História Caso 669 (imagine Han Jisung - Stray kids) - Vamos ver quem vai te ajudar

S/n On

Não estou sendo precipitada, eu não aguento mais o Jackson, tudo isso está sendo tão  insuportável, o jeito dele obsessivo por mim. Eu achei que gostava dele, na verdade achei que amava, eu fui alertada mas preferi fechar meus olhos achando que um dia ele iria melhorar, eu sou tão burra!

Eu liguei para Jisung, eu vou arrumar minhas coisas e parece que terei que ficar pelo menos dois dias em algum hotel já que ele está a esperando minha confirmação.

Volto para o quarto vendo Jaebeom e Jackson vendo os dois ainda jogando vídeo game, eu estou puta, mas não quero começar uma briga, eu estou cansada de chorar, cansada de tudo isso.

Vou até o guarda roupa e pego uma mochila, pego cada peça de roupa e vou colocando dentro da mochila, vou pegar só as peças mais importantes, o resto eu pego com o tempo, nem vai fazer muita falta. Nessa casa nada é meu, apenas minhas roupas e meus materiais de trabalho o que eu irei levar tudo comigo.

– O que está fazendo s/n ? – Jackson pergunta se levantando.

– Eu estou saindo dessa casa. – Falo sem encara-lo.

– O que ? Mas que besteira é essa ? – Ele me vira pra si, dá pra ver seu rosto confuso.

– Como você pôde Jackson? – Pergunto olhando em seus olhos, e dava pra ver seu olhar confuso. – Me trair na nossa própria casa.

– Ah! Isso... – Ele diz parecendo se lembrar.

– E você nem liga, como eu fui idiota, eu sempre fui fiel a você, dei sempre meu melhor. E você devolve me traindo? – Falo e volto a arrumar minhas coisas, estou me segurando pra mim não chorar, mas está difícil.

– Você que ficou de graça primeiro? Acha que eu sou otário ? – Ele diz já mudando sua voz pra mais sério.

– Eu já disse que não te traí Jackson! – Falo impaciente.

– Deve estar escrito na minha testa "palhaço" só pode, você dormindo na casa de outro cara sendo casada com outro, qual é o seu problema? – Ele diz me virando novamente pra si para que eu o encarasse. – Quer que eu pense o que ? É uma puta mesmo! Se eu fosse outro já te expulsaria desse apartamento.

– Eu só dormi lá porque você me deixou para fora, isso tudo é culpa sua! – Falo o incrédula com suas palavras, como ele pode dizer tais coisas, afirmando atos que nem ao menos fiz. – Não precisa me expulsar. Estou indo embora daqui.

– E pra onde pensa que vai ? Não tem nem onde cair morta. – Ele diz com deboche.

– Eu não sei mas vou achar outro lugar, nem que eu more na rua mas aqui eu fico mais. – Assim que digo isso, fecho minha mochila e vou até o banheiro pegando minha escova de dentes.

– Enlouqueceu ? – Ele me segue indignado, saio do banheiro e guardo a escova na mochila, olho para o quarto vendo Jaebeom sentado na cama sem entender muita coisa.

– Não, o louco aqui é você! – Falo irritada. – Adeus e não me procure mais, nós não somos mais um casal.

Recebo uma mensagem e vejo que é Jisung. "Já cheguei. Quer ajuda com algo?"

"Não, já estou in..."

Meu celular é tirado da minha mão com brutalidade.

– Han Jisung. – Jackson diz e joga meu celular no chão. – Vai me deixar por causa de ser moleque ?

Jackson vem em minha direção e eu recuo. Ela pega em meus cabelos e puxa me levando até o quarto.

– Sai daqui Jaebeom. – Ele diz me encarando com raiva.

– Cara não faz isso. Você vai se arrepender. – ele diz tentando chegar perto mas Jackson o para.

– Sai daqui antes que eu te tire a força, agora aqui é só entre nós dois. – Ele diz e o Jaebeom me olha de relance, eu nego com a cabeça mas ele cede a Jackson e sai. – Agora sua mal agradecida, depois de tudo que eu fiz por você, você vai ter o que merece.

Tento sair da cama pelo outro lado mas Jackson me puxa pelas minhas pernas.

– ME SOLTA! – Tento chuta-lo mas minhas pernas são imobilizada pelo seu corpo sentado.

– Isso grita o quanto quiser, vamos ver quem vai te ajudar. – Novamente ele puxa meus cabelos fazendo eu o olhar. – Você vai aprender a como...

O corpo dele cai todo sobre o meu rápido, tirando meu ar. Logo ele cai do meu lado e vejo Jisung o empurrando pra longe de mim. Me levanto rápido e o abraço forte, não consegui conter às lágrimas.

– Obrigada. – Falo e minha voz sai abafada por estar em contato com seus ombros.

– Eu devia imaginar que isso iria acontecer, se não fosse o cara me avisar, eu não sei o que teria acontecido com você. – ele diz e retribuí o abraço.

– O que você fez com ele? – Pergunto e olho para Jackson, limpo meu rosto e volto a olhar para Jisung.

– Ele só está desacordado. Pegue suas coisas e vamos sair daqui o mais rápido possível. Você vai prestar queixa contra ele. – Jisung diz e vê minha mochila no chão. – É sua ?

– Sim. – Falo e ele a pega, olho em volta vendo se não tem mais nada, o que sobrou eu vou deixar, não quero ter que voltar aqui.

– Podemos ir ? – Afirmo e ele pega em mão me puxando. Quando íamos sair vejo meu celular no chão e o pego. – Quebrou a tela, quando der nós levamos no concerto.

Ele segue até o elevador e eu dou uma última olhada no apartamento. Nem parece que vivi tantas mentiras aqui, espero que eu possa ser mais sabia daqui pra frente. Saio do apartamento e fecho a porta, logo sigo Jisung.

– Você vai atrás tabom ? – Ele diz e eu afirmo.

– Mas porque ?

– É que... Você vai ver. – Ele diz meio sem graça.

Saímos do prédio e avisto seu carro, vejo uma bela moça no banco da frente e ela sorri pra mim.

– S/n essa é a Mina. – Jisung diz nos apresentando.

– Estou muito feliz de te conhecer s/n. Eu escutei tantas coisas legais sobre você. – Ela diz e eu acabo sorrindo e olho para Jisung.

– Foi o Seungmin que disse. – Jisung diz e da a volta para entrar no carro. Abro a porta de trás e entro.

– Vocês são...

– Não. – Mina diz simples me cortando. – Mas querem que sejamos.

– Quem ?

– Nossas mães. – Ela diz e se vira pra trás. – Aliás, o que está acontecendo? Jisung estava todo preocupado e não falou nada com nada.

– Eu? Preocupado... Você se enganou. – Ele diz dando partida no carro.

– Você veio correndo pra cá. – Mina diz fazendo ele a fuzilar com o olhar. – Não está mais aqui quem falou.

– Você pode me deixar em um hotel qualquer. – Falo olhando pela a janela do carro.

Acho que atrapalhei o encontro dos dois, por isso não gosto de depender de ninguém, sempre tem alguma coisa, mas ou eu chamaria ele, ou apanhava mais do Jackson.

Passo minha mão por trás do cabelo e me recordo de quando ele puxou, o local ainda está sensível mas acho que logo passa. Ei só queria entender o por quê de tudo isso estar acontecendo comigo. Eu não lembro de ter jogado pedra na cruz ou algo do tipo.

– Vamos prestar queixa s/n, é o melhor a se fazer agora e depois vemos o que fazer. – ele diz me olha do pelo retrovisor do carro. – Eu vou te deixar na sua casa Mina.

– Tabom. Vocês não querem ajuda ? Foi algo tão sério. – Ela diz empática.

– Não vai precisar. – Ele diz e sorri fraco pra ela.

– S/n.

– Hm?

– Se precisar de algo, pode falar comigo. Se quiser passar um tempo lá em casa. – Mina diz voltando a se virar.

– Muito obrigada Mina, só que vou deixar essa passar. – Falo e ela afirma. Acho que ela entendeu que por eu não a conhecer  fica estranho pra mim.

[...]

Jisung On

– VOCÊ FEZ O QUE ?! – MinHo dá um tapa na minha nuca me fazendo gemer de dor.

– Eu já falei. – Digo bravo.

Eu trouxe a s/n para o distrito e MinHo ainda estava aqui, ele que fez o boletim e disse que iria investigar o caso. Mas depois de tudo eu mandei s/n para a nossa sala porque ele queria saber como que eu fui parar nisso tudo e eu contei.

– Olha... Ela teve sorte por você ter chegado bem na hora. Mas vocês pode ter deixado sequelas nele, se ele te processar você...

– Eu nada. Ele não devia tratar a s/n como ele tratou, eu vi com meu próprios olhos o roxo no braço dela uma vez. Eu devia era ter... – Falo irritado.

– Você devia ficar na sua, deixa que eu cuido disso e leva ela para algum lugar seguro. – MinHo diz se virando de costas pra mim.

– Doce como um limão. – Falo revirando os olhos e vou até a minha sala.

Abro a porta e vejo a sala escura, ligo a luz me deparando com a s/n dormindo com a cabeça encostada na mesa. Assim ela vai ficar com dor no pescoço.

Será que eu levo ela pra algum hotel ou pra minha casa ? Se ela tivesse aceitado antes já éramos pra estar na casa nova. Agora tenho que aguardar a mensagem de Eric para a confirmação.

S/n se mexe e logo levanta a cabeça devagar, seus olhos continuam fechados por conta da claridade e aos poucos vai abrindo.

– Você está melhor ? – Pergunto me aproximando.

– Sim. – ela diz e sorri fraco. – Eu sei que já disse isso, mas eu queria agradecer novamente... Eu não sei o que teria acontecido se você não tivesse chegado lá. – ela fala e abaixa a cabeça. – Eu sei que devia ter te escutado e agora você deve estar pensando "até que enfim acordou pra vida" mas... Eu queria que entendesse que não foi fácil.

– Eu não estou pensando em nada, só estou feliz em ver que consegui te salvar daquele idiota. – Falo a encarando.

– Tudo que eu sempre quis foi ser uma investigadora de sucesso, salvar todos a minha volta, até que eu consegui certo ponto, mas tudo ficou tão mais complicado do que o normal. E eu não lembro quando. – Ela diz se levantando. Observo seu jeito sem graça e solitário, ela brinca com os dedos não querendo me encarar.

– S/n.

– Hm? – Ela diz sem me olhar.

– Olha pra mim. – Falo e ela levanta a cabeça devagar. – Posso te dar um abraço?

Quando meu pai era vivo, tudo que ele dizia era "Se ninguém muda o mundo, tente muda-lo." Essa frase sempre foi complicada pra mim, achava difícil como eu poderia mudar um coisa imensa, e agora eu percebo que o que ele falava não era tudo em si, e sim ao seu redor. S/n Não é uma garota e sim uma mulher, foi criada por seus pais mas por algum motivo da natureza, claro, sua vida complicou. Ela não lembra quando mas desde esse dia ela parece não ter tido alguém realmente pra se apoiar, suportou tudo sozinha e não se abriu pra ninguém, até onde eu saiba.

Ela teve sim ajudas mas usaram isso contra ela, é a primeira vez que consigo entender o sofrimento de alguém. Eu sempre fui um tolo, brincalhão, nunca curti muito essa coisa mais emocional, mas quando comecei a falar com a s/n, eu tive curiosidade. A curiosidade de tentar entender porque ela é tão... Persistente.

– Sim... – Me aproximo mais dela e envolvo em um abraço apertado.

– Você pode sair dessa, mas tem que confiar mais em mim, ok ? – Falo e ela afirma com a cabeça. Sinto algo molhar meu ombro e logo percebo que s/n está chorando. – Bebezona.

– Só vou deixar essa passar porque estou sensível. – Ela diz e acabamos rindo. Limpo seu rosto, ela me encara curiosa e eu sorrio de lado.

– Você vai ser uma investigadora de sucesso, a melhor de todas, e eu vou te ajudar, nós vamos encontrar essas garotas e...

– E se eu... Nós... Nós não conseguirmos. – Ela diz tristinha.

– Nós vamos. Eu sei que vamos. – Falo e me lembro da autópsia. – Já temos duas coisas pra amanhã.

– O que ?

– Autopsia e depoimento do Changbin. – Falo contando nos dedos. – Mas pra termos sucesso temos que descansar bem. Vamos pra minha casa.

– Não. Me deixa em um hotel por favor, pelo menos só hoje. – Ela diz segurando minha mão. – Eu quero ficar um pouco sozinha.

– Tudo bem.