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História CARROSSEL - Ano da Formatura - Capítulo 12


Escrita por: Believe8

Capítulo 13 - Capítulo 12


A professora de literatura parecia saída de algum filme de comédia. Era uma senhora gordinha, que adorava coxinhas, dormia no meio dos debates e leituras da sala, e vivia escolhendo algum dos alunos para ir à cantina buscar lanchinhos para ela no meio da aula.

Naquele dia, resolveu exibir um filme do Netflix para os alunos, Enola Holmes, simplesmente porque precisava corrigir alguns trabalhos atrasados.

─ Estarei na sala dos professores, corrigindo os trabalhos. Já deixei a Graça avisada, vocês não devem ficar circulando pelos corredores, mas sim, assistir ao filme. Vou pedir um relatório sobre ele depois. ─ avisou a professora, sorrindo ─ No mais, divirtam-se.

─ Ela acha mesmo que a gente ainda não assistiu esse filme? Nós estávamos em quarentena, zerando a Netflix. ─ se abismou Jaime.

─ Correção, ela acha que nós assistiríamos qualquer filme, sem ela aqui na sala? ─ perguntou Paulo, passando os braços por baixo da perna da namorada ─ Estaremos lá no fundo, até mais.

─ Paulo. ─ Alicia começou a estapear o namorado, enquanto os amigos riam.

─ Errados não estão. Nada como um cineminha para dar uns beijinhos. ─ Davi deu de ombros ─ Mas todo mundo aglomerado aqui vai ser dose.

─ Vamos seguir a lei da quarentena: distanciamento social. E os solteiros que se virem. ─ brincou Kokimoto.

Os casais se espalharam pelo auditório. Laura resolveu prestar atenção no filme, mesmo já tendo assistido algumas vezes, e Adriano e Jaime aproveitaram o tempo para cochilar. Com isso, restaram Maria Joaquina e Cirilo. Eles estavam sentados em fileiras diferentes, um tanto distantes, mas podiam sentir os olhares um do outro.

A garota ainda sentia o estômago revirando do episódio de mais cedo. Já tinha quase seis meses da última vez que ela e Cirilo tinham se beijado, um recorde. Desde os 13 para 14 anos, quando se beijaram de verdade pela primeira vez, nunca tinham ficado tanto tempo afastados.

E afinal, por que nunca tinham engatado o relacionamento para valer? Claro, ela tinha saído com outros rapazes ao longo daquele tempo (no final de semana anterior, inclusive, foi ao cinema com Theo, o primo da nova amiga skatista de Alicia), mas nunca havia gostado de ninguém como gostava do Rivera.

A resposta de sua pergunta era óbvia, mas não menos dolorosa. Ela nunca se permitiu viver a história de amor que ele sempre a ofereceu porque era uma mimada, elitista, nariz em pé, preconceituosa... Claro, não era mais a pessoa odiosa que era aos oito anos, mas isso não queria dizer que a podridão não estivesse mais enraizada em si.

─ Posso me sentar aqui? ─ Cirilo brotou ao seu lado, a assustando ─ Maria Joaquina, você está chorando?

─ Emocionada com o filme. ─ mentiu, secando os olhos.

─ Mas como? É uma parte de comédia.

─ Não é porque aparenta uma coisa, que não pode ser outra, Cirilo. Uma cena engraçada pode esconder mais coisa do que apenas riso. ─ ela disse com os olhos fixos na tela.

─ Meu coração balançou. Ali fora, quando a gente estava perto... Meu coração bateu mais forte. ─ ele disse do nada, e ela segurou o choro.

─ E o que isso quer dizer?

─ Como o que quer dizer, Maria Joaquina? Você é tão ruim de ler as coisas assim? ─ ele se irritou.

─ Claro que não, garoto. O meu coração também balançou. Na verdade, parecia uma escola de samba na Sapucaí. Porque eu ainda gosto muito de você. ─ ela se virou, irritada ─ E é por isso que eu estou chorando. Porque eu sou uma idiota. Porque eu sou uma maçã tão podre quanto a da Branca de Neve.

─ Maçã podre? Do que você está falando, Maria Joaquina?

─ Linda por fora, Cirilo, maravilhosa. Aquela maçã brilhante, suculenta... E quando você morde, é só a podridão. Não é o que eu sou? ─ os olhos claros vertiam lágrimas ─ Eu tive o cara mais gentil, educado, lindo... E por preconceitos ridículos que eu tenho, pelo medo do que pensariam outras pessoas tão imbecis quanto eu... Eu te perdi.

─ Que inferno, Maria Joaquina... E quem disse que você me perdeu?

─ O quê...

Ela não terminou o que dizia, porque Cirilo a puxou pelo pescoço. Era o primeiro beijo em quase seis meses, e ela tinha esquecido de como era bom beijá-lo. Os beijos entre eles, no começo tão travados e desajeitados, se tornaram naturais, encaixes perfeitos.

Ela não queria, mas se afastou.

─ Cirilo, a Emanuelle... ─ lembrou ela, trêmula.

─ Eu gosto muito da Manu, Maria Joaquina, mas nada se compara ao que eu sinto por você. Eu te amo desde que eu possa me lembrar. ─ ele ainda segurava o pescoço dela, sério ─ Se você me disser que está pronta, que quer que a gente fique juntos... Eu termino tudo com a Manu e fico com você.

─ Você vai partir o coração dela.

─ Se eu continuar com ela, gostando de você, eu vou machucar ela de todo o jeito. Eu nunca vou poder retribuir totalmente o sentimento dela, Maria, se eu ficar esperando pela hora de ficar com você. ─ ele acariciou o rosto dela, e os olhos dele também estavam marejados ─ Me diz, Maria... Você quer ficar comigo? Para valer?

─ Cirilo, eu...

Mas antes que ela conseguisse responder, a porta do auditório se abriu com um estrondo. Todos pularam no lugar, especialmente os casais que estavam ocupados se agarrando, e de repente a luz foi acesa, revelando a professora Roberta.

─ O que está acontecendo aqui? ─ questionou a professora de física, segurando o riso ─ Paulo, desde quando você usa batom?

─ Desde que a namorada dele não sabe se portar de batom. ─ resmungou Alicia, tentando limpar a boca do namorado ─ Tá parecendo um palhaço, meu Deus.

─ Eu vim conferir se estavam todos dentro do tema... Mas essas patricinhas e mauricinhos estão um pouco desalinhados. ─ comentou a professora ─ Até você, Jorge.

─ A Margarida gosta de fazer cafuné, professora. Aí meu cabelo está bagunçado. ─ explicou o loiro, enquanto a namorada estava da cor de um pimentão.

─ E a boca inchada é do cafuné?

─ Professora, melhor assumir que estava todo mundo se agarrando, ou eles vão acabar explodindo de tão vermelhos. ─ sugeriu Jaime.

─ Eu já tive a idade de vocês, Jaime. Quando a Mary disse que vocês estavam sozinhos aqui, vendo Enola Holmes, eu tive certeza de que ninguém estaria vendo o filme para valer. ─ riu a professora, observando os alunos tentarem se recompor ─ Carmen, Daniel, confesso que achei que vocês estariam pelo menos fingindo prestar atenção no filme.

─ Carmen acordou com a maldade no corpo hoje, professora. Tá um tanto atacada. ─ aporrinhou Adriano, observando a CDF atingir novos tons de vermelhos.

─ Eu realmente amo adolescentes. ─ a professora riu baixinho ─ E é por motivos assim que não temos trote do pijama. Isso não iria dar muito certo...

─ Ok, professora, já conseguiu deixar todo mundo bem sem graça. ─ avisou Valéria, um pouco irritada.

─ Bom, estão todos no tema, e ninguém vai precisar pagar prenda. ─ confirmou a mais velha ─ Mas no intervalo, a empresa de formatura vem tirar fotos de vocês caracterizados, como sempre. Mário, tenta cobrir esse chupão no seu pescoço.

─ Que chupão? ─ espumou Paulo, enquanto a irmã se afundava nas cadeiras.

─ Eu realmente amo adolescentes. ─ riu a professora ─ Eu vou apagar a luz, e sugiro que voltem a assistir o filme. A diretora Olívia se interessou pela ideia da professora Mary, e talvez passe por aqui.

─ A gente não tem um minuto de descanso nessa vida, sério mesmo. Quando o mundo dá uma brechinha para podermos namorar, a vida ri da gente. ─ reclamou Davi, se sentando direito nas cadeiras ─ Valéria, cadê o meu kipá?

─ O pessoal dessa sala tem tanto fogo... Isso não é nada romântico. ─ comentou Laura, voltando a assistir ao filme.

─ Espera ela começar a se agarrar com o Alan para ver se vai continuar pensando assim. ─ Mário resmungou, olhando o pescoço no celular ─ Marcelina do céu, qual a necessidade disso?

─ Cala a boca, Mário, ou vai voltar a beijar só o Rabito. ─ Marcelina pegou a bolsinha de maquiagem ─ Vem aqui para eu cobrir isso.

─ E você nem comece, Paulo Guerra. Fica quietinho, assistindo o filme. ─ Alicia avisou o namorado, que já se preparava para brigar com a irmã.

Todos foram se ajeitando nos lugares, ficando mais tranquilos, mas tensos que talvez a diretora aparecesse. Cirilo e Maria Joaquina ficaram sentados lado e lado, mas ele sorriu ao sentir que a garota segurava a sua mão.


Notas Finais


NÃO VAI TER PUTARIA NA FIC, MAS ADOLESCENTE DE 17 ANOS QUE NÃO SE AGARRA NO CINEMA? MEU ANJO HAHAHAHAHAHAHA Outro dia eu fui no cinema assistir FROZEN 2, tinha uns adolescentes, e em certo ponto do filme eu só via pés e mãos... VEJA BEM!

Ai, eu amo adolescentes. Realmente amo HAHAHAHAHA

Espero que tenham gostado. Esse capítulo foi mais para divertir, e talvez dar uma resolução para Ciriquina... Quem sabe?


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