História Cavalheiro dos sonhos - Capítulo -18

Não vi mais Natsu depois que ele me deixou ontem a noite na porta do meu quarto, ele também não compareceu hoje para o café, perguntei a Vargo se ele sabia onde ele estava nas ela não soube me responder.

Sem quer ficar esperando Natsu voltar, eu passei a fazer meus deveres como tutora de Nashi, passei algumas coisas para ela e expliquei como fazia, ela era inteligente não demorou muito para ela entender, e quando surgia alguma dúvida não hesitava em me perguntar. Passava da uma da tarde quando escutei o barulho das rodas da carruagem soarem do lado de fora da casa, e dela saiu a moça de longos cabelos brancos que fui apresentada quando cheguei aqui, se me lembro seu nome era Mirajane e a tia de Nashi. Logo depois saiu Natsu, ele trocou algumas palavras com ela logo depois se retirou, Mira não esperou muito para entrar na casa. Em alguns minutos ela estava passado pela porta da sala onde Nashi e eu estávamos, eu sorri para ela tentando ser gentil, nosso último encontro não me passou muita confiança. Com casualidade ela retribuiu meu gesto, e direcionou a atenção para sobrinha concentrada em sua atividade, tanto que não percebeu a presença da tia.

- como ela está indo com os estudos? - perguntou sem desviar a atenção da menina que agora havia largado o lápis e se voltado para ela.

- ela é uma garota inteligente, aprende rápido.- respondi antes de me direcionar para a saída.

Eu chegava na porta quando ela chamou minha atenção falando:

- Natsu pediu para avisa-la que se ainda estiver disposta a aceitar seu pedido para um passeio com ele, que o encontre nos estábulos em meia hora.

Eu fiz uma mensura com a cabeça ao receber o recado então sai. Eu havia me esquecido sobre seu convite, mas não me faria mal sair um pouco, e além disso gostava da presença de Natsu.

Fui para o meu quarto trocar de roupa, não sei onde iríamos, mas as roupas que eu usava no momento não me pareciam apropriadas para sair além dos limites da propriedade. Escolhi um vestido simples daqueles que Natsu me presenteara, ele era liso sem muitos detalhes, feito de chiffon bege, e um cinto para dar forma a saia, o melhor dele era que não havia necessidade de espartilhos, corselete ou qualquer outra coisa que incomode.

Não esperei que desse meia hora para me encontrar com Natsu. Quando cheguei no estábulo ele não estava em nenhuma das baías, mas sim aos fundos do estabulo, com um balde ao seu lado no chão ele banhava o animal e consequentemente acabou tomando um banho também. Eu ri com a cena oque acabou chamando sua atenção.

- oi, eu não tinha te visto. Está aí a muito tempo? - perguntou se afastando do animal. Observei sua camisa branca encharcada, as mangas puxadas e enroladas para cima do braço, aquele sorriso preguiçoso no rosto, uma visão desconcertante.

- não... não estou aqui a muito tempo. Mirajane me falou que era para te encontrar aqui em meia hora mas acho que cheguei um pouco adiantada. - expliquei me encostando na parede ao lado do portal.

- assim. Não se preocupa com isso. É eu terminar aqui vou me trocar para podemos ir, preparei um surpresa para senhorita, acho que vai gostar. - explicou voltando a se concentrar no cavalo.

- o senhor me deixou curiosa. Oque é? - perguntei curiosa brincando a saia do vestido.

- ja disse é surpresa. Mas se tiver muito curiosa permito que me ajude a terminar aqui para irmos mais rápido. - senti um leve tom de desafio em sua voz, se ele pensa que eu recuaria está enganado.

Me aproximado dele tirando a escova de sua mão.

- por onde começo? - perguntei estufando o peito para ganhar um ar de superioridade.

Natsu riu da minha pose.

- começa pelas partes que ainda não estão ensaboadas. E tente não se molhar, não quero ter que esperar uma eternidade para que você se troque.

- que eu saiba você é quem está molhado aqui. - disparei.

- é, por enquanto... - dizendo isso ele entrou no estabulo, voltando uns segundos depois com outra escova nas mãos.

Eu tomei cuidado para não me molhar, enquanto Natsu pouco se importou quando eu sem querer o molhei ainda mais sem querer ao jogar um balde de água quando fui enxaguar o cavalo.

- pelo menos posso dizer que já tomei meu banho de hoje. - falou torcendo a camisa, confesso que não tive força psicológica para desviar o olhar de seu abdômen estampado no tecido claro. - bom... acho que você pode encerrar sua carreira de minha ajudante por hoje, eu termino aqui. - falou sem graça passando a mão pelo cabelo, posso dizer que fui paga no flagra.

- claro, vou ficar aqui ter observando... digo esperando.

Ele acenou voltando sua atenção para o cavalo.

Oque você está fazendo Lucy? Essa é a pergunta que eu me fazia no momento.

~♡~

Natsu me ofereceu sua ajuda para eu montar no cavalo, novamente ele me entregara o cavalo branco para eu montar, mas dessa vez não pegará uma pra ele, assim que eu estava montada ele subiu sem muito esforço atrás de mim, seus braços ficaram em minha volta quando ele pegou as rédeas do cavalo, oque fez meu corpo reagir ficando tenso.

- desculpe eu devia ter perguntado antes se não havia problema em dividirmos o mesmo cavalo. Eu iria com outro mas como eu o lavei hoje...

- tudo bem. - disparei antes que ele se embaralha-se ainda mais. - não se preocupa, so fiquei surpresa. - não criaria uma situação embaraçosa so por isso.

- obrigado por entender.

Natsu deu sinal para o cavalo andar, ele soltou uma mão das rédeas para a pressionar contra minha barriga para me manter em cima do cavalo ja que não tinha onde me segurar.

O trajeto não havia sido longo até um pequeno lago de águas cristalinas escondido em uma clareira. Natsu desceu primeiro, então me ajudou a descer.

- vem... - pediu pagando minha mão me levando até a plataforma logo a frente.

Todo um piquenique montado sobre a plataforma, eu observei tudo, cada detalhe, então me voltei para Natsu.

- isso por um acaso é um encontro romântico? - pergunte. Tudo indicava que sim, um piquenique apenas para nós dois, na beira de um lago, a paisagem de tirar o fôlego.

- se for poderia me dizer se está dando certo?

Quando ele me convidou para um passeio não era isso que eu esperava.

- talvez...

- então vou ter que me esforçar mais, quero que quando o dia acabar você tenha caído em meus encantos.

- e me tornar a mais nova versão de Yukino a obsessão em pessoa.

- não, espero que seja um pouco pior. - brincou.

- você também fez um piquenique para ela?

- não. E para falar a verdade não sei por que ela se interessou em mim.

- a claro que não sabe. - um poderia fazer uma lista de motivos para ela ter se interessado mais eu preferia me aproveitar desse piquenique e toda comida que estava em minha disposição no momento.

Eu me sentei sobre a toalha estendida na plataforma, e Natsu se juntou a mim.

- quando foi que você preparou tudo isso?

- hoje de manhã. - disse ao cortar um pedaço de bolo.

- não passou por sua cabeça que alguém pudesse chegar antes de nós? Comida não vigiada é uma tentação para os desavisados.

- claro, mas aqui é uma propriedade privada. Antes que pergunte não é minha, ainda não.

- não entendi.

- é dos meus pais, mais especificamente da minha mãe. Olha. Vê aquela cabana?- perguntou Natsu apontando para o outro lado do lago. - Era da minha vó.

- onde está ela agora? - perguntei mordendo uma maçã que peguei momentos antes da cesta.

- ela faleceu a alguns anos.- respondeu com melancolia. Me amaldiçoei por ter perguntado.- não faça essa cara, está tudo bem.

- eu não devia ter perguntado.

- Lucy não tinha como você saber, vamos desfaça essa cara, sorria. Você fica linda quando sorri. - afirmou tocando a ponta do meu nariz com o indicador.

Senti meus o canto do meu lábios repuxar para cima trazendo átona um sorriso.

- viu linda.

O resto do piquenique se passou da mesma forma, Natsu pareceu não se cansar de me fazer cortejos. Depois que comemos se Natsu se deitou na plataforma para se banhar com a luz do sol, vários minutos a passaram com nós dois apenas escutando a som das águas, dos pássaros, ventos e a respiração um do outro, até que uma brilhante ideia se passou por minha cabeça, eu me levantei, observei Natsu mais uma vez agora quase de olhos fechados, então pulei sem aviso no lago expirando água nele o fazendo se levantar em um sobre salto.

- oque houve? - perguntou ele se aproximando da borda.

Sua preocupação me deu outra brilhante ideia, que talvez o irrita-se um pouco mas valia a pena. Fingindo me afogar passei a bater meus braços na água desesperadamente, mergulhando e voltando a superfície gritei por ajuda, Natsu nem pensou antes de se jogar na água para me ajudar, mantendo a calma ele chegou até mim, seus braços me alcançaram com dificuldade. Me agarrei em seu pescoço, um de seus braços me prenderam junto a ele, e com a outra ele tirou os cabelos molhados do meu rosto.

- você está bem? - perguntou preocupado, seus olhos não paravam de me estudar.

Eu me segurava para não rir. Uma batalha que foi perdida pois comecei a gargalhar, a de preocupado ele ficou sério.

- você está brincando comigo. Eu achei que você estava se afogando de verdade. - falou desacreditado tentando me afastar dele, mas não me distanciei nem por um centímetro.

- você fica tão fofo preocupado. - brinquei, fiquei feliz por ele não hesitar em me ajudar, não que eu duvidasse do contrário.

- não tem graça assustar os outros dessa forma. - falou bufando, e seu braço envolta da minha cintura ficou mais fixo me pressionando ainda mais ao seu corpo.

- você não vai me dar um sermão agora né? - questionei com um sorriso de canto debochando, para camuflar o nervosismo incomum que passou pelo meu corpo, e um frio tomou conta do meu estômago quando meus olhos caiu para seus lábios entreabertos tão próximos dos meus. Mas Natsu não se aproximou nem se afastou quando fui levada por um instinto desconhecido até seus lábios que pela segunda vez tive a chance de toca-los com os meus, o toque hesitante e contido, me afastei constrangida ao ver que Natsu não se deu ao trabalho e corresponder.

- desculpa eu não devia...- falei envergonhada me desprendendo de seu pescoço, mas ele não me soltou. Senti meu coração saltar quando sem aviso ele tomou minha boca com a sua, seus lábios roçaram os meus, em um beijo diferente dos quais eu dera em meu noivo, sua língua adentrou em minha boca ultrapassando a barreira de meus lábios, senti meu corpo sendo ainda mais pressionado ao seu o que arrancou um resmungo meu, minhas mãos agarram sua camisa quando o ar se esgotou em meus pulmões mas eu não queria cessar aquele beijo. Assim que nos separamos vi Natsu e suas bochechas levemente coradas enquanto recuperava o fôlego.

- espero que esse beijo tenha significado algo para você. - eu não pude deixar e lembrar o que falei para ele naquela festa do seu amigo. Mas ele estava certo, significou algo, algo em mim pareceu ter despertado, uma sensação estranha mas boa.

            Sem esperar que nosso pulmões se recuperassem reivindiquei seus lábios.