História Cellbit - O Pecado tem Olhos Azuis - Revelations II

Eu avisei que não deveria confiar em ninguém

...

Sua alma está presa a nós

...

Jamais tente virar as costas

...

Pagarás com a alma

 

Aos poucos, eu sentia que acordava daquela escuridão profunda.

Senti o abafado em minha pele e algo tapando minha boca.

-Hm..- Apertei os olhos abrindo-os. Minha cabeça dolorida- O q..-

O primeiro pensamento que veio...

´´Beijei Rafael´´

Tentei me mexer, mas eu estava presa à uma cadeira, com os braços amarrados para trás e as pernas amarradas pelas panturrilhas.

Era algo como um quarto escuro. Muito escuro.

Apenas uma luz fraca me iluminava bem encima da minha cabeça.

Eu olhava para os lados ainda um pouco grogue sem entender nada. Meu corpo latejava tanto quanto meu pescoço.

Que merda de lugar era esse?

Ouvi uma risada baixa e macabra.

Tentei desvencilhar meus pulsos das amarras, mas, sem sucesso.

Uma luz franca se acendeu à minha frente, a uns dois metros de distância.

Arregalei os olhos.

Rafael, sentado de frente para mim. Braços para trás, e assim como eu, amarrado pelas pernas.

Estava com uma calça escura, sem camisa e descalço.

Seus pés sangravam, e seu corpo coberto de hematomas arranhões e algumas queimaduras leves. Arranhões bem parecidos com os que eu tinha por conta das torturas.

Ele estava visivelmente desacordado, de cabeça baixa, mas eu podia ver, sim, podia ver... sangue pigando do seu rosto.

-Rafael?- Tentei berrar alto, mas minha voz falhou fazendo minha garganta tremular de dor. Minha voz parecia abafada naquele lugar escuro.

Eu não fazia a menor ideia de onde estávamos.

Meu coração palpitava a mil na mesma velocidade que meu corpo incendiava de nervoso.

Minha mente em si, estava perdida em pensamentos aleatórios.

-Ora, ora, ora..- A risada macabra novamente e as luzes se acenderam.

Virei o rosto para livrar os olhos da luz forte acendendo bruscamente.

Tornei a olhar para a frente e fitei o dono daquela voz assustadora.

Apenas as metades das luzes da sala haviam acendido.

-Di... Dimitri?- Arregalei os olhos forçando para falar. Minha voz não estava nada boa, muito menos minha garganta.

Holy shit... o pai do Rafael.

O cara que me torturou.

-Eu..- Um sorriso de dentes grandes. O velho vestia um terno escuro, chapéu e bengala, barba branca por fazer e um grande relógio de ouro no pulso esquerdo, um colar de ouro com um pingente da TBS.

Seus olhos azuis me fitavam intensamente.

Me assombravam. Parecia ler a minha alma.

Rafael havia herdado o mesmo par de olhos macabros do pai.

Ouvi um bufado de dor e olhei para a frente.

Rafael ergueu a cabeça lentamente recostando-a à cadeira de madeira desconfortável.

Arregalei os olhos.

Seu rosto machucado, seus lábios e suas narinas sangravam tanto que o líquido pastoso avermelhado escorria pescoço abaixo molhando seu peito, escorrendo pelo seu tórax.

-Filho..- Uma risada sarcástica.- Que bom que acordou..- Dimitri caminhou até ele. Rafael o fuzilava com os olhos, com uma expressão enigmática e lábios serrados ele permanecia calado.

Respirava tão forte que podia ver o ato de respirar pelo seu peito, enchendo e esvaziando de ar.

-Eu trouxe todos vocês aqui para algo importante..- Dimitri me fitou com um sorriso de canto de boca.

As luzes da outra metade da sala se acenderam. Do lado esquerdo.

Os meninos estavam lá em pé. Parados um do lado do outro de frente para Dimitri.

Guaxinim, Calango, PK, Alan e Felps..

Eles usavam roupas escuras como o de costume.

Estavam com uma expressão completamente séria e nem sequer me fitaram.

Fitei Dimitri rapidamente.

Eu ainda não estava entendendo nada... Não estávamos em São Paulo?

-Alan e Felipe.- Dimitri os fitou batendo a ponta da bengala no chão.- Exijo explicações.-

Os fitei.

Eles se olharam e deram um passo à frente.

-Sim, Senhor..- Os dois sussurraram em coro. Mantinham as mãos para trás. Acho que era uma espécie de reverência ou, sei lá.

-Relatório..- Dimitri cuspiu entredentes, repousando as duas mãos entrelaçadas sobre a bengala.

Relatório? Questionei mentalmente.

-Chegamos de São Paulo à uns 2 dias..- Alan bufou.

Dois dias???

Como??

Eu fiquei desacordada dois dias??

Mano.. COMO?

Como viemos... como? Como?

Lembro levemente do... beijo... apenas isso.

- Fracassamos na missão Senhor...- Felps bufou.

Os dois não tinham nem coragem de fitar Dimitri nos olhos. Permaneciam de cabeça baixa.

Enquanto isso, os outros garotos que estavam um pouco atrás. Permaneciam com uma expressão enigmática fitando o nada.

Olhei para Calango.

Ele usava um tapa olho cobrindo o olho azul.

-Parabéns..- Dimitri suspirou entre dentes e fitou Rafael.- E você...- Caminhou até parar do lado do garoto.

Rafael o fitou.

-Olhando para aquela garota..- Dimitri apontou para mim.- Eu percebo Rafael..- Ele sussurrava lentamente, chegando a dar uma certa agonia. –Ela ficou desacordada desde o maldito fracasso de vocês.- Dimitri o olhava.- O que você fez?- Dimitri bateu a ponta da bengala no chão e depois se curvou para perto de Rafael, apontando para o próprio ouvido ironicamente.- Vamos, fale.-

Rafael o queimava com os olhos.

-Eu..- Rafael falou com dificuldade, era perceptível a rouquidão em sua garganta.- A beijei...- Ele desviou o olhar para mim por dois segundos. Capazes de incendiar meu corpo.

Todos me fitaram de olhos arregalados.

Meus olhos fitaram Calango.

Ele me fuzilava.

Engoli em seco e desviei o olhar.

Dimitri se reergueu e mordeu os lábios.

Escutei um ´´o quê´´ sussurrado de um dos meninos.

Meu coração palpitava acelerado.

Uma mistura de vergonha e desespero ao mesmo tempo.

-A beijou?- Dimitri deu uma risadinha baixa e falsa. Deslizou as pontas dos dedos pela barba branca e desferiu um tapa de mão cheia do rosto de Rafael.

Tranquei a vontade de gritar.

Todos observavam sem corarem de dar um ´piu´ sequer.

Rafael soltou um baixo gemido fervendo a garganta.

-Voc..- Gruni. Todos me fitaram. Rafael recuperou o fôlego e levantou a cabeça, sua bochecha completamente vermelha por conta do tapa forte. Dimitri me olhava.- Voc.. brincou comig..- Entalei.

Dimiri gargalhou, enquanto Rafael apenas baixou a cabeça.

-Garota...- Dimitri interrompeu a gargalhada.- Você acha mesmo que um assassino sem coração a beijaria porque.. se sente atraído por você?- Meu corpo esquentou.- Você é tão ingênua...- Uma risada. -Eu..- Dimitri bufou.- O mantive ao meu lado.. durante malditos 19 anos.- Rafael ergueu o rosto recostando a cabeça de cabelos emaranhados de suor à cadeira.- Eu o treinei...-

Senti meu peito explodir. O suor escorria pelas minhas costelas assim como em minhas têmporas. O gosto de sangue em minha boca misturava-se ao gosto de lágrimas que escorriam pela minha boca.

Miha vida se chacoalhava, girando ao redor da minha mente.

Tudo se misturava ao esmo tempo me fazendo faltar o ar.

-Não..- Rafael buscou forças para interromper Dimitri.- Você não me.. treinou..- Fitou Dimitri.- Você me torturou... du.. durante a minha existência.- Ele tossiu.- Você me transformou nisso...-

-Ah..- Uma risada sarcástica.- Sério? Olhe..- Dimitri ergueu os braços.- Garoto.. eu sou o rei desse país.. E faço oq ue eu quiser..- Todos o fitavam.- Ninguém trafica, mata ou rouba mais do que a minha gangue..- Ele caminhava de um lado para o outro lentamente.- Vocês sabem disso... acolhi todos vocês, bastardos.- Dimitri apontou a ponta da bengala para todos.- Sabem que por mim, e teria mandado cada um para os distritos da The Black Souls de todo o país..- Uma pausa.- Você deveria agradecer a mim... você ser o que é hoje.-

Eu não entendia nada com nada.

-Dimitri.. já.. chega..- Rafael o fitou.

-Vocês deram o amuleto da nossa Irmandade à essa garota?- Dimitri caminhou até mim segurando o colar e arrebentando-o.

Eu o fitava de olhos arregalados.

-Todos sabem..- Dimitri caminhou para perto de Rafael novamente.- Que essa garota..- Ele me fitou.- Não está aqui por acaso.-

Uma pausa.

-Rafael..- Dimitri o fitou.- Para quê mantive você vivo mesmo sabendo que você era um fracassado?-

Rafael respirou fundo.

De certa forma, era perceptível que essas palavras machucavam, mesmo para quem não tinha sentimentos.

Pelo jeito, ele foi criado por um louco milionário e criminoso. Sem amor, sem carinho e sendo torturado. Seria impossível não ser um revoltado como ele é.

-Responda estúpido.- Dimitri elevou um pouco mais o tom de voz.- Qual o objetivo da sua vida de merda?-

-Matar..- Rafael cuspiu entre dentes.

-E..?-

-Sequestrar a herdeira da maior facção estadunidense.- Rafael fitava o chão.

-Isso mesmo..- Dimitri gargalhou.- Bom garoto.-

Meu corpo paralisou por alguns segundos. E tudo o que minha mente demorava para processar veio à tona como um baque de um carro em alta velocidade em mim.

As lembranças que minha mente haviam apagado voltaram como uma enxurrada.

Meus tios.

Intercâmbio.

Camilla.

Londrina´s Party.

Minha escola.

Meus amigos.

A perseguição.

-Não..- Berrei um longo não com todas as minhas forças té sentir um gosto de sangue puro na minha garganta.

O objetivo da sua vida era me sequestrar?

O QUÊ?

Lágrimas brotaram em meus olhos.

-As coisas são simples de serem resolvidas garota.- Dimitri me fitou.- Você está no lugar errado... sempre esteve.-

Os meninos me fitavam.

Rafael permanecia de cabeça baixa.

Dimitri caminhou até mim. Eu chorava entre soluços.

-Quando torturei você à alguns dias.. eu sabia que não morreria.- Ele me fitava, seus olhos azuis me queimavam.- Injetei em você uma droga que apagaria suas principais lembranças momentaneamente...- Ele sussurrava.- Mas..- Ele virou para Rafael.- Por algum motivo o efeito dessa droga, acaba de ser cortado.- Ele fitava Rafael.

Coisas enigmáticas nas entrelinhas das suas palavras que eu não entendia.

-Por que...- Sussurrei com a cabeça recostada à cadeira.- O que vocês querem de mim?-

Parecia que tudo havia vindo à tona naquele exato momento que foi dito.

Sequestrar a herdeira da maior facção estadunidense

Bem que eu havia desconfiado que Rafael me perseguindo daquela maneira, não era só para me ajudar a me vingar do meu ´pai´..

Na verdade, as coisas se tornaram tão confusas agora.. que nada mais fazia sentido para mim.

-Você é estúpida garota.. Jamais deveria ter se deixado levar pelos meus bastardos.- Dimitri gargalhou.

Rafael o fitava com uma expressão de ódio.

Dava para ver o sangue fervendo em sua boca.

-São Paulo...- Dimitri sussurrou.- Eu dei a vocês uma simples missão... simples.. Rafael..- Uma pequena pausa.- O que devia fazer?-

- Reconhecimento de território.. da DG.- Ele respirou fundo.

Que diabos é DG?

-Que ficava onde?- Dimitri falava sarcasticamente.

-Osasco..- Felps sussurrou.

-Isso.. o eventozinho de youtubers era um pretexto para vocês irem... BGS?- Dimitri ferveu a garganta.- Eu já falei.. que se continuarem com a estupidez de vídeos para a maldita internet... eu matarei todos vocês.- Dimitri berrou.- Essa maldita ideia de ser youtuber.. ou seja lá o que é isso.. está atrapalhando meus negócios..- Ele caminhava de um lado para o outro.- Fica impossível vocês fazerem o que eu mando.. se toda vez que vocês viajam todo mundo fica sabendo.-

-Senhor.. mas é que..-

-Calado.- Dimitri interrompeu Alan.- Vocês são assassinos porra. Parem com essa infantilidade.. Isso só tá fodendo todo mundo.- Dimitri se alterava a cada segundo. E você.- Dimitri caminhou até Rafael, erguendo sua cabeça pelo cabelo.- Você é a minha maior decepção. Seu bastardo.-

Rafael o olhava.

Com uma expressão de ódio.

Como se fosse se soltar das amarras a qualquer momento.

-Não se esqueçam do foco principal.- Dimitri olhou para os garotos.- Temos em nossas mãos.. a filha do Ulric.. vocês sabem muito bem o que isso significa.- Dimitri os jogou um olhar enigmático.

Eu estava sem entender nada. Apenas perdida em choros e soluços...

Minha mente trabalhava à turbilhões.

Camilla.

Intercâmbio.

Sequestro.

Beijo.

Mordida.

Socorro

- Eu entreguei minha vida inteira nessa Irmandade que temos..- Dimitri caminhava de um lado para o outro.- Vocês sabem também que estamos em outros países... sabem também que mandamos no crime do Brasil..-

Minha mente estava confusa... se eles eram tão perigosos, e mandavam no crime... por que nunca eram presos? Os próprios meninos eram expostos todo tempo na internet.. como nunca tiveram provas contra e os prenderam?

-Você..- Dimitri me fitou.- Elizabeth Ulric..- Engoli em seco.- Você não é bem-vinda à TBS... nunca..- Ele ergueu o amuleto que arrancou do meu pescoço.- As coisas funcionam de outro jeito comigo..-

Engoli em seco.

-À todos vocês..- Dimitri fitou os garotos.- Em um momento não tão distante.. usaremos Elizabeth Ulric para atrair Draco Ulric.- Engoli em seco fitando-o.- Nosso maior rival estará morto.. e assim, dominaremos a América do Norte e Central.-

-O q..- Indaguei.

Esse momento todo...

Eu fui...

Usada?

-O mais fácil está em nossas mãos..- Dimitri riu.- Foi atrair essa vagabunda para nosso território.- Me fitou, ele parecia se divertir com o terror em meus olhos.- Depois que conseguirmos o que queremos... poderão fazer dela.. o que quiserem- Um sorriso irônico.-

-Não..- Berrei.

-Calada.- Dimitri caminhou até mim e desferiu um tapa no meu rosto.

Doeu tanto quanto se fosse uma tijolada.

Senti o sangue quente descer pelos cantos da minha boca. Meu rosto todo adormeceu.

Lágrimas quentes escorriam.

Minha vista ficou turva da porrada forte.

-De certa forma..- Ele tocou mu pescoço bruscamente.- Parece que já determinaram território por aqui?- Ele apontou para as mordidas. Tentei me encolher.

Me sentia exposta.

Me sentia violada.

Visualmente.

Todos me olhavam.

-Irei ao Estados Unidos ainda hoje..- Dimitri bufou.- Nathaniel me aguarda.-

Rafael franziu o cenho fitando Dimitri.

-Thiago...- Dimitri olhou para os meninos.

Calango deu um passo à frente.

-Sim, Senhor..- Suspirou com as mãos atrás das costas.

-Nathaniel.. seu pai... disse-me que terá notícias à você..-

Esse tal de Nathaiel era pai do Calango?

Então o pai dele também era dessa gangue?

-Sério?- Calango arregalou os olhos.- Quer dizer.. Sim, Senhor..- Ele assentiu com a cabeça. Era perceptível sua cara de surpresa.

A cada momento que passava eu me sentia mais lixo, e mais confusa.

Eu fui usada esse tempo inteiro...

Apenas uma coisa me vinha na cabeça.. que me deixava mais e mais confusa.

O beijo.

Maldito...

-Eu espero..- Dimitri retornou a falar.- Que não fracassem mais em nenhuma ordem designada à vocês.. e outra.- Ele fitou Rafael.- Nunca imaginei que fosse tão influenciável pela Lua garoto.. como consegue ser tão patético?-

-Não foi minha culp..- Mais um tapa em cheio do rosto de Rafael.

Alan e Felps serraram os lábios.

Não podiam fazer nada.

Ninguém podia fazer nada.

-Você é a minha maior decepção.- Dimitri cuspia as palavras.- Não merece meu sobrenome.- Uma pequena pausa.-Saiam..- Dimitri ordenou.- E levem a garota daqui..-Um respirado profundo.- Ainda temos muito assunto para tratar moleque.- Ele fitou Rafael, que permanecia com uma expressão vazia.

Apesar de todas as coisas que estavam acontecendo... ele não expressava nada além de ódio.

Eu no lugar dele estava me rasgando de tanto chorar.

-Essa sala.. não cansa de ser a minha favorita..- Uma gargalhada.

Droga... agora que eu havia me tocado onde estávamos.

Era a MK..

A sala que eu havia sido torturada a alguns dias atrás.

Como não percebi que estávamos nela esse tempo todo?

Fitei Rafael, ele me olhou por alguns segundos e baixou a cabeça. Seu rosto completamente machucado.

Era perceptível o que iria acontecer naquele lugar quando saíssemos.

-Não...não..- Tossi tentando me debater.

Alan e Felps se aproximaram de mim puxando as amarras.

-Não...- Me debati ao ver eles se aproximarem.

Meu rosto latejava por conta do tapa de Dimitri.

Meu pescoço doía como se tivesse misgalhado por conta das mordidas.

-Não mano...-

Berrei quando cortaram as cordas que me prendiam.

Tentei me levantar mas eles me seguraram pelos meus braços.

Rafael continuava de cabeça baixa. Dimitri observava tudo com um sorriso sínico.

-Coloquem-na em uma das selas...- Dimitri passeava os dedos pela barba branca.- Farei uma visitinha mais tarde.-

-Não..- Berrei aos prantos. Nunca senti tanto medo na minha vida.

Alan e Felps me agarraram pelos braços me arrastando para fora.

-Tenho um servicinho à acertar com você Rafael.-

A porta foi aberta e fui arrastada para fora.

Escutei a porta sendo fechada abafando a gargalhada de Dimitri lá de dentro.

-Alan... Felps... me soltem sério..- Eu me debatia.

-Foi mal por isso Elizabeth...- Alan desferiu um soco no meu estômago...

-N...- Arregalei os olhos.

Senti o mundo sendo sugado e rodando ao mesmo tempo..

Minhas pernas fraquejaram assim como a minha mente.

E apaguei...

Droga Rafael...

**

-Ele vai torturá-lo...- Ouvi uma voz distante.

-Já vi isso antes...-

-Ele vai sair daquela sala... com sangue de matar...-

Ouvi essas vozes vagueando pela minha mente.

Eram as vozes de Alan e Felps..Eu acho, ou apenas... meus pensamentos me atacando.

O que dizer de uma mente em chamas como a minha?

Camilla??

Você estava certa...

Era loucura demais o que estava acontecendo.

Jamais eu deveria vir..

Jamais deveria ter deixado minha casa...

Jamais deveria ter acreditado em suas mentiras..

Jamais deveria ter beijado-o.

Eu estava em pedaços..

Estava presa à uma confusão mental..

Vagueando por um mundo vazio e silencioso da minha mente...

Foi meu primeiro beijo...

Você brincou com os meus sentimentos...

Maldito psicopata.

´´Qual o objetivo da sua vida de merda?´´

...

´´Sequestrar a herdeira da maior facção estadunidense´´

...

 

.. até quando uma mente de 16 anos aguentará tanta pressão?

sua vida é uma tortura física e mental

...

se soubesse o que lhe aguarda

..

desejaria não ter

.

nascido