História Cavalheiro dos sonhos - Capitulo - 89

          Durante nossa janta, Natsu se controlou, não lançou nenhuma provocação ao senhor Lore, mas esse feito foi graças a presença de Nashi. Natsu nunca se comportaria de maneira inapropriada na frente de sua filha, não seria um bom exemplo. Porém duvido que as coisas continuem calmas desse jeito quando ele voltar do quarto da filha.

- o seu marido esta demorando...- comentou Rufus, se juntando a mim, perto da janela da sala de visitas.

- ele esta colocando a filha para dormir, é compreensivo que demore.

- ou talvez ele esteja demorando porque não quer estar aqui. Percebi que ele não gosta muito de mim.

- é apenas ciúmes, não é nada pessoal. - tentei tranquiliza-lo. E ele sorriu, se aproximando um pouco mais.

- seu marido se sente ameaçado por mim. Isso apenas faria sentido se eu tivesse alguma chance de tê-la. - falou em um tom mais aveludado, enrolando uma mecha do meu cabelo em seu dedo, o que apenas me deixou em alerta, então recuei um passo.

- a-acredite, Natsu não acha que você tem alguma chance em me ter, ele sabe que o amo, e nunca o trairia. - respondi impassível. Não quero achar que Natsu estava certo a respeito dele sentir algo por mim, a ponto de esquecer as boas maneiras e flertar com uma mulher casada, ainda mais em sua própria casa com tamanho desrespeito.

- peço perdão se a ofendi. Não foi minha intenção, apenas comentava uma observação.

Eu estampei um sorriso, para amenizar aquele clima estranho, e em um gesto calculado eu apoiei minha mão nem seu antebraço e o tranquilizei:

- não se preocupe, todos cometemos erros. Mas não confunda gentileza ou amizade com interesse. Eu amo o meu marido.

- é claro que ama. Mas não deixo que me culpar por não tê-la conhecido antes. Você é uma mulher encantadora.

- acredite, você não é o único se se sente assim. - comentou Natsu, anunciado seu retorno.

- você tem muita sorte. - afirmou, sem deixar se abalar pela presença do meu homem.

Natsu deu um sorriso desafiador, ao se aproximar e me tirar de perto do loiro. Em um ato acintoso ele ergueu meu queixo, lançando um olhar desafiador ao Lore e pressionou seus lábios aos meus. O que acabou me irritando, e em resposta o empurrei, o fitando com reprovação. Eu amo os seus beijos, mas não vou aturar que ele se comporte assim apenas para demonstrar estar por cima, ou me tratar como um troféu.

- Lucy... - balbuciou ele obviamente confuso.

Eu respirei fundo, me recompondo.

- querido, por que não vai buscar a senhorita Nicole, ela esta na cozinha. - pedi, tentando ignorar os últimos ocorridos.

Ele aparou olhando de mim para Rufus algumas vezes até me responder:

- e por que ela esta lá?

- ela queria mais bolo, então acompanhou um dos criados até a cozinha, para ficar mais à-vontade. Vá busca-la, por favor.

Ele hesitou por um tempo, então suspirou abaixando sua guarda.

- esta bem, eu vou. Só fique atenta. - um aviso nada sutil, porém assenti do mesmo jeito.

Natsu já saia quando eu o chamei, ele parou e eu corri até ele, segurando seu rosto em minhas mãos eu me ergui nas pontas dos pés dando um beijo rápido nele.

- volte rápido...

Lucy off.

Natsu on.

Eu deixei a sala mesmo não querendo, mas acho que ficou claro para o senhor Lore que minha esposa só interesse em um homem, e não é ele.

Nem precisei chegar na cozinha para encontrar a senhorita Nicole, aparentemente ela ja regressava a sala.

- senhorita, esta indo a seu encontro. Espero que não se importe em retornar comigo para junto do seu irmão.

- perdão. Não pensei que estava me demorando. - se desculpou envergonhada, limpando os cantos da boca de forma desajeitada.

- e não estava. - a acalmei, estendendo um lenço para ela. - e fico feliz que tenha gostado do bolo. Confesso que era o meu preferido na infância. - o famoso bolo da casa da vovó, uma fina camada de bolo e chocolate com outra fina camada de bolo com mais chocolate e pequenos pedaços de morango por cima.

- é por que não é mais?

-não faço a mínima ideia. Talvez eu me empanturre com o que sobrou dele amanhã no café.

Ela riu.

- ja te falaram que o senhor é um homem encantador? - perguntou, sem deixar de sorrir.

- algumas vezes. - para ser sincero foram umas centenas de milhares de vezes.

- e posso confirmar que não mentiram ao senhor.

- por favor, me chame de Natsu. Somos amigos, não?

- somos? - indagou com fascínio. Eu assenti achando graça do seu jeito único e engraçado. - esta bem então, Natsu. -disse em uma mensura. - mas agora exijo que também me chame pelo nome.

- seu irmão não irá gostar de tal intimidade.

- e você liga para isso? - perguntou, me desafiando.

- é claro que não, Nicole.

Nós dois rimos, com tal cumplicidade surgida do nada.

- venha, devem estar nos esperando...

Natsu off.

Lucy on.

Eu servia um pouco de vinho para mim quando a porta da sala foi novamente, e Natsu e Nicole entraram rindo. Rufus e eu trocamos olhares curiosos.

- meu amor, vejo que ja esta se servindo. - observou Natsu, se recompondo.

- sim, sente-se eu te sirvo.

- traga uma taça para a Nicole também. - pediu. Mas o que me chamou a atenção foi que ele a chamou pelo primeiro nome, muita intimidade para quem se conheceu hoje.

- é claro...

Depois que eu servi a todos exceto Rufus, e me sentei ao lado do Natsu.

- humm. Não é ruim. - comentou a senhorita, se referindo ao vinho que experimentou pela primeira vez.

- só não tome de mais, Lucy quando bebeu pela primeira vez, ela parou na minha cama. - comentou Natsu, fazendo graça, sem perceber como poderia ser interpretado.

A senhorita Lore corou. E seu irmão franziu as sobrancelhas de contragosto.

- o que esta insinuando? - rosnou para o meu marido

E por fim Natsu se deu conta da gafe em seu comentário.

- perdão. Não quis insinuar nada, apenas quis dizer que se bebesse de mais poderia tomar decisões impensadas, então citei um exemplo.

- ela é sua esposa, então isso não tornaria uma decisão impensada, ja que é compreensivo ela ir para cama com você.

- digo isso, pois quando ocorreu isso, nós ainda eramos noivos, e isso foi irresponsável da parte dela, outra pessoa em meu lugar poderia ter se aproveitado do seu estado. E é nesse ponto que quero chegar. - eu não pude deixar de me envergonhar. Nunca pensei naquele ocorrido dessa forma.

- não se preocupe Natsu, eu não vou parar de surpresa na sua cama. - comentou a ruiva, com um sorriso cheio de subentendido. O que me deixou com um gosto amargo na boca.

- tenho minhas duvidas se você entendeu o que meu marido quis dizer. O medo dele não é de você aparecer em nossa cama, mas sim fazer algo que não se orgulhe ou algo que se arrependa depois.

Ela deu de ombros, como se não se importasse. E seu comportamento me incomodou, porém optei por não falar nada. Acho que aquela reunião estava se prolongando de mais.

- Natsu, eu acho que não estou bem... - menti, me virando para o meu marido. - você se importaria se eu me retirasse? - perguntei, ja sabendo que ele não me deixaria sozinha, então acabaria com aquela conversa.

- o que você esta sentido?

- um pouco de tontura, nada de mais.

- senhor Lore e Nicole, peço que nós perdoe, mas minha esposa não se sente habita para continuar nossa conversa, eu vou pedir para um criado acompanha-los até a saída. - avisou Natsu, sem hesitação.

- compreendemos. Bom, foi uma honra vocês nos receber em sua casa.

Assim que eles saíram, eu me levantei e passei por Natsu, sem dirigir se quer uma palavra a ele. E como esperado ele se apressou para me alcançar.

- ei! Não ande tão depressa, lembrasse, você esta com tontura, pode se desequilibrar.

- eu estou ótima, Natsu. - disparei impassível.

- então por que disse que estava mal?

- pois não estava gostando da intimidade que você e a senhorita rechonchuda estavam tendo. - confessei.

- Lucy, não seja maldosa. - me repreendeu.

- me deixa. - eu posso me arrepender depois, mas agora eu não ligo para o que é certo.

- não. Você esta confundindo as coisas.

- Natsu, eu reconheço quando uma mulher esta interessada. E ela estava.

- não estava.

Bufei.

- ela flertou com você, na minha frente.

- meu Deus. Lucy, não seja paranóica.

- Natsu, ou você é muito inocente ou sabe fingir muito bem.

- ou você esta imaginando coisas.

- não estou.

- esta bem. - disse parando em minha frente, impedindo que eu desse outro passo adiante. - Mesmo se ela estivesse flertando. Eu não tenho olhos para outra mulher a não ser você. Então por favor, não vamos brigar. - tentou me acalmar.

Então eu relaxei, soltando todo o ar de meus pulmões em um suspiro cansado.

- eu acredito em você, mas peça para ela não continuar. - pedi. E ele assentiu com um sorriso fino, nenhum pouco convincente de que cumpriria meu pedido.

- esta bem meu amor.- afirmou me rodeando com seus braços - Mas agora vamos para cama. – disse me dando um beijinho.

- quando você diz para irmos para cama é para dormir, ou…? – eu não sei o que pensar, quando se trata dos convites de Natsu.

- da maneira que você desejar.

- vamos dormir então.

- claro. Mas não se esqueça que eu não disse nada sobre não tentar fazer você mudar de ideia, diante  a sua decisão.

- esta dizendo que pretende me seduzir?

- que tipo de marido eu seria se não pretende-se? – questionou, de forma libertina. O que fez eu me livrar dos seus braços e fugir, se ele me alcançar provavelmente terei uma noite como a anterior a essa. Devo confessar que não me importarei muito se for.