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História Catnip - Único; Venha cá, ratinha!


Escrita por: Spanios

Notas do Autor


Postando no meio da aula só pra garantir que eu não morri! Heheheh

Essa one é um agradecimento a vocês, meus leitores tão pacientes que suportam essa escritora tão lerda e ocupada hihi :3

Boa leitura!

Capítulo 1 - Único; Venha cá, ratinha!


 

— Oh, me desculpe, querida! 

A mulher em frente à mestiça falou com um risinho no canto da boca, algo que deixava claro que o fato dela ter derramado metade do pote de erva de gato na azulada não havia sido nenhum acidente. 

Desde que Marinette Dupaing-Cheng tinha conseguido um emprego naquela clínica veterinária para riquinhos, passara a se acostumar com os clientes esnobes e perversos que apareciam por lá. Eles sempre pareciam ter algum prazer em especial em tornar a vida dela — apenas mais uma vendedora da sessão petshop — um pouco mais difícil.

“E eu achando que Lila era a pior...” — Resmungou em seu próprio interior. 

Por fora, abriu um sorriso engessado e educado, condizente com sua profissão, e respirou fundo imaginando as vibrações de paciência que Tikki, sua pequena kwami, provavelmente estava lhe enviando do bolso da jaqueta de seu uniforme. 

— Claro, senhora Smith. — Falou dando uma grande ênfase no ‘senhora’, já que a loira em sua frente não parecia ter mais de 29 anos. 

O pronome de tratamento escolhido não passou despercebido, fazendo a tal dondoca entortar levemente o nariz diante a insinuação de idade. Velhice quase parecia um xingamento grave para aquela gente, e a mestiça se aproveitava daquilo em ocasiões oportunas. 

— Não há problema algum. — Marinette continuou, sem se importar com a careta da loira, mantendo seu tom leve e adocicado. — Aqui está outro pote para Mufasa, basta se dirigir ao caixa e Alix lhe atenderá com prazer. 

A loira nem se prestou a soltar um agradecimento sequer, apenas deu a volta em seus saltos enormes, empinou mais o nariz e saiu. Seu gato, Mufasa, era simplesmente adorável, tanto que passava horas brincando com a azulada quando deixavam-no na clínica. Sua dona, por outro lado... nem um pouco!

Marinette suspirou pesadamente ao vê-la sair de seu campo de visão. 

— Você se saiu muito bem! — A vozinha de Tikki a confortou, enquanto a kwami permanecia em seu esconderijo. 

— Se Ladybug consegue enfrentar uns akumatizados... acho que consigo enfrentar uns clones mais velhos de Chloé e Lila todo dia. 

As duas riram levemente e a maior se direcionou para a sala dos funcionários. Ao menos a sorte estava do seu lado naquele dia e, apesar do seu recém adquirido (e não tão querido) aroma, seu turno já havia terminado, libertando-a para finalmente voltar para casa. 

— Preciso tomar um banho. — Resmungou levemente consigo mesma, apesar de andar sem pressa. 

Vez ou outra alguém olhava-a atravessado, mas não por conta do vestidinho leve que usava em pleno início de noite em Paris. 

“Deve ser a erva...” — Concluiu após notar que alguns gatos pelo caminho acabaram dando-a bastante... atenção. 

Não demorou muito para que chegasse à confortável (e charmosa) casa de dois andares que havia comprado com muito suor. Símbolo do início de sua independência e maior orgulho da azulada, que convenientemente ficava ligeiramente perto de seu trabalho, o que a fazia dispensar ônibus e deixava sua linda moto branca na garagem, disposta a ser usada ao menor sinal de um tempo chuvoso. 

Largou o molho de chaves no criado mudo que ficava estrategicamente ao lado da porta, deixou as sapatilhas em um canto e começou a subir vagarosamente cada degrau que a levava até seu quarto enquanto sentia o piso frio contra seus pés delicados e descalços. 

Tikki se debandou para cozinha, provavelmente louca para passar boas horas comendo cookies e fazendo pipoca. Depois que tinha aprendido a usar o microondas, fazer pipoca era a maior diversão (e especialidade) da kwami. 

Marinette suspirou de alívio ao chegar em seu quarto, uma brisa suave a recepcionou com alegria, cortesia da janela que sempre deixava aberta, e a mestiça se jogou com preguiça na chaise long. 

“Tenho que tomar banho, jogar essas roupas na máquina e só depois relaxar!” — Pensou autoritária consigo mesma. 

Mas apesar da organização mental, tudo que ela se limitou a fazer foi arrancar a jaqueta do corpo, jogando-a em qualquer lugar do chão, juntamente com as fitas que antes mantinham seus cabelos em suas perfeitas maria-chiquinhas. 

O corpo estava tão cansado que os músculos comemoravam com aquele simples deitar. Não podia ir pra cama e desabar de sono, mas... quem sabe? Poderia ficar de preguiça só mais um pouco em sua chaise long, buscando forças cósmicas para levantar e se enfiar debaixo do chuveiro e esfregar sua pele até que estivesse cheirando a rosas. 

— Até que enfim você chegou! 

A voz e presença inesperada de Chat Noir fez a mestiça dar um salto de susto, a tirando de seu tão confortável estado de preguiça. 

Da janela aberta, o gatuno riu com o susto da menor, se divertindo pelo jeito único da Dupaing-Cheng. Era sempre um alívio visitá-la sempre que seu pai não estava o enchendo de responsabilidades, dizendo-o que precisava estar pronto para sucedê-lo na Gabriel. 

— Chat! O que raios está fazendo aqui?! — Exclamou bufando de raiva pelo susto que havia tomado. 

O gatuno gargalhou com gosto, ainda na janela onde estava calmamente empoleirado observando tudo.

— Ué, achei que estaria mais feliz em me ver, princesa.

— E eu achei que você fosse um gato menos presunçoso. — Resmungou, em um mau humor passageiro que já dava lugar à um suave sorriso em seu rosto. 

— Ora, não resmungue. Não combina com você. — O loiro falou com humor e malandragem, descendo da janela em um pulo silencioso para o tapete felpudo do quarto. 

Foi necessário apenas um aspirar suave para que seus pulmões se enchessem com um cheiro curioso e instigante. Seu olfato, ainda mais apurado por conta de seus poderes, parecia intensificar os zilhões de sensações que aquele cheiro estava despertando em si. 

— O que isso?

— Isso... o que? — A azulada perguntou com o semblante confuso. 

O gatuno de repente parecia ter ficado alerta, com “as orelhas em pé”, olhando para todos os cantos do quarto como se tivesse perdido algo muito valioso. 

“Só faltava essa... o que deu nesse gato doido?”

— Esse cheiro, princesa. — Explicou-se voltando-se para a mestiça e dando um passo à frente, a cabeça tombada levemente para o lado. — Vem... de você?

— Cheiro? — Questionou se levantando da chaise long. 

Então, como em um estalo, recordou-se do fato de que a Sra. Smith tinha derrubado uma quantidade generosa de erva de gato nela... e também da sua atual falta de banho. 

— Ah! Você deve estar falando do cheiro do catnip... se bem que eu nem estou mais sentindo o cheiro. — Observou, cheirando suavemente a pele de seu próprio braço. 

— Catnip? — Chat questionou andando em direção a menor, sentindo rapidamente o cheiro se intensificando, o atraindo mais rápido para ela. 

— Eh... catnip, erva de gato, você sabe! Aquele troço pra deixar os gatos bem...

Chat Noir continuou andando, como se a voz da azulada apenas o atraísse ainda mais. Enquanto isso Marinette o olhava com o cenho curioso, recuando a cada passo que o loiro dava até que se viu imprensada entre a parede gélida de seu quarto e o tórax musculoso, firme e tentador do gatuno. 

— ...loucos. — Sussurrou, finalizando sua explicação. 

O loiro a encarava fissurado, mas não falou nem questionou mais nada, apenas se inclinou em direção a baixinha em sua frente e passou a ponta do nariz por todo o pescoço leitoso dela. 

— C-Chat?

O gatuno não disse nada, apenas continuou inspirando, sugando o delicioso aroma que emanava da pele macia da azulada. Um movimento lento e incrivelmente sedutor que fez todos os pelos do corpo mediano da mestiça se arrepiarem em tempo recorde!

Estava tentada a mandá-lo parar de provocá-la — mesmo que não notasse —, mas estava tão extasiada que tinha medo de que, ao invés de gaguejar, acabasse gemendo. 

Quem geme com leves fungadas no pescoço?!

Por dentro, Chat Noir sentia cada célula sua se agitando com os toques suaves que ele fazia, juntamente ao cheiro inebriante que inundava seus pulmões com intensidade absurda. Em todos seus anos como o super herói gatuno de Paris, o loiro nunca havia se sentido como um gato propriamente dito, mas agora... todo o seu corpo sentia vontade de miar, se enroscar em coisas e até mesmo... caçar. 

Tais pensamentos e instintos acabaram instigando uma ideia bem perversa em sua mente, algo que ele nunca teria imaginado com a azulada... até agora!

— Bem que Ladybug podia lhe emprestar o miraculous do rato de novo... — Sussurrou de maneira arrastada e rouca no ouvido da mestiça. — ...eu amaria brincar de gato e rato com você. 

Marinette congelou, apesar de seu corpo parecer ter subido a uma temperatura nunca atingida antes. O calor parecia subir até suas bochechas branquelas, deixando um belo rubor que fez o maior sorrir. 

O que aquele gato bobo achava que estava fazendo?! E porque ela estava sentindo seu corpo inteiro latejar com tudo aquilo?!

— Gosta da ideia de brincarmos? — Questionou provocante, pressionando ainda mais seu corpo no dela, fazendo-a sentir o quanto seus músculos eram grandes e firmes. 

E não parecia ser a única coisa grande e firme ali...

— Bom, então vamos brincar, princesa... e lembre-se: os ratos sempre fogem. 

Marinette sentiu um arrepio percorrer toda sua espinha e se espalhar pelos seus pelos; mas não era frio... não! Era algo muito mais eletrizante que a estava deixando com vontade de roçar seu corpo ao do loiro em sua frente pra ver se conseguiriam dividir aquela energia toda. 

Por dentro, o grande herói de Paris se via praticamente dominado por um instinto indomável que tomava conta de si. Sempre havia vestido aquele uniforme de gato preto... mas nunca havia se sentido TÃO gato como naquele momento. Queria afiar as garras na pele macia e leitosa da Dupaing-Cheng, ronronar com seus toques e lambê-la até que ela estivesse miando bem alto, para toda Paris ouvir. 

Mas algo dentro de si também queria brincar um pouco com a azulada, e foi essa vontade que o fez se afastar levemente dela, desencostando seus corpos e deixando um pequeno espaço pelo qual ela poderia passar. 

Seus olhos verdes se fixaram predatoriamente na Dupaing-Cheng e seus lábios se abriram no seu sorriso mais latino e quente — na visão dela. 

— Corra, ratinha. 

Talvez por um instinto irracional, ou pela voz rouca de Chat Noir ser tão persuasiva, os delicados pés desnudos de Marinette pareceram ganhar vida rapidamente, a levando para longe do gatuno. 

Mas para onde iria?! 

Descer as escadas e correr o risco de tropeçar e morrer? 

Sair do quarto e Chat Noir ver Tikki flutuando pela casa?

Seu quarto parecia a única opção além do banheiro, mas duvidava que uma simples porta fosse parar o loiro. Algo em seu corpo dizia que a porta viria a baixo... juntamente com sua roupas. 

O que estava pensando?! Roupas?! Ela tinha que correr!

O quarto era maior do que o de sua adolescência, sem dúvida, mas ainda assim era pequeno para ficar se esquivando do loiro... ela logo pararia debaixo de suas garras. Por sorte, o costume antigo de amar sua cama suspensa a tinha feito construir uma igualzinha em seu novo quarto. Ao menos teria uma escada de vantagem... Chat sempre odiava ter que subir a escada de sua cama e por isso só chegava pelo alçapão — para evitar a subida. Mas ali não tinha alçapão nenhum... nem o gatuno parecia o mesmo de antes. 

Na dúvida, a mestiça subiu a escada como um jato, nem sequer olhar para trás e agradecendo por ter corrido tanto sem tropeçar. 

Se enfiou debaixo dos edredons fofinhos e quentinhos de sua cama, como uma verdadeira ratinha acuada, torcendo mentalmente para que o terrível gato confundisse sua camuflagem com algumas pelúcias que estavam espalhadas pela cama. 

Por alguns minutos, o quarto mergulhou em silêncio, o que só pareceu deixar os nervos da azulada ainda mais frenéticos. Parecia uma verdadeira caçada... e a presa era ela!

Por (mais uma vez) instinto a Dupain-Cheng diminuiu a respiração, assim faria menos barulho e evitaria que os edredons grossos se mexessem.  

O gatuno se virou e olhou preguiçosamente por todo o quarto. Surpreendeu-se momentaneamente por não ver Marinette logo de cara, mas aquele cheiro do catnip ainda pairava no ar, confirmando que ela ainda estava por ali. 

Sem se mexer, olhou para o banheiro: porta fechada. E como ele não havia escutado som de portas, ela não tinha saído do quarto. Como ali também não tinha varanda — como na casa dos Dupain-Cheng — ela só podia estar...

— Bingo! — Sussurrou consigo mesmo quando seus olhos ferinos encontraram um leve relevo nos lençóis da cama alta. 

Ela acha que fugiria por conta de uma escada? No estado que Chat se encontrava, nem um prédio o pararia, muito menos uma escada!

O loiro caminhou silenciosamente pelo quarto, sorrateiro como um gato, se esgueirou até bem perto da cama e estendeu seu bastão como um pequeno elevador. 

A cena era cômica, com os grossos lençóis mal disfarçando o corpo encolhido debaixo deles que respirava suavemente. 

Chat pensou em ser gentil e apenas chamar a azulada, mas aquele cheiro o estava lhe deixando à beira da loucura! O instinto acabou o vencendo e ele se atirou na cama, deixando o bastão tombar no chão e arrancando um gritinho alarmado da azulada. 

— Eu acho que vi uma ratinha...

— Sai de cima de mim!! — Marinette esbravejou com a voz abafada pelos edredons, sentindo o peso do maior sobre si, juntamente com o coração acelerado pelo susto.

— Com prazer. 

Com um único movimento, o gatuno saiu de cima da mestiça e — apenas com um puxão — arrancou todos os edredons e os lançou no chão. 

— Chat! Pare! — Resmungou a Dupain-Cheng ao notar que seu quarto estava uma zona. 

O loiro inclinou a cabeça levemente e a encarou, seus corpos apenas a sentimentos de distâncias. 

— Não quer brincar comigo? — Sussurrou. 

Um arrepiou atordoante percorreu o corpo pálido da azulada. Cada célula do seu corpo imaginava que tipo de brincadeira seria aquela, e por incrível que pareça cada parte de si estava AMANDO a ideia!

— Quero ser... o parquinho. — Marinette falou sem acreditar em suas próprias palavras. 

A vergonha na cara foi pra onde?!

Que se lascasse a vergonha!!! Não conseguia ser menos tarada com Chat Noir tão perto de si, a devorando com os olhos como se ela fosse um bom petisco de gato. 

O loiro abriu um sorriso preguiçoso e sensual, algo que fez suas partes íntimas ficarem rapidamente mais úmidas. 

— Então está na hora deu descer pro play, princesa. 

 

[...]

 

— Marin... — Pareceu ronronar, tomando os lábios da azulada antes que morresse ainda mais de tesão sob suas carícias. 

Ela era tão perfeita e provocante, o deixando cada vez mais louco e à beira do êxtase. Sem contar na inesperada atitude “selvagem” da menor. Suas costas provavelmente estavam sagrando um pouco, e ardiam com o suor e com as novas zunhadas que as vezes recebia. 

As mãos de Marinette se agarram aos fios loiros de Chat bem no momento em que ambos se desmancharam um no outro. 

Era como finalmente ter encontrado a melodia certa para uma canção de amor. 

— Por que... nunca nos sentimos assim antes? — Chat perguntou quando voltou a se deitar ao lado dela, ambos cobertos pelo fino lençol enquanto ficavam de barriga pra cima, fitando o teto.

Suas respirações desreguladas sonorizando o ar em sua volta. 

— Porque eu não estava coberta de erva? — A menor respondeu/perguntou com humor, soltando uma risadinha entrecortada. 

— Não! — Gargalhou, entrelaçando sua mão na dela. — Por que nunca nos imaginamos juntos?

Era uma curiosidade que o corroía. Ele sempre tinha amado Marinette, sentia e sabia disso, mas... porque nunca havia rolado?! Precisou um maldito catnip para uni-los?

— Acho que meus pensamentos estavam com a pessoa errada. — A azulada sussurrou, sentindo um leve amargor tomar conta de si ao lembrar de seu antigo amor platônico e besta por Adrien Agreste.

Algo que lhe havia custado sentimentos maiores...

— Meu coração também. — Sussurrou o maior, sentindo a imagem de sua lady se tornar apenas Ladybug. Como sempre deveria ter sido...

— Chat?

— O que foi, princesa?

— O que somos agora? — Questionou-o sem encará-lo, olhando para o teto e sentido seu estômago embrulhado, por mais que mantivesse o rosto neutro. 

De alguma forma ficava apreensiva pela resposta que o maior lhe daria. Não queria perdê-lo, ainda mais agora que ele parecia estar se expandindo loucamente em seu coração. Mas também temia em segurá-lo e vê-lo correr assustado para longe de si. 

— Somos uma princesa e seu gatinho. — Falou com carinho, apoiando-se em uma das mãos para encarar diretamente as orbes azuis da Dupain-Cheng. 

A azulada sorriu como uma boba, sentindo o peito se aquecer de uma forma boa, como a muito tempo não acontecia. 

— Me lembre de derrubar erva de gato em mim mais vezes. 

 


Notas Finais


Gente, pelo amor de Deus não usem erva de gato, isso é só fic heheheheh

Mais Chat bem que gostou do catnip ;)

Espero que tenham gostadoooo :3
P.S. To viva.


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