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História Can I be him? - Hinny - I don't think it would look pretty on you, even


Escrita por: beauchamp_girl

Notas do Autor


Oiê! Mais um capítulo nessa quarentena para vocês!
Recado importante nas notas finais!
E quero já deixar registrado, que se alguém tem gatilho ao se tratar de depressão, ansiedade, suicídio, não leia o final do capítulo.
Bom... Boa leitura ❤️

Capítulo 8 - I don't think it would look pretty on you, even


- Harry... - Gina disse, ainda abraçada em Harry, deitados no seu sofá. - Eu... Preciso falar com você.

- Eu sei. - Ele disse, de olhos fechados. - Eu também preciso. 

- O que eu quero... Falar. É algo que só Luna e o Miguel sabem. - Gina suspirou. - É muito pessoal. 

- Tudo bem. Lembra do que você disse: "eu quero, acima de tudo, ser sua amiga, Harry". Eu também quero, Gina. Ser acima de tudo, um amigo seu. 

Os olhos de Gina se encheram de lágrimas. Ela respirou fundo e começou:

- Você tem que entender que eu não sou a mesma de anos atrás. De meses atrás. Eu... era mais frágil...

E o celular se Harry tocou. Gin, que estava mais perto, levantou e o pegou, vendo no indicador de chamadas o nome "Pansy��".

Seu coração deu uma afundada um pouco mais.

- Deve ser importante. - Harry disse, beijando a testa de Gina e se levantando rapidamente, atendendo o celular.

- Oi... - Ele falava. - O que aconteceu? Calma, me explica direito. Tá, eu já estou indo pra aí. Não saía daí.

Harry desligou o celular e Gina o olhou preocupada. Ele se vestiu rapidamente, falando:

- Gina... Eu peço muitas desculpas mesmo. Mas aconteceu um negócio... - Harry murmurou, beijando rapidamente os lábios dela. - Conversamos depois.

Ele saiu correndo. Gina suspirou, deu de ombros e arrumou o cabelo, se vestindo também.

- Pelo visto o almoço vai ser só meu.

 

*~~~~~~*

4 anos antes

Gina estava trabalhando. Seu primeiro dia na "Le parfum". Estava indo falar com seu chefe, terminar de assinar as papeladas. 

Estava numa grande sala de espera, bem decorada, o que não destoava da vestimenta de Gina. 

A ruiva usava um macacão rosa, de alças fininhas, com um cinto de leve brilhos. Ele era longo, e bem soltinho. Gina colocou um salto, o que ela mais gostava. 

- Boa tarde, senhora Thomas. - O secretário disse, sorrindo. - James está a esperando. 

Gina sorriu e entrou no escritório, dando de cara com um homem alto, de olhos castanhos, e muito sorridente. 

- Boa tarde, senhora Thomas. - Ele disse, a abraçando. 

- Boa tarde, senhor. - Ela disse, levantando a cabeça e sorrindo. 

- Pode se sentar. - James falou, sorrindo. 

- Tudo bem. - Ela disse, sentindo-se nas poltronas brancas. 

- Então... - James falou. - Você é a nova contadora? 

- Sou. - Gina sorriu. 

- Espero que a senhora faça um ótimo trabalho. 

- Vou dar o meu melhor, tenha certeza. 

- Disso eu sei. - James sorriu. - Você tem idéia que está se metendo em uma empresa nacional?

- Sim. 

- Que é um negócio de família e que é em memória da minha esposa?

- Sei sim. 

- Ótimo. - Ele ergueu as sombrancelhas. - Vou te dar um tempo para ler todas as cláusulas atentamente. 

- Tudo bem. 

Gina leu tudo. Várias vezes. Ela achava que James já estava irritado com sua demora. Mas quando olhou para ele, ele estava sorrindo, olhando para uma foto no seu celular. 

- Eu sou... Vovô. - Ele sussurou para ele, mas Gina mesmo assim escutou. 

Ela resolveu passar batido e continuou lendo. Terminou e assinou os papéis, entregando ao chefe. 

- Bem vinda, a "perfume do lírio" agradece. 

- Eu também. 

- - - - - - - 

5 meses antes

- Como foi a entrevista? - Dino Thomas perguntou, ao ver Gina chegar em casa. 

- Meu novo chefe é perfeito. - Gina falou, sentando no colo dele e beijando seu rosto. - Ele trabalha com uma borracharia. Tinha que expandir meu trabalho, pra além da "Le parfum". 

- Hmm... Nada de me trocar pelo chefe. 

- Eu nunca te trocaria por meu chefe, bebê. - Ela disse, abraçando Dino. 

- Eu quero que isso nunca aconteça. - Dino disse, soltando-se de Gina. - Não curti muito essa roupa. 

- Não acho que ficaria bonita em você, mesmo. 

- Gina... 

- Dino. - Ela disse, fazendo biquinho. - Qual é... 

- Vai que ele queria dar em cima de você? Você, com essa roupa, tá dando margem. 

- Então você tá dizendo que seu eu for abusada, a culpa é da minha roupa? - Gina disse, ficando um pouco irritada. 

- Sim. - Dino falou, dando de ombros. - Você tá se mostrando pro homem. Ele não tem culpa. 

- As vezes você consegue ser bem babaca. - Ela disse, saindo do colo dele e andando até o outro lado da pequena cozinha. 

- Qual é, Gina... - Ele disse, indo até ela. - Vai dizer que eu não estou certo. 

- Não. 

- Eu odeio quando você não concorda comigo. 

- Você sabia que casamento não é só abaixar a cabeça e assentir?

- Um casamento é a mulher respeitar a opinião do marido. 

- Ah claro. - Gina disse, muito irritada. - Desculpa, meritíssimo marido. Eu tenho que me ajoelhar agora? 

- Chega de drama. - Dino a cortou, a segurando pelos ombros e a beijando. 

- VOCÊ ACHA QUE AGORA É SÓ ME BEIJAR E VAI FICAR TUDO BEM? - Gina gritou, se separando dele. 

- Começou. 

- COMEÇO MESMO, CARALHO. - Gina gritou, pegando o seu celular. - Vou na casa dos gêmeos. 

- Não vai,inão. - Dino falou, pegando o celular dela e jogando-o no chão, que quebrou. 

- Você acha que vai conseguir me prender? - Ela falou, indo até a porta. 

Ele a segurou pela cintura. A colocou sobre os ombros e a jogou no sofá, falando:

- Vou sim. - Ele falou, pegando as chaves e as colocando no seu bolso. 

- Dino você é um tremendo idiota! - Gina falou, chorando. 

- Repete. 

- Você é um idiota. 

- Tem certeza do que está falando? - Ele disse, se tornando cada vez mais ameaçador. 

- Você. É. Um. Idiota. - Gina disse, pausadamente. 

E ela sentiu a mão do homem no seu rosto. 

E depois daquele dia o tapa virou diário.  

O tapa tinha várias motivações. 

Era porque Gina foi sozinha trabalhar. 

Era porque Gina não deixava seu prato da maneira que ele gostava. 

Era porque Gina conversou com Luna.

Era porque Gina não sorria ao seu lado. 

E o tapa virou pressão psicológica. 

E o tapa virou o abuso sexual. 

E o tapa virou como um beijo de amor verdadeiro. 

- - - - - - -

3 meses antes 

- Sinceramente... - Luna falava, após receber Gina na sua casa. A ruiva estava tremendo, com as roupas todas amassadas, chorando. - Você não pensa em voltar com ele, não é? 

Gina estava encolhida num canto da sala. Luna tentava chegar até ela, mas Gina não aceitava que ela a tocasse. 

- Depois de todas as decepções? De todas as noites em claro, chorando? - Luna falava. - Depois te tantas tentativas? Depois de passar tanta raiva? Depois de todas as suas tentativas de superar? Ou ainda de estar superando, não é... 

Gina assentiu, chorando. 

- Eu quero ver você se tornar um mulherão. Quero ver você sair dessa depre. Quero ver você nunca mais pensar naquele idiota. - Gina tremeu, ao relembrar. - Você sabe que ele não vai mudar. Ainda mais de ter dado tantas chances. Você sabe que não. Quero ver você voltar a ser essa mulher sorridente, que rouba a cena por onde passa, sabe? E ele... Ele vai ver que perdeu. 

Gina ainda chorava. Ergueu o rosto e falou, baixinho: 

- Eu vou ficar bem sozinha, essa culpa não é minha. Ele é todas noites de sono que eu passei em claro. O motivo que eu tenho mas eu nunca falo. A música que me faz chorar na balada. A vontade que eu tenho de não ir pra casa, a saudade que bate, mas eu passo bem. A razão de não querer ficar com ninguém. O medo que eu sinto com a luz apagada, ele pra mim é tudo que não deu em nada. 

- Não deu em nada. - Luna sorriu, repetindo. - E sabe... Tanto homem por aí querendo uma mulher interessante igual a você, e você aí perdendo tempo atrás desse menino? Acorda amiga, mulher precisa de homem, e homem precisa de mulher. Meninos só precisam de uma mãe e um playstation.

- Você tem vodka? - Gina perguntou. 

- Tenho qualquer coisa que você precisar. 

- - - - - - - 

2 meses e 3 semanas antes

- Bom dia. - A psicanalista de Gina disse, ao ver a ruiva entrar no seu escritório. 

- Oi. 

- Pode se deitar aí. - Ela falou, apontando para um sofá estilo divã, virada de costas.

Gina se deitou e um silêncio constrangedor se instalou ali. Gina pigarreou e começou, olhando para o teto:

- Bom... Ontem eu tomei duas cartelas de um remédio qualquer. Eu estava pensando em me matar. - A ruiva suspirou. - É na maioria das noites que o meu mundo desaba. É quando eu choro. É quando eu percebo que mais um dia se passou, mais um dia de sacrifício. Mais um dia enfrentando todos os problemas tentando sobreviver. Venho tentando achar algum motivo para continuar, mas está ficando cada vez mais difícil.

- Continue. - A psicanalista falou. 

E Gina continuou. Contou tudo. Sobre as agressões. Sobre os abusos. Sobre o começo do relacionamento com Dino, e o fim dele. 

Todos os dias ela levantava e ia dormir com o mesmo sentimento. Aquele sentimento de cansaço, cansaço da vida. Aquele sentimento que a fazia sentir como se estivesse presa dentro de si mesma, uma prisão sufocante. Embora ela já havia dito tantas vezes que estava cansada e que não queria mais continuar, ela continuava. Não por ela mesma, mas sim por uma pessoa. Uma pessoa que ainda a prendia aqui e a fazia querer, de alguma forma, continuar. Luna. 

O problema era, que ela já não sabia mais quanto tempo isso iria durar. Seriam meses, ou apenas dias? E no final de tudo, o que restaria para ela? Continuar caminhando sozinha, cansada de viver, com aquele sentimento tão profundo e ruim, que fazia doer cada vez que ela respirava ou apenas morrer? 

- Eu queria poder desabafar muitas coisas que tenho guardadas dentro de mim, mas como as pessoas só sabem julgar, achei melhor ficar guardado só pra mim. - Gina falava, para a psicóloga, dias depois da sua primeira consulta. - Queria poder me libertar de muitos de meus sentimentos que só me machucam. Queria poder sentir-me livre, de muitas coisas que fazem mal pra mim. Queria poder, de alguma forma, me livrar do que mais me machuca. Mas que eu quisesse, eu não conseguiria porque são muitas coisa que me machuca. Eu sou forte, mas não é sempre. 

- Isso é um avanço, Gina. - A psicanalista, Katie Bell, disse, sorrindo. - Pode falar tudo que tiver vontade. 

- Às vezes a dor e o sofrimento são tão grandes, que parece que o mundo desabou em cima de mim; e eu não consigo seguir em frente. Por muitas vezes tentei desistir de tudo, mas sempre havia algo que me impedia. É difícil saber que eu não vou vencer esse sofrimento. Todos os dias são iguais para mim, Cada dia continua como sempre fica sendo mais triste e dolorido.

Gina podia escutar a caneta de Katie no papel. Ela nunca falava nada. Ela fazia Gina se abrir. E Gina aprendeu a gostar disso. 

- De vez em quando eu paro e penso: “Por que isso acontece comigo? O que eu fiz de tão ruim para merecer isso! Um momento de alegria pra mim é pouco; afinal, eles são muito raros, nessa minha vida. Parando pra pensar mais uma vez, chego à conclusão de que por mais que eu sinta dor, por mais que a vida seja ruim comigo, ainda há motivo de sobra pra continuar lutando nessa vida ruim, dia após dia. Mesmo com dores, com sentimentos amargos, com sofrimentos, com falta de esperança às vezes; ainda há vontade de viver. Por mais que a vida seja má comigo, eu ainda consigo lutar para ficar tudo bem, e sei que algum dia, eu vou vencer todas as barreiras que tiver.


Notas Finais


Quero dizer que não concordo com nenhum dos posicionamentos do Dino.
Abomino qualquer tipo de relacionamento assim, ou algo do gênero.
Enfim... Só queria mostrar o que a Gina passou.
E avisando: PRÓXIMO CAPÍTULO NA SEGUNDA FEIRA!!
Agora todas as segundas, teremos capítulos novos, se eu conseguir, né. Vou dar meu máximo.
Obrigada por ficarem até aqui comigo.
Vigilância constante e XOXO 💗🤩


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