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História Cesta de 3 - Vkookmin - Inseguro? Talvez


Escrita por: Mama_Omma

Capítulo 16 - Inseguro? Talvez


 

Dois passos largos para a direita, um giro, um passo pra esquerda, e meio giro. Jimin tinha memorizado cuidadosamente aqueles últimos passos, pois o seguinte era se deixar cair nos braços de Hoseok, que com uma mão aberta no final das suas costas e outra segurando sua perna esquerda sob o joelho faria um giro em torno do próprio eixo, e então estaria finalizada a coreografia. 

Os dois estavam ofegantes, com as regatas colando aos torsos suados e os pés latejando por dentro dos tênis de treino. 

— Perfeito — Hoseok aprovou, sorrindo pra Jimin, que sorriu de volta, buscando nos seus ombros apoio pra se pôr de pé de novo. 

— Perfeito mesmo — Ele concordou, pondo a franja ruiva pra trás da testa suada com os dedos: estava consideravelmente mais cansado que o mais velho, o que era evidente pelas bochechas bem mais rubras e o peito subindo e descendo com muito mais esforço — Você fez uma coreografia maravilhosa, Hoseok hyung — Mas, bem, dançar era a rotina de Hoseok, ao contrário da sua, que já era um tanto sedentária uma vez que tinha parado de jogar basquete depois do acidente com seu joelho. Ou seja, para alguém que estava treinando uma coreografia como aquela há apenas uma semana, ele fora muito bem. 

— Que bom que acha isso — Coisa que Hoseok não deixou de perceber — Mas eu não estava falando da coreografia.

— Não? — Jimin foi até uma das paredes espelhadas, pegando a garrafa d'água encostada ali perto.

— Não — O mais velho foi atrás dele, pegando a garrafa das suas mãos antes que ele pudesse dar um gole — Estava falando de você. 

Ele segurou a franja molhada pra trás enquanto virava a boca da garrafa nos lábios finos, olhando pra Jimin por sob as pálpebras pesadas que piscaram letárgicas. "Meu deus, meu deus, meu deus, meu deus meu deus meudeus meudeusmeudeus", Jimin pensava, enquanto segurava a respiração e engolia em seco. Hoseok era gato pra caralho, e cada vez que constatava aquilo Jimin ficava cada vez mais preocupado consigo mesmo. "Você tem dois namorados igualmente gatos, Park Jimin", repetiu pra si mesmo aquele mantra, pegando de volta a garrafa quando Hoseok a devolveu. "Dois namorados, meu deus, Park Jimin, o que você é? Um animal insaciável?? Dois namorados, você tem dois namorados…" 

— Você dança bem demais, Jimin, pra ficar desperdiçado numa quadra de basquete — Então o dançarino se apoiou com ambas as mãos na barra atrás de Jimin, instalada à parede de espelhos, o encurralando ali, mas sem tocar nele, o que só deixou o mais baixo mais nervoso, ainda mais quando sua voz chegou sussurrada nos seus ouvidos — E eu vou ter o prazer de treinar você, Jimin, quando você quiser: basta pedir.

Jimin mentiria se dissesse que um arrepio não desceu pela sua espinha e que a ideia de puxar Hoseok pela nuca e meter-lhe um beijo na boca não passou pela sua cabeça, mas, é o que dizem: de quê vale a fidelidade se não existirem tentações, não é mesmo? Por isso ele não estava particularmente sentindo-se culpado quando desceu do prédio do departamento de artes, até porque não tinha deixado que nada que sua mente produziu chegasse à realidade, mas quando viu a expressão indecifrável na cara de Jungkook, o esperando ali na frente, com uma mão no bolso da bermuda e a outra segurando o celular, encostado a um apoio de bicicleta, a sua imaginação de escritor de lemons pesou nas suas costas como a própria cruz de Cristo e sua vontade por um instante foi de chorar e de pedir desculpas de joelhos. 

— O-oi, Kookkie... — Falou, sem graça, ajeitando a alça da bolsa de treino timidamente, como se o mais novo sequer fosse seu namorado — Vo-você estava me esperando? — Também, estava muito mais habituado ao rostinho de cão perdido que o outro costumava ostentar, e não aquele rosto de queixo meio erguido. O que havia com aquilo? Não estava sabendo lidar — Nã-não precisava...

— Precisava — Jungkook guardou o celular num dos bolsos largos da bermuda de brim, desencostando do apoio pra bicicleta e andando pro seu lado — Está tarde pra você voltar sozinho pra casa, Jimin hyung — Pegou a bolsa do seu ombro, jogando sobre as costas e pegando sua mão na dele. 

— Uhm — Concordou, sentindo a palma quente da mão do mais novo. Gostava de andar de mãos dadas com Jungkook, porque gostava de sentir que ele não se sentia desconfortável em andar de mãos dadas com ele pelo campus ou fora dali. Mas de alguma forma o clima entre eles estava desconfortável, mesmo que andar de mãos dadas normalmente fosse confortável pros dois — Você está muito calado — Disse finalmente, depois de uns dez minutos em que caminharam em silêncio — Preocupado com alguma coisa? 

— Eu estou — Disse, simples e seriamente, como se fosse pra ele ter adivinhado — Porque eu conheço o Hoseok hyung. Desde criança — Olhou-o de soslaio brevemente, como que querendo sugerir algo: Jimin desviou o olhar para a calçada.

— Então não deveria estar preocupado — Murmurou, chateado. Era tão estranha aquela situação: normalmente, quem estava cheio dos ciuminhos mais bobos era Taehyung e Jungkook era quem ficava com carinha de perdido no meio, jogando panos quentes pros dois lados, mas de repente era ele quem estava ali, todo ciumento, e Jimin simplesmente não estava sabendo lidar com aquilo porque nunca tinha o visto assim antes — Pra mim já basta o Taehyung agindo desse jeito, sabe... — Suspirou, com a esperança do outro não tê-lo escutado reclamando sobre aquela última parte. Mas ele escutou.

— Eu te amo muito, hyung — Apertou sua mão — Mas nosso namoro é muito recente e... pouco convencional, por mais que estejamos bem com ele. 

Jimin mordeu o lábio e não respondeu nada, nem apertou a mão do mais novo de volta. E já estavam na parada de ônibus. Jungkook sentiu o coração apertar. 

— Am... pode me deixar aqui, Kookkie, o meu ônibus vai passar logo...

— Hyung — O puxou pela mão, num gesto insistente ao que o mais velho fez menção de soltar — Passe a noite comigo. 

— Eh? Ma-mas... 

— Jin hyung não está no dormitório hoje. 

— E-eu sei, é que... — Sim, sabia, porque Jin e Taehyung estavam fora da cidade num acampamento de treinamento pra candidatos a um time profissional, ainda assim era muito repentino — Eu não avisei meus pais...

— Por favor, hyung... — Mas Jungkook tinha aqueles olhos redondos que começavam a brilhar literalmente quando ele queria que brilhassem, e aquilo era um golpe muito baixo. 

E então estava no quarto de Jungkook, um cômodo minúsculo de um apartamento pequeno no prédio de moradia aos estudantes, e que pela bagunça parecia com menos espaço ainda, mas, de alguma forma, Jimin sentiu que aquela desordem do mais novo era confortável. Sim, confortável, mesmo que aquele ambiente fosse novo, ele simplesmente exalava a personalidade de Jungkook, e ele agradeceu tanto por aquilo, deixando-se cair sentado na modesta cama de solteiro enquanto pegava uma bola de basquete do chão e mirava pra uma cesta pendurada na parede à frente. Ergueu os braços, moveu o pulso. Cesta! 

— Dois pontos, hyung — Jungkook comemorou, vindo se sentar ao seu lado à beira do colchão fino — Pena que não dá pra fazer cesta de três nesse quarto. 

— O Taehyung ficaria decepcionado — Disse, virando-se pro lado do mais novo para o olhar no rosto.

— Ficaria — Ele concordou, olhando-o de volta. 

"Ai, deus...", suspirou consigo, descendo o olhar por aquele rosto perfeito que o mais novo tinha. Jungkook tinha traços tão charmosos, suaves, até, desde os arcos das sobrancelhas até o contorno dos olhos e do nariz, e o desenho dos lábios que era tão específico: o de cima fino e marcado no centro, o de baixo mais gordinho. Realmente era o perfeito contraste com o rosto de Taehyung, tão cheio de curvas fechadas e praticamente selvagem. Ah!... Taehyung… Estava com saudades já; se lembrar dele o fez suspirar mais uma vez. 

— Hyung... — Jungkook se inclinou na sua direção, com ambas as mãos apoiadas no colchão logo atrás dele, sem encostar nele, mas perto o suficiente pras respirações se misturarem — Posso abraçar você? 

Um arrepio desceu pela sua espinha, e a ideia de puxar Jungkook pela nuca e beijá-lo passou pela sua cabeça. E ele não precisou se conter, porque apesar de Taehyung não estar ali, Jungkook era seu namorado. 

— Mh... — Jungkook interpretou aquilo como um sim, enlaçando o mais baixo pela cintura num abraço frouxo que foi apertando à medida que ambas as bocas melhor se encaixavam, até que quando as línguas se entrelaçaram Jimin já estava sentado no seu colo — Jimin hyung…

— Você não precisa ficar com ciúmes — Jimin prometeu, com os dedos nos cabelos negros de Jungkook e com os lábios ainda roçando nos dele.

— Não é ciúmes — Mas Jungkook retrucou imediatamente: estava subindo a barra da sua regata, passando as pontas dos dedos pela sua pele enquanto o despia com certa pressão. 

— Então você não está inseguro? — E ele arrepiou todo, mas tentou disfarçar os tremores no abdômen — Seu problema é com o Hoseok?

— Não tenho nenhum problema com Hoseok hyung — Passou a regata pelos seus braços — E é você quem está inseguro, Jimin hyung. 

— Eh? 

Jimin piscou, várias vezes, sem mais reação que aquilo, enquanto Jungkook o pegava firmemente pela cintura e jogava na cama entre roupas e lençóis bagunçados. 

— É você quem está inseguro — Repetiu, enfático, e sério de um jeito que Jimin não tinha visto antes — E eu vou arrancar toda essa insegurança de você pela sua pele hoje, hyung, nem que eu te leve à exaustão por isso.



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