História Casada com o Líder da Gangue - (Imagine BTS) - O Jantar pt.1

Yoongi

— Porra Taehyung, porque fez isso? Quase matou todos nós de susto!

Eu estava irritado.

Ele foi um babaca sem noção.

— Só foi uma brincadeirinha. —Taehyung diz rindo, logo sentando-se na poltrona de frente à nós.

— Apesar do susto, nós sabemos que ele não chegaria aqui sem dar um showzinho, não é mesmo?

— Foda-se Hoseok! Nós já falamos com ele sobre certas situações incômodas, e ele continua agindo como criança. Isso é um saco! —Grito.

— Sem gritaria, cacete! Tô com dor de cabeça ainda.

Bufo.

— Tá, mas você foi liberado ou fugiu do hospital? O que está fazendo aqui? —Jimin pergunta, o analisando.

— Eu já me sinto bem, então vim embora.

— Então não te deram alta?

— Nem precisaram. Já me sinto ótimo!

Taehyung disse, levantado-se de onde estava sentado, e cruzando os braços.

— Você é terrível!

Taehyung gargalhou.

— Eu sei Jungkook, por isso me dou bem como o líder de vocês!

— Menos, bem menos! —Eu digo, o encarando.

— Tá com ciúmes Yoongi?

Eu reviro os olhos.

— Tae, você não acha que chamou muita atenção atirando?

Ele dá de ombros.

— Melhor assim. Espero que aquele filha da puta fique sabendo que estou melhor logo, temos que acertar nossas contas.

— Melhor entre aspas, não é? Você não está cem por cento. —Digo.

— Tanto faz, pior já estive. Bom, vou ir para o meu quarto descansar um pouco, se precisarem de algo, estarei lá.

Taehyung diz saindo da sala, mas logo volta e aponta para nós 6, que nos entreolhamos confusos.

— E se forem me incomodar, batam na porta antes de entrar, beleza?

Assentimos, ele sai com um sorrisinho ladino.

— Imagino até porque temos que bater na porta antes de entrar. —Eu digo, me sentando no mesmo lugar que antes, estava ocupado pela bunda de Taehyung.

Os meninos riem, também entendendo.

Eu deixo escapar um riso irônico.

— Quero só ver onde isso vai dar... —Sussurro para mim mesmo.

Taehyung

— Aah, que saudades da minha cama! —Digo, tirando meus sapatos e me jogando na cama. Fecho os olhos e respiro fundo, mas o rosto de Aurora logo vem à minha mente e eu me sento na cama rapidamente.

— Que saco! —Resmungo. — O que essa garota está fazendo comigo?

Em um gesto irritado, eu jogo a cabeça para trás e passo a mão pelos cabelos, o bagunçando. Logo meu celular vibra indicando que recebi alguma mensagem, então o pego para ver quem me incomoda no momento.

— Já deveria ter imaginado... —Bufo.

@Aurora_verse

Oii V. Onde você está? Mamãe me disse que um paciente chamado V fugiu do hospital, e eu sei que é você. Fiquei preocupada. Aconteceu alguma coisa?|

— Puta que pariu, eu deveria ter lembrado que a mãe dela trabalha no hospital. —Digo para mim mesmo, frustrado.

@V_On7

|Eu só não estava mais aguentando ficar lá, já me sinto melhor, então estou bem. Não precisa ficar preocupada, princesa! :)

@Aurora_verse

Tem certeza mesmo?|

@V_On7

|Tenho sim, pode acreditar!

@Aurora_Verse

Menos mal!|

Bem, então já que você se sente melhor, que tal marcarmos um dia para irmos jantar? Você prometeu! <3|

— Porra, claro que prometi. Fiz a primeira coisa que veio a mente e me arrependi tarde demai Agora tenho que fazer isso de qualquer jeito se não, ela não vai me deixar em paz!

@V_On7

|Não se preocupe princesa, eu estou lembrado da promessa! Que tal sairmos juntos hoje, uh?

@Aurora_verse

HOJE? EU TOPO!|

Para onde vamos?|

@V_On7

|É surpresa! rsrs

|Posso passar na sua casa para te pegar às 20:00h?

@Aurora_verse

Não aqui em casa, por causa da minha mãe que ainda não sabe sobre você. Que tal eu te esperar em frente à lanchonete de frango frito? É na esquina da minha casa. :)|

@V_On7

|Você pretende me esconder da sua mãe até quando? :(

@Aurora_verse

Desculpa, eu não gosto de estar fazendo isso...|

Então se você preferir, pode vir me buscar e você já se apresenta para a minha mãe. Que tal?|

@V_On7

|Como namorado?

@Aurora_verse

Tá louco? KKKKKKKKKKKK|

Nem nos conhecemos pessoalmente ainda. Talvez depois do jantar... ;)|

@V_On7

|Tudo bem princesa, eu só estava brincando. KKKKKKKK

|Preciso ir. Até às 20:00h! <3

@Aurora_verse

Até!! <3|

Desligo o celular e respiro fundo, frustrado.

Não estou me reconhecendo.

Não queria que nada disso viesse à acontecer, pois colocará minha vida, a vida dos meninos, e a vida de Aurora em risco. Ela é só uma garota que deve ter muito o que viver ainda e que não merece perder seu tempo comigo. Mas ainda assim, é uma garota que está mexendo completamente comigo, por sinal. Acho que por isso eu não consigo afastá-la, apesar de saber que esse é o melhor a se fazer, ao mesmo tempo que quero e sei que é necessário, eu não consigo!

[...]

Aurora

Já era 19:25, eu estava quase completamente pronta. Comecei a me arrumar às 18:00 de tanta ansiedade e nervosismo que estava sentindo. Minha mãe já me chamou milhares de vezes, estranhando minha demora dentro do quarto com a porta trancada.

— Essa noite vai ser incrível! —Disse para mim mesma, me olhando no espelho.

Estou com um vestido de alcinhas, vermelho longo e liso, com uma fenda na perna direita que vai mais um pouco àcima da coxa até o pé.

Não sou muito de usar saltos, mas coloquei um dourado com pedrinhas brilhantes que é muito lindo, e é o único que tenho. Sorte que combinou muito com o vestido. Meu cabelo está apenas solto, prefiro ele assim. A maquiagem é apenas base, pó, batom vermelho, rimel, e iluminador. Também não sou muito fã de maquiagem extravagante.

Assim que termino, pego meu celular para enviar meu endereço para o V.

— Espero que ele esteja tão nervoso quanto eu. —Digo assim que abro meu celular no chat de conversas.

Por incrível que pareça, ele já tinha me mandado uma mensagem às 19:30, e agora são 19:48.

@V_On7

|Esqueci de perguntar seu endereço. KKKKKKKKKK

|Já está pronta?

@Aurora_verse

Estou sim! KKKKKKK|

Daechi-dong, 1977.|

@V_On7

|Daqui a 11 minutos estou aí! :*

@Aurora_verse

Ok, dirija com cuidado. <3|

O problema agora é explicar tudo pra mamãe. Justo hoje ela está de folga.

Penso na melhor história que posso contar para ela de como nós nos conhecemos.

Só não posso dizer duas coisas: Primeiro: Que a gente se conheceu na Internet. Segundo: Que nunca nos vimos pessoalmente.

Ela seria capaz de mudar de país por causa disso.

Pego minha bolsa, abro a porta do meu quarto e saio. Assim que desço as escadas, vejo mamãe sentada no sofá assistindo TV. Assim que escuta o baralho do meu salto, ela me olha boquiaberta e se levanta desligando a TV.

— Onde você vai?

Essa é a primeira pergunta que ela faz. Seu rosto denunciando total espanto.

— Vai sair com quem? E esse vestido? Isso tá muito vulgar Aurora, vai se trocar e pôr uma roupa de ficar em casa!

Cruzo os braços em petulância, e ela me encara.

— Mãe, é o seguinte.

Melhor falar tudo de uma vez enquanto houver coragem.

— Eu já sou adulta, conheci um cara, e vou jantar com ele, ponto!

Ela abriu a boca para contestar, mas fechou e respirou fundo, para depois me olhar e me responder.

— Eu sei que você já é uma adulta, filha. Mas pra mim você continuará sendo uma menina. —Ela diz, então. — Mas entendo que você cresceu e precisa conhecer pessoas. MAAAAS...

— Ih, lá vem... —Reviro os olhos, já sabendo o que vinha logo em frente.

— Eu quero conhecê-lo primeiro!

Sabia!

— Tudo bem, mãe. Na verdade, você meio que já o conhece...

Ela fica em choque.

— É o Jack? Aquele menino que vivia atrás de você na escola?

— O QUÊ? CREDO, NÃO!

Faço careta e ela me olha torto.

— Poxa filha, achei que você tinha dado uma chance para o garoto. Mas então quem é esse?!

Na mesma hora, a campainha começa a tocar. Verifico meu celular e vejo que já são 20:01. Mamãe olha pra mim como se dissesse "Eu vou lá", então me apresso em segurá-la pelos braços.

— Eu atendo! —Digo com firmeza, e ela me olha torto.

Dou um sorrisinho vergonhoso e vou atender a porta.

Assim que a abro, visualizo V, e sinto meu rosto batendo no chão quando percebo o quanto ele é realmente bonito. Ele está com uma jaqueta preta com detalhes, super estilosa, e por baixo, usando uma "camisa" branca. Está com uma calça jeans meio rasgadinha, mas nada extravagante, e um tênis preto. O cabelo está incrivelmente lindo, do mesmo jeito que vi na primeira vez. Ele está deslumbrante, parece até irreal!

— Meu deus, eu estou sonhando... —Falo sem pensar, o olhando de cima à baixo.

Ele dá um sorrisinho cínico de lado, e me olha.

— Você não está sonhando.

— O-oi? Ham...

Ele ri. E meu deus, que risada gostosa de se ouvir!

— Você está linda, princesa.

É AGORA QUE EU VOU DESMONSTAR, É AGORA!

Depois de passar os olhos por mim, ele olha nos meus olhos, parecendo enxergar até minha alma. Fixo meus olhos nos seus, e só quebramos o contato quando escuto minha mãe me chamar, e só então percebo o quanto estou trêmula.

— Pode entrar. Fique à vontade! —Dou espaço para ele entrar, e fecho a porta em seguida.

Rapidamente seguro em sua mão e o levo para a sala. Ao vê-lo, mamãe arregala os olhos e suas primeiras palavras são:

— Eu preciso de um segundo de silêncio.

Eu solto a mão de V, ele olha para mim segurando o riso e põe as mãos no bolso e eu solto um "mãe" bem baixo e arrastado.

Depois de alguns segundos, ela nos olha e senta no sofá.

— Você não é o paciente V? Porque fugiu do hospital sem mais nem menos?

— MÃE! —A repreendo.

— O que foi? Eu fiquei preocupada. Não posso perguntar agora que tenho uma oportunidade? —Dá de ombros.

— Tá tudo bem, eu explico.

V diz, topando em meu ombro com um sorrisinho sincero e cauteloso. Então eu me acalmo.

— Bem, primeiramente senhora...

— Hana. Pode me chamar de Hana!

— Senhora Hana, muito prazer. Me chamo V, como a senhora já sabe, mas não tivemos chance de nos apresentarmos apropriadamente.

Ele diz, indo até minha mãe e apertando a mão dela sorridente. Muito galanteador.

Vejo os olhos da minha mãe brilhar, e eu abro um sorrisão.

— Você é muito bonito, bem diferente do seu nome. E Aurora, você deveria ser educada assim como ele, garota!

Eu a encaro furiosa.

— Não que seu nome seja feio, é só que... bem... é esquisito.

— MAMÃE!

A repreendo pela segunda vez.

— Sem problemas, eu concordo com ela. Meu nome é esquisito mesmo. —Gargalha.

— Tá vendo filha? —Diz convencida. — Agora me diz, meu filho. Porque você fugiu do hospital? E a sua perna está boa mesmo?

— Senhora Hana, com todo o respeito porque eu sei que a senhora ama a sua profissão e tem total respeito por isso, então perdão se o que eu disser agora, te ofender.

Mamãe estreita os olhos para ele e se ajeita no sofá. Eu a conheço e sei que qualquer coisinha que o V falar que a ofender, ela vai passar a noite toda dando sermão no coitado.

— Prossiga.

Ela diz, totalmente atenta.

— Eu nunca gostei de hospitais por algumas coisas que aconteceram no passado. Eu odeio hospitais, de verdade. Então mesmo que eu não me sentisse cem por cento, o que não é esse o caso, eu fugiria daquele lugar do mesmo jeito. E sim, minha perna está boa graças à você. Obrigado.

Vejo mamãe soltar um suspiro de alívio.

— Tudo bem, não me ofendeu. É uma questão pessoal sua, então eu entendo! Fico feliz que sua perna está boa. —Levanta-se do sofá sorrindo. — Só tenho mais algumas perguntas e caso seja respondida seriamente, eu deixarei vocês irem.

— MÃE, NÃO!

Ela apenas acena com a cabeça em um sim.

Olho o relógio na parede para checar o horário, e já são 20:27.

— Mãe, você está nos atrasando. Deixe a gente ir, por favor. Prometo que quando eu voltar eu te explico tudo! —Peço suplicando com o olhar.

Ela me encara e revira os olhos.

— Então só me respondam apenas duas coisas rápidas.

Bufo.

V passa a mão pelo meu cabelo assentindo para mim. Ele é tão fofo.

— Tá bom.

Ela sorri convencida.

— Onde vocês se conheceram, e quantos anos o V tem?

— Deixa que eu respondo. —V diz. — Nos conhecemos no hospital, e eu tenho 24 anos.

— Se conheceram no hospital mesmo? E porque já estão saindo juntos então?

— Não eram apenas duas perguntas rápidas mãe?

— Tá, tá, tudo bem. Podem ir!

Eu abro um sorriso para V, e ele retribui.

— Tchau mãe, e obrigada. —Vou até ela, e a abraço.

— Tenham cuidado! Que horas vocês voltam?

— Hmmm... Como você nos atrasou, eu não sei o horário certo. Mas bem, eu voltarei uma hora ou outra. —Digo gargalhando.

— GAROTA, NÃO ME TESTA!

— Relaxa mãe.

— Não se preocupe senhora Hana, ela vai ficar segura.

Ela assente e dá tchau. Eu puxo V para fora e fecho a porta.

— Desculpe pela minha mãe. —Digo envergonhada.

— Tudo bem princesa. Eu gostei do jeito dela.

— Sério? —Digo surpresa.

— Porque não gostaria? Ela me parece muito legal e divertida.

Eu sorrio.

— Aliás V, eu nem retribui seu elogio...

Sinto minhas bochechas corarem de vergonha, mas eu não posso deixar de elogiá-lo, ele é muito lindo.

Ele me olha atento.

— Você é muito mais bonito pessoalmente, e eu não consigo acreditar que vou sair com você.

Ele gargalha.

— Obrigado, princesa.

V diminui um pouco da distância que estava entre nós, e me dá um beijo na bochecha.

— Vamos?

Fico envergonhada, mas assinto.

O carro dele era uma Lamborghini preta, muito linda e luxuosa.

Ele abre a porta do carro para mim e me dá espaço para entrar. Eu agradeço e entro, logo ele fecha a porta e entra pelo outro lado também, pondo o cinto de segurança. Tento fazer o mesmo, mas eu estava tão trêmula, que so percebi quando tentei encaixar o cinto e falhei miseravelmente. V olhou para mim e deu um sorrisinho, obviamente rindo do meu desespero. Sinto uma gotícula de suor se formar na minha testa.

— Precisa de ajuda aí? —Perguntou ainda rindo.

— Eu acho que sim. —Dou um risinho sem graça.

— Certo, vou te ajudar.

Meu corpo trava totalmente no lugar quando V chega mais perto de mim, e um lado do seu rosto fica mais perto do meu. Fito sua boca, e meu deus, como é linda. Eu não tinha percebido o quando ele está cheiroso até ele chegar tão perto de mim. Só percebo que ele está me olhando quando passa a língua entre os lábios e topa em minha bochecha calmamente.

— Gosta do que vê?

Eu desperto do transe.

— Eu... ham...

— Você está tremendo muito. Tá passando mal?

Ele parece entender meu pedido silencioso e nervoso, então muda de assunto, parecendo estar mesmo preocupado.

— Não, tá tudo bem. Só estou um pouco nervosa porque bem... eu nunca sai para jantar com nenhum garoto antes, principalmente sem conhecê-lo.

— Ah meu bem, não se preocupe, ok? Fica calma, você está linda.

— Obrigada. —Digo tímida.

Em resposta, ele me lança um sorriso e liga o carro, logo estamos passeando pelas ruas iluminadas de seul.

— V... Posso abrir? —Pergunto, apontando para a janela do carro.

— Você pode tudo, princesa. Fique à vontade.

Eu sorri, assim abrindo a janela do carro e sentindo a brisa um pouco gélida da noite no meu rosto. Me inclino mais um pouco e fecho os olhos, sinto cabelos voando pelo vento, e senti como se eu também pudesse voar à qualquer instante, nunca tinha sentido isso antes. Estava feliz e me sentindo completamente viva.

Taehyung

Eu odeio sair com as janelas do meu carro abertas, mas vê-la tão empolgada com o meu sim sobre isso, me fez sentir como se tivesse feito a coisa certa. Desvio um pouco meu olhar da pista para olhá-la, e ela estava com os olhos fechados, sorrindo, e seus cabelos voando ao vento. As luzes do caminho refletiam no seu rosto, e eu juro que nunca tinha visto uma pessoa tão linda assim na minha vida. Deixo um sorriso sincero e voluntário escapar, e volto a olhar para a pista.

— Ela é linda, não acha?

Ela diz.

— Você? Sim, muito linda. —Digo.

— Não estou falando de mim, bobo. Estou falando da vida! —Ri.

— Aham, muito linda. Você não sabe o quanto. —Sussurro sarcástico. Mas baixo o suficiente para apenas eu escute.

— Falou alguma coisa?

Nego.

— Mas não é linda mesmo? É dádiva poder sentir essa brisa no nosso rosto, sabe? Eu me sinto viva e livre. E por um instante, sinto que sou a pessoa mais feliz desse mundo.

Eu a olho, e penso no que estou fazendo. Não quero estragar a vida dela, não posso fazer isso. Ela precisa continuar pensando e vivendo assim, não quero ser o causador de dor, de medo, e ser o responsável por estragar o pensamento dela sobre a vida. Ela tem muito o que viver, e precisa ser feliz.

Decido então que depois de hoje, vou sumir de sua vida. É melhor ela sofrer de desilusão por um tempo, do que sofrer com raiva, dor, medo, pânico e decepção para o resto da vida. Não quero que ela viva igual a mim, não quero que viva se escondendo e muito menos que seu futuro seja matar, morrer ou ir para a cadeia. Ela merece mais, muito mais do que eu possa te dar!

— No que está pensando?

— Em nada.

— Tem certeza? Você parecia estar viajando para algum lugar longe. —Ri.

— Não era nada. —Sorri.

Depois de um tempinho, chegamos ao lugar escolhido por mim, para o nosso jantar. Paro o carro e primeiro tiro meu cinto de segurança, depois o dela. Saio do carro e abro a porta para ela passar, assim fechando e travando o carro em seguida. Ela olha para a frente do restaurante de boca aberta e agarra meu braço me chacoalhando.

— É aqui mesmo onde vamos jantar? Você tem certeza que não está enganado?

Gargalho.

— É aqui mesmo. Vamos entrar! —Pego a sua mão, e ela me olha.

— Você é uma caixinha de surpresas! —Sorri. — Não estou reclamando, é um elogio.

— Obrigado. —Acaricio sua cabeça. — Vamos?

Ela assente e entramos no restaurante.

Ela está maravilhada com esse lugar, não para de sorrir por um segundo sequer, e cada vez mais eu vou sentindo uma culpa misturada com felicidade dentro de mim, mas é incômoda. Eu definitivamente não deveria estar fazendo isso com ela. Quero muito que depois de hoje, ela não sofra tanto com meu sumiço repentino. Mas não posso jogar a verdade pra ela de quem eu sou de verdade e o que eu faço para explicar o porquê tenho que sumir esperando que a ferida que vou causar doa menos. Vai ser melhor se eu apenas sumir sem dar explicação, porque vai cicatrizar mais rápido... Espero que ela fique bem, porque ela merece encontrar alguém melhor que eu, que te dê o valor que merece e não te engane, assim como estou fazendo. Ela é muito para mim, e eu não serei nada para ela!

💭 💭 💭

Continua...