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História Cellbit - O Pecado tem Olhos Azuis - Estás Disposto...?


Escrita por: JuSalvattore

Notas do Autor


cap da madrugada kkk
boa leitura s2

Capítulo 35 - Estás Disposto...?


Fanfic / Fanfiction Cellbit - O Pecado tem Olhos Azuis - Estás Disposto...?

O mar de ingenuidade agarra

até aqueles quem se dizem

ter mais marra

...

8 de Outubro de 2016. Sábado.

18:03

Camilla Perez

Eu já não aguento mais essa angústia... Remoí comigo mesma.

Já fazem mais de duas semanas que Elizabeth sumiu... Ou melhor, foi levada por aqueles caras. u não sei mais o que fazer.

Alguns dias depois do seu desaparecimento, consegui fazer contato com os tios de Lisa e um dia depois, vieram de Detroit para cá, Londrina. Eu não consigo comer e nem dormir direito desde quando Elizabeth foi levada. Comuniquei à polícia junto com os tios de Lisa, cartazes foram espalhados pela cidade, redes sociais e os telejornais daqui de Londrina sempre comunicam se há avanços nas buscas. Mas nunca há...

Sempre ando pela cidade com Vincent, irmão do Balthier. Rodamos de carro quase todos os dias para vermos se achamos ela em algum lugar. Sinceramente, não vejo esse idiota fazem dias... Pergunto do seu irmão por ele, mas sempre me arruma desculpas, não sei por onde esse babaca anda. Nem na escola ele dá as caras.

**

-Camilla querida..- A senhora de lá seus quarenta e poucos anos adentra meu quarto. Era Vanessa, tia de Elizabeth. Branca de olhos castanhos e cabelos loiros, mais ou menos 1,65 de altura, usava um vestido amarelo claro de mangas curtas e pés descalços, cabelos presos à um coque frouxo e uma expressão preocupada, acompanhada de lábios semi serrados e olheiras escuras.

-Sim..?- Levantei a cabeça fitando-a. Eu estava sentada na cama encolhida, eu não tinha cabeça para nada, estava atolada em tarefas do Instituto, não dormia à dias e não conseguia parar de pensar no dia em que Lisa deixou esse apartamento na companhia do Felps e do Alan. Jamais imaginei que isso um dia aconteceria.

Você jamais saberá como é se apegar à pessoas que você só vê pela tela de um celular, de um computador e ... Imaginar que um dia você poderia conhecê-los em um evento, tirar uma foto, entregar um simples presente. Pessoas que animam seus dias, que tiram pessoas da depressão... Que nos deixam um sorriso estampado.

Jamais imaginei que essas mesmas pessoas por trás das câmeras seriam... Assassinos psicóticos. Sinceramente, ainda não superei tudo isso. Jamais irei superar.

Cellbit, Felps, Alan, Guaxinim e Calango... O que vocês são na verdade? Por que são o que são por trás das câmeras? O que os fizeram ser o que são? Por que matam pessoas? Por que?

Eu só queria saber o por quê...

-Sim?- Balancei a cabeça afastando-me dos pensamentos que me prendiam.- A senhora disse alguma coisa?- A olhei, acho que ela falou algo enquanto eu viajava aqui mentalmente.

-Eu e John sairemos por algumas horas..- Desfez o coque soltando os cabelos para trás. Falava Português de um jeito engraçado.- Vamos andar pelo bairro... Quer vir conosco?-

-Não..- Neguei com a cabeça lentamente.- Vou ficar aqui mais um pouco.

-Okay..- Deu um sorriso sem humor e se retirou.

**

Olhei a hora no celular, eram 19:46. Respirei fundo empurrando o cabelo para trás da orelha. Desbloqueei a tela do celular e abri o Twitter. Entre notícias americanas, músicas, frases...

-Olhe só..- Falei comigo mesma.

@Alanzoka: Respeita o pai @Feeeelps mlk

@Feeeelps: Agt vai jogar ou não? @Alanzoka

@GuaxinimGamer: Bora @Alanzoka @Feeeelps

-É inacreditável que eles não dão à entender nada....- Bloqueei a tela do celular jogando-o na cama.

Respirei fundo levantando-me e indo rumo à porta do quarto. Saí, arrastando-me pelo corredor rumo à cozinha procurar algo para comer. Eu vestia um short jeans escuro e uma blusa de cetim amarela de alcinhas.

Cheguei na cozinha e fui rumo à geladeira.

-Não tem nada pra comer..- Bati o pé no chão fazendo birra. A única coisa aproveitável que tinha era sorvete. Não vou sair daqui para comprar comida nem morta..

Ficar sozinha aqui é horrível... É como se eu estivesse sendo observada.

Bufei revirando os olhos com meus pensamentos e caminhei pelo corredor rumo ao quarto novamente.

Toquei na maçaneta gélida da porta do meu quarto e adentrei.

Meu corpo congelou instantaneamente como gelo, meu coração disparou ao ver o que via naquele momento.

-Opa...- A voz baixa e maliciosa soou lentamente com um simples ´opa´. De calça preta e moletom negro de capuz cobrindo o rosto, usava uma máscara que cobria a metade do rosto, deixando apenas um olho de fora. Um olho azul...

-O que faz aqui?- Indaguei dando passos para trás e correndo do quarto. Corri pelo corredor o mais rápido que pude rumo à cozinha. Lágrimas quentes atrapalhavam minha visão.

Merda, merda, merda, merda..

Cheguei na cozinha me atrapalhando nas minhas próprias bufadas. Corri até a gaveta da bancada e a abri, puxando uma faca.

Virei-me rumo ao corredor e soltei um grito. Ele estava em pé recostado na entrada da cozinha, de braços cruzados  fitando-me.

-Não é desse jeito que se trata visitas... Sabia?- Uma risadinha. Essa voz... Não pode ser.

Engoli em seco apontando de forma desajeitada a faca para ele.

-Vamos direto ao ponto.- Retirou o capuz e a máscara, passando a mão bruscamente emaranhando  o topete loiro.?- En

-Rafael..- Engoli em seco. Minha mão tremia mais do que qualquer coisa.- Como? Por que?- Ele parecia ter algumas cicatrizes e escoriações no rosto.- O que faz aqui? Como?- Engasguei nas minhas próprias palavras.

-Não tenho saco para perguntas.- Ele caminhava lentamente na minha direção.

-Para trás...- Segurei a faca com as duas mãos apontando para ele.

-Deixe de ser idiota.- Com um tapa brusco ele derrubou a faca das minhas mãos no chão.- Estou com pressa.- Ele me agarrou pelos ombros e me fitou.

Eu o encarava estatelada de olhos arregalados... Jamais imaginei que um dia, o youtuber que um dia amei tanto estaria ali, na minha frente ameaçando-me. Eu não sei o que fazer... Não sei o que pensar.. Meu corpo tremia.

-O que fez com a Lisa..?- Tremulei. Seus olhos eram hipnotizantes.

-Eu quero o passaporte dela.. Agora.- Ele franziu o cenho e mordeu os lábios, apertando meus ombros.

-Ai, ta doendo.- Tentei me soltar.

-Foda-se..- Rosnou.- Anda vagabunda..- Me agarrou pelo braço e me arrastou pela cozinha rumo ao corredor.- Sem mais perguntas..-

-Me solta..- Tentei me desvencilhar dele. Era impossível, ele era muito forte.

Me arrastou pelo corredor até a primeira porta, era o quarto de Elizabeth.

-Anda logo.- Rosnou me empurrando para dentro do quarto da Lisa, ainda intacto depois da sua partida.

-Eu, eu..- Eu tremia sem conseguir pensar em nada.- Para o que quer..?- O fitei.

-O que você acha?- Ele franziu o cenho.- Pare de falar e procure... Agora.- Rosnou.

-Não..- Tremulei dando alguns passos para trás fazendo-o respirar fundo e revirar os olhos.

-Não me faça perder o meu precioso tempo garotinha..- Sussurrou friamente estalando os dedos da mão.

-Terá que me matar antes...- Soltei.

-Sério?- Ele sorriu caminhando até mim. Merda, o que eu falei.

Rafael sorriu agarrando meu pescoço, meu corpo tremulou ao seu toque pesado e cálido. Segurei sua mão com as minhas tentando empurrá-lo. Ele era forte demais para mim.

-Me.. Solta..- Tentei gritar. Tudo ainda está tão confuso... Cellbit.. Por que?

-Olha aqui..- Ele me puxou contra o seu corpo quente, ele tinha cheiro de cigarro.- Eu só não mato você...- Rosnou, meu coração estava para explodir. Seu hálito quente exalava bebida álcool.- Porque você é especial para Elizabeth..- Me empurrou para trás, fazendo-me chocar no chão de costas.

-Ai...- Puxei fôlego de onde não vinha. Minha costa... Merda.

-Aonde está?- Ele serrou os punhos. Apontei trêmula para o closet.

Rafael caminhou até o closet.

-Qual parte?- Bufou impaciente.

-Na... Caixinha rosa..- Puxei forças e me sentei levando a mão na coluna. Doía demais por conta do baque.

Rafael olhou rapidamente e se abaixou pegando a caixa rosa. Abriu rapidamente e remexeu tudo que tinha dentro.

-Estão todos os documentos dela..- Sussurrou com uma expressão séria e me fitou, caminhou lentamente até mim e se abaixou. Não tive reação para nada.

-Fez certo não ter denunciado..- Forçou um sorriso falso.- Ninguém acreditaria em você mesmo..- Levantou-se e fitou a cama de Lisa, deslocando-se lentamente até lá.

Na cama de Lisa, um ursinho de pelúcia marrom que ela chamava de Luck. Rafael parou do lado da cama e pegou o ursinho.

-Isso... É dela?- Me fitou com uma expressão de desdém.

-Ahn..- Engoli em seco.- Sim... Ela o tem desde criança..- Temi o que ele poderia fazer. Era uma das poucas lembranças que havia ficado de Lisa.

-Hm..- Ele deu de ombro e colocou o ursinho de uns vinte centímetros dentro da caixa.

-Vai... Levar?- Arregalei os olhos, ele apenas me encarou por alguns segundos e deu de ombros.

-Alô alô... Testando do do..- Franzi o cenho ao ouvir uma voz.

-Imbecil..- Uma segunda risada.

-Será que dá pra vocês ficarem quietos?- Uma terceira risada.

-Rafael tu tá vivo mano?- Uma risada debochada. Alan? Ou eu estava louca... Ou era mesmo a voz dele.

Fitei Rafael sem entender. Ele retirou do bolso frontal do casaco um daqueles radinhos de comunicação e aproximou da boca.

-Calem a maldita boca.- Rafael rosnou impaciente.

-Se tá reclamando... Então tá tudo bem.- Os outros três riram do outro lado. Rafael revirou os olhos.

-Comeu a mina?- Disse um. Sua voz parecia ser do Felps. Franzi o cenho, meu coração disparou. Rafael soltou um leve sorriso e me fitou.

-Não..- Ele respondeu no radinho.- Não é ela que eu quero.-

Um ´ihhh` em forma de coral do outro lado.

-Elizabeth?- Arregalei os olhos. Rafael me fitou com a testa franzida e caminhou pelo quarto, guardando o radinho de volta no casaco.- Aonde está indo?- Me levantei cambaleando.- Você me deve explicações.-

-Cale a boca.- Senti o forte tapa no meu rosto e caí no chão. Comecei a chorar intensamente. O ardor do tapa foi como uma queimadura intensa.

Eu preciso de respostas.

Preciso saber, o que aconteceu com a minha melhor amiga.

Eu preciso.

Preciso...

Meu coração batia acelerado eu estava sem saber o que fazer. Levantei-me com dificuldade e tentei segui-lo.

Rafael caminhou pelo corredor até a sala, rumo à porta de saída do apartamento.

-Espere.- Segurei o seu braço.

-Me larga.- Com um movimento brusco o soltei.- Sua história acaba aqui..- Sorriu tocando a maçaneta.- Jamais acredite no que seus olho veem... Pelo menos, busque conhecimento.-

O que?

Que merda ele está dizendo.

-O que?- Não entendi nada.

-Agradeça por eu não matá-la.- Ele me jogou um olhar de desdém e girou a maçaneta saindo com a caixa nas mãos.

Lágrimas quentes escorriam pelas minhas bochechas. Ele seria minha única resposta.

-Aonde está Elizabeth?- Falei pelas suas costas enquanto ele saía. Ouvi uma risadinha baixa como resposta e a porta sendo fechada bruscamente na minha cara.- Espera.- Gritei abrindo a porta.

Arregalei os olhos, olhei para um lado e para o outro do corredor do prédio. Vazio... Vazio.

-Aonde ele foi?- Levei a mão à boca. Não é possível que ele tenha sumido tão rápido.

E o pior disso tudo... Eu não posso nem ao menos ligar para a polícia. Jamais acreditariam em mim... E já que estavam com o passaporte da Elizabeth... Obviamente sairão do país... Mas... Para onde? Estados Unidos?

Merda...

Tenho que arranjar um jeito de voltar... Voltar para os Estados Unidos. Sei que eles poderão levá-la para qualquer lugar desse Mundo. Mas... Minha vida nesse país já não faz sentido.

**

Rafael Lange

Moleca insuportável do caralho...

Cheguei na parte exterior daquele prédio de quinta, já havia anoitecido e o tempo estava nublado e gélido.

Pus a máscara e o capuz, segurei firme a caixa nas mãos e cheguei até a calçada aonde a grande monster negra estava estacionada.

Dei a volta e entrei do lado do motorista. No banco do passageiro estava Felps.

-Eai..- Uma risada animada de Alan me fez revirar os olhos.

-Conseguiu?- Felps me fitou, joguei a caixa nas pernas dele.

-O que tem nessa caixa?- Guaxinim.

-Abre logo.- Alan tomou a caixa das pernas de Felps, que retrucou.

-Algumas coisas pessoais..- Dei partida no carro e acelerei pela rua deserta.

-Tem um ursinho de pelúcia aqui Rafael..- Alan disse espantado. Fitei ele pelo espelho do carro.

-Que fofinho..- Guaxinim ironizou dando uma risada escandalosa.

-Calados..- Respirei fundo.

-Celular, identidade, passaporte...- Alan remexia a caixa no banco de trás.- Perfeito mano.-

**

Elizabeth Ulric

Que inferno de vida eu estou levando desde as últimas semanas... Estou prestes a ser usada com isca para atrair o meu próprio pai para a morte. Não só meu pai como toda a Ulric Family.

Como eu queria poder fazer algo, encontrar meu pai. E... Protegê-lo.

Mas ao mesmo tempo... Não quero deixar... Bom, ´eles´.

-Que droga..- Sentei-me na cama. Já devia ser por volta das oito ou nove horas da noite. Nina havia vindo me trazer sopa e pães. Meu corpo ainda doía um pouco por conta da queda da escada. Sinceramente tô tentando entender até agora como caí.

Eu sentia como se as paredes se apertassem contra mim. Como se a cada hora que passasse, eu sentisse mais vontade de passar uma corda no próprio pescoço e ficar live de todos os problemas.

-Zayn...- Sussurrei, lágrimas involuntárias esquentaram meus olhos, mas me contive. Chorar não iria adiantar nada.

Não sei para onde os garotos foram. Depois que Dimitri avisou à todos que partiríamos em dois dias, eu acabei desmaiando por conta das fortes dores. Não faz muito tempo que estou acordada olhando para o teto, mais ou menos uns quarenta e cinco minutos.

Ouvi uma leve batida na porta do quarto.

-Pode... Entrar..- Respirei fundo afagando meu braço. A luz baixa do quarto me deixava confortável um pouco.

-Oi..- A voz macia soou arrepiando meu corpo. A porta se abriu lentamente. Calango... Engoli em seco.

Vestia uma calça de moletom cinza e estava sem camisa, o colar da TBS repousado sobre a pele branca e um cabelo emaranhado sobre a testa.

-Oi..- Sussurrei sem jeito ao vê-lo fechar a porta e caminhar lentamente na minha direção.

-Vim.. Saber se está melhor.- Ele parou do lado da cama e umedeceu os lábios.

-Sim..- Dei uma pequena pausa desviando o olhar.- Eu acho. E você?- O fitei.- Seu braço..-

-Ah.. Meu braço?- Ele ergueu o braço antes deslocado, agora parecia perfeito.- Perfeito.- Deu um leve sorriso.

-Você se recupera rápido..- Dei um sorriso sem vontade.

-Foi graças ao seu sangue..- Sentou-se à beira da cama e me fitou. Ele tem um jeito de me deixar completamente desconfortável por um lado e por outro lado não. Era uma confusão mental absurda.

O que tem demais no meu sangue? Sinceramente, até agora eu não acredito que praticamente enfiei meu pulso na boca dele para ele beber meu sangue. Que bizarro.

-Irão matar eu e a minha família... Não é mesmo?- O fitei. Ele respirou fundo e me encarou.

-São ordens..- Mordeu os lábios. Aquelas palavras me queimavam por dentro.

Eu poderia começar a chorar e implorar para que ele não deixasse isso acontecer, mas... O que adiantaria? Dimitri é a mente pensante desse grupo. A palavra dele é sempre a primeira e a última, jamais faria diferença o que Calango falasse ou deixasse de falar.

-Eu posso... Deitar do seu lado?- Ele me fitou.

Senti que corei. Só falta ter me trazido chocolates também...

-C... Claro..- Respirei fundo fingindo que não estava acontecendo nada. Me afastei um pouco para dar espaço à ele.

Calango se arrastou, deitando-se do meu lado. Ele estava meio estranho, como naquele dia do penhasco. Era como se não fosse ele que estivesse ali comigo.

Sem dizer uma palavra ele se deitou do meu lado. Senti meu rosto fervilhar, deitei-me e o fitei. Estávamos tão próximos um do outro que eu podia sentir a sua respiração no meu rosto, um leve cheiro de ervas adocicadas.

O encarei por alguns segundos. Tudo o que estou vivendo, é apenas os meus últimos dias nessa terra. Daqui a pouco tempo, estarei morta. Lágrimas esquentaram meus olhos, mordi a língua para não fazer aquela cara de choro de quem quer gritar de tanta vontade de chorar.

Calango estendeu lentamente a mão esquerda, enxugando a minha bochecha direita com o polegar. Ele deslizou essa mesma mão até a minha nuca.

-Vem cá..- Insinuou para que eu fosse mais para perto e assim, o fiz. Sem conseguir aguentar mais, deixei as lágrimas rolarem naquele choro que você só para se chorar tudo de uma vez.

Calango me puxou contra o seu corpo cálido, passando as mãos por mim, depositei minha cabeça no seu peito e o chorei.

Meu Deus, estou chorando abraçada com um dos caras que vai ajudar a me matar... Eu sou completamente louca. E o pior... Eu o amo apesar de tudo.

Eu podia ouvir seu coração batendo tão lentamente que em alguns momentos, pensei que havia parado. Ele me apertava contra o seu corpo quente, arrancando-me do clima frio do Bosque.

-Não... Chore.- Suas palavras saíram tão baixas que mal pude ouvir. O apertei contra o meu corpo.

Era inexplicável o que e sentia naquele momento, era uma mistura de sensações aleatórias. Eu me sentia protegida com ele ali, mas ao mesmo tempo eu sabia que ele iria ajudar a me matar, obviamente... É o trabalho dele, essa é a família dele... E ele tem que fazer de tudo para honrá-la. Eu deveria ter feito o mesmo... Naquele dia que vi Rafael me oferecendo uma ´carona´. Eu deveria ter recusado, e quando ele apontou a arma para mim e me mandou entrar... Eu poderia ter me recusado da mesma maneira. Ter pedido a morte à ter que entrar naquele carro.

Agora, eu já estaria morta, e não estaria sendo usada como moeda de troca... Irão me vender... Irão me vender e além disso tudo, atrairão meu pai para a morte.

O pai que eu tanto reneguei. Os tios que tanto imaginei que me amavam, apenas seguiam as ordens de Ulric para me manterem longe da sua vida suja como um mafioso.

Eu já não sei mais o que dizer, nem o que pensar...

Sem dizer uma palavra, continuei ali, nos braços de um sociopata, apenas me observando chorar como uma menininha idiota.

E sim, eu sou uma menininha idiota...

Meus olhos já estavam ardendo de tanto chorar e além disso, o sono pesado veio me agarrando por conta do cansaço físico e mental. Calango ainda colado no meu corpo, deslizava os dedos desajeitado pelos meus cabelos, chegando até a ser um pouco brusco.

E...

Acabei dormindo...

Com o rosto colado no seu peito e ouvindo o seu coração palpitar lentamente..

**

Calango

Ela dormiu nos meus braços... Respirei fundo. Levou apenas alguns minutos para que ela caísse no sono. Com certeza estava perdida em mil pensamentos... E com razão.

Partiremos em breve para os Estados Unidos...

Mas, não desse jeito.

Bufei movendo-me lentamente, afastei o rosto quente de Elizabeth do meu peito úmido por conta dos litros de lágrimas que ela derramou. A empurrei lentamente deitando-a no colchão.

Você me deixa confuso garota boba... Respirei fundo e recostei sua cabeça no travesseiro.

Apoiei  cotovelo direito no colchão e levei a mão no seu rosto corado. Aproximei o rosto do seu depositando um leve beijo na sua bochecha e me levantei lentamente. Humanity... A única coisa que me droga ao ponto de me fazer sentir coisas que normalmente não sinto.

E além do mais.

Ainda tem coisas que eu ainda preciso resolver...

**

Caminhei rapidamente pelos corredores e desci as escadas até o salão, dobrei no corredor da direita e segui rápido até a parte do Sul da Mansão... A parte aberta onde tem a piscina.

Os Dolan estavam lá fora, sentados um gramado afastado e fumando embaixo de umas árvores.

-Estou aqui..- Fiz uma cara séria e respirei fundo cruzando os braços.

-Opa..- Grayson afastou o cigarro dos lábios e deu um leve sorriso. Ethan ergueu a sobrancelha.- Achamos que não viria..- Sorriu sarcásticamente.

-Dá pra falar logo?- Rosnei.

-Calma... Quer um cigarrinho?- Ethan ergueu um cigarro de maconha para mim.

-Não.. Direto ao ponto Dolan.- Fitei Grayson, que deu uma tragada no baseado.

Eu estava tão impaciente quanto. Precisava ter logo essa conversa antes que os outros imbecis chegassem.

-Então... Thiago Lange..- Grayson afastou o cigarro dos lábios soltando a fumaça pesada.- Estás disposto a trair a sua própria família?- Um sorriso largo. Essa pergunta me incomodou fodido..

-O que eu preciso fazer?- Olhei com desdém.

O que que eu to fazendo?

...

 

O Judas de alma condenada

e sangue ruim

...

 

Eu ainda vou me arrepender

de ter feito isso

...

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


;-;


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