu roupão. – Ela me olha sem acreditar. – Não sei se é venenoso. – Ela rir baixinho. – Me tranquei do lado de fora. No desespero acabei saindo sem minhas chaves.
- Calma. – Ela anda de forma cuidadosa até um corredor e fica por lá alguns minutos.
- Droga! – Me encolho dentro de seu moletom grande. – Que idiota fui.
- Não se martirize. – Sua voz tão melodiosa entra em meus ouvidos. – Pode me acompanhar?
- Você não é nenhum tipo de psicopata, né? – Olho em minha volta e tudo é tão escuro. Exceto pela luz do abajur.
- Quem bateu em minha porta feito uma maluca? – Ergo a sobrancelha numa carranca.
Sigo com ela pelo lugar e ela para ao lado de uma porta, a luz forte revela seu rosto mais detalhado. Os olhos verdes, cabelos loiríssimos, alta e os braços musculosos.
- Preparei um banho quente para você, precisa se aquecer e vestir-se com algo apropriado para uma noite fria. – Aponta. – Fique à vontade. Estarei na sala.
Ela se afasta me deixando ali parada em frente à porta. Por receio deixo a porta aberta e outra vez tomo um banho quente. Meu corpo relaxa ao parar de tremer de frio.
(...)
As peças de roupas são grandes, mas são macias e cheirosas. Calço as meias brancas e sigo pelo corredor em direção a sala.
- Oi. – Ganho sua atenção.
- Está mais calma? – Faço que sim. – Tem alguma chave reserva? – Penso.
- Não tive tempo de fazer uma cópia, cheguei hoje. – Explico. – Será que posso usar seu telefone? Meu corretor deve ter uma cópia de emergência.
- Claro. – Aponta o aparelho.
- Merda. – Largo o telefone. – Não sei o número. – Ela sorrir e aponta um notebook.
- Sabe o nome da corretora? – Faço que sim. – Então... – Aponta novamente o notebook.
(...)
Cinco tentativas em vão, nada do corretor me atender. Bufo irritada e me controlo para não estilhaçar o telefone na parede em minha frente.
- Presumo que não tenha conseguido. – Olho para ela. – Está com fome?
- Um pouco. – Minha voz sai mais baixa. – Um chaveiro. – Sorrio com a ideia.
- Somente amanhã, já liguei para o único que temos e ele teve uma emergência no hospital.
- Me diz que ele vai chegar no primeiro horário. – Ela faz que sim. – O que eu vou fazer?
- Primeiro vai me dizer o que deseja comer. – Olho para ela. – Depois pensamos em algo.
- Você sabe cozinhar? – Cruza os braços. – Algo com sabor de verdade ou comida congelada?
- Senhorita...? – Me olha esperando que eu me apresente.
- Regina Maldonado. – Estendo a mão para ela. – E você?
- Emma Swan. – A textura de sua mão é macia. Dedos longos, aperto firme na medida certa.
- Pode me dizer um pouco sobre a cidade?
- Eu sei que tem uma pracinha ali na frente, uma Park natural em alguma direção e tem pessoas em nossa volta. – Fala enquanto pega algumas panelas. – E tem um menino muito engraçado que presta serviços. João.
- O conheci hoje, me fez rir muito. – Enche uma panela de água. – Ele vai aparar a grama lá de casa amanhã.
Ela começa a cortar alguns legumes, ofereço ajuda, ela apenas aponta alguns tomates. Fico ao lado dela na bancada e lavo os tomates antes de cortá-los.
- Mora aqui a quanto tempo? – Pergunto.
- Quatro anos. – Meche a panela de molho. – Coloca um pouco de sal, vou esticar a massa.
- Sim, chef! – Ela rir baixinho. – Prometo que farei uma torta para te agradecer a ajuda.
- Sabe cozinhar?
- Eu sei sobreviver. – Rimos.
- Com o que trabalha? – Olho para ela e penso rápido.
- Sou formada em arquitetura, faço alguns projetos e agora vou trabalhar em uma construtora daqui da cidade. Isso se eu conseguir mesmo a vaga.
- De onde você veio?
- Sou de Nova Iorque. – Olho para ela. – E você?
- Nasci em Nova Iorque, com dois anos meus pais se mudaram para a Irlanda. E com oito anos fui morar na Itália. – Nos olhamos. – Voltei para cá a pouco tempo.
(...)
Após o jantar arrumo a cozinha em forma de agradecer toda a ajuda. Sentamos na sala escura conversando sobre o tal bicho no meu roupão.
- Emma, com o que trabalha?
- Web designer. – Me olha. – Principalmente criações de sites. Trabalho de casa.
- Porque não sai? – Vejo seu maxilar apertar. – Algum tipo de fobia?
- Nenhuma fobia. – Esfrega as mãos na calça. – Não gosto de sair, apenas isso.
- Eu queria te convidar para jantar comigo amanhã, retribuir sua gentileza. – Me olha. – Você aceitaria jantar comigo, senhorita Swan?
- Quem vai estar lá? – Penso. – Seu namorado, noivo...?
- Apenas eu e minha nova vizinha. – Sorrio. – Quer levar alguém? – Ela me olha parecendo assustada. – Sei lá, seu namorado ou um amigo?
- Não me relaciono com homens, senhorita Maldonado. – Fico surpresa e nem sei porque. – E isso pareceu te deixar desconfortável.
- Não! – Me viro para olhá-la melhor. – Não, eu não fiquei desconfortável. Talvez um pouco surpresa, nada além disso. Minha irmã é lésbica e me conta detalhes de suas noitadas, ela diz que sou uma lésbica ouvinte. – Emma rir.
- Conseguiu me fazer sentir pena de você. – Rimos.
- Deveria mesmo sentir pena de mim, é tão... tão... nem tenho palavras para dizer. Intenso, talvez. – Alcanço abajur e acendo a luz. – Porque gosta de escuro?
- Não sei. – Torna a esfregar as mãos na calça e agora reparo uma almofada em seu colo.
- Ei. – Seguro sua mão. – Eu gosto de ficar no escuro. – Apago a luz. – Principalmente depois de um dia exaustivo e maluco. – Deito no sofá apoiando minha cabeça na almofada em suas pernas.
- Senhorita Maldonado? – Me chama e olho para cima. – Quer ir para o quarto?
- Ainda não. – Brinco com seus dedos. – Quantos anos tem?
- Vinte e seis. – Sinto seus dedos tímidos em meus cabelos. – E você?
- Vinte e seis. – Viro meu rosto para seu abdômen. – Ouvi você tocar piano, foi perfeito.
- Obrigada. – O carinho delicado me faz sorrir. – Me conte sobre você.
- Terminei um relacionamento de dois anos, descobri que o cretino... – Olho nos olhos verdes brilhantes. – Estava me traindo. – Ela torce a boca. – Eu gosto de correr pelas manhãs, tenho medo de palhaço. – Rir. – Não sou muito comunicativa, mas você parece que conseguiu essa proeza.
- Fico muito honrada em te ouvir, senhorita. – Ela sorrir de um jeito doce, observo seus dentes brancos pouquinho tortos. – Que foi?
- É a primeira vez que sorrir desse jeito. – Ela fica tensa novamente. – Não vale parar o cafuné.
- Ah, sim. – Ela volta a alisar meus fios.
Ela me conta mais sobre o que lembra da Irlanda e tudo sobre o Sul da Itália, ela me faz rir ao falar suas aventuras escalando árvores e comendo as uvas da plantação.
(...)
Desperto aos poucos ouvindo alguém assobiando uma canção, além de muitos passarinhos cantando de forma escandalosa. Pisco algumas vezes para me acostumar com a claridade, vejo a loira dormindo sentada na poltrona.
Suas pernas longas cobertas pela calça de moletom preta, usando uma regata também preta e meias brancas.
Fico sentada observando-a enquanto dorme. O jeito como abraça o travesseiro, a cabeça caída para o lado esquerdo.
Vou até o banheiro lavar o rosto, escovo os dentes com os dedos e volto para a cama, ela se mexe um pouco.
- Emma. – Chamo por ela.
- Hm? – Ela murmura.
- Vem.
Guio seu corpo até a cama, ela parece exausta quando desmorona e desequilibro caindo por cima dela. Seguro a vontade de rir e me endireito ao seu lado. Ela rola jogando uma perna sobre mim, e me abraça apertado.
- Okay. – Sussurro olhando o teto.
Ainda são seis horas da manhã, volto a fechar os olhos, mas os passarinhos não cooperam.
Me ajeito sob o corpo dela, isso me faz sentir algo que não deveria ter ali. Ou deveria? Devagar mudo a posição e minha perna roça em algo duro causando um murmuro dela. Encaixo meu rosto na curva de seu pescoço.
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