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História Castle Of Glass - Bloodspear Memories (Part One)


Escrita por: fuckCollins

Capítulo 7 - Bloodspear Memories (Part One)


“Memórias Sangrentas (Parte Um)”  

                                                                      

  

Pôs uma leve pressão na lâmina, encostando-a na pele da palma de sua mão sem cerimônia e sentiu o metal afiado deslizar por sua pele e um corte horizontal ser criado. O sangue manchou o metal afiado e escorreu para fora da ferida, ela o encarou com um sorriso misterioso. Castiel aumentou o aperto em sua mandíbula, esperando que ela sangrasse no sigilo em seu peito. Meg pôs sua mão cortada sobre a ferida dele e esperou seu sangue gotejar algumas vezes sobre a mesma antes de sair de cima dele.  

  

─ Voilá! ─ Ela sorriu satisfeita, deixando seus olhos avaliativos sobre ele. Em nenhum momento ele havia murmurado em dor, muito menos gritado. Castiel apenas manteve-se quieto até que ela terminasse de esculpi-lo e Meg sabia que aquilo havia sido dolorido para ele. Ele afundou suas unhas na terra fofa e rangeu os dentes ferozmente no momento que a ferida começou a brilhar. Ambos sabiam que era o sangue dela reagindo contra o dele e ele pressionou as costas contra a madeira atrás de si com mais força e mesmo assim nenhum som havia escapado de seus lábios. Meg sorriu se divertindo com a cena. ─ Tão orgulhoso em, Clarence.  

  

Ela puxou uma das mochilas ao seu lado para mais perto de si e tirou da mesma um pequeno pedaço de lenço branco, usando o mesmo para limpar o sangue em suas mãos. A morena não tirou os olhos sobre ele, vendo-o relaxar aos poucos e sua cabeça se apoiar na madeira úmida, sua respiração ofegante começou a voltar ao normal à medida que o brilho vermelho do sigilo foi se apagando, só deixando uma ferida aberta, incapaz de cicatrizar.  

  

─ Então... ─ Ela engatinhou até ele, ficando tão próximo até que ela pode soprar sua respiração quente sobre o rosto dele. Castiel a encarou sério, mas não irritado com a proximidade. ─ Eu adoraria rolar com você sobre o mato, penas. ─ Ele franziu as sobrancelhas, confuso, arrancando uma risada dela. ─ Mas eu prefiro um quarto de motel, sem falar que seus ex-namorados devem estar preocupados. ─ Castiel continuou em silêncio, incapaz de manter seu olhar junto com o dela e Meg sorriu satisfeita sabendo que ele estava desconfortável com aquilo, mas ela foi forçada a se afastar assim que ele se pôs de pé a ignorando. Ela também se levantou e o assistiu puxar a camisa branca do hospital de volta para seu corpo, o cobrindo. ─ Tudo bem, vamos procurar a estrada e cair fora daqui. ─ Ele apenas acenou pensativo, ainda desconfortável com a marca em seu peito. Meg jogou uma das mochilas para ele e ele se contraiu quando a bolsa atingiu seu estômago em cheio e ela riu com a expressão confusa que ele fez. 

  

─ Meg...  

  

─ Vamos, me mostre que não é tão inútil. Carregar uma não vai matá-lo, garoto. ─ Ele apenas inclinou a cabeça para o lado e Meg ignorou o leve sorriso que surgiu nos lábios dele. O anjo colocou uma das alças da mochila em um dos seus ombros e a observou fazer o mesmo. Meg o encarou, percebendo o olhar insistente dele sobre si. ─ O que é? ─ Ele apenas continuou com o curto e bonito sorriso em seus lábios e ela bufou em irritação. ─ Se continuar me encarando assim vou chutar sua bunda angelical, Clarence. ─ O sorriso no rosto dele só pareceu aumentar, a única diferença foi o olhar confuso que ela recebeu dele. ─ Oh, vamos. Pare com essa porra irritante.  

  

Ele piscou e finalmente desviou o olhar dela ainda com um sorriso em seus lábios. Meg bufou impaciente e começou a se afastar da beira do riacho em busca de algum sinal da estrada. Castiel a seguiu, seus passos mais largos a deixando para trás rapidamente. A morena não se importou e o observou olhar a floresta ao seu redor com admiração e entusiasmo. Rapidamente ela se pôs a pensar no que havia de errado com ele, obviamente a cabeça dele ainda estava ferrada. Mas ela não imaginou que ele iria acordar de uma forma tão abrupta como aquela. E ainda havia ela. Meg o encarou, vendo-o deslizar as mãos pelos galhos das árvores mais baixas e tocar as folhas com animação. 

─ Vejamos se não é um bebê de asas. ─ Debochou. Ela ainda sentia-se normal, ao menos quando estava sem usar seus poderes. Toda vez que ela forçava um pouco, podia sentir a queimação interna surgir lentamente, mesmo que muito fraco. Talvez aquilo não bloqueasse seus poderes em um todo, mas a mantinha presa dentro daquele corpo. ─ Ótimo. ─ Ela murmurou aborrecida.  

  

─  Você parece aborrecida... ─  Meg desviou sua atenção rapidamente para ele, não vendo o curto sorriso nós lábios dele, porém Meg sabia que ele estava lá. ─  Quero dizer. Não que isso não seja normal em você e nem bonito ─  Ela revirou os olhos. ─ Mas sua preocupação me deixa incomodado.  

  

─  Então a ignore e me deixe em paz. ─  Ela murmurou. Castiel finalmente virou-se e a encarou pensativo, fazendo-a suspirar. Ela continuou andando notando que ele havia encurtado suas passadas até estar caminhando lado a lado com ela.  

  

─ Talvez você queira falar sobre isso...  

  

─ Oh Deus, Clarence. Juro que se você não fechar seu bico, eu mesmo vou fazê-lo para você. ─ Castiel apertou as sobrancelhas em sua testa rápido e suavemente, ainda encarando-a com interesse. Meg suspirou ao perceber que ele ainda insistia em encará-la. ─ Estou começando a sentir falta de quando estávamos pronto para matar um ao outro a qualquer momento.   

  

─ Por quê? ─ Ele a olhou curioso e Meg teve que segurar-se para não revirar os olhos mais uma vez. ─ Eu gosto do agora. Não vejo motivo para feri-la. ─  Uma risada irônica escapou dos lábios dela e ele continuou a fitando curioso.  

  

─ Você está mesmo quebrado, menino bonito. ─ Eles finalmente ficaram em silêncio e Meg agradeceu a seja lá quem for por isso. Ele parecia pensativo agora, sua face havia se tornado um branco comum que ela reconhecia como normal em Castiel. O anjo pendurou as duas alças da mochila em seus ombros, enganchando seus dedos nelas como se ele não carregasse peso algum em seus ombros. O silêncio perdurou por muito tempo enquanto ambos caminhavam pela mata, Meg havia conseguido escutar o barulho de um motor passar por ali perto e agora os dois estavam seguindo em direção aonde o ruído havia os indicado que estava a estrada mais próxima.  

  

Ela suspirou entediada com o silêncio, mas era preferível assim a Castiel resmungando suas idiotices angelicais para ela. Já estavam a um bom tempo caminhando e sua respiração já estava um tanto ofegante, ele não estava diferente com ela podendo ver o ar que saia dos pulmões dele rapidamente congelar, transformando-se em fumaça. O seu corpo estava extremamente frio e ela podia sentir seus lábios rachados e sua respiração se tornar cada vez mais pesada por conta do frio. Ela correu seus olhos negros sobre ele, Castiel deveria estar bem pior, tratando-se das roupas finas que usava. Meg pode perceber os pelos do corpo dele eriçados, os lábios dele estavam roxos pelo frio e ela já podia perceber os tremores involuntários em seu receptáculo.  

  

Quando seus olhos encontraram o local da ferida, ela finalmente percebeu a mancha de sangue se formando sobre a camisa. Ela franziu as sobrancelhas, pensativa. Castiel não parecia nem um pouco incomodado, ou ele estava ignorando a dor. O que era muito mais provável se tratando de quem era. 

─ Ah qual é. O que há de errado com você agora? ─  Ele a encarou em silêncio e ela continuou. ─  Não é como se você pudesse congelar, mas parece que você está pronto para fazer isso a qualquer momento.  

  

─ É o sigilo. ─  Ele murmurou baixo, ainda sentindo o olhar dela sobre si.  

  

─  O quê? Essa porcaria também tem efeitos colaterais? ─ Castiel fez um suave movimento de ombros, como se ele estivesse querendo dar de ombros e suspirou. Meg arqueou uma de suas sobrancelhas, esperando alguma resposta.  

  

─ Normalmente não. ─ Ele a encarou. ─ Mas seu sangue sim.   

  

Castiel pode ouvir o grunhido de insatisfação dela e desviou seu olhar de volta para o mato. Pela forma irregular que o vento começava a tomar entre as árvores por ali, era fácil de notar que eles não estavam tão longe de um lugar aberto, a estrada provavelmente. Além do mais, tanto ele quanto Meg já haviam escutado o barulho de ao menos três motores passarem por eles não muito longe dali. Ele se enrijeceu ao sentir o puxão em seu braço, e um corpo pequeno o pressionar contra uma das árvores ao seu redor. O anjo a encarou confuso.  

  

─ O que...  

  

─Só fiquei quieto, emplumado. ─ Meg podia sentir o olhar confuso e desconfortável dele sobre ela e ela sorriu, não deixando de ficar satisfeita com aquilo. Ele acompanhou com os olhos surpresos os movimentos das mãos dela em seu peito, ao redor do sigilo e ele gemeu baixo quando ela pressionou a ferida. ─ Você não vai congelar depois de todo o trabalho que tive para mantê-lo vivo, penas. ─ Ela empurrou seus lábios sobre os dele com força e Castiel apenas paralisou contra o corpo dela. Meg riu suavemente com os lábios sobre os dele, sentindo-o a corresponder ainda muito hesitante, da mesma forma ainda era como beijar uma estátua. As mãos dela correram pelo cabelo escuro dele, puxando sua nuca para trás e arranhando os lábios dele com seus dentes, ao mesmo tempo em que ela mordiscou o lábio inferior dele e o puxou lentamente, soltando-o logo em seguida. Ela se afastou logo após e percebeu a coloração roxa passar para uma mais avermelhada em sua boca. ─ Feito. Você ainda vai me agradecer por isso, menino anjo. ─  Ela piscou.  

  

Castiel apenas manteve-se em silêncio, suas costas ainda pressionadas sobre a árvore atrás de si e a encarando com certa confusão, porém ele não parecia nem um pouco irritado com a atitude dela e Meg riu mais uma vez. Ele a observou mexer em sua mochila e retirar um casaco de pano grosso dentro dele, o entregando. ─  Só para garantir. ─  O sorriso sedutor ainda estava nós lábios dela, mas ele a ignorou sentindo o tecido em suas mãos. ─ Vamos penas, mova seu traseiro. ─ Ela sorriu, voltando a caminhar pelo mato já podendo avistar a estrada não muito longe dali.  

  

O anjo ainda fitou o sobretudo creme, o mesmo tecido desgastado e familiar em seus dedos. As manchas de sangue seco já não estavam mais impregnadas no tecido, esse agora completamente limpo, mas não mudava a sensação perturbadora que causava dentro dele ao lembrar-se delas e de todos a quem ele feriu e matou. Ele sorriu curtamente, um sorriso sem emoções e um tanto culpado em seus lábios. Seus olhos correram uma última vez sobre o pano grosso e ele finalmente o vestiu, sentindo o casaco encontrar seu corpo de uma forma tão familiar. Por um momento pareceu ser tudo como antes, a mesma forma que o casaco voava para fora de seu corpo toda vez que o vento batia quando ele se movia, as mangas um pouco maior que seus braços, lembrando-o como o casaco costuma ser maior que ele. Ele o puxou melhor em seu corpo e desviou seu olhar encontrando a pequena mulher não muito longe dele a sua frente.  

  

 ─ Mova-se, Clarence! ─ Ele deixou um suspiro escapar de seus lábios, aumentando os passos até chegar a ela, franziu as sobrancelhas e fitou o rosto dela, um sorriso satisfeito estava lá, o que só fez aumentar o vinco de curiosidade em sua testa. Castiel podia ver que havia algo de errado com ela, sua áurea demoníaca estava fraca, mas ele ainda conseguia a ver com clareza. 

  

Ele apenas deixou seu olhar voltar para o chão, enquanto ambos continuavam a caminhar. Cerca de dez minutos se passaram e eles ainda continuaram em silêncio, Meg o olhava de relance vez ou outra, percebendo-o mais uma vez perdido em pensamentos. Ela desviou de mais alguns galhos que cobriam sua visão e deixou seus lábios se esticarem em um pequeno sorriso. 

  

─ Já era hora. ─ Castiel parou ao seu lado, finalmente dando-se conta do que ela estava falando. Embora a estrada vazia ainda fosse desanimador, era melhor do que a situação em que estavam antes. O tempo havia passado rápido e o que era antes madrugada já estava clareando para um bonito nascer do sol, embora o frio ainda persistisse. ─ Claro que seria melhor se tivéssemos um carro e eu soubesse onde estamos agora. ─ O olhar provocativo que ela o enviou não fez o efeito esperado. Ele apenas a ignorou, voltando a caminhar pela beira da estrada. Meg revirou os olhos e o seguiu. ─ Precisamos melhorar seu senso de humor, Clarence. 

  

─ Não vejo qual a necessidade nisso. A cultura Pop¹ não me tem muita utilidade ─ Ele murmurou, sentindo a presença dela praticamente ao seu lado. Meg sorriu presunçosamente e o fitou com uma de suas sobrancelhas arqueadas. 

  

─ Eu posso te ensinar muita coisa, cara de anjo. ─ Ele franziu as sobrancelhas, enviando um olhar confuso a ela. ─ Você por acaso não gostaria de entender todas as piadinhas que seu querido ex-namorado diz? ─ Castiel apenas a encarou pensativo. ─ E eu ainda posso te ensinar algumas as coisas a mais... Digamos um bônus se você for um mau garoto comigo. ─ Ela riu maliciosa, fazendo-o apenas desviar o olhar quase constrangido para longe dela. 

  

─ Eu não...  

  

Castiel se interrompeu ao ouvir o barulho da buzina na estrada e ambos se viraram fitando o sedan escuro encostar-se à beira da estrada, bem próximo aos dois. Meg lhe enviou um olhar significativo, antes de caminhar em direção ao veículo, o deixando lá parado. Castiel a observou se curvar sobre o vidro lateral do carro e enviar um sorriso a motorista. 

  

─ Olá. Vocês precisam de ajuda? ─ Meg viu o olhar da mulher correr até Castiel parado a alguns metros longe do veículo e voltar até ela. A demônio sorriu simpaticamente e acenou. 

  

─ Se você não se importa. Precisamos de uma carona.  

  

─ Oh, não. Sem problemas. ─ Meg a observou lhe enviar um curto sorriso solidário e ela devolveu um agradecido. A morena afastou-se do carro e caminhou até Castiel parado e encarando a motorista sério. 

  

─ Nós temos nossa carona, Clarence. ─ O anjo se moveu desconfortável e Meg pode jurar vê-lo engolir a seco. Ela arqueou uma das suas sobrancelhas e o viu desviar o olhar ─ Qual é o problema, penas?  

  

─ Eu não acho uma boa ideia. ─ Castiel murmurou incerto e observou o olhar confuso dela sobre si. Mas ele não a respondeu, tentando não voltar a encarar o veículo parado atrás de ambos. 

  

─ Eu não vou deixar um pequeno incomodo vindo da sua cabeça ferrada estragar a nossa única chance de sairmos daqui. ─ Ele a encarou. ─ Então ou você entra no carro, ou eu arrasto seu traseiro até ele. ─ Castiel suspirou pesadamente e seus olhos encontraram os da morena aborrecida a sua frente. ─ Bom garoto. ─ Ela declarou ao vê-lo acenar. 

  

Ambos caminharam até o veículo e Meg abriu a porta traseira, entrando no carro logo depois. Castiel fez o mesmo, fechando a porta atrás de si ainda hesitante. A mulher no banco da frente voltou a ligar o carro, fazendo-o deslizar novamente sobre a estrada molhada. 

  

─ Algum problema? ─ Ela os perguntou, deixando seu olhar correr entre a estrada e os dois sentados no banco de trás. Castiel apenas desviou o olhar para a janela, desconfortável com a sensação dentro de si e Meg sorriu. 

  

─ Não, está tudo ótimo querida. ─ Meg deixou um falso sorriso simpático surgir em seus lábios, fitando o olhar da moça a sua frente através do retrovisor do carro. 

 


Notas Finais


Pop¹: É a abreviação de Popular. Cultura que evolui constantemente e não para de se atualizar, e que é alimentada principalmente pelos meios de comunicação.


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