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História Carrossel. - Como eu vim parar ao seu lado?


Escrita por: Inory12

Notas do Autor


Muitas emoções para um capítulo só...
Vão ler!

Capítulo 15 - Como eu vim parar ao seu lado?


A ruiva caminhava pelos corredores da delegacia, sempre suspirava a cada passo que dava, mas fazia isso para conter o turbilhão de sentimentos que estava sentindo agora. Ela não queria acreditar, não mesmo. Era mesmo Sougo? Sujo de sangue, aqueles olhos que a fizera parar por segundos e difíceis de recobrar a consciência. Entendera Matako naquele momento, aquele olhar era penetrante, como se ele comesse sua alma, mas a ruiva conseguiu ver um pouco de tristeza naqueles olhos tão sádicos.

Mas aquele sangue não era de Sougo, não mesmo, e o estrago que o loiro fizera era absurdo, não era de duvidar que o homem morreu logo que chegou ao hospital. Perdera tanto sangue que os médicos disseram que era um milagre o homem ter aguentado até o hospital.

Kagura quando chegou na porta hesitou, estava com medo. Medo de ver quem estava sentado naquela cadeira sendo interrogado, mesmo que já fosse o obvio. Ela engoliu a seco, suas mãos tremiam, era raiva.

Ela entrou e encontrou Shinpachi observando pelo vidro Gintoki interrogando Sougo, a procura de respostas mais explicitas.

- Ele se entregou, mas por que resiste? – Questionou o moreno.

Kagura ficou ao lado de Shinpachi, assistindo Gintoki falar sozinho, pois Sougo não respondia, não mexia um musculo sequer, seu olhar era de tédio.

- Você é acusado de coisas sérias seu maluco! – Apontou Gintoki.

O albino já estava se estressando, já fazia duas horas que estava ali, gritando, questionando, reclamando, aconselhando o rapaz, mas nada dele reagir, parecia um zumbir, parecia estar morto, mas estava ali com o coração batendo e respirando. Gintoki passava a mão pelo cabelo e olhou para o loiro e depois para um ponto da sala, era vermelho a luz, indicando que Kagura havia chegado, era hora dela interrogar o sádico, mas ela conseguiria sem perder para as emoções? Antes de ir até a porta e sair da sala, olhou para Sougo e pensou no dia que havia conversado com Kagura sobre ele, se arrependendo amargamente de tê-la encorajado a sair com ele. “Desculpe careca, mas acho que não consegui proteger aquela pirralha. ”

- Só mais uma coisa seu desgraçado. – Gintoki não olhou diretamente nos olhos do rapaz, apenas se virou para ele – Você vai ser condenado a pena de morte por magoar a minha filha, está entendendo?

O albino percebeu, de relance que o loiro olhou para ele, diretamente a ele, foi a primeira vez que ele reagiu a alguma coisa que o albino dissera naquelas duas horas. Gintoki saiu e o mesmo viu a ruiva entrar com pressa, ele fechou a porta e ao lado de Shinpachi, através do vidro, viu sua filha postiça sentando de frente ao homem que a conquistou e a magoou.

Kagura pôs cuidadosamente alguns papeis sobre o canto da mesa, enquanto bebia no copo água que pegara antes de entrar, sabia que falaria muito, questionaria tudo, tiraria tudo do loiro o que seu pai postiço não conseguiu. Já Sougo observava cada movimento da ruiva, era delicada e paciente, mas sabia que ele queria bater e espernear o quanto o loiro a decepcionou e brincou com ela, mas isso era, em parte, verdade.

Kagura pôs um gravador sobre a mesa e iniciou o questionário, calma e paciente, sua voz saia de maneira leve e sem qualquer tipo de sentimento negativo e para surpresa de todos o loiro respondia todas as perguntas de Kagura, muito diferente quando o albino estava o interrogando.

- Eu matava minhas vítimas em meu apartamento. – Sougo disse calmo, sem remorso, mas esperando a reação da ruiva.

Kagura engoliu a seco “Eu estive lá. ” Mas a questão era, por que? Por qual motivo ele fez o que fez e por que se entregou daquele jeito? Kagura só queria entender.

- Desde quando faz isso? – Ela o encarava, mas ele viu, ele percebeu que não era olho por olho.

- Isso? Se entregar à polícia ou matar? – Sua voz saiu irônica.

Kagura irritou-se – Acha que isso é brincadeira seu sádico maldito? É melhor responder minha pergunta com seriedade.

Sougo suspirou, seu olhar foi para o chão daquela sala, ele não queria está naquela situação, nunca imaginara que seria tão difícil, mas ele sabia que estava sendo mais difícil para Kagura, afinal, ela não sabia que seu namorado era um psicopata que matava pessoas nas noites solitárias.

- Comecei a matar assim que cheguei aqui. – Ele mentiu, sabia que era mentira, mas era esperto e não seria preso pelos outros crimes, apenas aqueles que sua namorada já sabia.

- Não acredito em você. – Ela apertou o olhar.

Ele encostou preguiçosamente na cadeira – Bem, acho que em um relacionamento o mais importante é a confiança.

Kagura bateu forte na mesa e pausou o gravador – Que relacionamento? Aquela mentira que você criou chama de relacionamento? – Ela bateu na mesa novamente, com as mãos fechadas em um punho – Você é um cretino mentiroso, mentiu para mim, disse aquelas palavras por ar, eu sei disso, você não me ama!

- Está enganada. – Ele sentiu seu coração arder – Mas depois de tudo o que eu disser não se atreva a esquecer, - Ele se endireitou na cadeira e viu que a ruiva iria falar alguma coisa, portanto foi rápido em continuar – Eu a amo, isso é de longe e perto um fato, cujo você e eu teremos de carregar, mas é verdade, eu criei esse amor, porém, conhece-la foi a coisa mais importante para mim e no dia que nos beijamos pela primeira vez eu me apaixonei por você, de forma louca onde eu podia fazer qualquer coisa por você. Sim, eu menti no começo, mas depois me apaixonei e tentei parar de matar, mas não deu certo, não consegui, mas nunca duvide de meu amor por você.

Todos que escutavam a conversa conseguiam observar que a voz de Sougo soava verdadeira, mas ninguém daquele cômodo queria acreditar, Kagura não queria acreditar, mas seu coração a traia, ele acelerou como uma certa Lamborghini Aventador preta. Segurou as lágrimas de tristeza e alegria.

- Pois advinha, - Ela engoliu a seco e se levantou – meu amor por você morreu.

A reação de Sougo a surpreendeu, ele riu, mas logo parou e olhou sem expressão para a ruiva – Então por que ainda usa esse anel?

Kagura parou e olhou para sua mão e lá estava o anel, o anel que a fazia lembra de Sougo e seus momentos inocentes e felizes. A ruiva sentiu seu peito arder, queria sair correndo dali, mas seu corpo a traia também. A única que ela conseguiu fazer foi olhar para o loiro e ficar naquela posição, ambos trocando olhares cumplices, de um amor que se tornara proibido.

Mas só Shinpachi conseguia ver aquilo, pois Gintoki estava com bruxismo* de tanto ódio, sua filha sendo iludida por um assassino frio, o olhar do loiro era sem qualquer expressão, então por que a ruiva o olhava com tanta ternura? Ele começou a andar pesado até a porta, sentiu Shinpachi tentar detê-lo.

- Eles têm que se acertar Gin-san!

- Se acerta? O que quer dizer com isso? Que eles voltem? Nunca, minha filha não namorara um marginal da lei. – Ele se solta de Shinpachi.

- Eu não quis dizer isso, quis dizer que um precisa entender o que o outro tem a dizer.

- Como a Kagura vai entender esse monstro se ele mente? – Rosnou furioso, já voltando a dar passos até a porta.

- Calma aí chefe do departamento de investigação do Texas. – Uma voz foi ouvida, para Shinpachi desconhecida, para Gintoki nostálgica.

- Hijikata? O que faz aqui? – O albino logo lembrou, quem criou Sougo era o homem que estava a sua frente, o homem que ao tentar impedi-lo segurando seu ombro estremeceu de cabeça aos pés – Isso é assunto da polícia, presença família não é permitida por enquanto.

- Presença família? – Hijikata soltou o albino e caminhou até a porta e virou a maçaneta e entrou trazendo consigo o olhar azul e castanho-avermelhado para si, era uma comédia está ali. Foi até Kagura e sorriu de leve – Quero ficar um pouco a só com o meu cliente.

Kagura endireitou-se – Cliente?

- Sou o advogado da família Okita, prazer.

 

 

Gintoki estava com uma vertigem considerável, não acreditava naquilo. Kagura ainda olhava de relance para o anel que usava, ela não foi capaz de tira-lo na hora que foi ao banheiro do departamento.

- Sougo, como foi que isso aconteceu? – Perguntou Hijikata, inocente.

- É simples, fui pego tentando matar um estuprador.

Ambos tinham um acordo, se Sougo fosse descoberto não envolveria Hijikata, independente de como foi pego.

- Por que se entregou?

Sougo sorriu ternamente, coisa rara para o moreno e advogado – Por uma pessoa. – Ele olhou para o vidro fumê e voltou para Hijikata – Eu tentei contar para ela, mas sempre me covardia, então eu deixei aquele maldito nojento ligar para polícia, mas eu iria matar ele, sem dúvida eu faria isso, não deixaria mais nenhum homem com aquelas intenções perto do que é meu.

Era possesso a voz de Sougo, Hijikata estremeceu, a única vez que escutou aquela voz foi quando o loiro aos 17 anos de idade, disse que matara os homens que assassinaram sua irmã. Hijikata respirou fundo e endireitou-se na cadeira para olhar mais de perto seu cliente.

- Quer mesmo fazer isso? Se entregar? A probabilidade de pegar pena de morte é alta.

- Eu já fiz.

Kagura sentiu seus olhos lacrimejarem “ Estamos no Texas, não em Illinois. ” Lembrou-se, não acreditava nisso.

- Eu prometi a sua irmã que o protegeria.

- Então prometa a mim que proteja eu de mim mesmo.

 

 

Estavam no tribunal, já fazia 2 semanas desde o dia que foi pego, seu caso era prioridade, portanto, foi prosseguido com rapidez, Hijikata assim como todos que estavam ali apenas olhava seu cliente. Toda a imprensa estava lá, todos os canais que as pessoas assistiam passava aquele julgamento, afinal, as pessoas haviam ficado com medo de andar nas ruas.

Sougo estava algemado, de frente a uma mesa com microfone, contava com detalhes a morte de cada vítima, era insano, o próprio juiz teve de dar uma pausa, pois a indignação era evidente, pois o loiro ditava tudo sem expressar nenhuma emoção.

Kagura estava lá também, afinal, era responsável pelo caso então estava acompanhando tudo de perto, ao vivo, mas sentindo seu coração arder. Ela não conseguiu dormir, pensando na pena de morte que seu namorado levaria, Gintoki lhe deu a certeza antes de sair do departamento.

O albino estava aliviado, vendo Sougo sendo julgado e provavelmente sendo penalizado de forma justa.

- Tem mais alguma coisa a declarar? – O juiz perguntou.

Sougo olhou para Kagura e disse – Não, eu já declarei o que tinha de declarar, agora só quero aproveitar um belo azul. – Ele, discretamente, colocou suas mãos algemadas sobre a mesa e a ruiva entendeu o recado e olhou para as próprias mãos e sorriu.

“Texas, um local onde corresponde 37% das penas de morte nos Estados Unidos, portanto, ninguém gostaria de fazer algo de errado lá, mesmo sendo o certo. No entanto, a mente doentia dos criminosos não termina. É como alguns dizem, já estamos no inferno. ”


Notas Finais


Clinicamente falando, bruxismo é o ato de ranger os dentes.
Mais um segredo: Falta um capítulo para o The End.


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