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História Castle Of Glass - Open Wounds


Escrita por: fuckCollins

Capítulo 15 - Open Wounds


 

 “Feridas Abertas” 

   Seu corpo queimava e se por acaso ela conseguisse mover-se normalmente ela tinha a sensação de que provavelmente seu receptáculo estaria contorcendo-se de dor. A superfície confortável contra suas costas não era agradável como normalmente esperava-se ser e aquilo não a ajudou muito já que nenhuma posição parecia confortável o suficiente, muito menos quando não ajudava a aliviar a dor em todo seu corpo. A demônio lutou para conseguir abrir os olhos, sentindo o peso presente neles em sua vista turva, assim como tudo ao seu redor parecia incapaz de parar de se mover. Seus cílios negros bateram um contra o outro algumas vezes, tentando inutilmente fazer seus olhos se acostumarem com o lugar, mas sua visão não melhorou e ela gemeu assim que tentou mover seu braço e a ferida em seu ombro esbarrou contra o lençol áspero do colchão. 

O peso minúsculo sobre uma de suas mãos chamou sua atenção e ela esforçou-se para olhar a criatura de pelos brincando com seus dedos, passando a língua sobre a palma da sua mão como se reconhecesse que ela estava finalmente acordada. Frey miou animadamente ao sentir os dedos da morena escovar com dificuldade sua mandíbula e a gata saltou para fora da cama momento depois, correndo para tigela com água em um canto da parede do quarto minúsculo. 

Meg virou o rosto para acompanhar o movimento do animal e ela gemeu baixo mais uma vez com a dor aguda em seu ombro. Seu corpo pedia por descanso e ela duvidava que tivesse força suficiente para mover suas pernas para longe da cama ou para simplesmente manter-se de pé. A sensação de ardor ainda estava dentro dela, deixando-a aflita por algum tipo de alívio e ela tinha certeza de que aquela sensação doía mais do que cem séculos de tortura no inferno. 

 ─ Não se mova. ─ Seus olhos piscaram para o normal, deixando o negro esconder-se por trás das orbes castanhas e ela encarou o olhar azul a poucos metros de si, encarando-a de maneira preocupada, fazendo-a finalmente notar o peso instalado ao seu lado que estava fazendo o colchão da pequena cama afundar, demonstrando como ele era mais pesado do que aparentava. ─ Sua cura não está funcionando adequadamente. ─ Meg o assistiu correr seu olhar sobre o corpo dela, avaliando a ferida profunda em seu ombro e todos os outros arranhões por seus braços e rosto, porém ela franziu as sobrancelhas ao notá-lo olhar fixamente para a marca roxa em seu braço inchado, que provavelmente deveria ter seus ossos ali divididos em vários pedaços pela força do aperto que ele havia feito. 

 ─ Reconfortante. ─ Ela zombou. Tendo noção da dificuldade para mover seus lábios e de como sua voz soou baixa e fraca, mostrando que ela estava mais frágil do que acreditava e gostaria de estar. Castiel apenas franziu as sobrancelhas, não se importando realmente com o comentário e a demônio viu o peito dele mover-se lento e pesadamente por de baixo do sobretudo ainda sujo. Fazendo-a finalmente perceber o cheiro de sangue seco e gelatina preta queimando contra seu nariz ainda grudados em suas roupas. Entretanto, olhando para Castiel ele parecia tão acabado quanto ela. A morena correu seu olhar rapidamente sobre ele, percebendo o quanto ele parecia mais amassado e atrapalhado que o normal, mesmo que a visão acabou tornando-se quente de mais para seu corpo dolorido. 

 ─ Eu gostaria de curá-la. ─ Meg franziu as sobrancelhas suavemente, esforçando-se para se manter firme e lutando contra o peso em seus olhos. O anjo hesitou por um momento, mas ele logo continuou. ─ Porém achei melhor ter sua permissão antes. ─ A demônio o enviou um olhar confuso e Castiel não se apressou para explicar. Ele ainda encarou seus ferimentos de forma pensativa e Meg sentiu a impaciência transforma-se em irritação depois de alguns segundos. ─ Eu nunca curei um demônio antes. Nós não curamos demônios. ─ Ele murmurou ainda pensativo, ignorando o olhar entediado dela. ─ Não posso garantir que vá funcionar de alguma forma, mas irá ser excruciante. 

A demônio assistiu o olhar dele preso ao seu e notou a tentativa inútil dele de lhe passar algum tipo de conforto. Com um suave ranger de dentes ela deixou a respiração presa em seu peito escapar para fora de seus pulmões e novamente algo queimou dentro dela, fazendo-a amaldiçoar internamente como se a droga de qualquer movimento fosse capaz de torná-la mais fraca. Castiel franziu os lábios, limitando-se apenas em olha-la e esperar por algum tipo de resposta vindo dela, fazendo-o suspirar de maneira apreensiva assim que a observou acenar com dificuldade, afinal, ela não acreditava que poderia sentir mais dor do que já sentia; ela não tinha nada a perder. 

 ─ Tudo bem. ─ Ele cochichou e Meg teve a sensação de que aquelas palavras foram mais para ele do que realmente na tentativa de deixá-la calma. Seu corpo tremeu contra os lençóis embaixo de si ao vê-lo erguer sua mão direita buscando a pele dela e o aperto em sua mandíbula cresceu intencionalmente quando ele tocou a região onde estava a marca entre suas costelas. ─ Não irá quebrar o feitiço ou curá-la definitivamente, mas vai trazer algum alívio para você, eu acho. ─ Ele franziu as sobrancelhas rudemente em sua testa, obrigando-se a se concentrar e ele assistiu à trilha de poder da sua Graça correr pela palma da sua mão e dedos até finalmente atingir o corpo dela, envolvendo-a em um torpor aflitivo, porém ele manteve-se calmo assim que observou o corpo da mesma convulsionar para frente, fazendo as costas dela se arquearem para longe do colchão e com sua mão livre ele tapou a boca dela, abafando o grito doloroso que escapou pelos lábios finos. 

 O poder dele a queimou imediatamente, porém de uma forma estranhamente diferente da queimação que ela sentia com o feitiço dentro de si. Era limpo, porém não deixava de ser desagradável. E ela sentiu como se fosso o gelo encontrando-se com o calor da Graça dele, deixando-a em um choque doloroso ao mesmo tempo em que o zumbido do poder dele feria seus ouvidos e a deixava desnorteada. Castiel correu o olhar sobre ela e notou os arranhões tornarem-se apenas leves irritações avermelhadas em sua pele e a reconstrução do tecido em seu ombro finalmente tornar-se completa, fechando a ferida e deixando apenas o local roxo e logo após com uma enorme marca irritada na pele branca. 

Porém o olhar dele estava o tempo todo preso em seu braço, assistindo a reconstrução lenta dos ossos por baixo da carne e ele voltou a encarar seu rosto, franzindo os lábios em apreensão ao ver o semblante aflito e a pura dor presente nos olhos completamente negros da demônio reagindo com sua Graça enquanto ele continuava a queimá-la em um tipo de tentativa estranha de acabar com a dor temporariamente dentro dela. 

Dessa vez ela segurou o grito em sua garganta, mas a mão dele ainda continuava em seus lábios, abafando os gemidos que ela não conseguia segurar dentro de si. Meg sentiu os hematomas de seu corpo curaram-se imediatamente enquanto ele ainda forçava o que era possível de sua Graça contra ela. Entretanto, Castiel notou todo seu corpo ser drenado, deixando-o exausto assim que ele estava prestes a acabar e o anjo retirou a mão presa sobre a boca dela e recuou a outra também para longo do corpo da mesma, vendo ainda os últimos resquícios de poder riscarem o ar e a pele dela de uma forma que só ele conseguia ver, antes que ele realmente afastou-se dela. 

Tudo ao seu redor pareceu duplicar, deixando sua visão embaçada. Castiel tossiu fortemente e seus olhos fecharam-se por um momento, sua mão correu para seu peito, apertando o sigilo existente lá enquanto ele sentia o mesmo dolorido, causado pela força que ele impôs para conseguir liberar sua Graça. Ele puxou mais fortemente o ar para seus pulmões tentando acalmar o poder vibrante dentro de si e voltou a encará-la com certa curiosidade. Ela havia apagado novamente, obviamente tão drenada quanto ele e ainda mais por causa do choque entre sua Graça e a fumaça negra que a definia. Seus olhos fechados e a respiração regular mostravam que seu peito descia e subia lentamente em confirmação, assim como ele conseguia ouvir a frequência cárdica perfeitamente em seus ouvidos. Seu receptáculo está saudável novamente, ao menos por hora. Ele suspirou de alívio e observou o corpo da garota sobre a cama com as sobrancelhas franzidas suavemente em sua testa, a visão era estranhamente inocente em seus olhos. Ela era pequena e obviamente muito bonita, mas ele reconhecia a falsa inocência que seu terno de carne facilmente transmitia como uma forma inteligente de autodefesa que ele aprendeu a admirar, assim como a verdadeira forma dela. 

 Espinhoso e escuro, mas ainda assim bonito. 

Ele suspirou com as divagações estranhas dentro de si e se pôs preguiçosamente de pé, cambaleando cansado para uma das cadeiras vagas no quarto e ele deixou seu corpo cair exausto sobre ela, ainda assistindo Meg dormir tranquilamente sobre a cama. Frey pulou inesperadamente sobre o colo dele e ele sorriu curtamente para o animal, coçando suas orelhas enquanto a sentia lamber sua mão em algum sentido estranho de compreensão que os animais possuíam e que o anjo sabia reconhecer. 

─ Ela irá ficar bem, Frey. Não se preocupe. ─ Ele murmurou para a gata, ainda mantendo seu olhar preocupado, porém mais aliviado, sobre a demônio deitada na cama. 

 ~~ 

 Quando o sino da porta soou, avisando que havia algum novo visitante na loja, a jovem ruiva sobre o balcão lançou um olhar vago sobre o homem baixo e com um terno elegante que acabara de entrar. O cheiro de ervas e os sigilos de proteção espalhados pelas paredes o desagradavam, não muito pelo cheiro e sim pelo incômodo físico e espiritual que aquilo lhe causava. Ainda assim o mesmo limitou-se a franzir o nariz, tentando não se importar com o cheiro de pura magia antiga presente no ar. 

 ─ Talvez o senhor não deva avançar além da porta. ─ A moça murmurou calmamente, sem importar-se em virar-se para dar a devida atenção ao recém-chegado, fazendo-o rolar os olhos e bufar em desgosto. ─ Não acho que seja apropriado, vai acabar deixando-o muito mais que incomodado. 

 ─ Vocês possuem um atendimento acolhedor. ─ Debochou e ele arqueou uma de suas sobrancelhas ao ouvir a risada divertida que escapou dos lábios avermelhados da jovem, porém a mesma continuou de costas a ele, arrumando os potes com conteúdos variados e estranhos sobre a estante atrás do balcão. Não realmente importando-se com a presença perigosa do homem atrás de si. 

 ─ Desculpe Sr. Crowley, mas meu tio deu instruções de como lidar com demônios na loja. ─ Ela virou-se e sorriu amigavelmente para ele, balançando os ombros suavemente como se não houvesse nada de mais em suas palavras e o Rei do Inferno a enviou um olhar curioso. ─ Mas, de qualquer forma... ─ A moça suspirou parecendo cansada. ─Estava esperando pelo senhor, o que deseja?  

Crowley sorriu satisfeito e arriscou avançar um passo contra o tapete no chão e ouviu o pigarro suave que ela o enviou, pedindo por sua atenção. Crowley a encarou confuso e observou o olhar dela correr sobre o teto a frente dele e ele fez o mesmo, rolando os olhos logo após de maneira entediada ao perceber a armadilha do diabo pintada na madeira antiga. 

 ─ Como eu disse. ─ A jovem voltou a encará-lo, lançando os fios rubros do seu cabelo contra seu ombro. ─ Sugiro que não avance muito. ─ O Rei a olhou com indiferença dessa vez e suspirou dando-se por vencido. Ele limpou sua garganta algumas vezes, antes de voltar à pergunta que a moça havia feito anteriormente. 

 ─ Apenas desejo ter uma amigável negociação, minha doce jovem. ─ Ele sorriu quase satisfeito e observou o olhar quase desconfiado dela sobre ele, fazendo-o aumentar imediatamente o sorriso em seus lábios. Negociar com humanos parecia simples. 

 [...] 

  

 A maciez em suas costas fazia-se sentir incrivelmente confortável desta vez. Ela suspirou de maneira relaxada e deixou seus olhos se abrirem, apenas piscando algumas vezes quando a claridade da lâmpada no pequeno móvel ao lado da cama, que por sinal só agora ela havia notado, a deixou desconfortável. Meg sentou-se sobre a cama, movendo suas pernas com facilidade até a borda da mesma e olhou ao redor com o cenho franzido. 

As paredes que ela julgou ser de uma cor amarelada gasta estavam cobertas de símbolos de proteção por toda parte, feito por uma tinta vermelha que provavelmente enganaria com a cor tão viva quanto sangue, mas ela reconheceria o cheiro facilmente e pelo que parecia o Anjo do Senhor havia andado muito ocupado enquanto a mesma estava apagada. 

A demônio se pôs de pé e sentiu suas pernas tremularem por um momento antes de fixar-se ao chão. Seja lá o que Castiel houvesse feito com ela havia funcionado, ela sentia-se bem, ao menos seu terno de carne estava cem por cento curado e de uma forma estranha também havia tornado a queimação dentro dela suportável novamente. 

Castiel continuava sentado de maneira desajeitada sobre a pequena cadeira e ela arqueou uma de suas sobrancelhas ao notar que ele parecia naquele tipo estranho de descanso novamente, o rosto dele estava apoiado em seus braços sobre a mesa de madeira e seus olhos estavam fechados quase levando-a a acreditar que ele estava realmente dormindo, com Frey cochilando confortavelmente em seu colo. Ela ignorou a visão estranha a sua frente e caminhou até a porta do outro lado do cômodo, encontrando um banheiro ainda mais minúsculo que o quarto de motel cretino que eles estavam. 

 A morena fechou a porta atrás de si e bufou ao ouvir o ranger irritante do metal enferrujado assim que trancou o banheiro, caminhou até a pequena pia e observou seu reflexo no espelho por um momento antes de ligar a torneira e deixar a palma das suas mãos acolherem um pouco de água para lavar seu rosto sujo com os resquícios da luta contra a Leviatã vadia. A ideia daqueles bocudos ocupando o mundo não a agradava e depois da situação anterior, muito menos. Ela suspirou, observando a água continuar a cair para dentro da pia e moveu-se para retirar sua jaqueta também suja, jogando a peça dentro da poça d’água que havia se formado dentro da mesma, assim como sua camiseta fina juntou-se a ela logo após. 

Ela olhou por um momento o sangue ser lavado de suas roupas pela água corrente e franziu as sobrancelhas de forma pensativa, seus dedos escorregaram por sua calça jeans e ela lembrou-se do papel que havia deixado lá ainda no bar. Ela buscou o mesmo dentro dos bolsos do jeans apertado e olhou satisfeita para o pequeno pedaço amassado de papel. 

 Saint Cloud; Minnesota. 

Meg sorriu satisfeita sem preocupar-se em demonstrar expectativa, ela realmente queria encontrar logo a solução para seu incômodo problema. Ainda mais quando o mesmo estava prestes a matá-la a qualquer momento. Ela encarou mais uma vez a folha amassada e a dobrou entre seus dedos de maneira pensativa antes dela finalmente retirar o aparelho celular de dentro de sua calça jeans, deixando-o junto com o pedaço de papel sobre um lado seco da pia enquanto ela voltava a terminar de desabotoar suas calças, prestes a deslizar para fora da mesma quando o ar mudou ao seu redor e ela sentiu o baixo ruído de asas se materializar atrás de si. 

 ─ Você parece melhor. ─ Ele murmurou baixo e Meg sorriu ao notar a atenção dele desviar-se quase imediatamente para outro lugar. Ela balançou os ombros suavemente e murmurou um simples “Yeah” enquanto o observava através do reflexo do espelho com um sorriso divertido em seus lábios. Castiel franziu as sobrancelhas de forma tensa em sua testa e deixou seus olhos correrem sobre as costas magras da pequena demônio a sua frente de maneira curiosa.  

─ Tem algo aí que o interessa, Clarence? ─ Meg o viu desviar o olhar de forma nervosa antes de voltar a encarar o olhar dela através do espelho e ele suspirou, parecendo estranhamente interessado no corpo pálido dela. ─ Vamos menino bonito... ─ Ela virou-se para finalmente encará-lo e sorriu com o olhar indiscreto que ele deu sobre seus seios, mas ela notou seu desconforto ao vê-lo correr seu olhar sobre seu estômago, deixando-o mesmo preso sobre a marca em suas costelas. ─ Alguém cortou suas asas? ─ Ela o provocou, deixando um sorriso sugestivo invadir seus lábios ao vê-lo acenar meio perdido de volta e ela riu, rolando os olhos para longe dele por um momento. 

 ─ O que está fazendo? ─ Castiel franziu as sobrancelhas, olhando por cima do ombro dela a roupa da mesma sendo lavada pela fraca corrente de água na pia e seu olhar fixou-se rapidamente no pedaço de papel sobre o mármore velho, voltando a encará-la logo em seguida de maneira curiosa. 

 ─ Chama-se limpar, querido. ─ Um sorriso debochado surgiu em seus lábios e Castiel a assistiu cruzar os braços contra o peito, fazendo seus seios quase saltarem para fora do pequeno tecido que os escondiam. ─ Aliás, você parece ter feito sua parte... ─ Ela arqueou uma de suas sobrancelhas sugestivamente, olhando-o de cima a baixo vendo como perfeitamente limpo ele estava, porém, ainda amassado e ela sorriu satisfeita com a visão. 

 ─ Minha Graça me permite... 

 ─ Limpar de uma maneira nada convencional, eu sei baby. ─ A demônio zombou de maneira óbvia e o observou franzir as sobrancelhas em sua testa assim que ela deslizou para fora de sua calça jeans, puxando-a para fora de seu corpo sem preocupar-se com o olhar dele sobre si. E ela riu com o olhar surpreso dele assim que voltou a encará-lo. ─ Que é? Você nunca viu uma garota seminua antes, penas? ─ O anjo engoliu a seco ao vê-la se aproximar de si e ele baixou seu olhar até os dedos dela agora enganchados no sinto preso ao seu sobretudo. 

 ─ Meg... ─ Ele murmurou baixo e a morena riu com a faísca de curiosidade presente nos olhos azuis dele. Suas mãos passearam pelo tecido gasto, sentindo-o na ponta de seus dedos e ela empurrou o grosso casaco por seus ombros, assistindo-o deslizar pelos braços do mesmo para fora de seu corpo enquanto ela segurou a peça ainda em suas costas e a demônio sorriu satisfeita ao ver que ele não a afastou assim que ela tocou seus quadris junto aos dele, sentindo o corpo incrivelmente quente dele contra o seu. ─ Você não... 

 ─ Shii, Clarence. ─ Castiel a observou colar seu corpo ainda mais contra o seu e algo dentro dele tremeu. Tanta proximidade o deixava agitado enquanto ele olhava a fumaça escura envolta dela morder sua Graça, ambas brigando de maneira desesperada para conseguir espaço entre eles. E ele arqueou as sobrancelhas ao senti-la esfregar seus quadris contra os dele, deixando um enorme sorriso sedutor em seus lábios assim que um gemido involuntário escapou pelos lábios secos dele. ─ Alguém me deve uma explicação aqui, hãm? ─ Meg rolou os olhos ao vê-lo lhe enviar um olhar confuso e ela bufou, pressionando seus lábios contra a orelha dele, arranhando-a levemente com os dentes antes de afastar-se carregando o sobretudo dele junto a si. ─ Suponho que ainda estamos em Missouri. ─ Ele apenas acenou acompanhando-a com olhar a mesma sair do banheiro e ele inclinou levemente a cabeça, deixando seus lábios entreabertos, não evitando olhar a bunda dela. ─ O que você fez? 

 ─ O quê? ─ Ele murmurou confuso, voltando sua atenção ao rosto dela e Meg riu divertida, vestindo-se com o sobretudo dele, apertando o tecido contra seu corpo magro enquanto o observava ainda confuso.  

 ─ Se você parar de olhar para minha bunda talvez seu macarrão com penas volte a funcionar, amor. ─ Ela deixou um sorriso satisfeito crescer em seus lábios ao notá-lo ficar constrangido e desviar o olhar rapidamente para longe dela. ─ Estou falando das suas obras de artes e comigo, idiota. ─ A demônio arqueou uma de suas sobrancelhas e o assistiu suspirar, antes de acenar rapidamente. 

 ─ Apenas proteção contra anjos, isto vai nos manter escondidos por algum tempo. ─ Ele arriscou aproximar-se dela ao vê o curto aceno que a mesma deu e ele continuou. ─ E você desmaiou depois que eu a curei, o que faz sentindo na verdade... ─ Ele murmurou pensativo e Meg suspirou entediada ao vê-lo balançar os ombros de maneira desajeitada ─ Não só seu receptáculo estava exausto assim como sua verdadeira forma. Quando eu forcei minha Graça a curá-la, obviamente aquilo só a desgastou mais. ─ Castiel a observou cruzar os braços contra o peito, lhe enviando um olhar pensativo e ele esforçou-se para não voltar a olhar a pele branca dela pela brecha em seu sobretudo, aquilo estava o distraindo. 

 ─ E o que houve com você? ─ O anjo franziu as sobrancelhas contra suas testa, deixando um vinco de dúvida crescer entre as mesmas e a demônio arqueou uma de suas sobrancelhas, insultando-o apenas por um breve olhar. ─ Leviatã, anjo, ela iria matá-lo e você sabe disso. 

 ─ Mas ela não matou. ─ Ele murmurou baixo, desviando da pergunta, deixando-a irritada assim que ele baixou seu olhar para seus pés e a demônio caminhou até ele. 

 ─ Foda-se, Castiel. Você nem reagiu seu desgraçado de asas. ─ O anjo a observou parar frente a si. O sobretudo enorme dele contra o corpo dela a fazia parecer pequena e frágil frente a ele e ainda assim o olhar aborrecido que ela o enviou não pareceu menos ameaçador. ─ Eu tenho que sacrificar meu traseiro como um enorme alvo toda vez que você insistir em não lutar? ─ Os dedos dela cutucaram seu peito, quase ferindo-o com o tamanho da força que ela usou e ele limitou-se a continuar encará-la, só fazendo a irritação dentro dela aumentar. 

─ Ele não é tão grande. ─ Meg arqueou uma de suas sobrancelhas, lhe enviando um olhar completamente perdido desta vez e o anjo apressou-se em responder. ─ Seu traseiro, ele não é grande. 

 ─ Oh pelo amor do inferno. ─ Ela bufou, recuando alguns passos para longe dele antes de voltar a encará-lo. ─ Você não está louco, Castiel. Eu sei disso e você sabe disso seu idiota. ─ Meg o assistiu lhe enviar um olhar sério dessa vez e ela sorriu curta para ele, disposta a esfregar toda a verdade na cara do mesmo. ─ O que você tem é medo de lutar, porque você não quer foder sua pobre bunda inocente e estragar tudo novamente. ─ Ela zombou, não importando-se com a irritação que parecia crescer dentro dele. ─ Mas o que você fez não irá mudar e você vai destruir tudo mais uma vez, não percebe? Nós fomos feitos para isso. ─ Ele franziu as sobrancelhas e ela sorriu sarcasticamente. ─ Nós fomos feitos para o caos, Clarence. 

 O zumbido da graça dele atingiu de maneira dolorosa seus ouvidos e a próxima coisa que ela sentiu foi seu corpo sendo pressionado rudemente contra algo sólido atrás de si, afundando concreto e tijolos assim que suas costas chocaram-se contra a parede e uma rachadura enorme cresceu no local onde sua cabeça foi empurrada com força e ela sabia que se por acaso ela fosse humana no momento aquilo iria lhe dar muito mais que uma simples dor de cabeça, talvez um simples traumatismo. Meg suspirou aborrecida antes de finalmente procurar os olhos deles logo após se recuperar da forma como ele havia a pego de surpresa e o que ela encontrou tirou seu fôlego bruscamente. Raiva e luxúria nunca foram uma combinação saudável, muito menos em um anjo que parecia prestes a explodir a qualquer momento.



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