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História Cartas para um Soldado - FASE 2: A Verdade


Escrita por: Pepper-chan

Notas do Autor


[PEPPER-CHAN]
ATENÇÃO: CONTEÚDO COM ALTO RISCO DE INFARTO! Peguem os calmantes.

NÓS CHEGAMOS A 300 FAVORITOS! Muito obrigada, isso é muito especial pra gente ❤️

Eu particularmente estou nervosa/ansiosa e com medo desse capítulo, não sei porque AHUSHSUSHSUSHSU

Dessa vez eu não tenho muito oq falar, apenas: abram suas mentes! Talvez vocês achem que foi muita informação em pouco tempo, mas esse é o cronograma da fic...

Enfim, sem mais delongas, BOA LEITURA ❤️❤️❤️

Capítulo 16 - FASE 2: A Verdade


CARTAS PARA UM SOLDADO

 

CAPÍTULO 15 — A VERDADE

 

 

Após evitar a vizinhança da casa ao lado, tinha chegado um dos dias que Sakura mais temia desde o último acontecido com a família Uchiha. 

 

O aniversário de sua melhor amiga. E fazia exatamente uma semana que não se falavam.

 

O pior era que tudo aquilo também estava afetando Ryou, o garoto não viu seu melhor amigo durante esse meio tempo. Que também era seu primo, mesmo que nenhum dos dois soubessem disso. Shisui também não ia mais em sua casa, o que acabou pesando no coração de Sakura, que nunca tinha passado tanto tempo sem falar com eles. 

 

Resolveu pôr um fim naquilo, já estava na hora e hoje era o dia perfeito. 

 

Arrumou Ryou com uma calça jeans, tênis all star e uma camisa azul com desenhos dos heróis que ele gostava. 

 

Para si, escolheu uma saia de cintura alta da cor marsala, uma blusa preta sem estampas e colocou uma sandália, também preta, de amarras no tornozelo. Caprichou no delineado gatinho e no batom carmesim, que era uma de suas cores prediletas. Terminou o look deixando os cabelos soltos e um pouco bagunçado. 

 

O presente de aniversário, que Sakura entregaria a Ino, já estava comprado faziam alguns dias: Um colar dourado com uma pedra roxa no centro. E Ryou tinha escolhido os brincos que faziam o conjunto do colar. 

 

Embrulhou com um enorme carinho no papel de presente, e se preparou psicologicamente enquanto rumava para a casa ao lado.

 

Ao tocar na campainha, foi recepcionada por uma figura bastante conhecida. 

 

A mulher estava vestida num macaquinho roxo de alças finas, com os ombros expostos. O cabelo loiro preso em um rabo de cavalo e sandálias rasteiras nos pés.

 

Olhou para Sakura de cima a baixo, e Ryou se jogou agarrando sua cintura. Ela se agachou para falar com o garoto. 

 

— Tia Inooo! Feliz aniversário! TE AMO! — ele gritou abraçando seu pescoço agora, mas se soltou rápido para lhe entregar a embalagem vermelha. 

 

— Obrigada meu monstrinho, eu também amo você. — ela falou bagunçando os cabelos negros. O menino disparou pela casa adentro, e a loira se levantou, suspirando, virando-se para a mulher parada em sua porta. 

 

— Oi Sakura.  

 

— Ino, ahn, eu queria me desculpar… e-eu... — gaguejou deixando os ombros caírem, como se tirasse um peso de suas costas. 

 

— Só isso que tem para me dizer? 

 

— Er, eu... é então... aqui está o seu presente. — a rosada falou estendendo a mão com o embrulho preto na direção da Yamanaka, que pegou a embalagem e praticamente pulou em cima da Haruno, dando um abraço apertado por cima dos ombros. 

 

— Peça desculpas direito e fale comigo me desejando um feliz aniversário incrível. — ela sussurrou enquanto a mais baixa apertava suas costas. 

 

— Porquinha, você vai quebrar minha clavícula. — Sakura sibilou sem ar, e em seguida apertou de propósito ainda mais a amiga. 

 

— E você vai quebrar minhas costelas, sua testuda! — ambas se soltaram rindo e passaram para dentro da sala de estar, fechando a porta atrás de si. 

 

— Não foi fácil sem você, amiga. 

 

— Eu imagino, sei que você também não é fã dos Uchiha. 

 

— Estamos juntas nessa. — Ino falou segurando a mão de Sakura e apertando forte, tentando passar segurança para a amiga.

 

Na sala, estavam a maioria dos amigos de Ino e Itachi e outras pessoas que a Haruno não conhecia. 

 

Avistou de longe quando o velho Uchiha se dirigiu para a parte de fora da casa junto com sua esposa, ambos de costa caminhando na direção do quintal. Parecia que não tinham visto ela chegar, e aquilo já ajudava muito, não queria que por eles sua presença fosse sentida.  

 

Viu Naruto e Hinata, conversando com Sasuke e Itachi ao longe. Teve vontade de ir falar com o casal, mas suas pernas desistiram antes mesmo que pudessem dar o primeiro passo. 

 

Tinha prometido a si mesma que ignoraria a presença dele, e naquele dia nada ia tirar sua paz. Então se virou e seguiu na direção oposta, onde encontrou Shikamaru, Temari, Shino e Lee conversando próximos a escada. Caminhou até eles, os cumprimentando com abraços rápidos, e começaram uma conversa aleatória sobre as comidas da festa. 

 

Com os olhos Sakura seguia cada movimento de Ryou que brincava com Shisui e Boruto, até que ambos desapareceram pelos fundos da cozinha, indo em direção ao quintal. A rosada se permitiu relaxar ao ver a figura de Sasuke do outro lado da sala, ainda ao lado de Naruto e Hinata. 

 

Entretanto, passando pela vista de outros, Ryou chamou atenção de uma pessoa específica. 

 

O garoto parecia ser um personagem de suas memórias, e aquilo a assustou. Os mesmos cabelos escuros e olhos da cor da noite, a pele clara e as bochechas rosadas era algo estranhamente familiar. 

 

Seu coração perdeu uma batida. 

 

Olhou ao redor e pode perceber-se sozinha naquela área. Verificou novamente e viu Itachi conversando com o pai, ambos próximos da churrasqueira. 

 

Como se fosse uma cena planejada, o menino que corria ao lado de Shisui e outro garotinho, passaram muito próximos da senhora e acabaram por chutar a bola perto da cadeira namoradeira em que estava sentada. De bom grado ela se agachou e segurou o objeto. Viu quando o mais alto caminhou até si meio acanhado, e estendeu os braços a encarando com os olhos brilhantes num pedido silencioso. 

 

— Você quer a bola? — ele apenas assentiu balançando a cabeça. — Qual seu nome querido? — ela perguntou curiosa que mal pode perceber a figura de Shisui se aproximar. 

 

— Esse é o Lyou, vovó. Ele é meu imão de colação. — Shisui falou passando o braço por cima do ombro do menino que ficou com as bochechas coradas.

 

Continuou encarando a senhora que, em transe, se esqueceu da bola que segurava. Até que outra figura parou ao lado dos dois meninos. O loiro de olhos azuis, sorriu para a senhora Uchiha mostrando a fileira imperfeita de dentes, com uma janela enorme na frente. 

 

— Oh tia, a senhola pode devolvê a bola? — ele pediu envergonhado passando a mão pelos cabelos, nervoso. 

 

— Ah sim, claro! Desculpem a idosa aqui. — ela sorriu entregando a bola nas mãos de Ryou que apenas esticou os lábios sem graça e correu para longe, acompanhado dos amigos. 

 

"Exatamente Sasuke quando era pequeno." pensou. Aquele foi o momento exato em que sua ficha caiu.  

 

Não tinha como alguém negar aquilo. Diante dos seus olhos, era como estar tendo o sonho onde Sasuke viu seu reflexo no espelho. 

 

Ryou é filho de Sasuke e isso era incontestável. 

 

De imediato sentiu seu sangue pulsar mais forte ao perceber que o garoto era realmente seu neto. 

 

Absorta em seus pensamentos, acompanhou cada movimento do garoto com seus olhos. Até que ouviu a voz conhecida a anos, lhe puxar para a realidade. 

 

— Mikoto, não se iluda.  

 

— Do que você está falando? Você tem noção do que... 

 

— O acompanhante daquela mulher chegou, procure vê-lo. — o homem suspirou se sentando enquanto Mikoto o encarava incrédula. 

 

No mesmo momento Sakura apareceu na entrada do quintal, com o braço entrelaçado na figura de um homem esguio, de cabelos escuros. Estava vestido com uma calça social preta, e uma camisa branca de botões claros. O homem chamou o garoto, que sorriu e correu na direção de ambos. 

 

A mulher de cabelos rosados, agachou na altura do menino e ajeitou lhe a roupa, depois passou a mão pelos fios desgrenhados e suados que grudavam em sua testa. 

 

O queixo de Mikoto caiu. 

 

O rapaz realmente se parecia com o menino, mas sua intuição dizia que Fugaku estava errado. O garoto era muito mais uma cópia de Sasuke do que daquele outro homem.

 

Quis contestar algo, mas Fugaku apenas suspirou batendo de leve em sua perna com a mão. 

 

— Eu sempre soube que ela era uma golpista, está vendo agora? — ele olhava do acompanhante de Sakura para o menino, querendo fazer uma lista de comparativos, mas se contentou com o silêncio da sua esposa como resposta. 

 

Mas o homem estava enganado se pensava que Mikoto tinha engolido aquela história. Ela com certeza procuraria entender mais a fundo depois que aquela festa acabasse. 

 

Alguns minutos da festa se passaram, e Sakura não perdia Ryou de vista, este que corria pelo jardim junto aos amigos brincando e se sujando sem se importar com nada e ninguém. 

 

Enquanto isso, Sasuke conversava com alguns de seus outros colegas, cumprimentando e colocando os assuntos em dia desde o tempo que passou fora. No momento, era distraído por Gaara e Itachi, que falavam algumas coisas sobre as mudanças das pessoas ali presentes.

 

 

Foi quase irreprimível a vontade de olhar Sakura assim que ela chegou. Mas se segurou e só analisou a Haruno quando finalmente percebeu que ela não estava o encarando, ou muito menos próxima de si. 

 

O comportamento da mulher ainda era estranho e desconcertante para ele. Só queria entender por qual motivo Sakura fazia tanta questão de evitá-lo. 

 

Será que era pelo casamento? 

 

Mas ainda assim não fazia sentido... era como se ela tivesse muita mágoa dele. Mas como? Se eles só tiveram contato, por praticamente, dois dias antes de sua partida? E em ambos os momentos os dois estiveram bem. 

 

Sua mente foi desviadas do emaranhado de teorias e pensamentos confusos por um barulho estridente de uma colher batendo na taça de vinho, na sala. 

 

Naruto, ao lado de uma Hinata extremamente vermelha, pedia atenção e o silêncio de todos. Então o loiro começou a cantarolar baixinho a música de feliz aniversário para a Yamanaka que apareceu do lado do Uzumaki, toda vermelha assim como Hinata. 

 

Do outro lado da sala, Itachi surgiu segurando um bolo de primeiro andar com uma vela que tinha o formato de um salto alto. 

 

A loira sorriu dando alguns pulinhos de empolgação e Shisui se juntou a mãe, ficando no colo dela, para se inclinar no final da música e apagar a grande vela roxa iluminada e brilhante. E assim o fez, como a Yamanaka o instruirá diversas vezes a ter força para soprar o fogo. 

 

Onde todos riram, e bateram palmas pela conquista do garoto. 

 

O aniversário se estendeu pela tarde toda, alguns amigos mais distantes já começavam a sair, outros esticavam o tempo de estadia indo para o quintal continuar o churrasco na área de fora junto com a aniversariante.  

 

Sakura, Sai, Shikamaru e Temari junto com Gaara e Hinata, dividiam uma mesa enquanto conversavam animados com Ino, que começava a retirar alguns dos objetos de decoração do lugar. 

 

A Haruno e a Hyuuga prontamente se ofereceram para ajudar a amiga, que aceitou de bom grado a oferta. Retiravam os vasos, copos descartáveis, fitas e balões, rindo sobre alguns presentes engraçados que a Yamanaka tinha gostado. 

 

O casal Uchiha observava de longe a interação das crianças e adultos daquela festa. Fugaku começou a cochilar sobre uma das namoradeiras situadas do lado de Mikoto, que permanecia de olhos bem abertos, atenta a tudo e a todos. 

 

Afinal a idéia que constatou antes ninguém lhe roubaria a certeza, até que ela mesma confirmasse. Dessa vez, nem mesmo o seu marido. 

 

 

Enquanto isso, do outro lado, próximos a churrasqueira:

 

 

Sasuke, Itachi, Naruto assavam carnes e repartiam entre si, servindo vez ou outra alguns amigos próximos da mesa que estavam. 

 

Observando o movimento das pessoas presentes, Naruto teve uma idéia que a muito tempo tentava imaginar uma maneira de noticiar a todos. Se afastou dos irmãos Uchihas e checou a presença dos amigos mais íntimos e próximos, porque afinal era aniversário de Ino e não uma festa qualquer. Apesar de gostar, não queria chamar uma atenção desnecessária. 

 

Então o loiro puxou Hinata pelo braço afastando-a de Ino e Sakura, que olharam assustadas para a atitude inesperada. 

 

Encheu os pulmões e começou a falar o mais alto que podia:

 

— Eu sei que hoje é aniversário da minha amiga. Mas como estamos aqui praticamente como uma grande família, eu queria fazer um anúncio importante. — ele respirou, fazendo uma pausa dramática. — Hinata está a espera do nosso segundo filho. Ou filha. — ele suspirou puxando uma salva de palmas, que foi seguida de gritos e assobios. 

 

Hinata tinha o rosto todo vermelho, e Boruto correu na direção dos pais puxando Naruto pelas mãos, pedindo colo. E o pai logo tratou de explicar ao garoto, que ele teria um irmãozinho ou irmãzinha, o que não tardou foi ele descer eufórico do colo do pai, correndo para dar a notícia aos amigos. 

 

Se aproximando de Shisui e Ryou, a mini versão Uzumaki, logo contou a novidade e os amigos ficaram ainda mais animados com a notícia de que teriam um novo colega para brincar. 

 

Correram mais uma vez brincando de pique esconde. Shisui se escondeu embaixo da mesa de churrasco onde seu pai e tio conversavam distraídos.  

 

Ryou ao ver onde o amigo tinha se escondido, buscou por um lugar melhor mas não encontrou. Desesperado por ver que Boruto estava na final da contagem, se escondeu atrás das pernas de uma figura alta. 

 

Quando o homem olhou para baixo, viu o garoto pedir silêncio com os dedos nos lábios. Achou graça daquilo e resolveu entrar na brincadeira. Ajeitou a postura: fechou as pernas e inflou o peito, se tornando uma muralha na frente de Ryou. 

 

O Uchiha viu quando o loirinho começou a procurar pelos amigos. Escandaloso igual o pai, ele correu e gritou o nome de Shisui assim que o encontrou embaixo da mesa, acusando-o de ser o próximo a contar. 

 

O Haruno permanecia escondido atrás das enormes pernas de Sasuke, até que se apoiou na cintura do homem e tentou espiar a dupla que lhe procurava. Sasuke bagunçou os cabelos do menino o incentivando a ficar quieto, mas não adiantou logo que soltou uma gargalhada baixa e Boruto se virou em sua direção. Então Shisui apontou para o tio que permanecia sério conversando com o irmão. 

 

Ninguém sabia o quanto Itachi estava nervoso vendo aquela cena. O peito doía e queimava de culpa e remorso, junto a vontade esmagadora de  contar ao irmão a notícia que mudaria sua vida. 

 

Em poucos segundos gritinhos infantis invadiram o ambiente, fazendo-o dissipar dos pensamentos.

 

— HAHA! TE ACHEI LYOU! — Boruto gritou puxando o amigo. 

 

— Não vale! Shisui entregou que o Sasuke tava me escondendo. — o menino suspirou com raiva. 

 

Mas aquela última frase na voz infantil, chamou a atenção de uma pessoa. 

 

Ao girar os calcanhares para olhar na direção de Ryou, ela viu nitidamente Sasuke assanhar os cabelos do menino mais uma vez com as mãos, e Ryou gargalhar com o carinho do homem, para logo depois se soltar e correr junto aos outros meninos. 

 

Sentiu suas estruturas desabarem naquele momento. Foi como levar um choque inesperado. Todo seu corpo tremeu de raiva e medo. 

 

Não teve tempo de respirar fundo, e muito menos conseguiu ouvir a voz de Ino a chamando. Rapidamente seus pés alcançaram o outro lado do quintal se aproximando do homem alto que a pouco falava com seu filho. 

 

E quando as orbes negras dele encontraram as íris esmeraldinas dela, Sakura sentiu um enorme pavor envolver todo seu corpo. Mas ela permaneceu firme encarando o Uchiha. 

 

As palavras saíram mais rápido do que ele esperava, quase como uma arma disparando um tiro.

 

— Ouça! EU NÃO QUERO QUE VOCÊ OUSE CHEGAR PERTO DO MEU FILHO. — praticamente gritou as palavras na cara dele, que a encarava com o cenho franzido. 

 

E o que ele fez, deixou ela com mais raiva ainda. 

 

— Como é? — sorriu debochado. Na verdade o Uchiha não tinha entendido o que ela queria dizer, mas não daria o braço a torcer para Sakura que já vinha implicando com ele desde que voltou. 

 

— Você nunca foi homem suficiente antes, e agora está tentando fazer o quê, Sasuke? — ela falou tão sucinta e clara, que o desprezo era nítido na voz, e aquilo conseguiu atingir Sasuke de uma forma inexplicável. Afinal ele nem sabia do que ambos estavam falando, mas a maneira que ela lhe respondeu... 

 

— Eu não entendo nenhuma das merdas que você fala desde que me viu. Se bem que tá mesmo parecendo uma doida com esse cabelo rosa aí... — um tapa forte foi desferido no seu rosto, fazendo-o se calar instantâneamente.

 

Naquele momento todos já observavam a confusão entre os dois, mas estavam tão surpresos que não conseguiam mover os pés do chão. 

 

Ao encarar de volta a Haruno, Sasuke viu quando os olhos marejados se fecharam deixando as lágrimas rolarem pelo rosto corado. 

 

— Nunca mais fale do meu cabelo, você não sabe nada sobre mim. — ela respondeu com a voz baixa e fria, e por fim se virou caminhando para a saída. 

 

Sai prontamente se colocou do seu lado, e chamou Ryou com um aceno de mãos para seguirem a Haruno. 

 

— Que merda foi essa que acabou de acontecer aqui?! — Sasuke questionou irritado, encarando Itachi, e sentindo todos os olhos em cima de si. 

 

O primogênito viu o pai se aproximando de ambos. Sua cabeça maquinava à mil por hora. O ar parecia estar rarefeito.

 

Não conseguia mais segurar aquilo tudo pra si, era chegada a hora de contar a verdade e precisava fazer aquilo. Não podia deixar o irmão desperdiçar mais um segundo sequer da vida do seu filho. 

 

— Sasuke, eu preciso te contar a verdade. — o moreno falou enquanto segurava o braço do irmão impedindo que ele se afastasse. 

 

— O quê? — ele se virou encarando Itachi. A confusão era nítida em seus olhos. 

 

— Não dê ouvidos ao seu irmão, ele está delirando. — Fugaku se aproximou colocando a mão no ombro do filho mais novo, que movimentou para se soltar de ambos. Desde que foi torturado tinha adquirido um pouco de aversão a toques em seu corpo.

 

— Delirando? Não, não mesmo. — Itachi encarou o pai, e em seguida olhou para Sasuke ainda perdido no meio de ambos. — Eu não aguento mais guardar esse segredo. Eu nunca pude te contar antes... 

 

— ITACHI! — o patriarca Uchiha berrou, nervoso com o rumo da conversa. 

 

Todos na festa olhavam aquele show. Então Naruto tomou a voz, e se aproximou chamando atenção dos amigos ainda presentes ali. 

 

— Gente, a festa acabou! Foi ótimo ter a presença de vocês, até a próxima. — o loiro gritou e sinalizou com os braços para que todos fossem embora. E assim os convidados fizeram. Exceto pela família de Naruto. 

 

Hinata e Ino se aproximaram dos homens que discutiam entre si. Mikoto segurava o braço de Fugaku impedindo que o marido partisse para cima dos filhos. 

 

— Fala logo, Itachi! — Sasuke brandou segurando o irmão, atordoado, pelos ombros. 

 

— NÃO SE ATREVA! — Fugaku berrou com Itachi mais uma vez.

 

— A CULPA É TODA SUA! — ele rebateu, avançando no pai.

 

— MAS QUE PORRA TÁ ACONTECENDO AQUI? — Sasuke perguntou sem paciência, enquanto impedia do seu irmão bater no próprio pai.

 

Você é o pai de Ryou, Sasuke. — a voz doce se fez presente, assustando a todos.

 

— O quê? — o caçula questionou confuso. 

 

— C-como você ousa falar iss…

 

— Eu nunca tinha visto o garoto. — Mikoto continuou a falar, interrompendo Fugaku. — Mas hoje… É impossível dizer que Ryou não é seu filho, ele é sua cópia quando era criança.

 

Sasuke olhou para a mãe esperando ela dizer que aquilo tudo era uma brincadeira. Uma brincadeira de muito mal gosto. Mas quando viu que todos tinham olhares sérios, percebeu que não era nenhuma pegadinha.

 

— Eu tentei te contar, eu juro que tentei. — Itachi tomou a fala. — Eu fui atrás de você. Mas o nosso pai nunca permitiu que eu te contasse, nunca permitiu chegar perto de você, porque você estava na guerra. 

 

— Tudo que eu fiz foi para o bem dele, para ele focar na sua carreira. — o patriarca tentou se justificar, mas recebeu um olhar feio do filho. 

 

— Focar na carreira e esquecer da família, ou pior nunca saber a existência dela... Que tipo de monstro você é?! — a Yamanaka interferiu assim que ligou os pontos na cabeça. Ela podia sentir o olhar de Fugaku queimando. 

 

— A Sakura escreveu cartas. Mas nosso pai interceptou todas. — Itachi continuou. — Onde estão as cartas, Fugaku? 

 

— Eu queimei todas! — o homem rosnou com ódio. 

 

Enquanto aquelas palavras eram proferidas, Sasuke sentia sua cabeça latejar. Seu cérebro trabalhava para entender toda a situação, mas de uma coisa tinha certeza: todas as suas teorias estavam certas, tudo realmente fazia sentido. 

 

Ryou era seu filho. 

 

— Você queimou? — ele perguntou entredentes, vendo de soslaio a imagem borrada de Fugaku.

 

Sua expressão chegava a assustar. Os olhos exalavam pura raiva, a narina inflada, os dentes cerrados e a mandíbula travada, juntamente com a assombrosa cicatriz, colocavam medo em qualquer um.

 

— Queimei sim, você tinha que ter foco somente no seu trabalho. Na época eu não acreditei naquelazinha, quando chegou na nossa casa contando que estava grávida de você. Ela podia ter engravidado de qualquer um, e queria dar o golpe do baú. — o homem falava com raiva, sem notar o perigo eminente. — E se você olhar bem, o marido dela se parece muito com o garoto, não duvido nada que ele não seja seu filho, como eu sempre pensei. 

 

— Cale a boca seu estúpido! — Hinata berrou de repente. — Eu estive com a Sakura durante toda a gravidez dela, e ela só se envolveu com o Sai quando estava terminando os estudos. Você sempre soube que Ryou era um Uchiha, mas nunca quis admitir isso! — a morena falou sentindo uma veia saltar no meio da testa. 

 

— Hinata, se acalm...

 

— Naruto, você é meu melhor amigo. Você devia ter me contado... — Sasuke sussurrou incrédulo encarando o loiro ao lado da Hyuuga.  

 

— Eu tive que assumir a empresa do meu pai, assim que ele faleceu, Sasuke. — o Uzumaki explicou. — E seu pai jamais permitiria que uma carta contando a verdade chegasse até você. Assim como Itachi disse. — suspirou cansado. — Quando você voltou, a Sakura já seguia a vida dela junto com o Sai e o Ryou, não achei que era meu dever interferir nisso.  

 

— Mãe, nem você? — o moreno questionou se voltando a senhora Uchiha, que tinha lágrimas nos olhos. 

 

— Como eu disse: vim conhecer Ryou hoje, e quando eu o vi tive a certeza de que ele também é um  Uchiha. — Mikoto tentou se aproximar do filho, mas o olhar dele a fez recuar. 

 

— Agora eu entendo suas ações. — Sasuke encarou a Yamanaka à sua esquerda. 

 

— Eu sempre achei que você tivesse rejeitado Ryou. — ela falou se afastando e olhando para Itachi, balançando a cabeça negativamente na direção dele

 

— Eu não sei como todos vocês foram capazes de me esconder isso... uma parte da minha vida... u-um filho. — Sasuke fechou a mão em punho. — Eu passei sete... sete anos fodidos, longe dele... — ele respirou fundo, fechando os olhos. — Tudo porque você insistiu em controlar a merda da minha vida! — berrou com raiva se virando para Fugaku.  

 

Olhou dentro dos olhos do pai e passou como um vulto por todos, saindo pelo quintal. 

 

Poucos segundos depois só se ouviu o motor da potente Harley Davidson sendo ligado e o pneu cantando no asfalto. 

 

 

Point of View – Sakura Haruno

 

 

Como é que ele teve a capacidade de falar mal do meu cabelo sem sequer saber a minha história? Apenas me julgou com um olhar debochado, ridículo e infantil. E ainda me chamou de louca! 

 

Ryou me olhava assustado enquanto eu andava de um lado para o outro com as mãos na cintura. Daqui a pouco abriria um buraco no chão. Sai preparava, do outro lado da bancada, uma garapa de açúcar que ele achava que ia me acalmar. 

 

Mas eu sabia que não ia!

 

Minha cabeça doía com toda ousadia de Sasuke. Brincar com Ryou... aliás, se aproximar do meu filho novamente agindo como se nada tivesse acontecido, e ainda insinuar coisas a meu respeito que ele sequer sabe as razões. 

 

O ódio e o desprezo que eu sentia por aquele homem era inestimável. 

 

Senti a presença do meu noivo se aproximando e me entregando o copo com o calmante "natural". Eu podia muito bem jogar aquele copo na cara de tacho dele, que apenas ficava olhando tudo sem conseguir mexer um dedo. Mas preferi aceitar, eu sabia que ele estava se esforçando para respeitar o meu espaço. 

 

Enquanto eu bebia calmamente o líquido doce, vi Ryou apoiar os braços na bancada e debruçar o rosto entre as mãos, como se esperasse cansado alguma coisa importante que eu fosse dizer. 

 

Mas eu não conseguia falar nada, as palavras não saiam, não fluiam. Eu conseguia pensar em tudo que poderia dizer para os dois ali, mas na verdade nada parecia ser útil. 

 

Então eu resolvi realmente me dar um tempo. 

 

Eu tinha todo direito de surtar, gritar e xingar o Sasuke. Mas embora o infeliz fosse um imprestável, eu não faria aquilo na frente de Ryou, que nem sabia que aquele energúmeno era seu pai. 

 

Na verdade eu sempre contei para ele que a sua figura paterna estava viajando, o que não era mentira, e ele não insistiu mais no assunto quando ganhou repetidas vezes a mesma resposta. E agradeci por isso, porque eu não conseguiria mentir para ele dizendo que o pai tinha morrido ou não existia, e muito menos lhe contar a verdade de que foi rejeitado. 

 

Mas o que mais me doía, não era ver Ryou sentir a falta de um pai, e sim o próprio pai voltar como se nada tivesse acontecido e ainda interagir com ele na maior cara de pau. Se ausentar sete anos da vida do filho, ser praticamente um ninguém pro garoto e voltar querendo reconquistar o menino?

 

E ainda por cima, se fingindo de desentendido e ousando me xingar?

 

Xingar logo a quem? A mim! 

 

A MIM! A mãe que teve que passar por tudo sozinha, enquanto o infeliz vivia longe e sem rumo. Aliás, até posso ser sensata e dizer que o tempo que passou fora estava sendo útil na guerra. Mas isso não vem ao caso. 

 

Ele me chamou de louca por causa da cor do meu cabelo. 

 

Aquele idiota, desgraçado, traiçoeiro, filho de um casal de éguas, o tanto que eu o odeio não cabe num livro. 

 

ARGH! EU VOU SURTAR!

 

E ele volta assim do nada, pensando que é quem pra chegar e bagunçar tudo que eu levei anos para organizar? 

 

Percebi que Sai sentou ao meu lado na outra ponta da bancada, junto a Ryou, ele também esperava algo de mim. Então eu desabei, deixei que toda a minha raiva e rancor saíssem peito a fora. Eu chorei. Eu senti cada lágrima quente que desceu pelo meu rosto. Senti cada xingamento que se formou em minha garganta se desfazer à medida que eu colocava aquele choro para fora. 

 

Encarei os fios rosados que tapavam minha visão e acabei me lembrando daquela noite. 

 

 

FLASHBACK ON

 

Dançava com Ino e com Tenten. Kiba, Naruto e Itachi tinham desistido da pista de dança pela lotação das pessoas. 

 

Pouco tempo depois, outra valsa começou à tocar. Foi quando Tsunade se aproximou das meninas, e sorriu para mim, oferecendo a mão que não tardei em aceitar. 

 

— A festa está tão linda. — a Senju dava passos lentos ao ritmo da música, me conduzindo. 

 

— Eu fiquei muito feliz e admirada com essa decoração, realmente hoje é um dos dias mais felizes da minha vida. — o meu coração transbordava em felicidade e gratidão por momentos como aquele. 

 

Eu agora tinha a certeza que todo trajeto que trilhei até aqui, desde quando deixei minha cidade, tinha valido a pena. 

  

— E eu estou feliz por você! Completamente orgulhosa da mulher que tem se tornado. — soltou uma risada engraçada me fazendo rir junto. 

 

— Obrigada tia Tsunade, eu não faria metade do que fiz se não fosse por você... — suspirei afastando o rosto de seu ombro para olhar em seus olhos. — Não poderia contar de quantas formas a senhora já me ajudou! Pagou meu curso, me deu um emprego e até mesmo me incentivou a ir atrás dos meus sonhos quando eu achei que não poderia fazer mais nada depois de ter tido um filho. — segredei e as sobrancelhas da Senju se arquearam em surpresa. 

 

— Eu fiz as mesmas coisas que faria por uma filha. — Tsunade sorriu fraco, e meu coração se aqueceu. — E saiba de uma coisa Sakura, você nunca será impedida de seguir seus sonhos. Quando trilhar um caminho e ele não der certo, se reinvente, mude o trajeto! Mas nunca abra mão do que você quer e te faz bem. — falou se separando de mim, à medida que a música terminava. 

 

— Vou guardar seus conselhos. — sorri pronta para voltar à mesa, mas a loira robusta segurou meu braço. 

 

— Queria conversar com você, eu preciso ir embora, mas é bem rápido o que tenho para falar. — encarou-me apreensiva. 

 

— Tudo bem, mas porque você vai tão cedo? — questionei confusa, afinal a festa ainda estava começando. 

 

— Eu explico depois, venha. — soltou meu o braço e seguimos caminhando em direção à varanda. 

 

Desviamos de algumas pessoas e finalmente achamos um lugar mais vago. Todo o clima era estranho, fazia frio e o barulho da música era menor. Tsunade segurou minhas mãos e finalmente olhou para mim, diferente da mulher de segundos atrás, seus olhos estavam marejados e vermelhos, quase inflamados. 

 

— O que eu tenho para dizer não é fácil, mas você precisa continuar sendo forte por nós duas. — ela falou com a voz trêmula. 

 

— Tia Tsunade, você está me assustando. O que aconteceu? 

 

— Sakura, uns anos atrás eu tive câncer de mama. Me tratei e me livrei desse mal. Já fazem 25 anos que estou bem, tenho uma vida saudável… — ela fez uma pausa para tomar fôlego e eu já imaginava quais seriam suas próximas palavras. — Mas isso não foi suficiente. Todos nós nascemos com prazo de validade não é? — ela riu sem ânimo da própria piada enquanto me encarava. Eu não consegui rir. 

 

— Você está me dizendo... 

 

— O câncer voltou. E já está enraizado em mim. — meu queixo quase foi ao chão, eu soltei impulsivamente suas mãos para cobrir minha boca do grito mudo de horror. — Procurei os melhores médicos, estudei meu caso e todas as cirurgias teriam apenas 1% de chance de sobreviver, e eu voltaria com sequelas. 

 

— Tia Tsunade... 

 

— Oh minha criança, não chore, você vai ficar bem, todos nós vamos. — ela falou me abraçando por eu ainda estar em choque. — Mas, eu não vou aguentar viver os últimos dias da minha vida aqui, não sabendo que não vou poder mais ver você crescer e se desenvolver junto com Ryou. Não tenho estruturas para isso, sabendo que nos momentos mais felizes eu não vou poder estar junto. — percebi o choro embargado em sua voz. 

 

— Por favor, não me diga que vai embora! — encarei a mulher na minha frente que sorria entre as lágrimas. 

 

— Vou passar meus últimos meses na África, cuidando de crianças doentes e fazendo tudo aquilo que amo, até os últimos minutos. — ela falou segurando meu rosto. 

 

Mas eu não conseguia aceitar, o choro compulsivo fluía de mim. Eu sentia minhas mãos e lábios tremendo freneticamente. 

 

— Eu quero que entenda minha decisão. Pode talvez não aceita-lá, mas quero que entenda isso Sakura. — ela passava as mãos pelo meu rosto numa tentativa frustrada de enxugar as insistentes lágrimas. — Você aprendeu tudo que eu pude te ensinar, você foi como a filha que eu nunca tive, e jamais terei como agradecer a você pela família que foi para mim. — ainda me encarava, enquanto eu tentava manter os olhos bem abertos para não deixar as lágrimas embaçarem minha visão. — Eu preciso ir. Hoje era o último momento que eu teria para aproveitar com você, perdoe-me por estragar o seu dia. — finalizou dando um beijo demorado em minha testa. 

 

— Tia Tsunade, por favor… por favor, não vá embora. — sussurrei fraco, vendo ela se afastar sorrindo para mim. 

 

— Eu amo você Sakura, e não se esqueça de uma coisa: ninguém morre se permanece vivo na memória de alguém. Prometa que não vai esquecer de mim! — ela pediu ajeitando o meu cabelo e enxugando meu rosto mais uma vez.

 

— Jamais vou me esquecer de você, eu te amo muito. — agarrei firme em seus ombros colocando minha cabeça em seu pescoço num abraço apertado. 

 

A minha segunda mãe. 

 

 

E era ela o motivo da cor que carregava comigo, por isso Sasuke jamais teria uma palavra sequer para falar mal do meu cabelo ou de mim. 

 

 

Point of View – Sasuke Uchiha 

 

 

Sentia o vento frio batendo contra o meu rosto, e era bom. Era refrescante, porque eu sentia todo o meu corpo em combustão. 

 

Eu estava queimando em ódio e raiva. Todo o tempo em que estive fora, Sakura criou a criança sozinha.

 

Sozinha!

 

 Foram sete anos que eu perdi da vida do meu filho, por causa de mentiras. 

 

Meu filho. 

 

Eu tinha um filho. O filho de Sakura não era somente dela, ele era meu também. Ele não era apenas Ryou, um amiguinho de Shisui. Ele era primo!

 

Minha paranóia esteve o tempo todo tentando me dizer o óbvio. 

 

Ele era meu filho! Meu filho com Sakura...

 

Tinha os meus traços, os meus olhos, a minha cor de cabelo. O meu sangue.

 

Agora eu entendia tudo. Todo o comportamento de Sakura era na verdade proteção. Proteção do monstro que ela pensa que eu sou. O monstro que a abandonou sozinha com uma criança. 

 

Estacionei no primeiro bar que vi depois de algumas horas pilotando a moto sem parar. Entrei no estabelecimento e mirei diretamente na parte do balcão de bebidas. 

 

— A dose mais forte do que você tiver. — pedi ao barman que me encarou com as sobrancelhas arqueadas. 

 

— É pra já, patrão. — o ruivo sorriu se virando para pegar um copo e puxou uma garrafa vermelha do alto da estante de vodkas. 

 

— Sem gelo. — sibilei e ele me encarou surpreso. 

 

— Seja lá qual for a sua razão para isso, eu diria pra ir com... — ele falava colocando o copo sobre a bancada.  Não teve fim de frase, o calei quando virei a dose em um só gole.

 

Meu peito queimou, e meus olhos arderam. Sentei no banquinho e me apoiei preguiçosamente sobre a madeira na minha frente. 

 

Como seria a minha vida se eu soubesse que Sakura seria mãe de um filho meu? Talvez eu tivesse voltado e nós dois teríamos mais de um...

 

Que merda eu estou pensando?! Precisava de outra dose.

 

— Mais um. — talvez eu não tivesse passado por todo aquele trauma de merda. 

 

E se eu morresse naquela guerra, aquela criança nunca teria um pai? Ele ainda era só uma criança. 

 

Seus primeiros anos, os primeiros passos, as primeiras palavras, os primeiros dentes nascendo... Tudo que um dia eu pensei viver em uma família, estava destruído. 

 

Ok, eu sabia que construir uma família era um plano para daqui a muito tempo. Mas eu não sabia que já tinha uma. 

 

— Mais… — cacete! Eu tenho um filho. 

 

Ryou. 

 

Uchiha Ryou. 

 

Puta merda, meu primeiro filho. Será que ela o registrou com meu nome? Eu sinto minha cabeça voltar a latejar com tanta informação. 

 

Preciso voltar pra rua. Deixei uma nota em cima do balcão e vi que o garçom sorriu feliz. Pelo menos alguém estava feliz. 

 

Caralho! Por sete anos minha família me escondeu um filho!

 

Sete anos. 

 

ERA A MINHA VIDA. 

 

Eu vivi sete anos da minha vida motivado apenas pelo ódio da guerra! 

 

Se eu soubesse... ah se eu soubesse, Sakura... 

 

Preciso fazer alguma coisa. Imaginar o quanto a Sakura sofreu só fazia meu peito queimar mais e mais. 

 

Quantas noites de sono ela deve ter passado sozinha e acordada? Quantas vezes não sentiu medo? Como será que foi contar para os pais que o homem que lhe engravidou tinha a abandonado? 

 

A culpa pesava cada vez mais sobre os meus ombros. Era coisa demais para lidar sozinho. Eu queria correr por quilômetros e quilômetros. Sem rumo.

 

Mas acelerar a Harley não fazia tanto sentido agora. A adrenalina não me fazia pensar que eu estava vivo. Agora ela me matava envenenado, lentamente. Pilotei por mais alguns minutos, até chegar onde minha mente embaralhada desejava estar. 

 

Na casa da minha vizinha.

 

 

 


Notas Finais


[FINDMARYLIN]
ERA A VERDADE QUE VCS QUERIAM? ENTÃO TOMA!

Altas revelações e muitos b.o's sim, porque nós trabalhamos com isso rs

Vamos aos pontos altos:

FUGAKU QUEIMOU AS CARTAS e nós iremos queimar ele!

Vcs notaram que quem contou pro Sasuke foi a Mikoto? E o modo como o pensamento dela mudou na hora em que viu Ryou?

E o que dizer da Sakura P da vida com o Sai? No momento da treta toda ele estava apenas assistindo sem reagir kkkkkkk

Finalmente vocês descobriram o porque dos cabelos rosados: o câncer de mama da Tsu e o que ela falou pra Sakura... choremos juntos irmãos

Agora imaginem o que o Sasuke ta fazendo de madrugada na frente da casa da Sakura?

Preparem o coração.

XOXO Mari e Ray ❤️


[PEPPER-CHAN]
EPA EPA EPA tá achando que é fácil se livrar de mim?????? Nananinanão

CPUS ESTÁ DE CAPA NOVA! Quem prestou atenção? Gostaram????

E lembrem-se: FOGO NO FUGAKU!


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