História Cavalheiro dos sonhos - Capitulo - 92

-Natsu, aconteceu alguma coisa? -perguntei, ao ver meu marido, aparentemente irritado. Eu nunca vi aquele olhar nele, chamas pareciam crepitar em suas órbitas negras.

- você esta me escondendo algo? - perguntou, quase sem mover os lábios, ele parecia mortificado.

Eu dei dois passos em sua direção, mas fui obrigada a parar, um instinto em mim fez me parar. Levantei minha cabeça para o encarar nos olhos. Algo esta muito errado.

Respirei fundo.

- não... - respondi sem rodeios. -aconteceu algo? -voltei a perguntar.

- acho que sim. Pode me dizer o que é isso? - ele me estendeu a folha que estava em sua mão.

Eu peguei, meus olhos correram pelas linhas rapidamente. Agora tudo faz um pouco mais de sentido.

- não sei do que esta falando essa carta. Eu não faço ideia de quem seja esse homem. E eu ja te disse isso antes.

Ele soltou uma risada nervosa, seu corpo inquieto se sentou na beira da cama, enquanto ele batia freneticamente com a sola do sapato no chão.

- então o que isso fazia aqui? E por que ele deixa a entender que vocês se encontram?

- não sei. Não fui eu que coloquei isso ai, não sei o porque dele dizer isso. Natsu, você sabe que eu te amo. E quando desconfia que eu o engano, isso me magoa. Sempre que saio eu estou acompanhada de alguém, seja você, Nashi, capricórnio, ou algum de seus amigos e familiares. Eu nunca sai sozinha.

Ele abaixou o olhar, soltando todo o ar de sues pulmões em uma lufada.

- isso esta me enlouquecendo... - murmurou. Ter aquelas cartas chegando em casa frequentemente, também me enlouquecia. - eu sou um tolo... perdão. - parece que minhas justificativas o convenceu da verdade. Tenho a impressão que no fundo ele sabia que aquela carta não falava a verdade, porém com tudo que esta acontecendo ultimamente, o emocional dele deve estar abalado, é muita coisa para uma pessoa aguentar sem perder a calma.

- não precisa se desculpar, eu também pensaria besteira se encontra-se uma carta desse tipo direcionada a você. Mas não duvide novamente de mim. - falei, me aproximando dele ao ver que Natsu havia se acalmado. Eu me encaixei no meio de suas pernas para chegar o mais perto o possível dele, levando minha mão até seu rosto o obrigando a olhar em meus olhos. - Eu nunca trocarei você por outra pessoa. - o lembrei.

- eu te amo. E temo te perder.

Eu dei um sorriso tranquilo, me curvando para lhe dar um breve beijo, como sinal para deixarmos aquele ocorrido de lado.

- eu vou me trocar... - avisei, eu ja começava a ficar com frio vestida apenas com aquela toalha úmida.

Quando fui me afastar, Natsu me segurou no lugar, eu me voltei para ele. Seus olhos brilhava de uma forma que conhecia bem, não pude deixar de sorrir, e foi quando ele levantou-se, curvando sobre mim, mas antes que seus lábios captura-se os meus eu virei o rosto. Sei onde terminaríamos se eu o deixasse me beijar naquele momento.

- sem contatos antes de um banho. - falei, contendo uma risada ao ver arquear suas sobrancelhas contrariado. - Não poderá jantar sujo de fuligem desse jeito. - Natsu estava imundo, deve ter sido um longo dia na plantação.

Ele riu, dando me um beijo na bochecha.

- acho que eu mereço um banho de água fria... - comentou, antes de ir até a porta e sair.

Suspirei. A vida de casada nem sempre é fácil. Será que a uma maneira de adestrar o marido? Acho que vou perguntar as meninas da próxima vez que as ver. Rindo com esse pensamento eu retirei a toalha a jogando sobre a cama, observando as marcas negras que foram deixas pelas mãos de Natsu. Me pergunto como é que foi o seu dia, ou todos os sentimentos que o atormentou no decorrer dele, querendo ou não, uma parte da vida dele foi levada pelas chamas, que para mim não fazia sentido um incêndio nessa época do ano, não estava fazendo calor excessivo para tal evento.

~♡~

Depois da janta eu me sentei na sala de descanso com um livro, eu lia tranquilamente até escutar o ranger da porta se abrindo, eu ergui meu olhar até a pequena menina de cabelos rosados que caminhava até eu, se balançando no ritmo da musica que aparentemente tocava em sua cabeça, chegando no sofá, ela escalou o móvel, arrancou o livro de minha mão e se sentou em meu colo, então me devolveu ele.

- lê para mim. - pediu, me fitando com aqueles brilhantes olhos azuis herdados de sua falecida mãe.

- talvez se você me trouxer outro livro, eu poderei ler para você, esse não é tão interessante para uma menina da sua idade.

- esse é um livro com adesivo vermelho? - perguntou.

Eu o virei para ver, e sim, ele possuía um adesivo vermelho.

- sim. O que isso significa?

- os livros com adesivo vermelho são os livros que o papai falou para eu não ler, que são apenas para os adultos. - contou.

-humm. Então acho que é melhor não ler mesmo para você.

- é. Mas você pode ler outra coisa quando for me colocar na cama hoje.

- claro...

Ela sorriu se aconchegando um pouco mais em mim, e ficou em silêncio brincando com a minha mão até erguer a cabeça novamente, para me dizer algo.

- Lu, quando sua barriga vai começar a crescer? - perguntou, apalpando minha barriga.

- hã?! - ela me pegou de surpresa com essa pergunta.

- a barriga da minha tia Mira, ficou enorme quando ela descobriu que ia ter bebê. Por que a sua não cresce? Meu irmão vai ser pequenininho?

- ela não cresce porque não estou esperando um bebê. - expliquei.

- mas minha tia Mavis disse que estava. - há, é claro, Mavis.

- ela se enganou.

- há... - resmungou, fazendo bico.

- você quer um irmãozinho?

- eu quero uma irmãzinha. Meninos são mimados. Sempre que sabem que uma mulher esta esperando um bebê, sempre torcem para ser menino, eu acho isso errado. – uma perspectiva forte da realidade, para uma menina tão jovem ter.

Muitos apenas desejam ter um menino, não por ele ser um menino, mas um herdeiro.

- bom, nós não controlamos isso. Mas tenha certeza quando eu for ter um bebê, não vai importar se for um menino ou uma menina, vocês dois vão ser mimados da mesma forma.

- eu não sou mimada. - reclamou, aborrecida com minha afirmação.

- é sim. Seu pai mima todo mundo.

- então você também é mimada. - rebateu, petulante.

- com certeza, Nashi. Você não ta vendo que estou engordando? É de tanto chocolate que ele me dá. - brinquei, inflando as bochechas.

Ela riu, as espremendo, fazendo todo o ar sair de dentro delas.

Lucy off.

Yukino on.

Eu descia na frente da pousada onde Sting se hospedou, precisava contar a ele como o nosso plano estava caminhando, e sobre minha ultima jogada, se tudo tiver dado certo essa hora os pombinhos estavam brigados, conheço suficientemente a Natsu, para saber que ele ficaria irracional ao encontrar aquele bilhete que Júlia colocou no quarto deles, em sua visita a Vargo nessa manhã. Tudo de acordo com o meu plano. E eu ja estou pronta para o próximo passo.

             Yukino off.