Passadas ligeiras direcionadas à mim, pintando minhas bochechas de carmesim, fazendo-me pensar, enfim, o que estava fazendo ali?
Busquei em seu olhar algo que eu procurava há tempo dentre as pessoas à minha volta, encontrando-o com facilidade em suas orbes fictícias; já comentei que ficaste bem com essas lentes azuis?
Fios loiros voavam em direção ao vento, bagunçando-os. Você os arrumava, dando-me tempo de cogitar a ideia de correr; fugir; nunca mais aparecer. A cada novo passo na imensidão de grãos amarelos meu coração acelerava gradativamente, vez ou outra falhando uma batida; uma dissincronia bizarra causada única e especialmente por ti.
Sua pele refletindo a luz do sol brilhante tornava-lhe mais encantador do que já és. Alguém já te disse que sua epiderme dourada combina contigo?
Por fim, chegaste a minha frente, fitando-me com seu sorriso deveras apaixonante; ali tive a certeza de que eu estava apaixonado.
“Você está lindo.”
Elogios sinceros vindos de lábios tão belos quanto; sua voz rouca e na medida certa para me fazer pirar de vez arrancava-me suspiros inconscientes. Ardi-me em vergonha, podendo desfrutar da sensação das famigeradas borboletas rondando meu estômago.
“Obrigado, mas não consigo superar a sua beleza.”
Escapou-me tal frase desajeitada e me senti desconfortável de repente; ali tive a certeza de que era um idiota.
O chão parecia mais interessante do que suas íris azuladas.
Entretanto você me provou o contrário, selando minha bochecha com carinho e num ato de imensa coragem diante de nossa situação; você nunca teve rótulos ou sequer sentiu vergonha, não é mesmo?
Sorri.
Sorri aberto; verdadeiramente. E, em seguida, refleti sua ação porém em um lugar diferente, até então não descoberto por nós.
Encostei em seus lábios da mesma forma sutil que outrora fizeste comigo; degustei do pedaço de carne beijável que tanto sonhei em o fazer e que descobri ter sabor de morango.
Viciante.
Perante meu feito e seguindo minha linha de raciocínio naquele instante, ousei por minha língua em meio à nós, e não contive o sorriso que adornou meus lábios quando vi que também queria aquilo.
Não esperava que fizesse isso, embrenhando seus dedos em meus fios e puxando-me para mais próximo; o mundo parara para nós. Apesar de suas investidas descaradas, sempre pareceu-me ser brincadeira, mas essa era a graça de Kim Taehyung; suas facetas e emoções, suas vontades e a falta delas; tudo encantador, tudo maravilhoso, tudo ele. Somente ele.
Desvendar-te-ia de modo a apreciar cada uma de suas fases como precisava ser feito; como você merecia.
Separando-nos para podermos respirar e em meio a um abraço caloroso, ouvi sua voz baixinha sussurrar em meu ouvido aquela frase tão curta mas tão significativa.
“Eu amo você Guk.”
E soou tão gratificante que permiti-me dizer o mesmo.
“Eu também te amo, hyung.”
Dessa vez tive a certeza de que estava lhe amando.
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