História Chamber 5 - JayWon - Enhypen! - O tal do Bônus :3 - Chamber 5 - Bônus!!

Hoje é dia 25 de novembro, quarta-feira.

Se passaram 9 dias desde que eu e Jungwon confessamos nossos sentimentos um para o outro e fazem 9 dias que ele dormiu aqui em casa.

Eu descobri que: realmente viu, o bichinho mal humorado quando acorda, misericórdia. Eu superei meu limite de paciência naquele dia, mas aprendi a amar esse mal humor também, no final das contas.

Bom, agora eu estou aqui parado no meu quarto sentado na minha cama pensando em uma coisa que eu acabei de ler na internet.

"Se você for meu namorado hoje, a gente completa um mês de namoro no Natal, olha que romântico!"

Sim, estou pensando em fazer isso.

Não foi impactante o suficiente? Releia novamente, por favor.

Eu mesmo rê-li o post na internet e agora tenho ideias mais claras do que as de 5 segundos atrás.

Vou pedir ele em namoro hoje. É hoje ou nunca. Mentira, é hoje ou em um dia que daqui um mês, não vai ter um significado um tanto quanto "importante" que nem o Natal. Não que eu acredite nessas coisas, mas o feriado é legal, a gente pode sair sem preocupações com a escola ou sei lá... Trabalho? E também tem outros motivos, claro. O principal é o fato de que eu e o Yang estamos em uma relação sem nome e sem definição. A gente se beija, se chama de "amor", "meu bem", "meu amor" e "neném", mas na real a gente não tem nada definido e eu quero mudar isso. Não que eu ache que duas pessoas unidas precisam necessariamente de um título na relação, mas... Sei lá, é legal.

Não está muito cedo. É só um título.

Rapidamente abri o kakao e lhe mandei uma mensagem.

Me: neném, vamos sair hoje? - 03:49 p.m.

Jungwon: bora :D - 03:50 p.m.

Jungwon: pra onde? - 03:50 p.m.

Começamos bem.

Me: Jantar, o que você acha? Eu pago, já vou logo avisando! - 03:50 p.m.

Jungwon: gostei, comida de graça :3 - 03:50 p.m.

Jungwon: que horas, meu bem? - 03:51 p.m.

Me: umas 7? Tudo bem para você? - 03:51 p.m.

Jungwon: tudo ótimo. A gente vai junto? - 03:52 p.m.

Me: yes, passo para te buscar de táxi 7 horas. - 03:52 p.m.

Jungwon: te espero então - 03:52 p.m.

Mandei uma figurinha de corações pequenininhos e saí da conversa, indo para o grupo Nishipapa.

Me: *áudio* povo bonito e gostoso, hoje é dia 25 de novembro e eu quero pedir o Jungwon em namoro. - 03:53 p.m.

Sunghoon: gostei, qual é o plano? - 03:54 p.m.

Niki: manda áudio pq eu to fazendo as coisa aqui - 03:54 p.m.

Me: belê - 03:54 p.m.

Me: *áudio* então, como hoje é dia 25 de novembro, quando for dia 25 de dezembro, nós poderíamos completar um mês de namoro no Natal. Eu achei que seria perfeito eu levar ele hoje de noite na "N Seoul Tower" para vermos a cidade de cima, aí eu me declaro peço ele em namoro e a gente vai jantar. O que vocês acham? - 03:57 p.m.

Sunghoon: pô mano, amei. A gente vai ter algo haver com isso? Tipo, vais precisar da nossa ajuda? - 03:57 p.m.

Me: precisava que vocês viessem me ajudar com o que vestir e a comprar a aliança... Por favorzinho - 03:58 p.m.

Niki: hyung, me desculpa, mas eu não vou poder ir :^ minha mãe acabou de chegar de viagem. Acabei de escapar para o banheiro, ela não larga do meu pé perguntando sobre o Sunoo e outras coisas. Não vou conseguir ir... :^ - 03:58 p.m.

Me: Tudo bem saeng! Mas depois eu te conto tudo então - 03:58 p.m.

Niki: Isso! Me conta tudo depois. O mds, ela ta batendo na porta aqui, tenho que ir. Se eu morrer sufocado eu amo vocês hyungs! - 03:58 p.m.

Sunghoon: KKKKKKKKKK boa sorte - 03:58 p.m.

Sunghoon: mas então parkzinho, estou livre hoje o dia todo, jajá passo aí na tua casa amg - 03:58 p.m.

Me: KKKKKKKK forças aí, menino q rebola ao som de Ariana Grande - 03:58 p.m.

Me: okay então, Hoon, te vejo aq mais terde - 03:59 p.m.

Me: tarde* - 03:59 p.m.

Desliguei o celular e fui procastinar no meu quarto. Literamente fui fazer nada.

Sentei na minha cama e fiquei olhando para o nada pensando em tudo.

Pô mano, se a alguns meses alguém. e dissesse que eu estaria me encaminhando para namorar Jungwon, sinceramente, eu iria rir. Eu ia rir tanto que minha barriga iria chegar a doer. Inacreditável.

Peguei meu celular novamente e abri em minha conversa com Jungwon, passando todas as fotos que ele havia me mandado.

Haviam várias! Mais de 30 fotos eram apenas dele e umas 20 eram da Suzy.

Dei risada ao perceber isso. Jungwom gosta de me mandar muitas fotos, isso é muito bom. Peguei a foto que eu mais havia gostado (escolha difícil, eu amo todas) - que era ele de moletom azul, com um bucket preto e fazendo uma cara muito fofa - e coloquei como papel de parede do meu celular.

Após fazer isso, fiquei apenas admirando por alguns minutos até a porta do meu quarto ser aberta e Sunghoon entrar por ela, indo se sentar na minha cama do meu lado.

– Todo apaixonado. Ei, limpa a babinha aqui ó - disse assim que viu o que eu olhava no celular. Eu dei risada e passei a mão pelo canto da boca só para garantir que realmente eu não estava babando, porque era bem provável de eu estar mesmo.

– Quem abriu o portão 'pra ti? Nem ouvi a campainha. - Perguntei.

– Sua mãe estava chegando do mercado, aí eu entrei junto com ela e ajudei ela com umas coisas enquanto tu babava no teu futuro 'namô.

Eu neguei com a cabeça enquanto ria.

– Beleza, melhor a gente começar, jajá dá 7 horas. - Disse ele se levantando e indo até meu closet.

[...]

– Aí amigo, ela olhou na minha cara e disse bem assim, ó - escutei o Park dizer enquanto estava dentro do closet colocando a décima sexta peça de roupa que ele havia escolhido para eu vestir.

– Hm! - O incentivei a continuar dando um aviso de que estava ouvindo ao mesmo tempo.

Há uma semana a prima chata dele havia ido visitar sua família e ficar uma semana por lá, para o inferno do príncipe do gelo. Agora ele estava me contando os últimos acontecimentos.

– "Sunghoon você tem que parar de ser bunda mole, não é só porquê você faz patinação artística que você tem que só relaxar enquanto está em casa" - imitou a voz de sua prima. – Aí eu virei para ela 'full pistola' e disse assim: "Minha filha, tu se coloque no seu lugar viu! Vai arranjar o quê fazer! Quem deveria estar fazendo as coisas era você e na sua própria casa que da minha casa cuido eu, mulher. Sabe o quarto que você tá usando para dormir? O prato da comida que tu 'tá comendo? O banheiro que tu ta usando 'pra tomar banho? Pois é, foi tudo eu que lavei, limpei. Sabe a comida que tu 'tá comendo? Gostosa, né? Pois é, eu fiquei até tarde na loja da mãe trabalhando para conseguir esse dinheiro e ainda tenho que manter minhas notas boas para poder continuar fazendo o que eu amo que é patinar, então minha filha, com licença né, amor."

Eu dei risada, esse menino é ousado.

– Mas 'tá certo amigo, quem ela pensa que é? - Concordei após uns 30 segundos só rindo.

– Né! E tem mais! Eu tava quase me arrependendo de ter dito isso quando ela virou para mim e disse assim: "Com licença né, amor." Imitando a minha voz! A partir daí eu nem sei mais, só virei e falei "me poupe" e subi as escadas para me arrumar e vir 'pra cá, aí eu não mereço não, meu - pude ouvir ele suspirando e se deitando em minha cama. – Não dá não, Deus me livre, não vejo a hora dessa folgada ir embora. Ainda bem que dessa vez ela não trouxe os filhos.

Dei risada saí do closet.

– E aí? Como ficou? - Dei uma rodadinha, vendo ele se levantar rápido e ficar sentado.

– Ai minha pressão, 'pera. - Parei em pé na frente dele vendo ele se segurar na cabeceira da cama, fechar os olhos e colocar a mão na testa. – Pronto, voltou. Vira.

Obedeci, dando outra rodadinha.

– Rapaz! Bixo 'tá gostoso, viu? - Ouço a resposta de Sunghoon e me curvei de tanto rir. – Só não 'tá mais que eu, mas olha, Jungwon vai gostar. Essa calça deixou suas pernas ó - fez um sinal de okay com a mão e fechou os olhos com força, balançando a cabeça para cima e pra baixo – um pitelzinho.

Aproveitei o momento para dar uma abaixadinha e dar uma reboladinha.

– Eita que o cabaré abriu! - Minha mãe entrou no quarto rindo e eu parei de rebolar no mesmo segundo, vendo os dois rirem de mim.

– Era meu momento de brilhar mãe!

– Tanto faz, onde você vai? - Perguntou se sentando ao lado do Sunghoon.

– Sair com Jungwon. - Respondi indo ao banheiro e pegando um perfume para passar.

– De novo?? Quando que meu filho para em casa agora? Estou perdendo ele de vez! - Fez drama.

– Ai dona Elise, deu né - falei saindo do banheiro já perfumado.

– Hoje é o dia, tia - disse Sunghoon.

Minha mãe riu e me deu parabéns.

– Sempre soube. Vocês tem o clima, sabe? - Disse e eu ri.

– Sabia não...

Conversamos mais um pouco até o celular de minha mãe começar a tocar. Ela viu na tela quem era e sorriu maliciosamente.

– Hoje tem! Beijo para vocês! - Saiu do quarto correndo para atender o telefone.

Eu e o outro Park demos risada.

– Bom, agora só falta as alianças, bora? - Sunghoon se levantou, pegando minha carteira e as chaves da minha moto que estavam no criado-mudo.

– Bora.

[...]

– Eu gostei dessa - disse apontando para uma que era grossa e haviam as batidas de um coração desenhado.

– Que linda amigo, mas olha essa - apontou para uma prata e fininha.

– E se a gente comprar essas duas? - Perguntei. – Eu realmente não quero abrir mão dessas duas.

– Só o par dessa custa quase quinhentos reais, endoidou? - Perguntou incrédulo.

– Mas... É meu Jungwon, entende? Ele merece muito mais que isso... Eu compraria essa loja para ele se ele me pedisse.

– Pelo amor de Deus. Tudo bem, leva as duas então, vai ficar lindo - sorriu para mim.

– Mas... Hoon, eu tenho que te contar uma coisa... - Disse meio receoso. Eu havia esquecido completamente de medir o dedo de Jungwon. Estava ferrado. – Eu... Eu meio que esqueci de medir o dedo de Jungwon...

Vi ele revirar os olhos, jogar o cabelo para trás e suspirar.

É hoje que eu viro raspinha de gelo.

– Qual número você chuta para o dedo dele? - Perguntou com uma estranha calma na voz.

– Acho que é um pouco menor que meu dedo, mas nem tanto... Uns - parei para pensar - 18?

– 18 é do tamanho do meu mindinho - me olhou e revirou os olhos. – Acho que 20.

– É, deve ser. Se não for eu me ferro, vou torcer para que seja. - Disse. – Então são duas de 22 e duas de 20.

Pegamos os dois pares de anéis e levamos para o caixa.

– Deu 600,00 reais. - A moça do caixa disse sorrindo. Incrível como ela fala isso sem nenhum peso no coração.

– Ai meu rim... - Disse pegando minha carteira e tirando meu cartão de dentro. Coloquei na maquininha, fiz a senha e ela me deu o recibo junto com as alianças em duas caixinhas aveludadas de azul escuro que eu escolhi.

Eu peguei e nós fomos para fora da loja conversando, até que Sunghoon recebe uma mensagem.

– Quem é? - Me inclinei para ver e ele sorriu.

– Jake.

– Vocês realmente estão conversando desde aquele dia?

– Sim! Ele é muito legal e divertido. É apaixonado pela cadela dele, a Layla, muito linda!

Eu ri concordando e ficando feliz por ele. Eu entendia o intusiasmo dele. O motivo do meu era Yang Jungwon e Suzy, a diferença é que o motivo dele é Jake Shim e Layla.

– Ele está querendo saber se eu posso ir na casa dele para ver como funciona o negócio de traduzir os mangás! - Disse vidrado no celular. – Mas eu não sei se vou...

– Oxe, por que não? - Perguntei e quando ele guardou o celular nós voltamos a andar em direção à moto.

– Sei lá...

– É que dia?

– Sábado.

– Amigo, pensa na possibilidade de ir, sério. Vocês se dão tão bem e o Jake realmente faz bem para você, vocês se divertem e afins, vai ser legal... - Tentei animá-lo.

– Eu ainda tenho dois dias para pensar. Se até lá eu não ficar confortável com essa ideia eu não vou.

– Isso, tudo bem. Se você se sentir mal, me manda o código vermelho.

O código vermelho foi algo criado por nós quando Niki foi para o oitavo ano e eu e Sunghoon para o primeiro. Era um código composto por três fases; a verde significa que está tudo bem, podem relaxar; a amarela significa que o clima não está ficando muito bom; a vermelha significa que o clima está extremamente desagradável e desconfortável, aí ou eu ou o Niki vamos ligar dizendo que estão precisando de Sunghoon para uma emergência. Isso serve para nós três.

– Tudo bem. - Ele sorriu. – É melhor irmos, já são 6 e meia.

[...]

Depois de deixar Sunghoon em sua casa, eu me apressei para deixar a moto em minha casa e pedir um táxi. Chegaria 5 minutos atrasado, mas era o que tínhamos para hoje.

Assim que o táxi parou em frente ao condomínio de Jungwon, esperei mais 5 minutos para que ele aparecesse e, olha, nem preciso dizer nada né? Perfeito.

Eu não sei, ele pode estar, sei lá, defecando e eu vou o achar o ser mais lindo do mundo.

Eu saí do carro dizendo para o motorista ficar e acenei para o Yang do outro lado da rua, que logo me viu e sorriu. Olhou para os lados antes de atravessar e veio correndo até mim quando a rua ficou livre. Abri os braços e o recebi com um abraço apertado e com um sorriso enorme. Ele me faz tão bem.

– Estava com saudades. - Disse ele contra o meu pescoço e me apertou mais forte em seu abraço.

– Mas a gente se viu hoje de manhã - eu falei rindo e nós nos separamos, ficando frente a frente, os rostos a centímetros de distância. Parecia que naquela rua só havia nós dois, uma sensação inexplicável de felicidade absoluta e sincera.

– Vai me dizer que não sentiu saudades? - Perguntou sorrindo e eu ri mais uma vez.

– Aposto que senti mais saudades que você - beijei a pontinha de seu nariz e ele riu, jogando a cabeça para trás.

Escutamos uma buzina e aí eu me dei conta de que o moço do táxi estava esperando.

Nós rimos e antes de entrar, puxei Jungwon para um selinho rápido.

Abri a porta para ele entrar, este que agradeceu como uma princesa, até segurou o vestido invisível e fez reverência. Eu só pude rir e fiz a pose do príncipe, esperando ele entrar e me curvando também.

Entrei em seguida e fechei a porta. Entrelacei meus dedos aos de Jungwon e disse para o taxista seguir para onde eu havia dito antes de sair do carro, era segredo para o Yang ainda.

Me encostei no banco e deitei a cabeça em seu ombro, sentindo a outra mão dele começar a fazer carinho em meu cabelo. Em seguida a mão dele desceu para meu maxilar e depois para meu queixo, onde ele puxou levemente, me fazendo olhar para ele e desencostar de seu ombro. O Yang passou o dedão sob meus lábios e sorriu, se aproximando e dando uma mordidinha fraca em meu lábio inferior.

Logo ele se afastou de novo e sorriu malandro. Caí como um patinho em sua provocação. Mas, poxa, tão bom...

– Aff. - Resmunguei olhando para o lado oposto ao dele e pude ouvir sua risada.

– Vem aqui, vem - ele me chamou e eu... Eu fui mesmo! Porque sou completamente rendido a qualquer chamada e a qualquer atitude dele. Porque para ele eu não passo só um mísero pano, eu faço a faxina inteira.

Misericórdia, cadelei.

– Olha pra mim Seonggie - pediu e eu olhei. – Você é tudinho pra mim, entendeu?

Sério, quem resiste??

Eu sorri e assenti. Ele se inclinou e finalmente nos beijamos. Sempre é especial. Não importa se eu já beijei o umas milhares de vezes, sempre parece a primeira.

Nos separamos apenas quando o ar se fez presente.

Novamente eu me encostei no banco e deitei minha cabeça em seu ombro.

Demorou mais apenas alguns minutos para que Jungwon descobrisse onde estávamos indo.

– A "N Seoul Tower"?! - Perguntou incrédulo assim que o carro parou em frente à calçada que ficava em frente ao parque que dava o caminho para pegar o teleférico e ir para a torre.

– Sim... Você gostou? - Perguntei receoso e abrindo a carteira para pagar o táxi.

– Se eu gostei? Jay, cacete, isso... Eu amei!

Eu sorri, dei o dinheiro para o moço e nós saímos do carro, cada um desejando "boa noite" antes de fechar a porta.

– Fico muito feliz, tipo, muito mesmo... - Digo andando lado a lado com ele até a fila para pegar os teleféricos.

[...]

– Se acomodem, vamos começar a subir agora! - Gritou uma mulher que cuidava de nossa segurança.

Por sorte conseguimos pegar um vazio, então estávamos apenas eu e Jungwon naquele cubículo.

– 'Tá subindo! - Disse o Yang animado.

Eu sorri.

– Nossa, olha o tanto de luzes lá fora! - Apontei quando já estávamos alto.

– Uau!

Ele se inclinou para poder ver mais coisas lá fora com um sorriso enorme e e animado.

Esperamos em silêncio o teleférico subir, até que Jungwon segura minhas duas mãos, olha nos meus olhos e diz: – Eu acho que eu estou te amando.

Meu coração acelerou, eu arregalei os olhos e minha respiração descompassou.

– Acha mesmo? - Perguntei o olhando ainda de olhos arregalados. Ele riu, olhou para nossas mãos juntas e voltou a olhar para mim.

– Acho. ‐ Suspirou antes de voltar a falar: – Sei que está muito cedo, mas eu simplesmente não sei explicar, entende? Você me faz feliz desde que eu te vi naquela aula de educação física com aquele uniforme colado de suor no seu corpo esbelto e atlético que inclusive você nem se exercita para mantê-lo, mas que mesmo assim é perfeito. - Respirou fundo antes de continuar – Todas as vezes que eu queria sumir, que eu queria desaparecer, principalmente quando eu saí da casa dos meus pais, eu lembrava de você - sua voz saiu quebrada e seus olhos começaram a dar indícios de um possível choror ali. - De como você era e é incrível. Eu já falei sobre isso uma vez com você. Aquele dia que eu disse sobre você e seus amigos terem uma vibe boa, lembra? - Fungou. – Eu olhava para eles, mas estava me referindo mais a você. Você me faz feliz por tanto tempo e nem ao menos se dava conta. Jay, eu realmente acho que te amo e eu tenho motivos para isso.

E a única coisa que eu pude fazer, foi pegar em seu queixo e tomar seus lábios em um beijo apaixonado. Passei a mão por seu rosto e senti um molhado em sua bochecha.

Eu nunca havia parado para pensar nas dores de Jungwon.

Ele havia me dito sobre o fato de não morar mais com os pais, mas eu levei isso na boa. Não foi um erro total, pois acredito que certas coisas ele iria me contar com o tempo, mas mesmo assim... Eu pelo menos deveria ter perguntado.

Pensando bem, eu deveria estar o tratando melhor ainda, mais do que eu já o trato.

Eu quero proteger ele de todo mal desse mundo.

É a primeira vez que eu sinto essa vontade por alguém. É tão incrível e ao mesmo tempo tão estranho.

Nos separamos quando o teleférico parou e uma moça abriu a porta para nós descermos.

Entramos na torre e subimos um elevador muito alto para chegar lá em cima.

Nesse meio tempo, parei para pensar sobre sua declaração. Fui definitivamente pego de surpresa da melhor forma, mas não posso dizer que não sinto o mesmo, no final das contas. A única diferença são os jeitos em que nos apaixonamos um pelo outro. Ele me notou porque me acha um gostoso, sou mesmo, não vamos mentir; e eu o notei quando ele fez um trabalho. Apenas isso de diferença e o fato de ele ter saído da casa dos pais. Mas enfim... Ele me faz feliz a muito tempo também e nem sequer tinha noção disso, nem cogitava.

Então é... Eu acho que também amo ele.

Assim que chegamos, andamos até a berada, na janela e olhamos a vista incrível.

– É perfeito! Seul é linda de noite, eu ainda não acredito que me trouxe aqui - disse olhando para mim. – Muito obrigado por esses momentos.

– Eu que te agradeço. Nada disso seria tão especial se eu não estivesse com você. - O puxei para um abraço.

– Sobre... - Nos separamos e vi ele corar quando começou a falar. – Sobre o "eu te amo"... Não precisa me responder, não agora... Não sei, não quero te pressionar e nem estragar a noite.

Eu suspirei.

É a hora.

– Ok, espera um pouquinho aqui. - Disse me virando de costas, passando a mão pelo rosto. Respirei fundo, tentando tomar coragem. Quando já estava pronto, eu me virei.

– Não entendi. - Disse ele e eu dei uma risada nasal.

Fui me abaixando devagar em sua frente, ficando na típica posição clichê de sempre, que todo o casal faz, seja pedindo em namoro ou casamento.

Quando o Yang percebeu do que aquilo se tratava, seus olhos se arregalaram e ele cobriu a boca com as duas mãos, ficando extremamente adorável.

Tirei uma das caixinhas de meu bolso vendo seus olhos se encherem de lágrimas.

Isso é muito clichê.

O clichê que eu sempre quis.

– Wonnie, eu... Nem sei como começar isso. - Olhei para baixo, envergonhado. Logo percebi que as pessoas haviam formado um círculo em nossa volta. – Na verdade, nem preciso. - Respirei fundo. – Eu te amo. Quer namorar comigo, Yang Jungwon?

E eu abri a caixinha e juro que pude ver seus olhos brilharem.

Ele assentiu freneticamente com a cabeça enquanto ainda tampava boca com a mão, mas os olhos não escondiam, havia um sorriso lindo ali por trás.

Bom, um sorriso também se formou em meus lábios.

Meu coração acelerou e nós trocamos as alianças - que por sorte deu serviu nele como uma luva e era a que eu tinha gostado, mais tarde eu dou a outra para ele. Quando terminamos, eu peguei na mão do Yang e o olhei no olhos.

– Eu te amo, Yang. E não é muito cedo para tais palavras.

Ele pulou em cima de mim com as pernas rodeando minha cintura e eu o segurei, dando dois giros com ele no colo. De fundo, pude ouvir as pessoas aplaudindo e algumas assobiavam.

Quando nos separamos eu vi lágrimas escorrendo por suas bochechas, dei risada e comecei a limpá-las.

– Não chora, amor - disse.

– Que gatilho esse apelido logo agora. - Começou a chorar mais, porém, o sorriso ainda permanecia ali.

Mesmo se Van Gogh e Da Vinci se juntassem, eles não conseguiriam pintar algo tão encantador quanto o sorriso dele.

Eu sou definitivamente o garoto mais sortudo do mundo.

[...]

– Agora eu vou pegar o garfo com a mão direita onde se localiza o anel que meu namorado me deu hoje, olha! - Jungwon disse animado pegando o garfo e provando um pouco da comida. Eu dei risada.

Faz uma hora que saímos da torre e tudo que ele vai fazer, ele narra exatamente assim. Não vou negar, olha... Eu 'tô amando.

— Nossa, isso 'tá muito bom! - Voltou a ser o Jungwon normal de sempre.

– Está mesmo. - Concordei enquanto comia.

– Hm, agora eu vou pegar esse copo de suco de morango com a mão direita a qual está localizado o anel que meu namorado me deu.

E voltou de novo.

– Hm, agora eu vou dar esse pedaço de comida na boca do meu namorado, porque isso está muito bom. - Falei entrando na brincadeira e erguendo a ele um garfo com um pedaço de lasanha em sua direção. Ele abriu a boca e recebeu de muito bom grado.

– Hm, está mesmo!

Nós terminamos de comer e ficamos conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo, como sempre. Esses momentos são muito bons.

Quando eu vi que já era tarde, deixei ele em casa e fui para a minha própria, tentando refletir melhor sobre aquele dia. Deixando a ficha finalmente cair.

Jungwon agora é realmente meu namorado.

Tipo, meu namorado.

A gente usa aliança...

– Meu Deus! A outra aliança! - Assim que entrei no meu quarto, me dei conta de que eu não havia entrego a outra para ele, a fininha. – Ô meu pai, alguém me da um Oscar! O de burrice mesmo.

Tirei do bolso a caixinha aveludada e abri, observando-as.

– Realmente, levar Sunghoon comigo foi uma ótima escolha. Na verdade eu nem tive escolha, mas foi muito eficaz.

Dei risada com meu próprio comentário e fui direto para o banheiro tomar banho.

Cantei a discografia inteira do Conan Gray, porque ele é tudo.

– Tell all your friends that I'm crazy and drive you mad! - Gritei no chuveiro. – That I'm such a stalker, a whatcher! A psychopath! Then-

– Meu filho isso aqui não é "The voice" não! - Escutei batidas e a voz furiosa da minha mãe do lado de fora do banheiro. – Meu gerente vai vir aqui em casa, já está chegando, pelo amor de Deus, não canta tão alto.

Ué? Gerente a essa hora?

– Beleza mãe! - Gritei, mesmo com um ponto de interrogação enorme em minha mente. Gerentes não precisam ir na casa dos funcionários. Que estranho...

Ata... Agora eu entendi.

– O mãe, por favor, fecha bem a porta do quarto quando chegar a hora, eu não quero escutar nada! - Berrei.

– Que isso, meu filho! Você acha que sua mãe é indecente assim?! - Berrou de volta. – Pois 'tá certo! Vou fechar!

Dei risada ainda sem acreditar, essa mulher é impossível.

Assim que saí do banho, vesti apenas uma cueca e me enfiei debaixo das cobertas com o celular na mão.

Abri o kakao e vi uma mensagem de Jungwon.

Jungwon: Vou ir dormir agora, Seonggie! Muito obrigado por hoje, foi incrível *emoji de coração* Boa noitee~ - 11:40 p.m.

Me: Boa noite, neném! Eu que agradeço por hoje! Durma bem~ *emoji de coração* - 11:55 p.m.

Desliguei o celular e peguei o controle para ligar a tv e "assistir" televisão.

Na real, eu só ia deixar ela ligada enquanto eu dormia por prevenção de escutar coisas no quarto à frente.

Virei para o lado e tentei dormir.

Ainda era muito cedo, mas iria tentar, amanhã eu tenho que acordar cheio de energia.

[...]

Hoje é dia 28 de novembro, sábado.

Hoje é o dia em que Sunghoon vai para a casa do Jaeyoon, tenho que ficar atento a qualquer notificação e amanhã, ainda falando sobre Sunghoon, é a apresentação dele. Estou muito ansioso, ver o Park patinando traz um sentimento muito bom de liberdade. Sunghoon patina melhor do que ele anda, é simplesmente... Muito bom.

Estou feliz por ele, pois se tudo der certo, Jake irá vê-lo amanhã na apresentação. Sei como ele deve estar ansioso para isso.

Não venho falado com Niki esses dias pelo celular, mas sei que ele está como eu, orgulhoso e feliz pelo Park.

Bom, voltando a minha realidade de sábado, fazem 2 dias que eu namoro oficialmente com Jungwon. Nos últimos dois dias, foram apenas pérolas e rosas!

Como ontem foi sexta, eu convidei Jungwon para dormir aqui em casa de novo, - isso está ficando cada vez mais frequente - e ele aceitou, como sempre, o quê significa que: sim, ele está dormindo ao meu lado nesse momento.

Fazem uns 10 minutos que eu acordei e estou planejando como sair daqui sem acordar o Yang.

Ele estava com uma perna em cima de mim, os braços abertos - um deles estava em cima da minha boca - e com a cabeça apoiada no meu braço.

Como que eu saio daqui, meu Deus?!

Depois de passar mais uns 15 minutos tentando sair devagar, eu finalmente consegui.

Fui para o banheiro, escovei os dentes e logo depois desci para a cozinha para preparar o café da manhã dele.

Ele me disse que come pouco no café da manhã, então só fiz um suco de laranja com açúcar e duas torradas com geleia de morango.

Com tudo pronto, subi para meu quarto novamente e o vi na mesma posição.

Deixei o café do mesmo na mesinha em baixo da televisão e contei até três para... Me jogar em cima dele. (Não com todo o meu peso, é claro. Me segurei para não cair completamente.)

Me rendeu um bom xingo.

– Ô merda! - Disse de olhos fechados.

– Bom dia, amorzinho! - Enchi seu rosto de beijinhos.

– Amorzinho é o caramba, Park Jongseong! - Respondeu bravo e me empurrando para o lado. – Tsc!

Comecei a rir enquanto rolava para o lado.

Enquanto ele esfregava os olhos, me aproximei sorrateiro e deixei um selinho rápido em seus lábios.

– Jay! Eu nem escovei os dentes ainda! - Disse abrindo os olhos e aí eu reparei que seu cabelo estava todo espixado para cima.

Tão adorável!

– Meu, você é muito fofo! - Apertei suas bochechas e a testa dele franziu, mostrando seu semblante nada feliz.

– Fofo vai ser o socão que estou prestes a desferir nesse teu rosto perfeito! - Disse ele.

– Me da um beijinho? - Me inclinei com um biquinho nos lábios. O Yang, que ainda estava de cara feia, respirou fundo e me deu um selinho rápido, logo se levantando e entrando no banheiro para fazer suas necessidades.

Enquanto ele estava lá, eu dei um jeito na cama e esperei ele deitado novamente em baixo dos cobertores quentinhos que agora pelo menos estavam em cima da cama, já que antes de eu arrumar, estava quase tudo no chão.

Ele saiu do banheiro com um biquinho nos lábios e deitou - lê: se jogou - em cima da cama ao meu lado novamente. Notei que seus cabelos agora estavam arrumadinhos de novo.

– Bom dia agora? - Perguntei.

– Bom dia, 'princeso, bom dia - respondeu com a voz abafada por estar com a cara no travesseiro.

– Eu fiz o seu café! - Disse me levantando e indo pegar a bandeja na mesinha.

Ele se sentou e eu coloquei com cuidado a bandeja em seu colo, voltando a me deitar.

– Obrigado - agradeceu. – Hm, isso está uma delícia, Jay!

– Eu sei, foi eu quem fez. - Me gabei e ele riu, jogando um travesseiro em mim e em seguida bebendo o suco de laranja.

– Quer fazer o que hoje? - Perguntou para mim.

– Não sei... Queria chamar os meninos, tipo todo mundo, sabe? - disse. – Niki, Sunoo, Jake, Sunghoon e Heesung.

– Gostei, mas o Jake e o Sunghoon não vão fazer algo hoje? - Me lembrou e eu suspirei.

– Vão... Mas hoje seria o dia perfeito - fiz bico. – Daria para a gente ficar na sala jogando, dançando, fazendo karaoke... Minha mãe não vai ser um problema, na verdade, hoje ela vai ficar o dia todo no escritório lá na prefeitura para fazer coisas que diplomatas fazem que eu não faço ideia, então hoje estava livre... Na verdade nunca minha mãe é um problema, mas enfim... - Fiz outro biquinho e abracei o travesseiro que ele tinha jogado em mim.

– Fica assim não, princeso. A gente conversa com eles e pergunta se eles querem vir aqui depois. - Esticou a mão alcançando meus cabelos e começando a fazer cafuné.

– A gente pode mandar mensagem agora, então? - Perguntei.

– Só tem que ver que horas são, vai que o Sunghoon acabou de chegar lá, né?

– Hmpf, verdade. - Disse me sentando e pegando meu celular. – São duas horas e 10 agora.

– Então acho que Sunghoon deve estar chegando lá. Você pode chamar eles aqui e a gente joga até tarde, o que você acha? - Perguntou Jungwon.

– Não seria melhor dormirem aqui? Vai ficar muito tarde. Sei como é, quando ficar tarde, iremos enrolar e enrolar até ficar muito tarde e todo mundo ir embora no perigo que é Seul de noite.

– Certamente. Não te disse isso porque a casa é sua, você decide. - Disse ele bebendo o suco.

– Certo, então eu vou convidar eles para dormirem aqui. Se Heesung aceitar e você não quiser mais vestir minhas roupas, eu peço para ele trazer as suas aqui, tudo bem?

– Sabes que eu amo muito usar seus moletons, mas preciso de cueca - deu risada e eu o acompanhei, concordando.

Logo meu celular apita, é uma mensagem de Sunghoon no grupo.

Sunghoon: Amigos, cheguei aqui fazem uns 10 minitos. Descobri que o Jake tem um sofá (pequeno) no banheiro dele. Ricos são estranhos, mas não me salvem, aqui está um clima muito perfeitinho. Ele acabou de me chamar para ver ele editanto uns mangás e vocês não vão acreditar, ele tem todos os mangás de Boku no Hero! Meu casamento está marcado para dia 15 do 01 de 2030, inclusive - 02:15 p.m.

Dei uma risada alta e mostrei para Jungwon, que deu risada também.

Jay: Tenho medo de ricos KKKKKKK - 02:15 p.m.

Niki: gente KKKKKK, pra quê um software no banheiro, meu Deus - 02:15 p.m.

Niki: sofá* KKKKKKKKKK - 02:15 p.m.

Sunghoon: SOFTWARE KKKKKKKKKKKK - 02:16 p.m.

Jay: KKKKKKKK eis que seu teclado tá em inglês - 02:16 p.m.

Niki: é a vida *emoji de palhaço* - 02:16 p.m.

Jay: KKKKKKKK - 02:16 p.m.

Jay: Enfim, cortando o assunto, eu queria fazer uma coisa legal aqui em casa hoje de tarde. Quer dizer, mais tarde, lá para as 6 da tarde e também uma coisa pra vcs dormirem aqui - 02:16 p.m.

Sunghoon: Gostei, estarei aí - 02:17 p.m.

Niki: Também - 02:17 p.m.

Jay: Niki, traz o Sunoo, e Sunghoon, você traz o Jake para dormirem aqui também - 02:17 p.m.

Niki: Ta maluco irmão? Como que você quer que eu faça isso, assim? Do nada? Tipo, e se ele estiver ocupado? Tipo, e se os pais dele não deixarem?? Ta ligado que ele nunca nem bateu um papo contigo direito né? - 02:17 p.m.

Jay: dá seus pulos aí brother e olha, ele é o melhor amigo do Won, vai ser seu namorado, é gente boa... Eu devo desconfiar de alguma coisa que eu não estou sabendo? Relaxa japonês KKKKKKKK - 02:17 p.m.

Sunghoon: *áudio* Então Jake, meu amigo lindo que tem um sofá desnecessário no banheiro *risada do Shim*. Meu querido amigo Jay acabou de nos convidar pra casa dele hoje as 6 horas. O que você acha? Pra dormir. - 02:18 p.m.

Sunghoon: *áudio* "Você está gravando áudio?" Tô. "Beleza, Jay, eu vou com Sunghoon até sua casa as 6 horas então. Mas tem certeza? Tipo, a gente nem se conhece direito, não sei... " - 02:18 p.m.

Jay: tem problema não, você é amigo do Sunghoon e eu gosto de você, então ta de boas - 02:18 p.m

Sunghoon: *áudio* "Beleza então, estarei completamente livre esse fim de semana então vou sim" Joinha, Parkzin, aparecemos aí quando menos esperar, nos milésimos mais inesperados. - 02:18 p.m.

Niki: ih ala o couple *emoji de lua* - 02:18 p.m.

Sunghoon: oh seu merdinha, ele tava lendo vey! - 02:19 p.m.

Jay: KKKKKKKKKKKKKKKK - 02:19 p.m.

Niki: KKKKMKKKKKKKKKKK MALS - 02:19 p.m.

Niki: Sunoo hyung n vai ta ocupado n - 02:19 p.m.

Niki: el cabou de me responder aq - 02:20 p.m.

Sunghoon: a professora de português chorou depois dessas mensagens, mas que bom huehuehue. Não faço ideia do que o Jay ta planejando, provavelmente vai sair merda disso, mas tudo bem - 02:20 p.m.

Jay: Confiem em mim, tá comigo tá com Deus - 02:20 p.m.

Enviei a última mensagem e desliguei o celular, notando que Jungwon não estava lá no quarto.

Corri os olhos por todos os cantos e segundos depois ele apareceu na porta com um sorrisinho.

– Fui levar o prato e afins - disse se sentando ao meu lado e me abraçando.

– Meu coração quase para de bater quando não te vi aqui. - Falei colocando a mão no peito.

– É claro, estava tão intertido nesse celular que, pelo visto, é mais importante que eu agora - fez drama, se segurando para não rir. Qualquer um podia perceber quando Jungwon queria rir, aquele era o momento, mesmo tentando se manter sério para poder me fazer sentir pena.

Não aguentei e explodi em risadas, ele me acompanhou pouco tempo depois.

– Posso nem ser dramático em paz nesse lugar - resmungou, mas estava rindo ainda.

– Pode não - ri e lhe puxei para um beijinho rápido.

– Só? - Esse resmungo foi de verdade.

– Só o quê, meu querido? Daqui a pouco meus lábios caem de tanto te beijar!

– Os meus também, falando nisso. - Disse rindo e eu ri também.

– Então, ainda temos 4 horas nossas, o que vai querer fazer? - Perguntei quando nos recuperamos dos risos.

– Não sei... A gente pode ir pensando nas brincadeiras, o que você acha? Aí nós aproveitamos o tempo e vamos comprar doces, salgadinhos...

– É uma boa!

– Enquanto você vai pensando em brincadeiras, eu aproveito e já falo com Heesung hyung, ok? - O Yang perguntou, pegando o celular e eu apenas concordei, começando a pensar em coisas divertidas.

[...]

Quando o relógio bateu 18:20, Sunghoon e Jake chegaram. Apenas Jake estava com uma mochila nas costas, onde provavelmente estava seu pijama e afins, já o Sunghoon ele... Basicamente o guarda-roupa inteiro do quarto de hóspedes já é todo dele, então se ele quisesse passar uma semana aqui em casa, teria roupa para dar e vender. Dele e do Niki.

– Quem é vivo sempre aparece. - Foi a primeira coisa que disse quando abri o portão para os dois. Eles riram.

– Então, Jake, é sua primeira vez aqui... - Andamos os três lado a lado até a porta de casa. – Bom, só quero que saiba que pode se sentir a vontade, só não pode pegar meu carregador emprestado e quando eu for pedir de volta porque meu celular está descarregado, você perguntar "quanto que tá de bateria?". Regras são regras - eles riram novamente e eu abri a porta de casa, dando uma pantufa para o Shim e observando o outro Park colocar as suas pantufas que já tinham até um bordado com seu nome.

[...]

Demorou apenas mais 30 minutos para que Niki e Sunoo aparecesssm na porta de casa e mais 10 minutos para que Heeseung chegasse.

No começo foi meio estranho e nos ficamos meio que sem assunto, mas depois que o Park mais alto perdeu a vergonha, foi só ladeira abaixo.

– Galera, que tal agora a gente jogar "tira ou não tira a aliança?" - Heeseung hyung perguntou, atraindo a nossa atenção a ele.

– Gostei, bora. - Disse.

O resto também concordou rindo e dizendo que ia dar merda.

Decidimos fazer por partes. O primeiro grupo vai ser: eu, Sunoo e Sunghoon. O Segundo grupo vai ser: Niki, Jungwon e Jake.

Heeseung disse que queria ser quem falava as pessoas e nós concordamos.

Ele disse que a brincadeira é mais para causar uma ponta de ciúmes nos casais e que se Sunghoon e Jake não quisessem participar, não tinha problema - já que eles dois eram o único parzinho sem estar realmente juntos.

O Shim disse que eles podiam se "emprestar" para serem namorado um do outro apenas naquela noite.

Ele explicou que leu sobre isso em algum lugar e disse que era basicamente a mesma coisa de namorar. Basicamente vocês podiam fazer tudo que um namorado de verdade fazia. Bem... Quase tudo, tirando a parte dos beijos e toques mais íntimos.

Sunghoon concordou imediatamente com a ideia. Ele olhou para trás, onde eu e Jungwon estávamos sentados e deu um sorriso de: "Misericórdia, não acredito!" E gritou mudo, tapando a boca.

Eu e o Yang apenas rimos.

– Beleza, bora lá. Grupo um, vem aqui!

Nos sentamos de frente para Heeseung no chão e o grupo dois sentou no sofá, nos olhando.

– A primeira pessoa que eu vou dizer, é alguém que tipo... Eu deixaria até me dar um tiro! - Fez drama e antes de ele falar quem era, eu tirei minha aliança.

– Quê??!!? - Jungwon perguntou indignado e rindo ao mesmo tempo ao ver meu ato. – O jogo nem começou e você já tirou a aliança assim?? O que eu sou para você????

Todos começaram a rir e eu os acompanhei na risada.

– Olha, em pouco tempo de amizade, eu percebi que as expectativas de Heeseung hyung para parceiros, é muito alta, então se Heeseung hyung deixar alguém lhe dar um tiro, é porque a pessoa deve ser realmente foda. - Falei e depois de se recuperarem dos risos, eles concordaram.

– E então, a pessoa é ninguém mais, ninguém menos do que Kim Taehyung! Ou "V", como preferir.

– Meu Deus, minha nossa, uau. - Niki retirou sua aliança transparente.

– Sem nem pensar! - Sunoo apontou rindo e nós também rimos.

– Te entendi amor, agora eu entendi. - Jungwon disse tirando sua aliança para o Taehyung também.

Nós demos risada.

– E você, Sunghoon? - Perguntei assim que vi que a "aliança" de Sunghoon continuava intacta.

– Eu passo.

Todos na sala fizeram um "uinn" e nós continuamos.

– Esse daqui... - Heeseung começou e colocou a mão no coração. – Atacou meu coração, mas foi de raiva. Professor Park Jinyoung.

Nós todos começamos a rir. Esse professor é um pé no saco, ainda bem que estamos na ultima semana de aula.

– Poxa gente, ele é mó daora - escutamos a voz de Jungwon e imediatamente olhamos para ele com os olhos arregalados.

– Ah, esqueci que Jungwon é o nerd da turma, esquece galera - Sunoo disse rindo.

– Próxima rodada - disse Heeseung ainda rindo. – Vocês tiram, ou não tiram a aliança para o famoso... Park Chanyeol?

– Tiro. - Eu, Sunghoon e Sunoo falamos ao mesmo tempo.

– Eita - Heeseung riu com os outros 3 meninos. – Tiram, ou não tiram a aliança para... Hmmm - começou a pensar. – Quero ver o parquinho pegar fogo então... Tiram ou não tiram a aliança para Wong Yukhei?

– O capitão do time de natação da escola??? - Perguntei e Heeseung assentiu.

Bom, eu não estranhei desde o começo que Heeseung hyung soubesse de quase todo mundo da escola, ele é um ex aluno e bem, ele mora com o Jungwon, eles devem falar sobre as pessoas da escola.

– Tem um time de natação na escola? - Niki perguntou.

– Tem, você nunca viu? - Sunoo respondeu.

– Não...

– Nossa, também não sabia não - disse Sunghoon.

– Mas tem, eles estão lá todos os dias as 2 horas da tarde para treinar. Eles nadam bem. Yukhei é o melhor de lá. - Respondeu Sunoo. O japonês olhou para ele perguntando apenas com um olhar como que ele sabia de tudo aquilo.

– Hmmm, parece que alguém fica olhando os meninos da natação... - Jake botou lenha na fogueira.

Meu Deus...

– N-não gente, olha, eu só fui umas-

– Todos os dias desde o primeiro ano do ensino médio quando você descobriu sobre time de natação? - Jungwon o interrompeu e nós começamos a rir a medida que seu rosto ia ficando vermelho.

– Tá, eu fui mesmo! - Assumiu. – E eu tiro.

– Já vi Yukhei pelos corredores da escola, ele é bem bonito e simpático, além de ser fofo. Eu tiro. - Sunghoon falou.

– Tô de boa com meu nerd aqui. Não tiro não. - Disse me referindo ao Jungwon, fazendo todos rirem.

– Ok, agora bora pro grupo 2!

Me levantei e sentei no sofá no lugar do Yang e ele foi para o meu lugar. Sunoo, Niki, Jake e Sunghoon fizeram a mesma coisa e Heeseung hyung continuou no mesmo lugar.

– Então, vocês tiram ou não tiram a aliança para o diretor Psy? - Todos nós rimos. Niki tirou a aliança rindo e nós arregalamos os olhos.

– O que foi?? Fiquei sabendo que ele faz altas viagens pelo Estados Unidos, um velho que me banque e me dê tudo, beijinho - beijou os próprios ombros.

Nós todos rimos para caramba e Heesung foi falando mais e mais nomes até ficar meio tarde.

Quando deu nove horas da noite, decidimos pegar os dois colchões do quarto de hóspedes e colocar na sala. Iríamos assistir um filme de terror.

Confesso que não gosto muito da ideia. Sempre que Sunghoon e Niki assistem algo de terror, eles vem dormir comigo por quase uma semana!

Mas... Pensando bem, todos estão meio que com pares aqui, menos Heesung hyung, mas Heesung hyung quem deu a ideia de assistir o filme de terror, então tenho certeza de que ele não tem medo.

– Vamos assistir "It a coisa" e "It a coisa 2"? - Perguntou Jake.

– Sim. - Respondeu o único Lee da casa.

– Beleza, eu faço a pipoca. Se quiserem cobertores, Niki e Sunghoon sabem onde estão. - Falei me levantando do sofá e indo em direção à cozinha.

Quando pensei que estava sozinho, senti duas mãos em minha cintura.

– Ai que susto, Jungwon! - Disse me virando e encontrando ele sorrindo sapeca.

– Oxe amor, 'tá assustado por quê? 'Tá fazendo alguma coisa errada? - Disse ele sorrindo ainda.

– Ai amor, não começa. - Fiquei de costas novamente, abrindo o armário em baixo do balcão e me inclinando um pouco para pegar a pipoca com o Yang ainda atrás de mim e com as mãos em minha cintura.

– Pei! - Desferiu um tapa em meu traseiro, e não, isso não foi uma onomatopeia colocada aqui pela autora, ele realmente falou "pei".

– Mano!

– Oi. - Se fez de desentendido.

– Sonso.

– Sonso nhenhenhe - imitou minha voz.

O mesmo se sentou em cima do balcão e ficou me observando fazer as coisas.

Peguei uma panela, coloquei ela no fogo e coloquei milho até cobrir o fundo da panela. Depois eu adicionei óleo até as pipocas ficarem meio banhadas. Peguei uma tampa, tampei e fui dar atenção ao meu namorado.

Me encaixei entre suas pernas e encostei minha testa em seu peitoral.

– Cheiroso. - Disse inalando o perfume de Jungwon.

– Você, bebê - disse levando as mãos aos meus cabelos.

Olhei para cima. Ele colocou as mãos nos dois lados da minha bochecha e se aproximou, me dando um selinho demorado.

– Vou te fazer outra declaração porque o amor precisa ser demonstrado e eu vou mostrar a você que te amo toda hora que tiver oportunidade. Nunca vou me cansar.

Meu coração acelerou.

– Só vai - disse sorrindo e olhando nos olhos dele.

– Eu te amo desde aqui até a lua. ‐ Disse ele. Quando eu ia dizer algo, o mesmo me calou com um selinho. – Shh... Ainda não terminei.

Assenti.

– ⁠O coração bombeia 7.570 litros de sangue por dia, o que é equivalente a quantidade de gasolina necessária para percorrer a distância entre a Terra e a Lua. ‐ Disse sorrindo e olhando para baixo, em meus olhos e eu assenti, sem entender onde ele queria chegar.

– Então... Quando digo que te amo desde aqui até a Lua, estou dizendo que te amo a cada batida do meu coração, Park Jongseong.

– Ca, ra, ca! - Niki apareceu na cozinha. – Caras, eu estou perplexo... Que clichê. - Mostrou a língua. – Sunoo! - Berrou. – Eu te amo desde aqui até a- saiu da cozinha berrando em alto bom som a declaração para o Sunoo.

Eu e Jungwon começamos a rir.

Puxei o mesmo para descer do balcão e o abracei.

– Eu também Wonnie, eu te amo desde aqui até a lua.

O Yang apertou mais o abraço. Nos separamos, eu peguei no rosto dele e o trouxe para um beijo calmo e cheio de emoções.

Ele, de olhos fechado e ainda me beijando, foi buscar minha mão para pegá-la e colocá-la em seu peito, para que eu pudesse ouvir os batimentos de seu coração.

Estava muito acelerado.

Fiz o mesmo com a mão dele. Ele sorriu quando nos separamos e nós juntamos as testas, sorrindo um para o outro de olhos fechados.

Estava tudo bem, até eu ouvir um "poc", de pipoca estralando e meu coração acelerar não de amor, mas sim de susto.

– Ai merda que susto, cacete - xinguei, indo conferir a panela e ver se ainda não havia queimado. Mexi a panela e voltei para Jungwon. Dessa vez eu fui para trás dele e o abracei de costas, dando um beijo em seu pescoço.

– Vai me morder não, né? - Foi o que ele perguntou e eu dei risada.

– Vou sim. - Dei uma mordidinha de leve em seu pescoço, vendo os pelinhos do local se arrepiarem.

– Aff. - Reclamou e eu olhei de novo para seu pescoço, vendo o lugar que eu mordi tomar uma coloração vermelhinha em sua pele. Arregalei os olhos e decidi ficar quieto, se ele descobrir eu morro aqui mesmo.

Enquanto as pipocas estouravam dentro da panela, o Yang voltou para a sala e eu continuei lá observando-as para não queimar.

Enquanto estava lá parado apoiado em um dos balcões da cozinha, Sunghoon e Niki apareceram.

– Hyung...

– Jay...

Os dois pareciam querer chorar. Ver isso de Sunghoon já era quase o habitual, já que a gente recebia constantemente áudios dele surtando e chorando por conta de anime, agora o Niki... Isso sim é uma raridade. Ver Niki chorando é uma raridade.

– Jay, eu só queria dizer que eu te amo, amigo. Você e o Niki, eu amo os dois. - Disse Sunghoon.

– Eu também. Queria dizer que eu amo muito vocês dois.

Olhei perplexo para eles. Os mesmos nunca diziam algo fofo na nossa relação. Na verdade nem precisava, geralmente eles apenas demonstram.

– Não entendi o motivo disso, mas eu também amo vocês, sabem disso.

Eles assentiram.

– Hoje é dia 28 de novembro. Dia da primeira vez que eu vim para sua casa à 5 anos atrás. - O único japonês presente ali, disse. – Eu lembro como foi a primeira vez que eu me sentei com vocês no refeitório e o porquê de eu ter sentado lá também. Bom, como vocês sabem, quando aquele vídeo de eu dançando Ariana Grande vazou pela escola, minha vida escolar virou um inferno. Eu podia ir em qualquer lugar que fosse, seja na rua de casa ou na padaria, sempre tinha um aluno da nossa escola lá e toda hora eu era chamado de "menino que rebola ao som de Ariana Grande". Teve um dia que eu cansei de ficar sozinho. Foi quando eu fui para a escola e ouvi um boato de que você, Jay hyung, era o menino dos momentos vergonhosos. Eu te procurei pela escola no mesmo dia no horário do intervalo e te achei com Sunghoon hyung, o qual eu descobri depois que é o garoto tímido que faz patinação. - Respirou fundo antes de continuar a falar. – Definitivamente foi a melhor escolha da minha vida. Eu era um garoto solitário do quinto ano, eu era muito novo para poder estar sozinho daquele jeito. Quando comecei a almoçar com vocês e vocês foram se soltando para mim aos poucos, eu senti a tal da felicidade absoluta. Coisa que sinceramente não é difícil conseguir quando estou com vocês. Vocês são a parte que me completa, a parte que me falta, sabe? Eu amo vocês.

Nós demos um abraço em grupo.

Antes de Sunghoon falar alguma coisa, eu fui até a panela desligar o fogo, mas logo voltei à posição inicial.

– Niki, Jay... Eu nem sei o que dizer. Eu amo vocês, amo demais!

– Eu também, eu amo vocês demais. Vocês são como irmãos mais novos, por mais que eu seja apenas 2 meses mais velho que você, Sunghoon, você continua sendo meu irmão mais novo. - Demos um abraço e grupo.

[...]

– Vocês não vão vir assistir não? - Perguntou Jake para mim, Niki e Sunghoon, que ainda estávamos na cozinha preparando as coisas para comer.

– Espera aí seu burguês! A gente já vai, amor. - Falou Sunghoon e eu e Niki olhamos para ele de olhos arregalados.

– Namorado emprestado. - Disse simplesmente e saiu com baldes de pipoca na mão para a sala.

Eu e o japonês nos olhamos e balançando a cabeça em negação.

Dona Elise criou um monstro. Com certeza Sunghoon deve ter aprendido com ela.

Pegamos todas as comidas e fomos para a sala assistir.

Jungwon e Sunoo estavam no sofá enquanto Heesung, Jake e Sunghoon estavam sentados no colchão.

Eu me sentei ao lado do Yang no sofá e Niki se sentou ao lado de Sunoo. Sunghoon estava sentado ao lado de Jake e Heesung hyung estava sozinho num canto abraçado a uma almofada.

Quando todos nos ajeitamos, o mais velho entre nós deu play no filme para que ele começasse a se reproduzir.

[...]

Já estávamos no segundo filme. Quase todo mundo havia dormido. O Shim e o outro Park, haviam deitado no colchão e estão dormindo de conchinha, Heesung hyung dormiu segurando o celular, Sunoo e Niki ainda estão acordados e Jungwon simplesmente dormiu com a cabeça no meu colo e as pernas para fora do braço do sofá.

Eu não sei explicar o que estou sentindo.

Comecei a pensar e começar a refletir em tudo que rolou em menos de dois meses.

Cara... Começamos apenas com três e hoje somos 7.

Literalmente, se alguém me dissesse que eu estaria assim hoje, eu até mijaria de tanto rir.

Quero que nossa amizade dure durante um longo tempo. Eu nunca estive tão feliz quanto estou agora.

Obrigado pelo dia de hoje, universo.