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História Casulo de Seda 2 - ItaIno - Estratégias para vencer


Escrita por: HatakeSaturn
e HU31

Notas do Autor


Pra quem tava esperando, chegamos com o capítulo 7 ❤️

Capítulo 7 - Estratégias para vencer


Fanfic / Fanfiction Casulo de Seda 2 - ItaIno - Estratégias para vencer


O breu da noite impedia que qualquer homem enxergasse um palmo à frente do próprio rosto, contudo, ele não era qualquer homem. Treinado desde muito cedo por seu pai, visto pelo antecessor do rei vigente como talento precioso, um homem forjado ao fogo de sua própria terra não se limitava a condições climáticas ou um jovem cheio dos ideais insanos e irreais, tentando comandar ou destruir um reino que já havia dado tanto orgulho aos homens que os seguiam. 


Fugaku deu a ordem muda, seguindo o próprio raciocínio da conversa que tiveram com seus homens dias antes daquele ataque. Certeiro, no queixo ralo de pêlos e de vitórias de Itachi Uchiha, atacariam em instantes um lugar estratégico e o ponto que facilmente daria início a destruição do regicida. Não poderia ser tão fácil assim para o herdeiro assassino, ele que atirasse o que de ruim vinha com a coroa em sua cabeça. O peso de todo ouro, jóias e sangue que Madara conquistou em anos de glória. 


A mão aberta fechou-se em um só movimento e do pasto restante, que sobreviveu aos tempos frios, muitas sombras se aproximavam do amplo lugar, que recebeu naquela manhã, a plantação de todos os agricultores do reino, para que o então rei protegesse e distribuísse de forma justa. 


E quem era Itachi para falar de justiça? 


Um hipócrita mimado que não aceitou perder a puta da Lua e culpou seu pai por fazer algo sobre. Madara só queria o bem de seu povo e todos já foram como seus próprios filhos. Para si, o antigo rei era mais que um monarca, era um ideal. Um homem íntegro, justo e disposto a fazer o que fosse preciso para um bem maior, assim como ele aprendeu. 


Deixou o chão com pressa e apoiou os joelhos no chão, sem deixar a espada que o acompanhava, ergueu seu corpo e apontou o primeiro morto da guarda real do rei. Na calada daquela noite fria, tipicamente comum em sua terra natal, Fugaku daria início ao fim do legado do fedelho Uchiha. 




[...]




— Perdemos quatro soldados no ataque ontem, alteza. — Shisui falava com uma tristeza presente, mas ainda sim, era possível ver a raiva em seus olhos. 


Itachi respirou fundo e travou a mandíbula, já fazia dias que eles tentavam achar os rebeldes, sabiam os nomes de quem tinha desertado do exército, porém, achá-los não era uma tarefa simples. Era sua capacidade de reinar que estava em jogo, era como seus súditos o veriam diante de tudo isso, como resolver algo tão importante, tão depressa? Sasuke estava calado no canto da biblioteca, e Inoichi estava no outro, o silêncio era ensurdecedor entre os quatro. Não tinha muito o que falar, apenas esperar as ordens do rei e cumpri-las. 


— Temos comida para todos? 


— Sim, majestade. Eles saquearam apenas um pequeno galpão perto do vilarejo vermelho rubi. 


— Quem pode estar no comando de tudo isso?


— Eu tenho uma idéia, alteza. — O rei anuiu, esperando que o comandante continuasse. — Fugaku. Ele sempre teve raiva pelo senhor… — pigarreou antes de continuar: — ter me indicado para seu pai me escolher para comandar a guarda real.


— Tudo sempre sobre egos…


— Se procurarmos saber como ele pensa pode nos ajudar, acredito que posso reunir meus homens para obter informações.


— Então faça isso… — Itachi levantou —, e achem esses desgraçados! — alterou o tom de voz, irritado, e Shisui apenas concordou. 


— Irmão, acredito que precisamos procurar um estrategista também. — Sasuke é o próximo a falar. — Se eles fizeram isso essa madrugada e estão carregando peso, eles estão andando devagar. 


— Shisui, chame o seu melhor estrategista e monte um plano. Que dê certo, de preferência. 


— Sim, majestade. 


— E Sasuke, está na hora de agir como o general, não lhe dei esse título só porque é o príncipe. — Seu irmão assentiu e saiu apressado, seguido de Shisui.


— Sei que é um péssimo momento, majestade — Inoichi começou, atraindo os olhos negros para si —, mas quero apenas lhe comunicar que mandarei minha mulher e filha de volta ao reino da Lua. Estou preocupado…


— Eu entendo, Inoichi. Mandarei mais 10 homens para fazer a escolta.


— Muito obrigado, Rei Itachi. — Fez a mensura e se retirou. 


Sentia seu sangue fervendo dentro de suas veias, aquela raiva que lhe engolia aos poucos, que lhe aprisionava no ódio irracional cada vez mais possuía sua sanidade. Itachi sentia-se incapaz de resolver o problema, seus próprios soldados haviam lhe enfiado a espada pelas costas. Não que não tivesse feito isso contra o próprio pai, mas foram os ossos do ofício, precisava acabar com aquela loucura de Madara, e não lhe restou outra alternativa. Contudo, receber a negativa logo de seu exército acabou com sua cabeça, pensava estar fazendo o melhor para seus súditos e soldados, mas talvez tenha se enganado. 



[...] 



Algumas longas horas os afastavam de seu objetivo, porém o capitão mantinha o ânimo de sua tropa com palavras de incentivo conforme o sol nascia acanhado entre as nuvens. Fugaku sentia o peso da idade reclamar em suas costas, por mais que tivesse ajuda de muitos homens e que aquele fosse apenas o primeiro de muitos outros ataques a armazéns, se todo plano não fosse absolutamente perfeito, ele poderia perder muito caso fosse capturado ou morto em nome do rei. 


Não permitiria que isso acontecesse, não enquanto seu nome não fosse escrito ao lado de Madara na história de sua terra. Mais capaz, mais firme, o homem que apagaria o que de mais fraco e tolo o solo do Fogo pode criar. Itachi era exatamente o que ele e seu antigo rei temiam. Um jovem criado na política e no que era certo para os demais reinos, mas não o seu, não poderia ser uma boa imagem que resumia e carregava o nome de seu povo. 


Eram bárbaros para os estrangeiros e isso os fazia sempre ter ótima posição em guerras, afinal, quem não quer contar com o apoio de peso do reino do Fogo? Já venceram guerras apenas pela desistência do inimigo no momento em que Madara deixava claro que apoiaria tal reino. Aqueles anos de glória não poderiam ser esquecidos, não tão facilmente Itachi destruiria o legado de gerações, bom, ele não permitiria.


O saco abarrotado com a colheita de seu povo pesava em suas costas. Parecia lembrá-lo do tanto que escolheu carregar para salvar sua terra, sua gente, pessoas que cresceram consigo e prosperaram nos anos de glória do império Uchiha. Ele se sacrificaria e até boa parte da gente que não cooperasse para o bem maior do Reino. 


Entregar toda a safra que com muita luta e cuidado seu povo cultivava, poderia parecer traição para alguns ou os muitos que passavam um ano inteiro tentando afastar as pragas e o tempo frio que vez ou outra tornava-se o pior inimigo de uma boa colheita, mas ele vai acima de tudo isso. Da possível revolta, conseguiria um belo tratado, algo que Madara o ensinou com muito custo e ele como bom soldado faria. 


— A fronteira da Pedra está a duas horas, senhor. — Um dos homens tirou Fugaku de sua própria mente apontando a frente como caminho. 


— Vamos em frente homens. — Alinhou o corpo tentando mais uma vez animar a tropa. — O Rei nos espera, senhores!




[...]




— Calma, papai, não precisa desse desespero. 


— Os rebeldes saquearam o armazém de alimentos, Ino, não tem como ficar calmo! — Inoichi falou sussurrando, porém queria gritar. — Arrume suas coisas, você e sua mãe voltam para casa depois do almoço. 


— Mas eu… 


— Fim de discussão, mocinha. — Seus pais saíram de seu quarto fechando a porta.


Ino suspirou e arrumou todas as suas coisas o mais rápido que conseguia, colocou seu vestido de viagem e deixou sua capa vermelha estendida em cima da cama. Esgueirou-se até o estábulo, onde encontrou Kenji e pediu para o menino chamar os seus amiguinhos. Sentada em um feno, lia o final do livro que estava lendo para eles. As 6 crianças prestavam atenção em cada palavra que ela dizia, encantadas com a história de fantasia que a loira contava. Ino queria ao menos terminar o livro para eles e se despedir, dizer que voltaria o mais rápido que pudesse, não queria deixar as crianças sem ao menos uma explicação de seu sumiço. 


Longe dali, na biblioteca, Shisui repassava tudo que tinha conseguido juntar de informações ao rei. Itachi respirou fundo e entendeu que precisava lidar com aquilo devagar e sem muito alarde, se não seus súditos entrariam em pânico e o caos iria se instaurar no reino do Fogo. Não podia permitir que Fugaku conseguisse o que queria, desestabilizar o seu reinado e mostrar que ele não era digno de ser o rei. 


— É como se tivessem sumido de repente. — Shisui termina.


— Eles devem ter algum atalho secreto que não temos conhecimento. — Sasuke argumentou.


— O que o estrategista falou? — Itachi perguntou. 


— Ren disse que até onde rastrearam as pegadas é possível que eles estejam querendo sair das terras do fogo.


— Para onde estão indo? 


— De acordo com o que ele disse, para Oeste. 


— Não tem nada para aquele… — O Uchiha parou seu raciocínio naquele momento. — Reino da Pedra… 


— Sua alteza acha que eles… — Shisui arregalou os olhos, estava assustado com a possibilidade. 


— Mandem os melhores soldados para investigar a fronteira com o reino da Pedra. — Itachi levantou decidido. — Sasuke, consiga 10 soldados a mais para escoltar as senhoritas Yamanaka's até o reino da Lua. — Ele respirou fundo. — Eu vou… 


— Você precisa descansar, majestade. — Seu guarda pessoal avisa, preocupado. — Não dorme direito há dias… 


— Impossível dormir quando meu reino está no próprio caos. Não sei como meu pai conseguia. 


— Papai não pensava em ninguém além dele mesmo, irmão, quem não tem consciência, dorme tranquilo.  


Sasuke e Shisui saíram da biblioteca e o rei respirou fundo, seu amigo comandante tinha razão, precisava dormir, mas não sentia sono, eram problemas demais para pensar. Levantou-se e olhou pela janela, que dava para o jardim, franziu o cenho quando dali de onde estava, viu algumas crianças sentadas no chão. Lembrou do que Shisui falou sobre a senhorita Yamanaka estar com os filhos dos empregados, gostaria de ver aquilo pessoalmente. Caminhou a passos lentos, percorreu os longos corredores do castelo e logo estava no jardim. Deu a volta no estábulo e se manteve escondido, apenas deu uma breve olhada, notando Ino lendo um livro antigo de sua biblioteca, que lembrava já ter lido em sua infância.


Cruzou os braços e se manteve ali, encostado na estrutura de madeira, apenas ouvindo as crianças animadas com a história, e assim que ela terminou, Ino ria com elas, divertindo-se genuinamente com aquilo que fazia. Talvez fosse seu dom, ensinar os mais jovens, e pelo que o seu guarda falou, não eram só os jovens que a escutavam. 


— Professora, quando você volta? — Itachi escutou a voz tristonha do garotinho, tentou espiar sem ser visto e com sucesso, assistiu a loira abaixar para ficar na altura das crianças.


— Prometo que logo, está bem? Quero continuar dando aula aqui, mas também dou aula a crianças como vocês no meu reino. — Ela sorriu, sincera. — Elas também me esperam. 


— Vamos sentir sua falta, professora. — Uma garota ruiva abraçou a Yamanaka, que prontamente correspondeu e logo foi abraçada por todos eles. 


Aquilo era um dom, Ino sabia falar com as pessoas, sabia cativar a atenção delas sem nem mesmo se esforçar. Sua língua ainda precisava de freios, mas sua felicidade em ajudar os outros era nítida, além de querer passar seu conhecimento, que conseguiu por causa do seu privilégio, era uma atitude nobre, sem dúvidas. Ela tinha um bom coração e a determinação necessária para… Itachi parou seu pensamento no meio do caminho, não podia estar pensando aquilo naquele momento. Maldito Shisui e sua mania de colocar minhocas em sua cabeça, no entanto, talvez ele não tivesse tão errado dessa vez.





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