História Chains 2 - Drowning To The End.

“Porque toda vez que eu respiro, eu te recebo, e meu coração bate de novo. Baby, não posso evitar, você me mantém afogando no seu amor. Toda vez que tento voltar à tona, sou arrebatado pelo amor. Baby, não posso evitar, você me mantém afogando no seu amor. — Backstreet Boys. (Drowning).”

Madison’s Point Of View.

— Onde está me levando? — Sinto o meu corpo tremer cada vez mais e juro que não aguento mais caminhar. Sinceramente, preferiria ser arrastada.

— Não queria voltar pro Bieber? — O Parker fala sério e eu me arrepio cada vez mais. 

Não é possível.

— Por favor, não me mata. — Eu então paro de caminhar e caio de joelhos no chão, entrelaçando meus dedos e literalmente implorando na sua frente. — Eu não sei para onde está me levando, mas por favor, não me mata! Eu nunca… — Começo a literalmente implorar pela minha vida de joelhos na frente desse monstro, sem conseguir acreditar que cheguei a esse ponto da minha vida.

— Porra garota, não faz eu te apagar pra te levar, eu to falando sério. — Ele então me ergue pelo braço e praticamente me apoia no seu ombro, enquanto me carregava pelos corredores desse depósito como se eu fosse um mísero saco de batatas ou algo do gênero.

Eu juro que tento manter os olhos abertos para saber onde estou, se é perto do centro da cidade, se é em algum lugar na volta, mas juro que é difícil demais, pois não tenho mais forças para nada. 

— Fica acordada, preciso que tu berre bastante, porque vai ser assim que ele vai te achar. — Ele fala rindo e eu fico sem entender nada.

O Justin sabe com quem eu estou? Ele descobriu? Sério mesmo?

Eu perdi a conta dos dias, não estou brincando. Não sei a quantidade de dias exatos que estou aqui, não sei quando é de dia ou de noite, absolutamente nada, A única certeza que tenho, é que eu não aguento mais, realmente não aguento e não quero, porque eu só quero nem que seja apagar e ter a certeza que com eles eu não acordaria.

— Por quê? — Questiono com a voz fraca, simplesmente sentindo meu corpo todo tremer, e isso só aumenta quando saímos e arregalo os olhos ao perceber que estamos no meio de uma floresta, e que está literalmente congelando aqui. Mas não é isso que me assusta mais, e sim o fato de que não é a mesma parte da qual eu tentei fugir à alguns dias atrás, mas sim outra parte maior ainda, fazendo eu me questionar onde estamos.

— Ta falando do que? — Percebo que íamos em direção a algum carro, o que faz com que a minha vontade de chorar aumente.

— Para onde estamos indo? — Ele apenas bufa irritado e literalmente me joga dentro do carro, entrando do meu lado e tendo a porta fechada por outros homens.

— Posso ir, chefe? — Ele concorda e eu tento me sentar o mais longe dele que consigo, o que não é muito.

— Parker, você me deve isso… — Eu falo encostando a cabeça na janela e ele acende um cigarro, me olhando de cima a baixo e abrindo um sorriso.

— Espero que tenha aproveitado o tempo com o teu amor, porque hoje ele vai ser morto. — E é quando ele fala isso, que sinto uma batida falhar no meu coração, sentindo uma ardência extrema no peito.

— Você…

— Ele acha mesmo que a gente vai te trocar pela puta da Olenka, mal sabe ele que o que a gente sempre quis foi que ele matasse ela. Imagina o pai dela vindo aqui pessoalmente pra matar o Bieber? Isso é sim que valeria a pena ser visto, mas é uma merda, porque a gente já vai adiantar o serviço. — Ele ri e eu juro que a minha vontade é o de acertar, mas não consigo mexer um único músculo do meu corpo.

— Do que você está falando?

— Ele descobriu que era o Jared, e olha, demorou. O cara foi burro. Acho que foi a primeira vez que ele teve que agir com os sentimentos e a razão misturados, já vimos que nesse sentido ele é péssimo. — Ele dá mais uma tragada no cigarro e já sinto a dificuldade para respirar maior. As marcas na minha barriga de mínimas não tem absolutamente nada, realmente eu estou toda roxa e parecia conseguir sentir minha carne viva, principalmente nos pontos que estavam praticamente todos abertos. — A gente negociou uma troca. Ele traz a Olenka e a gente te dá pra ele, mas nós já estamos com a área toda cercada, então mataremos ele com um tiro de longe, sem tempo pra enrolações ou tortura, ele é esperto demais pra gente fazer isso com ele. — E ele acha que o Justin é burro o suficiente para não cercar a área toda também? Céus… Eu sinceramente só espero que tudo isso acabe hoje, independente de como vai ser.

Justin Bieber’s Point Of View

— Sim, eu tenho certeza. — Falo parando no meio do depósito e olhando na volta, tentando mesmo manter a calma, mas tendo noção de que é impossível.

— Tu sabe que ele vai tentar te matar. — O Aiden fala e eu me viro, olhando pra ele com ironia. Ele acha que eu sou burro né, não é possível!

— Eu sei, e é por isso que dei a ordem. Quem ver a Madison, é pra pegar ela. Independente de com quem ela tiver, onde ou como. Viu, é pra matar quem tiver com ela e a trazer junto, nem que morra tentando. — Falo alto, olhando para alguns dos meus homens que estão aqui na volta, mas logo minha atenção volta pro Aiden. — E cara, eu juro que se tu tentar algo… — Eu começo e ele nega.

— Eles mataram a minha irmã por nada, literalmente nada. Eu tive problema só com o Jared, mas isso… — Ele para de falar por conta da raiva, isso enquanto eu respiro fundo. Se tivessem matado a Jazzy, tenho certeza que eu ia ta bem pior que ele nesse instante, porque ele ainda consegue manter a calma e se controlar, mas comigo não, tanto que já é a quinta vez que precisam trazer móveis novos pro meu escritório, já que quebrei todos os outros.

— Eu até agora não entendo como só depois de anos ele quer vingança, não é possível. — Eu falo passando a mão pela minha barba e ele me olha sério enquanto dava uma tragada no baseado que tinha em mãos.

— Tu matou o pai do Parker, sem contar que deixou o cara cego de um olho. Achou que o Jared tava agindo pelas tuas gostas e queimou ele nas costas com ferro quente desde antes, quando tu simplesmente destruiu tudo o que ele tinha construído sozinho aqui no Canadá. Cara… Eu não entendo o porquê eles demoraram, mas entendo sim o porquê tão fazendo isso. — Eu apenas rolo os olhos e respiro fundo.

— A gente teve meia hora pra programar o cercamento do perímetro, eu não to confiante. — Falo passando as mãos pelos bolsos e realmente sentindo a minha cabeça latejar.

Eles acham mesmo que vai existir alguma troca da puta russa pela Madison? Eles acham que eu sou burro? Que eu simplesmente vou ir lá e saber que eles vão me matar e ainda cagar pra vagabunda, fazendo o pai dela pensar que quem matou ela, foi o Bieber aqui. Mas não… Eu já coloquei tudo em mente.

Eu já fico puto só de imaginar eles na minha frente, mas sei que na hora, eu vou ter que agir com a cabeça, pensando em cada mínimo passo que eu dou, senão, a merda vai piorar muito mais mesmo. 

— Tu tem dormido? — Eu apenas nego com a cabeça e tenho uma vontade enorme de matar todo mundo, sabendo que agora seria ou a hora de pegar ela, ou o cadáver dela.

Cara, se eles me trouxerem ela morta já, eu juro, juro que a tortura dos dois não vai ser nada comparado com o que eu vou fazer todos os familiares deles passarem, eu vou matar literalmente todo mundo sem nem pensar antes.

— Bieber, o Ryan te falou o que ta pensando? — O Chaz entra desesperado no escritório e eu concordo, passando a mão novamente pela minha barba e analisando todos os papeis na minha frente. — É LOUCURA!

— Eu sei, mas… Eu preciso de ti lá. — E com isso ele nega, realmente de uma forma bem irritada.

— Ela é minha irmã! Não vou ficar dando voltas no barco no meio da noite!

— Eles combinaram de nos encontrar no píer por um motivo, porque o Jared sabe que ela não sabe nadar e tem um medo do caralho, e só… — Fecho os olhos me virando de costas pros dois e passando as minhas mãos sobre os meus olhos, impedindo que qualquer lágrima que fosse caísse dos mesmos, já cansei dessa porra de sentimentos, se eu não tivesse me envolvido com ela em primeiro lugar, nenhum de nós os dois teria nessa merda. — Eu não confio mais em ninguém pra ficar com o barco dando voltas pra ver se acha eles, nem nesse merda. — Aponto pro Aiden, o mesmo que não parece nada contente.

— Acha que eles… Eles não jogariam ela na água… — Ele fala sem querer acreditar, mas eu apenas nego e mexo com força a cabeça, sem querer nem pensar nisso.

Eu sei que eles vão querer fazer isso e tentar, o Jared sabe mais do que bem desse medo dela, então é mais do que óbvio que vai usar a seu favor.

— Eu só preciso de ti e do Louis no barco. Preciso de gente de confiança lá no caso de dar merda. — E ele nega novamente, fazendo eu me irritar mais.

— Eu não vou fazer isso, quero pegar os dois e…

— CHAZ CALA A PORRA DA TUA BOCA CARA! — Eu me irrito e empurro ele pra trás. Será que ninguém ta percebendo que eu to uma pilha? Querem realmente me irritar mais ainda? — SE EU MANDEI TU FAZER ISSO, TU VAI. Eu não to pedindo como um amigo, eu to mandando como a porra do teu chefe. Ela é tua irmã, mas é minha namorada, então a gente sabe quem ela vai querer ver primeiro quando sair. — Eu falo isso e ele me olha sem acreditar, simplesmente se curvando e antes que eu possa sequer pensar, ele vira um soco em cheio no meu olho.

— FILHO DA PUTA! — Ele grita me jogando pro chão e ficando em cima de mim.

— DEU VOCÊS OS DOIS! — O Ryan grita puto e eu vejo o Aiden rindo.

— Deixa eles continuarem isso, ta legal. — O Aiden fala e eu ignoro, apenas ergo o pé e chuto o Chaz bem no meio das pernas.

— TU NÃO SABE DE PORRA NENHUMA! TU NEM TA SOFRENDO DE VERDADE COM ESSE SEQUESTRO TODO! DEVE TA É ALIVIADO, PORQUE SE NÃO FOSSE POR ESSA PORRA, ELA DEFINITIVAMENTE JÁ IA TER TE LARGADO. — Ele grita enquanto o Chris levanta ele e eu não me seguro, então me solto do Louis e viro um soco no rosto dele.

— ELA ME AMA SEU CUZÃO DE MERDA. E CONTIGO É O QUE? ASSIM QUE A VAGABUNDA DA MÃE DELA MORRER, TU E O TEU PAI NÃO VÃO SER MAIS NADA PRA ELA! — Eles me seguram e eu tento me soltar a qualquer custo que seja, mas não consigo. — EU ACHO QUE TU ESQUECEU QUEM MANDA NESSA PORRA AQUI! — O Louis vai me soltando aos poucos e vejo o Chaz chorar de raiva, mas não. — E tu não ouse olhar na minha cara e dizer que eu não to sofrendo com esse sequestro todo, eu só não sou um viado de merda como tu, que chora a qualquer segundo e não pensa, sem imbecil. — Eu passo por ele e dou um encontrão no mesmo, percebendo que geral ta olhando como se isso tivesse sido a pior coisa possível agora.

— Tu não sabe de porra nenhuma. — Ele fala com deboche, me fazendo rir e me virar pra ele.

— Ta falando do que?

— Realmente acha que ela te ama? Que ela ia mesmo ficar contigo? — Ele faz questão de falar isso na frente de todos, então eu melhoro a minha postura e não seguro o que eu falo.

— Não sei, quando eu como a buceta dela eu sei que ela não cansa de falar o quanto me ama. Quando tu fizer isso, a gente conversa. — E agora sim ele se irrita mais ainda, simplesmente saindo daqui e me deixando com todos esses imbecis me encarando. — E que porra vocês tão fazendo parados? Pago vocês pra que? Em? — E então todos começam a caminhar nervosos, esses merdas.

Saio do meu escritório e pela primeira vez me sinto perdido ao ver a quantidade de pessoas aqui na volta preparando armamento.

Meus homens, homens do Aiden e da Cassie, só… Eu sinto que eu não estou no controle, no controle da missão mais importante da minha vida.

— Bieber. — A Cassie chama, e só então noto que já estavam todos prontos. — Tudo certo? — Ela pergunta com calmo e eu concordo com ironia.

— Eu to com cara de quem ta com tudo certo? — Passo a mão por cima do olho, o mesmo que ta me doendo pra caralho.

— Você não…

— Não Cassie, tu não entende. — Eu soco a porta do meu lado e encosto a testa na mesma, simplesmente respirando fundo e fechando os olhos. — Se eu pudesse não ter conhecido ela, eu juro que teria. E não só por ela, mas por mim. Tu sabe que pelo estilo de vida que a gente leva, essas relações assim não dão certo, porque agora ela ta sofrendo e com risco de morte, e eu com uma puta dor que eu não tinha sentido antes, porque realmente tiraram algo de mim que eu não sei se tenho chances de recuperar.

— Do que ta falando seu babaca? É óbvio que a gente vai recuperar ela, mais do que óbvio.

— Tu acha que ela vai ser burra o suficiente de sequer ficar comigo depois dessa merda toda? É capaz até de ela ir morar com o cuzão do Chaz. — Eu falo isso e eu vejo que ela me olha estranho, fazendo eu estranhar ainda mais.

— O que foi?

— Nada. — Ela ia andar e eu seguro o pulso dela, recebendo um olhar mortal.

— Se você não me soltar agora, quem te mata sou eu. — Eu solto o pulso dela e ela me olha de cima a vaixo com raiva. — Tu é burro né, só pode. — Ela fala e eu não entendo nada.

— Ta falando do que?

— Eu gosto do Chaz, mas tu não vê o ódio que ele tem por ti? Justin… — Ela fala e eu nego.

— Eu sei que ele me odeio, mas ele não pegaria a Madison, ela é a irmã dele e ele se importa demais com ela pra isso. — Eu falo e ela concorda, arqueando a sobrancelha. — Ta falando do que?

— Eu percebi que ele gosta bastante mesmo dela. — Ela sorri com malícia e eu nego na hora, querendo socar a cara dela.

— Ela nunca ficaria com ele, porque…

— Ela eu sei, mas e ele? — Ela sugere e ri, fazendo eu até parar e penar na hipótese disso acontecer.

— Não, ele…

— Tu é burro, acha que ele chora assim só porque vê ela como irmã? Sério mesmo? — E é inevitável que eu feche mais os meus pulsos, sentindo algo dentro de mim se irritar mais ainda.

— Não pode ser. — Eu nego com a cabeça, não querendo mesmo acreditar.

— Por isso a cada dia que passa ele se irrita mais contigo, porque sabe que no final, é tu quem vai ficar com a garota. — E ele pode apostar mesmo que eu vou. Não… A Cassie ta viajando, realmente. A Madison teria me falado se ela tivesse desconfiado de algo, então é mais do que… Se isso for verdade, eu mato ele junto com o Jared e os outros.

— Bieber, a gente ta ficando sem tempo. — O Styles fala ao se aproximar com o Payne.

— Eu já montei o sistema todo, então só basta a gente fazer o que planejou. — Ele fala e eu olho pra Cassie uma última vez, vendo que ela apenas concorda;

— Sim, todos tão com as escutas? — Eu pergunto e todos concordam. — Eles vão vir carregados de gente, então… Tomem cuidado, literalmente não to afim de enterrar ninguém amanhã. — Falo e eles concordam, não achando a mínima graça da situação, porque essa porra é totalmente séria. — E se forem mortes insignificantes, espero que saibam que nem no cemitério eu ponho vocês. — Falo pros seguranças que eu nem sequer fazia questão de os ter vivos ou mortos no final da noite.

— O Zayn e Nolan já tão lá com a Olenka. Eles vão ficar lá no lugar marcado. — Ela fala e eu concordo, sabendo que isso não ia adiantar de nada.

— Eles não tão nem ai pra ela, e é isso que me assusta. Porque eles querem nos arrastar até lá e acabar com a gente. — A Cassie fala  olhando em volta pela última vez, vendo todos os homens já armados e prontos.

— Somos os três maiores da América do norte, é meio… Bem, um de nós morrer até dá, mas os três não. — O Aiden fala e eu bufo, realmente perdendo a paciência. — O Peter já ta lá também, acionei ele pra ficar com o barco pela costa leste, porque tu mandou o Chaz e o Louis pela parte do norte, então de qualquer lado a gente consegue. — Ele fala e eu concordo. Por mais que eu deteste admitir, ele ta sendo de grande ajuda mesmo. Então pode ser que no fim de tudo, eu realmente não o mate.

Eu pego a minha arma e confiro se ela ta carregada, e após ver isso, sigo em direção a parte externa do meu depósito, querendo ir até o meu carro, pra ir em direção a porra do porto e terminar isso de uma vez.

Subo no meu carro e não espero por ninguém, apenas começo a dirigir pelas ruas e sigo até o local de encontro, começando a estranhar quando não vejo mesmo ninguém aqui.

Vejo todos os carros vindo atrás de mim, e sério, eu só queria pausar esse momento e medir cada mínima ação minha, porque não quero mesmo fazer nada que possa comprometer ela, de jeito nenhum.

Meu celular começa a tocar, e eu nem preciso ver a tela pra saber se era ou não o Jared, apenas atendo.

— Escondido? — Pergunto e ouço a sua risada.

— Como é saber que está respirando o mesmo ar que a sua garota? — Ele ironiza e eu tento manter a calma, porque sei que o que ele quer é me irritar, pra eu agir por impulso e ferrar não só a mim, mas a Maddie também.

— E tu? Como é saber que esse é a última vez que respira ar puro? — Estaciono o carro e desço, caminhando lentamente até o porto, olhando em volta e tentando o achar.

Caminho mais para frente, percebendo que ele não tava no lugar marcado, mas quando vejo os carros de longe, percebo que ele e os seus homens estavam pra lá, então olho pra trás e percebo que a Cassie, Aiden e meus homens me seguiam com calma, todos com as armas nas mãos e se preparando pra qualquer coisa que fosse vir.

Acelero meus passos até lá e consigo ouvir murmuro através do outro lado da linha, mas quando olho pra frente, acabo vendo que ele tava sobre o píer. Vendo ele de longe e… O celular chega a cair da minha mão quando eu acho que os meus olhos não tão vendo uma miragem, quando eu percebo que realmente é ela lá de joelhos do lado dele e do Parker, apenas de roupas intimas.

Babe.

Pego o celular do chão e praticamente corro até eles, não ligando pra quem a atrás de mim ou o que me aguarda na frente, mas apenas sentindo que o meu coração tava prestes a saltar da porra do meu peito.

— Se tu não quer mesmo morrer, deixa ela vir até mim, agora. — Eu grito pela linha e ele ri, apenas erguendo a mão enquanto sorria e desligava a ligação, fazendo eu jogar a porra do meu celular no chão.

O Zayn e Nolan se aproximam de mim, isso com a Olenka, mas não tem nem como a gente passar, porque vejo a quantidade de homens dele na minha frente, formando uma barreira.

— Anda Jared, é uma troca simples. — O Nolan fala com calma, porque nesse momento eu não conseguia nem sequer fazer com que palavras saíssem dos meus lábios, apenas mantinha meus olhos fixados nela, que tava chorando em desespero. Isso com as mãos deles nos ombros dela, o que faz eu descer o olhar enquanto me aproximo com cuidado, vendo as marcas roxas no corpo dela e os ferimentos abertos que deixaram no meu bebê.

Meu olhar fica fixo no dela, por alguns instantes não lembrando onde estamos ou o porquê disso tudo, mas apenas comigo conseguindo sentir a dor através do seu olhar. As marcas no corpo dela já me deixam com náuseas, fazendo o meu sangue correr de forma mais rápida, assim como a raiva, que a cada segundo que passa, começa a tomar mais conta do meu corpo.

— Me dá ela. — Eu falo com calma, vendo eles rirem. — ME DÁ ELA, CARALHO! — Eu berro e ia mesmo tentar passar pelos homens dele, mas o Aiden segura o meu ombro, fazendo eu olhar pra frente e ver os nossos barcos na água.

O vento ta cada vez mais forte, e ela aqui com míseras peças de roupas. Ela ta com a pele completamente arrepiada, sem contar os sangues nos cabelos, que ficam embatendo contra o rosto dela.

Eu queria poder pausar a porra do tempo e só tirar ela daqui. Aquecer ela e enquanto ela ta se recuperando, eu fazia questão de meter pregos na cabeça de todos eles aqui, sem nem sequer fazer o mínimo esforço pra ir com calma.

— Mas então Parker, como vai querer morrer? — O Aiden começa, realmente tentando soar irônico, mas eu não to com paciência pra isso, porque só de olhar ela assim na minha frente e sem poder a tocar, ver o quão assustada ela ta, tudo… Tudo isso realmente acaba comigo.

— Não sei Aiden, quer saber como a gente matou a pequena Hillary? — E agora sim quem tem que segurar o Aiden, sou eu.

— É só dar o sinal, Justin… — A Cassie fala pela escuta, fazendo eu respirar fundo e olhar mais uma vez pra Madison. Intercalando o olhar entre ela e eles, calculando todos as possíveis ações que poderiam ocorrer caso eu me mexesse. 

— Se não me der ela agora, a puta russa morre. — Eu falo e os meninos já arrastam ela pra perto de mim, onde ela se esperneia toda e tenta se soltar, mas não tendo forças nem sequer pra gritar direito.

Eu dou um passo pra frente e me seguro, mas aperto com mais força a arma na minha mão, não querendo matar eles aqui e agora, porque esses ai merecem a pior tortura que até hoje eu fui sequer capaz de imaginar.

— Pode matar, a gente ia jogar ela fora de qualquer jeito. — E quando o Jared fala isso, é que ela fica louca.

— O QUE? VOCÊ… 

— Nolan, apaga ela. Mas não mata, vou ter certeza que todos os meus homens estuprem ela antes de ela ser morta. — Eu falo e ela começa a chorar ainda mais.

— BIEBER, ISSO NÃO FOI IDEIA MINHA, O… — E então ela para de falar quando de fato o Nolan acerta a cabeça dela com tudo, fazendo ela apagar e finalmente calar a boca.

— Mas e então Justin, bonita a Madison, né? — O Parker provoca, descendo a mão até o peito dela, fazendo eu ver o como ela tremia. E não, chega dessa porra pra mim.

— NÃO ENCOSTA NELA, FILHO DA PUTA! — E então eu avanço contra os homens dele, tirando a arma do bolso e acertando o primeiro que eu vejo. — NÃO TOCA NELA NUNCA MAIS! — Eu berro com o peito ofegante e começo a escutar os tiros na nossa volta, mas não, eu precisava chegar até ela.

Que se foda esse plano.

Que se foda a calma

Que se fodam eles todos.

Mas nenhum deles toca assim nela e sobrevive pra contar a história, de jeito nenhum.

— JUSTIN! — O Nolan grita e eu não entendo, mas ele aponta pra frente e eu viro o olhar, percebendo que eles tavam levantando a Madison, a mesma que tava com algemas e correntes nas pernas, segurando ela, a amarrando.

— NÃO, NÃO! — Eu berro e tento passar pelos homens, mas eles apenas riem. — NÃO TOCA NELA! — Eu recebo um soco e nem paro pra sentir a dor, só passo pelo homem, mas sou puxado pra trás de novo, vendo os meus homens entrarem em ação, mas nenhum deles ter a capacidade de chegar até eles.

Ergo a minha arma e atiro no cara que me segura, passando por mais dois e dando tiros certeiros na testa de ambos.

— PUTA QUE ME PARIU. — A Cassie reclama quando um corpo cai sobre ela, mas eu passo por cima dos dois a apuro mais o passo, tentando chegar até o ponto do píer, que é onde o Jared e Parker tão levando ela. 

Eu ergo o meu olha e começo a sentir a porra do ar faltar nos meus pulmões, porque vejo o quanto ela quer se debater pra se soltar, porque o pânico é evidente no seu rosto, em todo o seu corpo.

Juro que sinto um tiro passar de raspão do meu lado, mas isso não me impede de seguir, mas então é como se minhas pernas parassem sozinhas, pois eu presencio a pior cena que os meus olhos podem. Vejo ela abrindo a boca e…

— JUSTIN! — Ela grita antes uma última vez tentarem se debater, mas então jogam o corpo dela na água com tudo, fazendo eu ver ela se debater pra tentar não afundar nessa água escura e gelada.

— SAI DA MINHA FRENTE! — E agora sim eu não fazia nem questão de segurar as minhas lágrimas, apenas batia em todo mundo e tentava a todo o custo passar pelos homens dele e pular, mas não, eu sou segurado por um, o mesmo que enfia a faca na minha barriga com tudo.

— A vingança é algo divino, não é mesmo? — O Jared ri, se aproximando e afundando mais a faca na minha barriga, mas não, eu só berro mais e tento me soltar.

— SAI! SAI DA MINHA FRENTE! — Eu acerto um soco nele e to a três passos de pular, mas sou puxado pra trás e batem a minha cabeça com tudo no chão, mas não…

— MADISON! — Eu berro me debatendo e gritando feito um merda, apenas berrando pelo nome dela e tentando ver se alguém tinha pulado pra pegar ela, apenas… — MADISON! — Eu grito de novo, implorando pra que eu conseguisse pelo menos chegar até ela, conseguir a pegar, mas não, nem isso nenhum dos meus homens conseguem.

Eu não consigo mais ver o corpo dela, nem mesmo o movimento da água com ela se mexendo e tentando sair dessa, só… Essa é a prova viva de que quando se trata de máfia, não existe essa de acordos ou segundas chances, apenas apunhalação pelas costas e perdas que não tem um valor existente.

Madinson’s Point Of View.

— JUSTIN! — Grito desesperada antes de sentir o meu corpo ser jogado na água gelada de uma só vez.

Eu ainda não conseguia acreditar no que eu havia acabado de ver, na cena que eu estava presenciando.

Os sons de tiros ainda conseguiam ser ouvidos por mim.

Assim que sinto o meu corpo afundar, juro que de início eu tento mesmo debater, como um tipo de resposta biológica, mas era impossível. Eu estava algemada e com correntes em minhas pernas, então mesmo se eu quisesse… Esse é literalmente o fim da minha vida.

Eu tenho pânico de água, e apenas de imaginar que a minha morte será aqui… A ironia é tanta que chega a ser doloroso.

Fecho os lábios e tento manter os olhos abertos, mas a escuridão tomava conta de mim, fazendo com que eu me desesperasse mais, aspirando e engolindo mais água, sentindo que entrava pelas minhas narinas e se direcionam diretamente para o meu pulmão, causando uma dor tão extrema, que eu realmente preferiria que esse sofrimento todo apenas acabasse.

Paro de me debater e apenas sinto o meu corpo indo mais para baixo, onde a água gelada está em contato completo com o meu corpo, fazendo com que eu me sinta flutuando, mas flutuando para um morte mais do que prevista.

O ar nos meus pulmões começa a faltar, assim como a dor nos mesmos aumentar, fazendo eu me sentir desnorteada e mais perdida do que nunca, apenas sofrendo em tanta dor, que eu apenas não sabia o que fazer ou não.

Sinto que o sangue não chegava mais no meu cérebro, pois uma hora sinto a pulsação rápida e latejante, mas aos poucos a dor é tão aguda e funda, que tento abrir a boca e me mexer como se tivesse alguma maneira de gritar, mas não, eu estou realmente sozinha nessa.

Meus movimentos não eram mais realizados, parece que meus neurônios não estão mais realizando as ações, pois em questão motora sinto que nenhuma célula do meu corpo se move.

Fecho os olhos, esperando que as cenas mais marcantes da minha vida passassem de forma rápida pela minha mente, afinal, falam que é assim quando se morre, que a vida passa pela nossa mente de maneira rápida, mas não, é mentira.

Afinal? Que vida eu tenho para que passe na frente dos meus olhos? Que vida prazeirosa é essa que eu tenho para ter memórias de importância assim na minha frente? Esses meros boatos são mentira, porque eu não vejo nada, apenas escuridão, uma escuridão que me sufoca aos poucos, fazendo com que eu apenas me questione das escolhas que eu fiz, das ações que eu realizei e se tudo isso realmente valeu a pena. 

Como será que eu ficaria lembrada na mente dos outros? Pelo menos agora eu poderia ir para um lugar melhor e descansar, apenas… O aumento da minha dor é evidente, não acreditando que esse seria o meu fim, pois me sinto apagar cada vez mais, não tendo noção de mais nenhuma ação, ou sequer pensamento, apenas da dor que esta me corroendo e literalmente, me matando aos poucos.

Continua...