Vou até o apartamento de Andrew, mas ele não esta. Mando mensagem, mas ele não responde.
Procuro em todos os lugares que acho possível que ele esteja, mas não o acho. Por fim, volto para casa.
Meu pai já não está. Hayden e Mason provavelmente já estão dormindo, então vou na ponta do pé para meu quarto e caio na cama exausto.
Durmo antes mesmo de tirar os tênis.
Acordo com meu celular tocando e dou um salto para atender.
- Alo?
- Acorda preguiçoso. Vamos dar uma volta. - meu pai diz tranquilo.
Respiro fundo parcialmente triste por ser ele.
- Que horas são? - resmungo.
- Tarde. Chego em 20 minutos. - com isso ele desliga.
Reclamo para mim mesmo ainda com sono antes de levantar.
Depois de tomar um banho avoado me arrumo e quando saio ele já esta la, conversando com meus colegas de quarto.
- Com toda sua agilidade Liam, estou com medo pelos pobres cãezinhos.
- Ha-ha. Que engraçado. - solto mal humorado pegando café.
- Você esta estressado? Quer que eu vá embora? - diz dramático me fazendo olha-lo de lado.
- Nem pense. Você já me acordou cedo.
- São 14:00 horas Liam. - Mason diz levemente divertido.
- É cedo pra mim, ok? - me defendo.
- Foi uma noite agitada? - meu pai pergunta me fazendo enrijecer.
- Desculpe não ter voltado. Acabei tendo problemas.
Isso atrai a atenção de Heyden do sofá.
- Que tipo de problemas? - pergunta receosa.
- Do tipo que não sei como resolver. - suspiro frustrado. - porque ele veio atrás de mim afinal? - resmungo para mim mesmo.
- Liam, o que houve? - Mason pergunta chegando mais perto, a preocupação evidente.
- Julian esta supostamente desaparecido. - conto antes que possa pensar demais eles me encaram esperando, então concluo. - há seis meses.
Os vejo parar de respirar.
- Ah meu Deus. - Hayden solta.
- Quem é Julian? - meu pai pergunta confuso nos lembrando que ele esta ali.
- Um… colega nosso. - Mason explica a ele e depois se vira pra mim. - Theo é muito cara de pau de vir aqui por causa disso.
- Isso é porque ele sabe o que aconteceu com o Julian. - Hayden rebate me fazendo fechar a cara pra ela.
- Nem ele, nem você, sabe de nada. - solto frio. Ela me encara, mas não diz nada. - vamos antes que eu desista. - digo ao meu pai já pegando meu casaco para sair.
- Tem certeza? Sobre seu amigo…
- Ele não é meu amigo. Não se preocupe. Vamos.
Fomos ao parque como quando eu era criança. Nós saiamos, só os dois e ficávamos andando pelos lugares jogando conversa fora.
Foi o que fizemos.
Pela noite voltamos para nos arrumar e combinamos de nos encontrar no evento que era na recepção do hotel que ele estava.
Esta uma noite agradável, razoavelmente quente e iluminada. O hotel é enorme e esta lotado o que me faz sentir pequeno ao entrar. De longe o vejo sorrir pra mim.
- Você fica incrivelmente bonito de social. - meu pai elogia mexendo minha gola da camisa azul claro.
- Vou tentar não me chatear com esse seu tom surpreso. - digo tirando sua mão de mim.
Ele me trata como criança e ri disso.
- Tudo bem, vamos la.
Então me arrasta para dentro, para apresentações e conversas estranhas.
Está tudo tranquilo, eu até estou curtindo a conversa quando travo ao sentir o cheiro.
Meu olhar percorre o lugar, vagando por rostos até encontrá-lo andando tranquilamente em nossa direção.
Acalmo meu coração e sorrio o que ele responde.
- Andrew. - comprimento o observando. Esta com terno escuro e fica muito bem nele.
- Liam. - ele cumprimenta de volta, o sorriso sedutor no canto do lábio, como se nada tivesse acontecido.
Isso me faz apertar os punhos, lembrando de tudo que ele fez ou supostamente fez.
- Não sabia que você se interessa por Medicina. - pondero levemente aborrecido, mas algo me diz que ele não esta ali por acaso.
- Ah, eu em particular não. Mas…
- Ah meu santo Deus. - meu pai diz ao nosso lado. Ele estende a mão para Andrew. - você é filho de um dos meus ídolos. - meu estomago revira. - é um prazer conhecê-lo.
- O prazer é todo meu senhor Geyer. - Andrew aperta gentilmente a mão do meu pai e vejo o freixo em seu pulso o que me faz apertar os lábios.
- Você me conhece. - meu pai grande o cenho e olha para mim.
- Claro. Liam já me falou muito de você. - Andrew desenrola facilmente.
Mentiroso.
- Ah é? Falou bem, eu espero.
- Acho que não poderia ser diferente. - responde simpático.
- Então, o que veio fazer aqui? - pergunto a Andrew tentando não soar estranho, o que não acontece.
- Como assim Liam? O pai dele era um gênio, claro que ele viria receber o prêmio em nome do pai. Que infelizmente não pode vir. - meu pai diz depressa e depois soa solidário a Andrew. - sinto muito por isso.
- Claro. Obrigado. - Andrew soa novamente educado e me da um olhar sugestivo. - a perda dele foi um choque grande. Mas já estou muito melhor.
Engulo em seco.
Então aquele monstro era médico. Isso explica muita coisa.
Lendo meus pensamentos Andrew acrescenta:
- Meu pai era muito inteligente, mesmo que usasse isso de forma errada as vezes. - sorri de leve, tranquilizador e então se volta para meu pai - vou deixar vocês curtirem a festa. Novamente, foi um prazer te conhecer senhor Geyer.
- Ah deixa disso. - meu pai se antecipa. - porque não vem jantar conosco? Eu nem sabia que você e o Liam eram amigos.
- Ah bem, somos muito próximos. - Andrew diz provocativo pra mim.
Eu poderia bater nele se não fosse aquele maldito freixo.
- Estou vendo. - meu pai aumenta o sorriso. - então, o que me diz?
- Acho que o Andrew tem muita coisa pra fazer com toda essa celebração… - tento falhando imediatamente.
- Nada é mais interessante do que isso. - diz ele tranquilamente.
- Então esta decidido. - meu pai diz triunfante. - até mais tarde. - fala já saindo em direção a um casal os cumprimentando.
Me viro em súbito para Andrew.
- O que diabos é isso? - praticamente sussurro, mas sei que ele me ouve muito bem. - você sabia que eu viria com ele...
- Talvez. - diz pegando duas taças de champanhe e me entregando uma que nego a pegar o fitando firme.
- Andrew. - advirto. - você sumiu depois de tudo e então…
- Da pra relaxar um pouco? - diz firme, a voz disfarçada em veludo. - tome e aproveite a festa. - me da a taça me obrigando a pega-la, então se inclina e fala baixo: - será uma noite longa.
- O que você esta tramando? - sussurro entre os dentes.
Andrew apenas me da um sorriso digno de si mesmo e levanta a taça como um brinde logo saindo sem dizer mais nada.
Passo a noite obviamente preocupado. Vejo de longe Andrew receber um premio memorial ao seu pai e isso me causa arrepios.
- Bom, eu não sei o que meu pai diria. - ele diz brincalhão. - ele tinha a capacidade de ser muito imprevisível e totalmente inteligente como podem ver. - alguns riem com ele. - mas eu sei que no fim ele diria “obrigado”.
Andrew acena mostrando o rolo de certificado e desce do palco recebendo comprimentos.
Fico observando, encarando sem perceber ate que meu pai me cutuca.
- Você deveria contar a sua mãe.
- O que? - o encaro confuso e ele ri baixo da minha reação.
- Eu não sou cego sabe? Da pra perceber. O jeito que você olha pra ele com medo de que ele diga algo errado. E o jeito que ele olha pra você… - balança a cabeça - ele esta fissurado.
Franzo o cenho. Por algum motivo não fico nada abalado com o fato dele descobrir, deve ser porque há muita coisa já em minha mente para que eu me preocupe com isso.
- Você não tem ideia. - murmuro.
- Então, acho melhor que você conte pra ela antes de levá-lo para casa no jantar de ação de graças.
- Isso não vai acontecer. - solto rápido demais.
Ele faz uma careta, mas não tem tempo de perguntar antes que Andrew nos alcance.
- O que não vai acontecer?
- A nossa demora para o jantar. - meu pai responde abrindo um sorriso. - vamos?
E eu me preparo para o jantar mais estranho da história.
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