1. Spirit Fanfics >
  2. Cela 132 >
  3. Welcome to Wondong

História Cela 132 - Welcome to Wondong


Escrita por: gucciqeen

Notas do Autor


Oii gente!

✖ Me apresentando ✖

Meu nome é Giovana, mas podem me chamar de Gio. Já estou ensaiando o enredo desta fanfic a dois meses e finalmente formulei algo que considero meu xodó ❤

✖ AVISOS ✖
➸ Cada um lê o que quer, então já deixo claro que nessa história irei retratar da REALIDADE vividas nas prisões da vida real, por tanto terá algumas cenas pesadas, como: Drogas, Estupro, Linguagem Imprópria, Suicídio, Tortura e Violência (todas estão nos avisos);
➸ Enredo de MINHA autoria. Qualquer outra história semelhante será considerada plágio e denunciada;
➸ A fanfic não faz apologia a nada;
➸ Não incentivo ninguém a fazer o que consta nesta história;
➸ As personalidade dos personagens foram criadas por mim;

➸ Comentários são sempre bem vindos ❤

Boa leitura!
~ Gio

(Trailer nas notas finais)

Capítulo 1 - Welcome to Wondong


Fanfic / Fanfiction Cela 132 - Welcome to Wondong

                                                        

Tradução do título do capítulo: Bem-vindo à Wondong
 

 

Creio que desde criança fui um bom garoto. Boas notas e bom comportamento dentro e fora da escola eram exigidos em minha criação. Mas, existe um ditado popular clássico o qual diz que "errar é humano". E, de fato, o erro é uma característica comum no comportamento humano e pode até ser considerado natural. Porém, a permanência no erro jamais deve ser naturalizada. E foi assim que fui criado por minha mãe; nessa filosofia de vida sempre tentei ser honesto, generoso, respeitoso, bondoso e gentil, mas caso eu a desobedecesse, eu era castigado.

A punição consiste em diminuir a probabilidade de algum comportamento acontecer ou voltar a acontecer através da introdução de medidas disciplinares ou da retirada de recompensas. Mas, quando você está em uma penitenciária... A situação é completamente diferente. Sua mãe não vai tirar o seu videogame e ela também não te dará um sermão. Na prisão, você perde a sua liberdade para pagar pelos seus erros, até que não deva mais nada a sociedade. Não terá mais seu livre arbítrio, pois eles controlarão sua hora de acordar, comer, tomar banho e dormir. E, nesse caso, o perdão não existe. Ninguém irá te poupar.

"Todos erram um dia: por descuido, inocência ou maldade." Já dizia o grande poeta William Shakespeare.

E, aqui estou eu, condenado pela minha própria inocência e ingenuidade no Instituto de Detenção de Wondong, em Busan, na Coreia do sul, estando prestes a pagar por todos os meus pecados. Meus pulsos já doíam por estarem sendo apertados pelas algemas, e o uniforme cor laranja chamativo pinicava minhas pernas pelo calor.

Caminhava pelo corredor principal sendo guiado por um guarda. Ele me empurrava até a cela a qual eu moraria pelos próximos quatro anos de minha vida. Era assustador pensar que agora eu tenho vinte e seis anos e só sairia daqui aos trinta. Anos que jamais voltariam. Tempo completamente perdido.

O ar daquele local era pesado, úmido. O cheiro de mofo era forte, afinal, era possível ver as infiltrações no teto e na parede descascada do local graças ao período de chuva forte. Haviam goteiras, e vez ou outra, naquele meio tempo que o guarda me levava, a luz falhou por alguns segundos duas ou três vezes.

O paraíso.

Talvez o cenário perfeito para um filme de terror.

— O café da manhã é servido das seis horas até as sete e meia, então, é melhor que a princesa acorde no horário ou então vai passar fome até o almoço que é às onze e meia. — O guarda disse dando um leve empurrão em minhas costas. Parecia que ele fazia de tudo para me intimidar, porém, tudo que ele conseguira de mim fora um grande prato de desprezo. Continuo fitando o chão encardido, sentindo mais um de seus empurrões em minhas costas, obrigando-me a andar mais rápido. — A janta é servida das seis e meia da tarde até às oito horas da noite. Às oito e meia, todos os detentos devem estar posicionados em frente as suas respectivas celas para a contagem noturna. O não comparecimento pontual a contagem resultará em noites na solitária. — Quando pensei que ele finalmente iria se calar de uma vez por todas, voltou a falar. — O presídio também oferece atendimento psicológico para que você possa reclamar de sua vida miserável e não acabar sendo encaminhado para um hospício. — Respiro fundo, continuando a ignorar o que dizia, recebendo mais um empurrão. — Está me escutando, detento? — Perguntou alto.

— Sim. — Falo baixo.

— Ótimo. Pensei que fosse surdo. — Reviro meus olhos.

Após tantos empurrões, finalmente chegamos até uma porta de metal. O guarda colocou o polegar na tela de identificação, e logo, uma foto 3x4 do mesmo e seu nome apareceu ali: "Agente de segurança prisional: Shin Byungho". A porta destravou e abriu automaticamente.

Meus olhos se depararam com um enorme corredor mal iluminado, repleto por dezenas de celas em ambos os lados. De repente, alguns presos começaram a gritar, assobiar, bater nas grades das celas. O barulho ecoava, deixando o som mais intenso e alto. Sinto todo o sangue de meu corpo se concentrar em meu rosto e minha pele arrepiar ao ouvir obscenidades.

"Parece que temos carne nova."

"Coloque ele aqui na minha cela, vou cuidar bem dele."

"Ei gracinha."

"Será que você fica vermelho assim com meu pau na sua boca?".

Meu estômago se revirava e mantinha meus olhos pregados no chão, me concentrando para ignorar tudo o que diziam.

— Calem a boca! — Shin berrou e em poucos segundos o barulho diminuiu.

Suspiro aliviado ao não escutar mais nada, afinal, minha cabeça já começava a doer. Ele continuou me empurrando até uma das últimas celas. Levanto o olhar vendo o número escrito em uma placa prata parafusada acima das grades: 132.

Shin tirou um molho de chaves do bolso e destrancou minhas algemas. Massageio meu pulso ao ver duas maracas vermelhas em cada um deles.

O aperto forte das algemas era realmente necessário?

Shin destrancou a cela e me empurrou para dentro da mesma, a fechando em seguida. Um lugar pequeno com um beliche de ferro e um pequeno armário do mesmo material. Nada mais além disso.

— Seus pertences, Park. — Tirou do bolso uma escova de dente cor de rosa, jogando em minha direção. Pego-a com desajeito no ar, antes que a mesma caísse no chão sujo daquele lugar. — Gostou da cor? Pensei que combinaria com você. — Falou com um sorriso sacana no rosto. Nem mesmo tive tempo de revirar os olhos, porque em seguida ele me lançou um desodorante e uma pasta dental. Enfiou a mão no bolso novamente, tirando um sabonete, jogando-o outra vez em minha direção, porém dessa vez não tive sorte em pegá-lo. — Isso é perigoso... Espero que não deixe cair no banheiro também. — Falou sorrindo traquina. Bufo baixo e me agacho para pegar o maldito sabonete, e quando pensei que finalmente o idiota iria embora, abriu a boca mais uma vez. — Cuide bem dele, Jeon.

Jeon? Mas de quem ele está falando?

Ao me levantar, olho para trás, tomando um susto ao ver outro detento encostado na parede da cela, encarando aquela situação com um sorriso divertido nos lábios. Sinto meu corpo estremecer ao perceber que meu companheiro de cela, além de ser alto, tinha um físico mais avantajado que o meu. Pele clara, cabelos negros, escuros e desarrumados. Os braços eram repletos por tatuagens as quais nem mesmo tive tempo de analisar. Seu uniforme era azul escuro, igual ao de todos os outros presos e talvez eu até pudesse me preocupar com fato do meu ser o único diferente, se eu já não tivesse ocupado demais calculando minhas chances de sair vivo ou com meu corpo intacto, caso o tal Jeon pensasse em partir para cima de mim.

0%. Estas eram as minhas chances.

Não apenas pelo fato de ele ser um pouco mais alto e mais forte; era que eu nunca havia batido em alguém em toda minha vida e era óbvio que essa não seria a primeira vez que eu faria isso. Não aqui. Não nele.

— Está encarando demais, "Park". — Cantarolou sem emoção. — Sorte sua ter essa cara de sonso ou então eu entenderia que está a procura encrenca. — Descruzou os braços se desencostando da parede. Não conseguia pensar em nada, minhas pernas estavam trêmulas e meu coração acelerado. — A não ser que eu esteja errado e você realmente queira confusões. — Aproximou-se.

Balanço minha cabeça negativamente e mantenho meus olhos presos em qualquer lugar da cela que não fosse o homem parado em minha frente.

— E-Eu... — Engulo seco, limpando minha garganta em uma tosse forçada. — Não quero confusões. — Minha voz desliza, fazendo com que ele soltasse uma risada nasal, provavelmente achando graça da minha fraca postura perante ele.

— Temos que estabelecer alguns pontos para conseguirmos ter uma boa convivência juntos aqui, certo? — Encostou-se a quina do beliche e eu apenas assinto com a cabeça. — Certo. Primeiro, vamos manter nossos espaços pessoais. Não pergunte nada sobre mim e eu não irei perguntar nada sobre você.

— Cer...

— Me deixe terminar. — Interrompeu-me. — Como imagino que é sua primeira vez aqui, devo lhe alertar que... A prisão não é nada parecida com o que você viu em filmes ou séries da televisão. É ainda pior. — Sinto uma de suas mãos puxar meu queixo brutalmente, obrigando-me a o olhar. — Olhe para mim enquanto eu estiver falando com você.

Mas ele não disse que eu estava o olhando demais?

Questiono mentalmente. Mordo meus lábios na tentativa de conter as lágrimas de tensão que já se formavam. Ele soltou meu queixo, e então se afastou novamente.

— Os outros detentos não são iguais a mim, Park. Eles não vão poupar essa sua carinha bonita caso você faça alguma besteira. — Encarou meus olhos. — Eu realmente não importo se alguém quiser te dar uma surra, mas, como você infelizmente é meu novo companheiro de cela, isso pode acabar sobrando para mim. E a última coisa que eu quero aqui é perder o meu sossego. — Tento desviar meu olhar, no entanto, mais uma vez ele puxa meu rosto. — Mais uma coisa, novato. Nós não somos amigos, por tanto, eu não quero ouvir suas lamúrias de arrependimento por ter sido preso ou 'de como sua vida está sendo um inferno aqui dentro'. Cada um aqui tem seu próprio inferno pessoal para lidar. Então, aprenda a conviver com o seu. — Ele disse sério, fitando todo o meu rosto devagar. — Eu não sou o seu "papai", muito menos seu psicólogo particular. Eu e você seremos apenas dois indivíduos que estão sendo obrigados a conviver num mesmo local. Não é só porque dividimos a mesma cela, que vamos tomar banho de sol juntos no pátio e compartilhar nossos segredos mais íntimos. — Eu não conseguiria esconder as lágrimas por muito tempo, então em um ato corajoso demais para o momento, passei por ele, colocando meus objetos em cima do armário. — Espero que tenha entendido.

— Não se preocupe com isso. — Tento manter a firmeza em minha voz.

Não, eu não estava esperando que meu companheiro de cela fosse me receber com uma cesta de boas-vindas ou então um buquê de flores. Mas, ser recepcionado pelo seu silêncio talvez tivesse sido mais simpático de sua parte, já que claramente aquele ser humano não conhecia o mínimo de uma comunicação.

"Olá, tudo bem?"

Era tão difícil assim dizer essas palavras?

— Ah... E mais uma coisa. — Falou alto. — A cama debaixo é minha.

Tudo bem, e porque não engole sua cama já que gosta tanto assim dela?

Opto pelo silêncio e apenas sigo para a escada do beliche que levava até a cama de cima, ouvindo sua risada baixa mais uma vez. Tento o ignorar e me deito virado para a parede.

— Você será uma presa fácil aqui, Park. — Falou com ironia, quebrando o silêncio que eu tanto almejava para aquele momento. — Tome cuidado.

Parei por um momento tentando raciocinar o que ele havia acabado de dizer. "Uma presa fácil"? O que aquele moleque queria dizer com aquilo?

Droga, estou a menos de dez minutos perto desse cara e ele já está conseguindo mexer com o meu psicológico de modo torturante.

Suspiro fundo, procurando relaxar minha mente.

Já tinha preocupações demais e não acrescentaria mais uma para a minha enorme coleção.

 

[...]

 

A contagem já havia sido feita. Todas as luzes estavam apagadas e o tal Jeon já estava dormindo, pois era possível ouvir seus baixos roncos. Já eu, estava sendo vítima da insônia. Nunca tive problemas para dormir, mas agora, qualquer mísero barulho que soava, já era suficiente para manter meus olhos abertos, e eu, desperto.

Sentia um enorme peso em meu peito. Ainda estava muito assustado. A primeira noite ali não seria fácil, e isso estava sendo óbvio. Além da dificuldade de adaptação, meu orgulho estava ferido... Nunca pensei que me sentiria tão intimidado e agiria de forma tão frágil na frente de um homem.

Não era como se eu quisesse revidar a grosseria de Jeon, mas eu deveria ter sido mais firme... Eu estava tremendo e quase chorando na frente dele. Não devia ter deixado que ele me rebaixasse tanto.

Ah... Quem estou tentando enganar?

Sinto as lágrimas quentes rolarem de meus olhos, até caírem no travesseiro murcho. Uma bolha de sensações ruins enchia meu peito, onde o arrependimento e medo eram os principais sentimentos. Limpo meu rosto rapidamente e fecho minhas pálpebras tentando me concentrar para não derramar mais lágrima.

Eu não queria chorar, não queria me arrepender de estar aqui. Eu precisava me acalmar. Afinal, essa era apenas a primeira noite dentre as setecentas e trinta noites restantes até o fim de minha pena. Já estava tentando tomar consciência de que eu teria que enfrentar situações piores aqui.

Precisava aceitar de que não havia mais volta.

É melhor se conformar. Aceite suas boas-vindas ao Instituto de Detenção de Wondong, Park Jimin.


Notas Finais


Link do trailer da fanfic: https://www.youtube.com/watch?v=oU3jhGHB93E
Link do grupo da fanfic: https://chat.whatsapp.com/invite/10uYwT9ox2LEDc27KTkF6D

Gostaram? Espero que sim!
Deixe seu comentário ^^


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...