1. Spirit Fanfics >
  2. Casulo de Seda 2 - ItaIno >
  3. Acordo selado

História Casulo de Seda 2 - ItaIno - Acordo selado


Escrita por: HatakeSaturn
e HU31

Notas do Autor


E vamos de casamento, né?
Esperamos que gostem do capítulo 😘

Capítulo 11 - Acordo selado


Fanfic / Fanfiction Casulo de Seda 2 - ItaIno - Acordo selado




O nervosismo, infelizmente, era incontrolável para ele. Não esperava estar ali, não naquela noite, não nas circunstâncias que estavam, não da forma que esperava por ela, mas os fins justificam os meios, não é? Então porque seu coração acelerado e temeroso buscava consolo em respirações calculadas, de forma que seus órgãos internos entendessem que deveriam se acalmar e o rebuliço dentro de si não tinha sentido. 


Era ele, um rei, um homem antes de tudo, sem muita noção do que fazia, porém tentava sempre alcançar o certo, o caminho justo e com menos perdas para todo seu reino, sua família e sua vida. Então por qual motivo seu estômago revirava mais forte ao olhar para a porta? No pequeno cômodo, Sasuke ao seu lado, Shisui à sua direita e Inoichi à sua frente. Entre eles, mirando também a porta, o sacerdote que faria a união nada comum no meio da noite.


Após a pequena conversa com Ino na sacada, deixou a futura rainha em seus aposentos e pediu a ajuda do amigo e de Sasuke para organizar o mais breve possível o casamento. Era aquilo, deveria servir, ela estava de acordo e era o que ele precisava para manter a cabeça fria, mas porque era mais fácil pensar que agir? O corpo do rei travou ao ouvir a porta pesada ser arrastada para que ela pudesse passar. 


Tentou rapidamente se acalmar e satisfeito com o pequeno desacelerar de seu coração virou as escuras íris breu para Ino Yamanaka. A garota certamente se preparou melhor que o rei para a ocasião; seu vestido vermelho era belíssimo e deixava a pele clara da mulher, ainda mais evidente, mesmo com a luz baixa de alguns castiçais espalhados e a claridade da janela atrás de si. 


O tecido leve cobria todo seu corpo, deixando os seios mais evidentes pelo decote fundo até o meio de seu tronco, onde o tecido se agarrava em cada dobra de seu corpo com a ajuda de elementos feitos de couro. Em seus ombros, que também ficavam de fora, em um pequeno recorte, havia uma espécie de capa, que acompanhava o caimento fluído do vestido. Os detalhes em couro marcavam a cintura, além de existirem algumas tiras que adornavam o colo, deixando o vestido rústico e ao mesmo tempo elegante.


Um pigarro chamou sua atenção e o sorriso da mulher que já estava à sua frente foi visto. Itachi achou Ino a visão mais perfeita que havia tido a honra de pôr seus olhos em dias, porém a tensão novamente tomava seu corpo. O homem velho e levemente irritado por ter sido tirado de sua cama naquela hora, deu início às tradicionais falas de todo sacerdote em cada casamento feito naquela terra. As juras de amor, carinho e companheirismo até que o Deus da morte pudesse carregar um dos dois eram feitas. Ele não gostaria de pensar em nada daquilo naquele momento, parecia errado, fazer algo tão grandioso quanto unir sua vida a de outra pessoa de forma tão apressada e sem organização, então seu foco era na garota de bochechas rosadas e lábios pintados de vermelho a sua frente. 


— O rei, mesmo sendo a maior autoridade de nossa terra, não estará acima de Deus ou do amor que ele, em sua infinita sabedoria, derramou sobre a terra. Sua rainha, meu senhor, é parte sua, a partir de hoje até quando nosso Deus permitir. Está de acordo com tudo, majestade? 


— Sim. — A única vez que seus olhos abandonaram a garota. Olhou firmemente para o sacerdote como se afirmasse que aquilo era a mais absoluta certeza e mais uma vez, voltou-se a ela, segurando as mãos geladas de Ino. — Farei o meu melhor, Ino. 


— Senhorita, está de acordo e faz esse enlace por sua vontade com a benção de seu pai? 


— Sim. — O sorriso confiante da garota perspicaz que ele conhecia a pouco tempo, tomou a face rubra. — Também farei o meu melhor, alteza. 


— Declaro diante de Deus e dos homens que Itachi Uchiha, é hoje e até sua morte, protetor e marido de Ino, denominada a partir de então como Uchiha, também herdeira de Hagoromo. — O velho aproximou as mãos de ambos até sua frente e uniu-as com uma corda de sisal. Amarrando-a por três vezes como os rituais daquela terra pediam. — Assim, Deus e céu, terra e homem, inferno e todo mal que lá habitam, saberão que são pertencentes um ao outro. 


Itachi pegou na mão de sua agora esposa e os dois caminharam para longe dos olhares de todos, ficando a sós. 


— Quero lhe dar algo… — Itachi disse baixo. — Me acompanha até meu… nosso quarto. — A loira pareceu estremecer ao ouvir as últimas palavras do rei. — Pode dormir em seu quarto, Ino, amanhã conversamos sobre isso. — Foram juntos, ainda de mãos dadas até os aposentos reais. 


Ino entrou e ficou embasbacada com o quanto era maior que o quarto em que estava, o dossel da cama era em madeira escura e o tecido vermelho com dourado ornava a cama. Algumas mesas de apoio, cômodas e grandes armários compunham os móveis do quarto. Perto das portas duplas da sacada havia um recamier e logo ao lado, abaixo das janelas uma poltrona, que parecia confortável só de olhar. Itachi pediu que ela sentasse no banco capitonê, que ficava logo em frente a uma penteadeira do outro lado do quarto. 


Ela sentou-se, ainda desconfiada, encarava seu reflexo ansioso e aflito, foi então que viu um medalhão surgir em frente de seu rosto, entre si e o espelho. Ficou completamente surpresa, as mãos de Itachi foram delicadas e ela afastou seu longo cabelo, que possuía algumas tranças enfeitadas com pequenos brilhantes, tudo que deu para fazer de última hora. O rei fechou o colar em volta de seu pescoço e soltou, fazendo o medalhão pender, ficando próximo do vale dos seios. 


Ino passou a mão pelo pingente, encantada, o brasão da família Uchiha estava ali, para lembrá-la que agora era uma rainha. 


— Esse colar era da minha mãe…


— Não, alteza, não posso aceitar… — desesperou-se com a revelação, porém, a mão de Itachi foi cautelosa em seu ombro, querendo acalmá-la, e ela o viu curvar os lábios pelo reflexo do espelho.


— Primeiro, me chame de Itachi, sim? Sou seu marido. — Ela suspirou e acenou positivamente. — Segundo, quero que fique com ele, é minha esposa, minha rainha e a mulher que vai dividir a vida comigo de agora em diante. 


— Itachi… — ainda parecia incerta quanto a chamá-lo pelo nome —, eu… obrigada. 


— É uma Uchiha agora, por mais que a sua língua afiada já fosse uma característica nossa. — O rei espremeu os olhos em um riso sincero e divertido, fazendo-a rir. — Mais importante ainda, estamos ligados um ao outro agora. 


— Eu sabia da passionalidade dos Uchihas, mas você está me deixando preocupada do quanto isso pode sair do controle.


— Não vai, seremos bons companheiros. — O Uchiha se afastou e tirou a fita que prendia seus cabelos. — Caso queira, pode retornar para o seu quarto. 


Ino levantou do banco em que estava, ainda segurava o medalhão em seu peito, nervosa em dizer o que estava pensando. No entanto, sua mãe sempre falou da noite de núpcias e do quanto ela deveria estar preparada. Respirou fundo e ao ver os olhos negros voltados para si, travou, aquilo era novidade para si, nunca ficou sem palavras. 


— Você não vai… — Os olhos azuis desviaram para um canto qualquer, e sua outra mão amassou parte do tecido do vestido. 


— Oh, não, Ino. — Itachi falou assim que percebeu sobre o que ela falava. — Não irei tocar você, não se preocupe. 


Ela não estava preocupada, até desejava que soubesse logo sobre o que tudo aquilo se tratava e acabasse com sua curiosidade e também seu receio. Sua mãe sempre disse que os homens só pensavam sobre a noite de núpcias, loucos para tomarem o que era seu de direito; o corpo de sua esposa. Então por que ele não a queria? Acaso era feia? Sem graça? Não era suficiente para o rei? Aquilo tinha a magoado, mas sentiu a raiva subir por seu estômago até sentir suas bochechas quentes. 


— Tudo bem — falou ríspida, andando até a porta do quarto. — Voltarei ao meu quarto, amanhã conversamos.


— Boa noite, senhora Uchiha. 


— Boa noite. — Fechou a porta com força deixando Itachi sem entender seu rompante.




[...]




— Está mesmo pronta, minha filha? 


— Sim, papai. — Sorriu, mesmo que sem vontade, tentando deixar claro ao mais velho que o caminho que seguiu não tinha volta. 


Andou calmamente até a porta, que rapidamente foi aberta pelo cavalheiro que a acompanharia e saiu, sendo seguida por Inoichi e pelo homem de armadura. Ino fechou seus olhos e respirou profundamente tentando esquecer a noite anterior, sim, a de seu casamento. Não queria pensar que não tivesse ao menos uma explicação do fato de não ser atraente ao rei, mesmo tendo dúvidas se queria de fato ouvir o motivo de Itachi não selar o acordo com um beijo. 


O celebrante não pediu, talvez nem fosse costume do reino, contudo acreditava que todo casamento era selado com um beijo. Dispensou o pensamento quando seguiu o homem que tomou a frente, pouco mais de um lance de escadas e dois corredores, esperou que o guarda abrisse a porta e entrou com seu pai. 


— As joias da antiga rainha, majestade. — não entendendo o que o homem queria dizer, Ino pediu muda para que ele concluísse: — O rei pediu que escolhesse uma coroa para a apresentação no vilarejo, antes do desjejum. 


— Ah. — Ele nem mesmo foi consigo para dizer qual mais gostava? Como marido, Itachi estava sendo um ótimo rei. — Mais alguma ordem? 


— Não, senhora. Autonomia total em sua escolha. 


A face de Ino certamente chamou a atenção de Inoichi, que saiu em defesa do genro: — Ele deve estar organizando tudo para a apresentação, filha. Leve isso como um ato de confiança do rei. 


— Claro. — Distanciou-se da porta e caminhou até um dos móveis que pareciam escrivaninhas, lindamente ornamentadas. 


Abriu a primeira gaveta e quase foi indelicada ao tossir incrédula com a beleza das jóias de sua sogra. O colar em seu peito deveria ter mais valor sentimental, e não era nada simples, contudo seus olhos azuis admiraram a peça cravada de diamantes por toda a fina corrente e decorada com uma safira perfeitamente lapidada azul marinho. Aquilo deveria ser proibido de tão lindo. 


Fechou imediatamente a gaveta, pedindo ajuda ao homem que a acompanhava, ele apontou a cômoda mais próxima a janela. Ao abrir, notou o cetim preto do forro que envolvia belas coroas grossas de muitos tipos, certamente, para cada ocasião. Ino abriu outras duas gavetas e finalmente viu algo que poderia ter imaginado vez ou outra, em seus sonhos mais loucos, tarde da noite. 


O aço parecia prata, mas era mais brilhante e mais próximo do branco, ao pegar notou o peso, mesmo que parecesse leve. Dois aros serpenteavam um pelo outro, em ambos os lados, até o centro, segurando dois diamantes translúcidos nas pontas fazendo a dupla perfeita ao lado de uma maior, vermelha, como o vestido que havia usado em seu casamento. Achou a peça indescritível e teve certeza que das que havia visto, era a que mais parecia consigo. Fechou a gaveta atrás de si e feliz com a escolha, ofereceu ao pai, pedindo muda para que ele a colocasse. 


— Está bom, papai? — Apertou o objeto entre os fios loiros e sorriu com o acenar do mais velho. 


— Uma perfeita princesa, minha filha. 


— Alteza, podemos ir? 


— Claro. — Antes de sair, quando o homem abriu a porta outra vez para si, lembrou de uma coisa: — Qual é mesmo o seu nome? 


— Kemi, senhora. 


— Certo, sou Ino Yama… Uchiha, se tiver dúvidas. 


O homem a reverenciou e Ino tomou a frente, sempre acompanhada de perto. Ficou irritada por um instante, por saber que agora não havia mais jeito de fugir, sempre teria alguém em seu pé. Seguiu até a sala de jantar observando Sasuke e Shisui se levantarem de seus lugares para cumprimentá-la, mas seu marido não fez o mesmo. Sua raiva de Itachi parecia ser maior que o tempo que já passaram juntos.


— Bom dia, cunhada. Espero que a noite tenha sido boa… — O sorriso do Uchiha deixava claro que havia ali muitas intenções e Shisui deu um tapa na nuca de Sasuke, que reclamou, ao olhar para o rosto de Ino, ia tentar consertar a burrada, mas Shisui falou em sua frente. 


— Desculpe, majestade. Esse monte de estrume não é acostumado com mulheres e não tem educação suficiente para viver com uma. 


— Eu estou sim, com toda certeza já estive em mais camas que… Ai! — Outro tapa de Shisui estalou na nuca do moreno, que desta vez, ameaça usar sua espada.


Ino tapa a boca tentando não gargalhar das palhaçadas de Sasuke, contudo finge imediatamente reprovação aos atos do cunhado quando nota seu pai irritado ao lado, nada diferente de seu marido do outro lado. Disposta a dar fim na irritação matinal dos homens ao seu lado, começa a comer, como se Sasuke não continuasse falando asneiras, muitas vezes engraçadas, mas ainda sem receber palavra alguma do marido. 


Resolveu não se atentar ao que Itachi teria a dizer, se ele quiser falar que fale, se não, ela mesma arranjaria coisa melhor para se preocupar. Havia muita coisa para ser descoberta, agora era rainha, não uma desconhecida de um lugar distante. Teria o povo para reger e esperava mesmo que eles gostassem de si, até a amassem futuramente, como Hinata era amada pelos habitantes da Lua. Tudo isso com o tempo, e olhando o marido discutir com o irmão mais novo, diria que até aquilo poderia se encaixar futuramente. 


Olhou para o pai assustada ao ser chamada e lembrou-se de seu primeiro compromisso como rainha. Seu coração acelerou conforme os passos eram dados, seu pai a acompanhava de perto tentando lhe dar forças à sua maneira. Shisui dava ordens aos demais soldados, Sasuke tentava voltar a pose que o fazia parecer insuportável fora do castelo e Itachi tomou a frente para abrir, ele mesmo, a porta da carruagem. 


A mulher entrou assim que o marido deu-lhe a mão de apoio e acomodou-se em seu lugar. O Uchiha deu a volta e após conversar com alguns homens, entrou e sentou-se à sua frente. Sozinhos agora, a loira não conseguia pensar em um só assunto que pudesse dar fim ao silêncio ou apenas acalmar seu nervoso estômago, mas felizmente não precisou, pois a voz de Itachi tomou o pequeno local. 


— Era a coroa favorita de minha mãe, — Ino olhou para o moreno sem jeito, pronta para dizer algo, porém ele continuou: — e a minha também. 











Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...