1. Spirit Fanfics >
  2. Cartas para um Estranho >
  3. O Primeiro Estranho

História Cartas para um Estranho - O Primeiro Estranho


Escrita por: myka_mei

Notas do Autor


Como prometido, consegui postar um capítulo adiantado \o/ ehueheuheuhu
Espero que gostem >///< mesmo tendo ficado deeeesse tamanho
Ah, e muuuito obrigada a quem está companhando *u* Amo vcs ❤❤❤

Capítulo 7 - O Primeiro Estranho


Fanfic / Fanfiction Cartas para um Estranho - O Primeiro Estranho

Him Lye agradeceu quando chegou em casa e encontrou-a vazia. Agora poderia jogar-se em paz no sofá  para colocar a cabeça (e os sentimentos) no lugar.  

Tentou várias vezes durante o dia puxar assunto com Taehyung, mas um "tchau" ao fim das aulas foi tudo o que obteve como resposta. Pelo visto, teria que esperar o garoto se acalmar para depois se desculpar por aquilo que não sabia que tinha feito.  

E foi pensando nisso que Seo Yeon lhe veio à mente. A garota lhe causava certo desconforto, mas Him Lye não sabia se vinha do fato de Taehyung ter se declarado e não ter lhe contado, ou se era porque, ao olhar para ela, sentia o mesmo receio de quando olhava para Jimin.  

Jimin... 

Hum Lye teve que morder os lábios para não sorrir abobada. Os sentimentos por Park Jimin ela não conseguia colocar no lugar mesmo se tentasse. Se sentia atraída por ele, era óbvio, mas não sabia se era por causa da antiga amizade que ressoava perdida dentro dela, ou se era alguma coisa nova e mais forte. E, paralelo a isso, algo a fazia recuar sempre que ele aparecia, de modo que parecia sempre tonta e com palavras entaladas na garganta com ele perto.  

Em um movimento inconsciente, pegou-se alisando a borboleta de seu colar, e isso lhe trouxe a tona um problema maior para lidar: O estranho da carta.  

"Fique bem sempre que tocar nesse colar, do mesmo modo que fazia quando era pequena, após eu tê-lo lhe dado de presente pela primeira vez". 

Hum Lye franziu o cenho; relera aquela carta tantas vezes procurando um modo de ligá-la a alguém, que aquele era um dos trechos que já havia decorado. E não importava quantas vezes tentasse, não se lembrava de ter ganho aquela joia antes...  

Foi apenas por curiosidade e preguiça de começar a estudar; Hum Lye subiu até seu quarto, tirando de baixo da cama a caixa de papel velha e empoeirada que recuperara do lixo quando seu pai tentou jogá-la fora.  

As fotos contidas lá dentro eram as únicas lembranças de antes do acidente; há anos não olhava mais para elas, diferente de como fazia nos primeiros meses após sua saída do hospital, quando se sentava na beirada da janela e olhava para as imagens, tendo a sensação familiar a um dejá'vu, mas sem lembrar-se de nada.  

Espalhando o material, agora amarelado, pelo chão, começou a procurar pelas fotos que continham seu rosto infantil e, muitas vezes, sorridente.  

Não se lembrava de ser fotogênica daquele jeito.  

Perdeu não mais que meia hora para analisar minuciosamente cada foto sua, e nada de uma delas conter aquele colar.  

Um tanto quanto frustrada guardou tudo de volta na caixa. E foi assim, ao devolver a última foto para seu lugar, que ela reparou, nessa mesma foto, o colar pendendo num pescoço pálido como o seu.  

Mas não era ela na foto.  

Subiu os olhos para o rosto de quem portava a joia, e não soube o que pensar ou sentir ao ver sua mãe sorrindo-lhe de volta da fotografia.  

 

_______________ 

 

Já era a vigésima primeira ligação que caia na caixa postal. 

Desistiu de ser pacífica; Yoongi não iria ignorá-la, não quando ele era o culpado de ela se sentir na obrigação de fazer algo.  

Seo Yeon bateu com força três vezes na porta do apartamento do garoto, sem se importar com a senhora que passou olhando torto. 

Cinco segundos que lhe pareceram longos demais passaram, e o silêncio que recebeu como resposta não a impediu de socar a madeira novamente.  

Após isso, quando começou a cogitar a ideia de chutar a porta, esta é aberta por um garoto loiro e descabelado, com bolsas de sono embaixo dos olhos e olheiras fundas, parecendo mais magro do que o normal naquelas roupas largas.  

- Você está horrível. - Seo Yeon comentou, mesmo sabendo que Yoongi não se importava com aquelas palavras. Não quando era ela quem as pronunciava.  

Ignorou o que ele xingou em voz baixa e entrou no apartamento, franzindo o cenho ao ver a bagunça em que o lugar estava. Outra vez.  

-Lembra o que eu disse sobre não vir mais limpar isso aqui para você?  

Yoongi apenas terminou de trancar a porta, dando de ombros ao passar por Seo Yeon; apoiou-se na parede que separava a pequena sala da cozinha menor ainda, esperando, com os olhos praticamente fechados de sono, a garota  dizer o que queria. Mas como ela apenas ficou parada e de braços cruzados, batendo um dos pés no chão, ele achou que seria mais rápido se respondesse:  

-Estou ocupado numa música; é para depois de amanhã e não está nem metade pronta.  

Seo Yeon suavizou a expressão; cogitou dar ao garoto outro sermão sobre não exagerar daquele jeito, mas sabia que era o jeito de ele se sustentar. O único naquele momento.  

-Espero que esse sonho realmente te leve à algum lugar; de preferência melhor do que este. - ela sabia que aquele comentário o chatearia, assim como o chateou todas as outras vezes antes quando o fez.  

O sono e cansaço fluíram para fora do corpo do garoto, substituídos pelo mal-humor que Seo Yeon já esperava ter que enfrentar.  

-Foi para isso que me atrapalhou?  

Ela sustentou seu olhar duro.  

-Não.- tirou algumas camisas do sofá para poder sentar, e então continuou: - Quero que me diga porquê fez tudo isso.  

Yoongi precisou engolir o comentário anterior sobre seu sonho para, então, responder sem tanta irritação. 

- Você sabe melhor do que ninguém o porquê; Min Sae Yi e Yang Mi não sabem que os dois voltaram a ser "amiguinhos" - fez o gesto de aspas com os dedos e Seo Yeon riu, interpretando errado, propositalmente, o que ele dissera -, e não vão dizer a verdade, mesmo que os encontrem juntos.  

O clima na sala era tão sério quanto a expressão do loiro, e aquela pressão a sufocava.  

-Ora, ora, o que é isso, Yoongi? - perguntou levantando-se e juntando as mãos ás costas, indo até ele em passos saltitantes e parando em sua frente, ignorando a sobrancelha que o garoto ergueu para ela com aquela reação.  

-Está com ciúmes? - apertou as bochechas dele contra as palmas da mão, sendo fuzilada pelo olhar no mesmo instante.  

-Ciúmes do quê? - ele retrucou tirando as mãos de Seo Yeon de seu rosto e afastando-se para o quarto, indo desligar o computador que deixara ligado, já prevendo o quanto aquela conversa seria longa.  

-Relaxa, cara, só estou tentando amenizar o clima. - ela o seguiu e parou no batente da porta.  

Mais nada se ouviu além dos cliques que vinham do aparelho enquanto Yoongi salvava o que já estava pronto.  

-Posso ouvir o que já tem? - ela sabia a resposta, mas gostava de arriscar a pergunta, na esperança de um dia ele deixá-la escutar uma de suas composições.  

-Não. - direto e seco, como sempre, fazendo-a dar um sorriso torto para o nada.  

Silêncio outra vez; agora que estava ali, Seo Yeon não sabia bem o que queria que ele lhe respondesse. Mesmo que ele dissesse algo do tipo "deixa pra lá, era só brincadeira, vamos procurar algo para comer", ela não sentia que sua consciência a deixaria dormir sabendo que Him Lye ainda estava viva e, pior ainda, com Min Sae Yi escondendo tudo dela.  

-Acha mesmo que eles podem ficar juntos?- perguntou enquanto encarava os próprios pés, o coração apertando quando Yoongi murmurou afirmando.  

E isso era algo óbvio: "amigos" de infância que compartilharam todo o passado juntos se reencontram após um trágico acidente. Aqueles dois eram as únicas vítimas realmente inocentes em toda aquela confusão. Chegava a ser uma história até que romântica. 

Sem contar, claro, que Jimin se tornara o garoto perfeito, do tipo difícil de não cair de amores. Procurou saber sobre, e não gostou de ouvir todos aqueles elogios sobre o garoto, muito menos quando completavam a frase com um "vocês formariam um belo casal, Seo Yeon".  

O estômago dela embrulhou com a ideia de formar um casal com o próprio irmão

Deslizou as costas pelo batente da porta até o chão, apoiando a testa nos joelhos.  

Não podia culpar as pessoas por dizerem tais coisas para ela; afinal, ninguém ali sabia de nada. E, caso quisesse ver sua própria culpa sepultada bem longe dos seus olhos, não poderia abrir a boca.  

-Acha que daria para simplesmente sair e dizer a verdade? - sugeriu Yoongi e o coração da garota quase saiu pela boca com aquela ideia, além do mais, pareceu que o garoto estava lendo seus pensamentos.  

-Vamos fingir que eu faça isso e saia impune -lançou um olhar significativo para Yoongi que abaixou a cabeça -, acha mesmo que vão acreditar? Não temos provas, e aqueles que têm NÃO VÃO jogar fora o tempo que levaram para esquecer e se reconstruírem trazendo tudo isso á tona.  

Yoongi bufou e afundou-se ainda mais na cadeira, começando a se arrepender de ter entrado naquilo. Se deixasse os dois ficarem juntos como Jimin afirmou que conseguiria quando disse ao telefone para alguém que "iria ter a garota de volta", não estaria com aquela dor de cabeça.  

-Eles tiveram poucas conversas juntos. - Seo Yeon falou com a voz baixa e ainda com a cabeça nos joelhos -, quem sabe não se tornam apenas amigos, e , quando se formarem, vão cada um para um lado e pronto, toda essa história fica para trás?  

O garoto ficou quieto até Seo Yeon erguer a cabeça para ele.  

- Acha mesmo que isso vai acontecer? 

Ela desviou o olhar como resposta.  

Queria acreditar que as coisas se resolveriam sozinhas, mas cinco anos decorreram em paz e silêncio, já havia passado da hora de seu azar começar a agir.  

 

_______________ 

 

Hum Lye andava de um lado para o outro de seu quarto, o telefone grudado no peito, indecisa entre ligar para a mãe ou não. 

Temia muito mais ser obrigada a responder como havia conseguido aquele colar do que a resposta á sua pergunta.  

Como aquele mesmo colar, que o estranho dizia estar devolvendo á ela e que já o havia lhe dado de presente antes, poderia estar no pescoço de sua mãe, numa foto de dez anos ou mais?  

Digitou o número outra vez, mas cancelou a ligação no primeiro toque; era definitivo: Tinha medo de enfrentar a mãe.  

Jogou-se na cama, enterrando a cabeça entre os travesseiros, aceitando que nunca teria respostas sobre aquela joia, não se estas dependessem de sua mãe.  

Conhecia o gênio dela e sabia que a mulher não gostava de ser desafiada, muito menos de responder a perguntas que envolvessem qualquer coisa anterior ao acidente. Hum Lye perdera parte da memória nele. E a mãe ganhara um trauma psicológico que anos de terapia não conseguiram curar. 

Suspirando, desdobrou a carta que vinha guardando dentro do bolso da jaqueta, e foi até seu guarda-roupa, tirando, com esforço devido ao lugar alto em que o objeto estava, a caixa de madeira que esvaziara alguns dias antes e que agora era o "esconderijo" para suas cartas.  

Aqueles dois únicos papéis pareciam solitários lá dentro, mas sabia que logo viriam mais. 

Logo ela teria cartas o suficiente para não se sentir mais sozinha naquele quarto estranho.  

Logo teria cartas o suficiente para descobrir quem as estava mandando.  

Logo... 

Cortou repentinamente a linha de raciocínio, entrando em outra.  

O estranho lhe dera o colar, então o mesmo saberia lhe explicar aquela história. 

Só que levariam MESES até ela talvez conseguir descobrir quem ele era, e Him Lye queria as respostas NAQUELE MOMENTO.  

O jeito seria entregar, em palavras sobre papel, uma resposta ao autor das cartas.  

Eufórica com a ideia, correu até sua mesa de estudos (que há dias não usava) e não levou muito tempo até conseguir dar início a sua própria carta.  


 

Foi interrompida minutos depois com seu celular tocando.  

Na primeira, ignorou, achando que seria Taehyung tentando justificar porquê estava tratando-a daquele jeito. Continuou com a carta, mas três, quatro, então SEIS ligações depois a convenceram de atender.  

-Finalmente! Achei que estivesse me evitando. - Jimin exclamou do outro lado da linha, fazendo Him Lye esquecer-se do que quer que estivesse fazendo antes.  

-Jimin! - não se importou se demonstrar toda aquela alegria por ele estar telefonando deveria ser constrangedora ou não. 

- Quer sair hoje á noite? - curto e direto. A garota esperava ouvir um "como vai" ou coisa do gênero, de modo que aquela pergunta a deixou sem reação por um tempo.  

-Hoje a noite...?- repetiu a última parte da pergunta, já imaginando qual roupa deveria escolher.  

-Sabe, ver o pôr-do-sol na praia, comer alguma coisa depois... Essas coisas... - estava tão ocupada já imaginando esses momentos que nem reparou no nervosismo na voz do garoto.  

-Onde eu te encontro? - correu e abriu o armário, percorrendo cabide por cabide.  

-Passo aí umas seis horas, pode ser?  

Ela concordou e se despediram; entrou no banho com o coração batendo em velocidade assustadora.  


 

Estava terminando de secar o cabelo quando o meio-irmão  a berrou do outro lado da porta.  

Desligou o secador, já planejando xingar o garoto, e escancarou a porta, sem esconder a cara emburrada.  

-Papai quer te apresentar o cara que alugou o quarto lá de baixo. - falou antes que ela tivesse chances de abrir a boca e desceu de volta.  

Aquela notícia a deixou desnorteada; sabia dos planos do pai em alugar o quarto, mas não sabia que ele realmente o tinha feito. E a ideia de ter um estranho em sua casa, sabendo do que acontecia lá dentro, não a agradava nem um pouco.  

Mal-humorada, tanto por saber que sua privacidade seria invadida quanto pelo fato de Jimin já estar chegando, ela desceu as escadas, encontrando o pai falando animadamente com um homem de não mais que 24 anos.  

-Ah, Hum Lye! - o pai exclamou, fazendo o estranho desviar o olhar para ela. E a garota corou por estar sendo vista naquele estado por um cara bonito daqueles. 

-Esse é Jeon Hoseok, filho de um velho amigo meu. - deu ênfase  no "velho". Cumprimentaram-se formalmente - Ele costumava brincar algumas vezes com você e o outro garoto da rua de baixo; lembra? 

Hum Lye cruzou os braços e olhou torto para o pai, fazendo-o pigarrear, constrangido.  

-Ah, é, esqueci disso.  

A garota revirou os olhos e pediu licença. Como um pai podia esquecer tão facilmente que sua filha tinha um buraco no meio da memória?  

-Me desculpe por isso. - o homem pediu quando a garota sumiu escada acima - Ela sofreu um acidente e... 

-Sim, meu pai mencionou. - Hoseok interrompeu, sabendo o quanto aquele assunto era constrangedor para a família.  

- Mas não se preocupe, quem sabe aos poucos ela não vai lembrando de você?  

Hoseok riu junto dele, ambos sabendo que aquilo não era possível. Já havia passado tempo demais, o próprio médico dissera aquilo e a informação, infelizmente, chegara até Hoseok.  

Mas ele prometeu á sua mãe que faria aquilo. E lá estava.  

Prometeu, enquanto segurava suas mãos pálidas no leito do hospital, que conquistaria a confiança de Him Lye de volta.  

Prometeu que tiraria a garota daquele ninho de cobras.  


Notas Finais


E foi isso \o/ Espero que tenham gostado >///<
Digam o que acharam, não sejam tímidos \o/ ehuehuehueheu
Sei que prometi um capítulo fofinho e tals, mas nesse aqui não deu :') Mas no próximo eu melhoro as coisas com o Jimin, prometo *u*
Obrigada a quem leu até aqui *u*
~Beijinho ❤❤ e até o próximo *u*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...