História Casa do Limão(Pausada) - A Voz

_Vamos lá, Bakugou... - Mina implorava para o amigo explosivo.

  _Eu já disse não!

  _Tenho certeza de que dessa vez vai dar certo. O Kin é bem legal.

  _Eu não tô nem aí se ele é legal ou não é! Eu não quero nada com ele.

  _Você pretende ser a nossa vela para sempre? - Jiro perguntou.

  _Eu não sou vela.

  _Sério? Quando nós combinamos de fazer um encontro de casais no parque, você levou o seu gato. - Sero falou.

  _Mas eu disse que ia levar um gato.

  _A gente pensou que você ia levar um cara bonito, não um animal de estimação!

  _Não é culpa minha se vocês são burros e não entenderam o que eu disse. Se vocês estão tão incomodados com eu sendo a "vela" de vocês, não me chamem para a porra dos rolês!

  _Cara... O Bakusquad não é o Bakusquad sem o Bakugou. Por que você acha que nos chamam assim, afinal? - Mina falou.

  _E já passou da hora de você desencalhar, até o Denki já desincalhou e ele é um idiota. - Jirou disse.

  _Isso mesmo! - Kaminari concordou, então a fixa caiu - Hey! Lembre-se que quem tá namorando o idiota é você. - Jirou riu.

  _Estou pouco me lixando. Foda-se vocês com seus pares! Eu quero ficar sozinho. - disse, saindo de perto dos amigos, com passos pesados.

  _Mina, é bom desistirmos. Ele nunca vai mudar. - Kaminari falou.

  _Odeio ter que fazer isso, mas eu tenho que concordar com o Denki. - Jirou disse.

  Mina olhava para eles, inconformada.

  _É claro que nós não podemos desistir! Pelo amor de Deus, gente!

  _Meu bem... é muito complicado achar um par para o Bakugou. - Sero disse, apoiando as mãos nos ombro da namorada - Principalmente quando ele recusa ficar com qualquer um.

  Kaminari suspirou.

  _Se ele não fosse gay seria bem mais fácil.

  Mina deu um soco no ombro do Kaminari.

  _Ai! Qual é, Ashido!

  _Para de falar merda, Pikashu! Sabe o quanto foi difícil pra ele assumir isso.

  _Não me entenda mal, Mina. Eu só tô falando que, mesmo ele já tendo assumido que é gay, ele tem vergonha de namorar com outros caras.

  A rosada respirou fundo.

  _É verdade... se a nossa cidade não fosse tão homofobica...

  _Talvez não seja só por isso. - Jirou comentou - Talvez ele ainda não tenha superado o Hayato.

  _Você tem razão... mas ainda sim, não vai ser bom pra ele se ele ficar com a cabeça no passado, ele tá se fechando demais para o mundo. Ele tá até parando de andar com a gente.

  _Talvez seja porque ele acha que estamos tentando substituir o Hayato. - Sero supôs.

  _Acha isso mesmo?

  _Tenho quase certeza.

  _Nesse caso... Acho que eu vou lá tentar falar com ele sobre isso.

  Mina se despediu dos amigos e foi procurar o loiro.

◇》♡《◇

  Bakugou estava caminhando pela Universidade, sem rumo algum, apenas para esvair a mente, quando resolveu ir para o terraço.

  Ao sentir a brisa suave, quase que automaticamente, se sentiu melhor.

  _(Esse era o lugar favorito do Hayato...) - pensou, dando um leve sorriso, que logo se transformou em uma expressão de tristeza, mas antes de ele começar a chorar, ele ouviu algo.

"🎵There once was a bittersweet man and they called him, "Lemon Boy"

He was growing in my garden and I pulled him out by his hair like a weed

So, I figured this time I might as well let him be🎵

  O loiro reconhecia aquela música. Hayato vivia o enchendo, dizendo que aquela musica parecia ter sido feita para ele.

  Ele seguiu aquela voz... Era como se a chamasse...

  Foi então que ele avistou um garoto ruivo, de dentes pontudos, cantando a música.

"🎵Lemon Boy and me started to get along together

I helped him plant his seeds

And we'd mow the lawn in bad weather

So, I got myself a citrus friend🎵"

  Ele parecia tão calmo enquanto cantava, que a imagem do garoto tão tranquilo fazia com que o loiro se sentisse feliz, porém sua felicidade durou pouco.

  O ruivo se assustou ao abrir os seus olhos vermelhos e se deparar com um completo estranho o encarando enquanto sorria.

  Ele apertou as cordas do violão e se ergueu rapidamente, falando:

  _Desculpa por incomodar!

  Ele saiu correndo do terrasso.

  _Não! Espere! - ele gritou, tentando chamar a atenção do garoto, porém muitas pessoas começaram a aparecer, fazendo-o sumir em meio a multidão - Droga!

  Ele precisava saber quem era esse garoto e porque a voz dele fez seu coração acelerar.