História Can you see inside?- 2 temporada - Cute

Nós entramos no estacionamento do shopping e saímos do carro.

Peguei Eliza no colo, porque ela pediu, e fui até onde Luke e Arthur estavam. Até ri com a cena, Luke e Arthur de mãos dadas, nem sei porque é engraçado, apenas é. Me pus ao lado de Arthur, que pegou na minha mão. Eu olhei para ele sorrindo e vi Luke me olhar. Eu sorri para ele também, ele pareceu surpreso, mas devolveu o sorriso.

Uma senhora que estava passando por ali bem perto nos olhou. Ela passou alguns segundos nos encarando e nos disse:

-Vocês formam uma bela família- Ela comentou, eu me engasguei com o nada e Luke começou a rir- Mas, se me permitem perguntar, o que houve com as crianças de vocês? E vocês não são novos demais para ter um filho dessa idade?

-Nós não...

-Acontece, sabe- Luke falou, eu o fuzilei com o olhar- Eles passaram a tarde brincando e por isso ficaram sujos.

-Ah, a vida de vocês parece ser muito feliz. Eu me sinto muito bem em saber que ainda existe esse tipo de amor que eu estou presenciando aqui. Vocês podem ser novos, mas possuem uma família maravilhosa.

Eu sorri agradecida.

-Obrigada, mas ele só estava brincando. E Luke é só...- O que Luke era?- Meu amigo.

-Desculpem-me, mas vocês não parecem ser só amigos. Eu consigo ver no olhar de vocês que existem muito mais do que isso.

Ficamos calados.

-Bom, isso quem vai dizer é o destino- A senhora disse- Preciso ir, boa sorte!

Nós agradecemos e eu olhei para as crianças, na tentativa de fugir daquele assunto.

-Vão na frente, meus amores- Falei, e eles saíram correndo na frente. Troquei um olhar com Luke e nós saímos correndo atrás delas.

Nós paramos quando vimos algo. Os seguranças do shopping barraram eles, eles ficaram lá e os seguranças proibiram a entrada. Fui até lá, na frente de Luke.

-Moço, eles estão comigo. Nós vamos entrar juntos- Tentei ser educada.

-E o que uma mulher como você vai fazer com dois mendigos aqui?

Arqueei a sobrancelha sobre o tamanho desrespeito que nós estávamos passando.

-Eu não sei você, mas eu vim comprar coisas para essas duas crianças.

-Você? Conseguiu dinheiro como? Trabalho a noite toda, né? Vai gastar o pouco dinheiro que ganha com isso?

Senti meu sangue escorrer.

-Eu trabalhei ao dia, numa empresa onde me respeitam e me tratam como eu mereço. Essas crianças valem muito mais do que você pensa.

Mesmo estando irritada, continuei sendo educada.

-Ah, pelo amor de deus. O que uma mulher como você vai conseguir comprar? Aposto que você não tem dinheiro nem para entrar nesse shopping.

Já perdendo a paciência, falei:

-Olha, eu aposto que ganho dinheiro suficiente para comprar até você. Não que eu vá querer fazer, porque pessoas como você não valem a pena. Eu trabalho em uma das maiores produtoras de músicas do mundo, e sou a coordenadora de lá. Tudo isso porque eu mereço e faço um trabalho maravilhoso. Eu tenho dinheiro para comprar metade das lojas desse shopping. E com o que eu gasto meu dinheiro, não é da sua conta. Eu vou gastar com essas crianças, e você não vai me impedir.

Vi ele ficar irritado e se aproximar de mim, eu não recuei.

-Saia daqui, ou eu vou ser obrigado a retira-la a base da força. Não que eu me incomode.

-Toque um dedo nela e você vai para a cadeia- Luke apareceu e colocou a mão na minha cintura- Você tem sorte que nós estamos com paciência hoje, agora você vai nos deixar entrar e nunca mais vai desrespeitar ninguém.

Sorri orgulhosa.

-Desculpe, Sr. Hemmings.

Parece que ele conhece o famoso Luke Hemmings.

-Você não me deve desculpas. Deve a ela. Sabe quem ela é? Ela é a produtora da minha banda, e hoje nós só somos quem somos por causa dela. Pense no que aconteceu hoje quando você estiver perto de fazer algo estupido.

Sorri ainda mais.

-Vamos?- Chamei as crianças, elas assentiram. Luke me acompanhou, ainda com a mão em minha cintura. Não que eu me incomode, pelo contrario, eu estava adorando. Só não iria admitir.

[..]

Nós fomos para as lojas e começamos a fazer eles provarem roupas. Eles ficaram tão felizes, provaram roupas, sapatos, e nós compramos brinquedos para eles. Passamos na praça de alimentação e nos sentamos de frente para o subway.

-Estão gostando da tarde?- Luke perguntou.

-SSIMM.

Eu sorri.

-Hm, legal saber. Agora, o que acham de irem pedir a comida de vocês? Vão lá, escolham e depois peçam. Apontem para a mesa e se eles duvidarem, diga para vir falar com a gente.

Eles assentiram e foram.

Eu olhei para Luke, que tinha um grande sorriso e olhava para os meninos.

-Eu não tive tempo de agradecer.

-Por?

-Hm, você sabe. O segurança, a carona, as crianças.

-Por ser maravilhosamente perfeito- Ele completou. Revirei os olhos rindo.

-Obrigada, Luke.

-Foi um prazer ajudar, Cecilia. Eu faria mais umas 7 vezes, ou mais- Eu sorri- Ainda são 16h, e nosso trabalho acaba de 18h30, o que vamos fazer?

-De verdade? Eu não tenho ideia.

-Eu tenho. Vamos levar eles para a empresa, eles ficam brincando lá e depois... a gente vê o que faz.

-Ok, ok. Obrigada de novo.

-E a sua moto?

-Ah, eu pedi para Ivy ir lá e pegar quando sair do estagio.

Ele assentiu e as crianças voltaram. Nós comemos e fomos para a empresa.

Depois de receber várias broncas de John e Ally, eu pedi para Mônica levar as crianças para o playground e fui trabalhar.

[...]

Depois de assinar vários papeis, mandar e-mails e resolver coisas de toda a empresa- Incluindo o financeiro- eu guardei minhas coisas. Antes de terminar de guardar tudo, ouvi a porta ser aberta. Fui surpreendida ao ver Luke ali.

Fiz um sinal para ele entrar e terminei de guardar minhas coisas.

-Eu só vim aqui para saber o que a gente vai fazer com as crianças.

-Eu estava pensando em tipo...- Hesitei, mas logo dei os ombros- Pensei em levar elas para casa, elas tomam um banho, dormem lá e amanha a gente leva elas para a delegacia.

-Elas não roubaram nada! Como pode acusar elas desse jeito?

Ele parecia indignado. Eu apenas revirei os olhos para a burrice dele.

-A delegacia vai levar eles para um lar de adoção, idiota.

-Aahhh.

Eu ri. Ele riu. Nós gargalhamos.

-Vem, vamos buscar eles- Me chamou, eu o olhei por uns minutos. Não estava hesitando ou o julgando, apenas admirando. Ver Luke da forma que eu vi hoje... me surpreendeu. Eu o olhava com admiração.

-Vamos!
               

Fomos até lá e pegamos as crianças, elas estavam tão felizes, e ainda nem sabiam que dormiriam em uma cama hoje.

-Tia- Eliza me chamou, eu a encarei.

-Oi, meu amor.

-Essa é a pate que voxes deixa a genti di volta e vai pa casa?

Eu a encarei triste. Não porque isso ia acontecer, e sim porque era a triste realidade deles.

-Eu só quiria dizer obigada. É qui voxes deixarum nosso dia felizzzz, e a genti nunca vamos esquexer di voxes.

Eu ri, sentindo lagrimas descerem pelos meus olhos. Era tanta emoção.

Luke me olhou sorrindo e apontou para ela com a cabeça, pedindo para eu responder. Me ajoelhei, ficando do tamanho dela, e a encarei.

-Vocês deixaram nosso dia mais feliz- Falei para os dois- Nós estamos super felizes por passar o dia com vocês, acredite. E vocês não vão voltar para lá agora. Vocês vão para a nossa casa, tomar um banho e dormir.

-Vocês vão cuidar da gente? – Arthur perguntou. Olhei para Luke, pedindo socorro. Ele se ajoelhou  também, e mesmo assim ficou muito grande, o que me arrancou uma risada. Ele encarou os meninos e disse:

-Infelizmente, a gente não pode ficar com vocês. Não que a gente não queira, mas a gente não pode cuidar de vocês. Amanha, nós vamos mandar vocês para um lugar onde tem cama e comida, tudo de graça. E depois vocês vão ser adotados, isso significa que vocês vão ter uma família e um lar.

-Parece legal- Arthur falou- Eu preferia vocês, mas assim já tá ótimo.

-Eu quilia eles também, mas axim tá ótimo.

Sorri para os dois, sentindo o olhar de Luke em mim e depois nos meninos.

-Vamos?

Eles assentiram e nós fomos para casa.

Chegando lá, eu deixei as crianças com o povo e fui tomar um banho. Coloquei uma roupa básica e desci as escadas. Luke já estava lá embaixo, brincando com as crianças. Admirei a cena, ainda na metade da escada.

Luke estava jogado no chão e Arthur e Liza puxavam os pés dele, o arrastando pelo chão de madeira. Luke ria e fingia que não estava se divertindo com isso. Os meninos e as meninas riam, e eu também.

-LIZA, A TIA CECILIA CHEGOU!

Luke olhou para mim e deu um sorriso pequeno, que eu fiz questão de devolver. Abracei os meninos.

-Oi, meus amores. Vamos tomar um banho?

-Um banho?- Arthur perguntou maravilhado.

-Sim, um banho- Eu gargalhei- Hm, Luke?- Ele me olhou- Se importa de dar banho do Arthur e eu na Liza?

Ele negou e se levantou.

-Quando terminar o banho dela, passa no meu quarto para a gente organizar a dormida deles, ok?

Eu assenti e voltei para o meu quarto.

Dei um banho nela, colocando uma roupinha que eu havia trazido na minha mão. Peteei o cabelo dela, escovei os dentes dela com uma escova empacotada que havia ali, e a levei para o quarto de Luke.

Bati na porta e em menos de 5 segundos ela foi aberta por um Luke descabelado. Eu ria da cena, vendo que Arthur estava pulando na cama dele. Arthur estava com uma roupa nova e o cabelo penteado, o que me fez olhar orgulhosa para Luke.

-Princesa!- Ele disse, pegando Liza no colo. Ela deu uma gargalhada e ele riu também, me fazendo rir- Hey, entra.

Eu entrei e vi Arthur correr em minha direção. Ele me abraçou, abraçou minhas pernas necessariamente. Eu gargalhei quando ele me jogou na cama de Luke. Eu me sentei rindo, vendo que Luke foi jogado na cama por Liza.

Logo Arthur e Liza estavam pulando na cama e jogando travesseiro um no outro. Senti algo atingir meu rosto, vendo Luke gargalhando e com um travesseiro na mão. Eu o encarei indignada e peguei uma almofada, escondida, e joguei na cara dele. Ele caiu na cama e eu comecei a gargalhar.

Ele puxou minha perna e eu cai na cama também. Eu estava jogada na cama, Luke estava jogado na cama e as crianças estava pulando. Eu sentia a felicidade bater em meu peito e um sorriso involuntário brotou em meu rosto. Eu não sei quanto tempo eu e Luke nos encaramos, só sei que quando nós prestamos atenção, as crianças estavam jogados na cama de Luke, dormindo.

-Opa- Gargalhei.

-O que? E agora, onde eu vou dormir?-Olhei para a cama. Eles estavam tão jogados que não cabia mais ninguém naquela cama. Pelo menos, a pessoa que dormisse ali, teria uma péssima noite.

-Vamos fazer assim, nós vamos fazer a mala e organizar as coisas deles e depois a gente vê isso, ok?

-Sei... Você vai é dormir e me deixar dormir no sofá.

Gargalhei.

-É um risco que você vai ter que correr.

-Ok, ok. Mas, pelo menos, prometa que vai me ajudar a arrumar um local para dormir?- Resolvi provocar, fiquei calada- Qual é? Eu te ajudei o dia inteiro.

-Estou te zoando, babaca. Vem, logo.

-Prometa.

-Eu prometo, Luke.