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História Change your author - Yoonjin - Capítulo 1 - O anjo inspirador


Escrita por: ParkDiMinnie

Capítulo 2 - Capítulo 1 - O anjo inspirador


O anjo inspirador

...

  Segunda, logo de manhã cedo o sol batia na janela do quarto e me acordava, mesmo sem horário para acordar o fazia cedo. Levantei com calma e me dirigi ao banheiro para fazer a higiene matinal e para em seguida, trocar de roupa. Optei por uma roupa leve: uma camiseta folgada branca e uma bermuda preta. Arrumei minha cama e fui à cozinha para o desjejum.

 Liguei o rádio para ouvir alguma notícia recente enquanto meu sanduíche era prensado na grelha pequena e a maçã era cortada em fatias pelas minhas mãos. Desliguei o rádio quando tudo estava pronto e comecei a comer enquanto via o jornal online pelo celular. Havia tragédias, esportes e política; como sempre, mesmo que não gostasse de nenhum assunto precisava me manter atualizado sobre o que acontecia no mundo a fora.

 Lavei a louça assim que terminei de comer e fui ao meu escritório, sentei em minha cadeira e liguei o notebook, para apenas encarar o word aberto e limpo, não havia inspiração para escrever nada e Namjoon já havia me ligado no dia anterior me cobrando algo novo. Dei uma olhada em minhas estantes a procura de alguma inspiração, não encontrei nada. Resolvi então ir à livraria perto de casa.

   Coloquei uma touca, calcei os tênis e enfiei carteira e celular no bolso da bermuda, com as chaves na mão sai de casa. Nas ruas haviam estudantes indo à escola com os amigos, adultos indo a seus ofícios e o trânsito começando a ganhar movimento; andei com uma certa pressa a livraria, me praguejando por não ter pego um simples par de fones para distração.

 Cheguei a livraria pequena, que para minha sorte - ou não - estava começando a abrir no momento. Esperei silenciosamente o funcionário levantar a pesada porta de ferro; ele era alto, tinha ombros largos e era magro, seus cabelos eram castanhos e estavam arrumados para o lado, e sem escapar dos típicos clichês, seus lábios eram fardos.

 Entrei no local assim que ele começa a funcionar, passei pelas estantes a procura de algo que me chame a atenção.

 -Posso ajudar? - O mesmo funcionário da porta me pergunta, abrindo um falso sorriso, suas mãos estavam juntas na frente do corpo, ele tinha um jeito delicado e interessante, usava por cima da roupa uma espécie de avental laranja, que deveria ser o uniforme.

 -Estou à procura de inspiração - Falei, simples, sem expectativas que ele me ajudasse a encontrá-la.

 -Espera, por acaso nos conhecemos? - Ele pergunta ignorando meu pedido, olho para ele e nego com a cabeça – Não pela sua voz, mas pelo seu rosto… Bingo! Você é parecido com aquele escritor...O Suga! - Suga foi uma espécie de pseudônimo que eu usava para assinar meus livros, foi ideia de Namjoon.

 -Eu sou o próprio - Falei, um pouco tímido - Você lê meus livros? - Perguntei curioso, de opiniões sobre minhas obras eu tinha apenas a de meu agente e dos gráficos que ele me trazia.

 -Se eu leio? Eu amo cada um de seus livros e ando sempre com uma edição de bolso de 'A bailarina' - Ele respondeu animado, seu rosto estava levemente rosado e um sorriso sincero dançava em seus lábios.

 -Quer que eu…er… assine a edição? - Perguntei sem jeito, eu nunca tive contato direto com um fã e 'A bailarina' estava longe de ser uma de minhas melhores obras.

 -Se não for incomodo, sim eu quero. - Ele colocou a mão no bolso do avental e retirou de lá um pequeno livro vermelho com uma capa simples e uma caneta, hesitou um pouco em me entregar ambos.

 -Qual o seu nome? - Perguntei me dirigindo a balcão próximo e abrindo na folha de rosto para assinar.

 -Seokjin, Kim Seokjin.

"Para o primeiro fã que tive contato, por favor continue lendo as palavras de um adulto solitário. Suga"

  Escrevi e assinei, entregando os dois em seguida ao dono novamente.

 -Muito obrigado! - Ele rapidamente guardou - E voltando ao seu pedido, o senhor se importaria se não fosse um livro que lhe causasse inspiração? - Perguntou sorrindo, me despertando uma curiosidade incomodativa.

 -Não, não me importo. - Respondi calmo, ele me chamou com a mão e fui o seguindo para dentro da loja até chegarmos em uma escada de ferro em formato de caracol, subimos os 15 degraus e chegamos em uma área desconhecida por mim. Haviam cds por todos os lados, organizados em prateleiras por artistas.

 -Espere um momento, por favor - Ele pediu e entrou em uma porta que tinha ali, não demorando para sair com uma caixa de CD em mãos, não havia identificação sobre o artista ou das músicas - É um presente, espero que ajude, só há uma música aqui - Ele me entregou a embalagem em minhas mãos - O nome dela é Awake.

  -Hum…ok, obrigado… eu acho - Falei analisando o CD - Se me der inspiração, o livro será dedicado a ti Seokjinssi - Abaixei um pouco minha máscara para lhe dar um sorriso pequeno, que foi retribuído por uma expressão tímida. Kim SeokJin era amável.

 -Por favor me chame de Jin ou Hyung, já que sou mais velho que você - Um sorriso ainda dançava nos lábios fardos.

 -Ok então, obrigado Hyung.

 Despedi-me de Jin e voltei para meu apartamento. Tirei os sapatos na entrada e fui ao meu escritório, tirei o CD da caixa e coloquei no computador. Assim como Seokjin disse, só havia uma música com o nome Awake no disco, hesitei e encarei o arquivo antes de começar a tocar a música.

 A música era lenta, a letra era linda, os tons de voz eram altos, era algo belo. Sinto pequenas gotas pingando em meu rosto, o enxugo rapidamente e desvio meu olhar para a mesa, mirando na caixinha do CD e reparando ali um pedaço de papel rasgado.

 "Kim Seokjin  XXXX-XXXX"

 Soltei uma risada e fui para o cômodo onde se encontrava meu velho piano de cauda preto. Sentei-me no banco e passei meus dedos sobre as teclas de leve, sem as apertar, até começar de leve uma simples melodia, uma de minhas criações. Fiquei longas três horas tocando o piano, até resolver que deveria fazer algo útil. Andei pela casa e planejei em minha mente como faria minha próxima obra, quando a ideia me veio à mente, corri para o escritório buscar meu celular e com ele em mãos, disquei o número de Namjoon.

 -Diga - Ele fala assim que atende o telefone, sua voz era grossa.

 -Você pode me dar duas semanas para uma obra nova? - Perguntei, indo ao ponto direto. Mordisquei meu polegar e andei de um lado para outro na sala, meu nervosismo estava evidente.

 -Yoongi, você sabe que eu não posso te obrigar a escrever algo de um dia para outro, só lhe lembro que deve fazer - Sua resposta era positiva, um sorriso provavelmente estava em seu rosto, reconheço pelo seu tom de voz.

 -Obrigado Namjoon. - Falo e desligo sem esperar uma resposta. Procurei o papel em minha mesa e observei o número ali escrito e o reescrevi em um post-it, depois colei na beirada da tela de meu notebook. –Vamos lá. – Sentei na cadeira novamente e escutei a música mais uma vez, os olhos fechados e o volume no último. Era apenas meio dia e já havia acontecido muita coisa.

 Depois de ouvir a música mais cinco vezes resolvi comer algo, havia dois pedaços de pizza do dia anterior bem guardado em um pote, os coloquei em um prato e esquentei no micro-ondas, fiquei encostado no balcão enquanto esperava, tentando organizar pensamentos e ideias. Assim que meu "almoço" ficou pronto fui à mesa para comer enquanto fuçava o celular.

 Namjoon havia me obrigado a um tempo atrás a fazer um Twitter, disse que eu era um escritor jovem e que seria legal uma interação online com os fãs, porém eu nunca respondia, às vezes fazia algum post falando "obrigado pelas menções, pelo apoio e carinho.", nada mais. Dei uma olhada na rede social enquanto comia a pizza com a mão, havia uma enorme quantidade de notificações, muita gente me perguntava sobre minha próxima obra.

 Recebi uma mensagem de meu pai enquanto comia, a mensagem apenas me parabenizava sobre - mais - um dos meus livros terem se tornado um Best-seller, não que eu me gabasse - ou me gabe - de minhas obras, apenas achava que a tragédia atraia um pouco as pessoas, querendo ou não elas gostam -ou gostavam - do sofrimento alheio.

 Meu pai (é) era CEO de uma empresa de artigos esportivos, havia aberto a empresa junto com meu tio - seu cunhado - Jeon Ji-Seok. Ele sabia que eu jamais tive interesse em seus negócios e que nem o conhecimento básico eu tinha sobre a empresa, entretanto meu primo queria e iria manter a empresa, e assim que possível incluiria a família Min nos negócios depois que meu pai falecesse, em outras palavras, se alguma cria minha quisesse emprego lá, conseguiria facilmente. Eu nunca conheci meu primo pessoalmente, nem quando criança, eu sabia que seu nome era Jeon Jungkook e que tinha 18 anos e cursava o segundo ano do ensino médio. Ele tinha interesse nessa área de administração e era de confiança para assumir o importante cargo.

 Minha mãe (é) era advogada, gostava de pegar casos complicados e fazia o possível e impossível para vencê-los de forma correta, os únicos casos que ela não pegava eram os criminais, pois não gostava de ter que defender "gente ruim" ou correr o risco de ser morta por algum bandido. Ela também tinha certeza que eu não seguiria sua carreira, apesar de eu possuir "uma língua afiada e veneno de cobra". Apesar de pais ausentes e não muito carinhosos, eles me amavam da forma deles e apoiavam minhas escolhas, depois que sai de casa me reuni várias vezes com eles, para jantar e conversar, às vezes riamos, mas não éramos muito íntimos; uma relação familiar moderada.

 Após terminar minha refeição levei a louça suja à cozinha e lavei a louça, fiquei pensando o que deveria fazer, eu ainda não tinha inspiração o suficiente e minha mente estava bagunçada. Resolvi que iria sair assim que terminasse a tarefa doméstica. Com a carteira no bolso, fones no ouvido e celular também no bolso, sai de casa e fiquei andando; antes de sair havia trocado minha touca por um boné preto e óculos escuros, estava meio quente.

 Já era o horário em que alguns estudantes faziam seus trabalhos de meio período, onde as ruas estavam um pouco mais calmas e o sol estava começando a acalmar mais.

 Entrei em uma cafeteria próxima a uma praça, sentei em uma mesa próxima a porta de vidro, onde conseguia enxergar as crianças animadas brincando e rindo.

 -Posso ajudar? - Um atendente veio em minha direção, não olhei diretamente em sua face, apenas retirei os óculos e peguei o cardápio que ele me estendia.

 -Eu quero um cappuccino pequeno, por favor - Pedi e lhe entreguei o menu, escutei um "é para já" e ele se retirou. Continuei olhando para o lado de fora, enquanto brincava nas mãos com meus óculos.

 -Seu pedido senhor - O mesmo atendente traz um copo pequeno e me entrega também um pedaço de torta de morango.

 -Com licença, eu não pedi este doce - Falei, encarando o rapaz desta vez, ele sorria.

 -Foi o senhor ali do canto que mandou - Ele disse, apontando para uma mesa que estava do outro lado do estabelecimento, era Namjoon sentado lá, este quando percebeu meu olhar sobre si acenou. - Com licença.

-Obrigado. - Falei e o rapaz se retirou.

 Namjoon vem um sinal de "venha cá" com a mão, coloquei os óculos na camisa e peguei a bebida e o doce nas mãos e fui sentar com ele.

 -Que milagre, Min Suga fora de casa - Ele disse rindo, me chamava de "Min Suga" devido ao pseudônimo e meu sobrenome - O condezinho Drácula resolveu sair?

 -Por que diabos 'condezinho Drácula'? - Perguntei enquanto comia aos poucos a torta com a mão, a massa era consistente o suficiente para que fosse possível.

 -Por que você é branco para caramba e com esse cabelo preto igual carvão, fica um vampirinho - Me respondeu e tomou um gole da bebida que estava em suas mãos.

 -Para com essa viadagem - começamos a rir - Está me achando bonitinho também? Minha pele está bem tratada?

 -Cala a boca Min, eu sou teu agente e empresário - Namjoon falou enquanto passava a mão nos cabelos loiros - E poderia ser teu amigo se deixasse.

 -Para de manha, você sabe que eu sou "gótico" demais para fazer amizades - Sorri enquanto fazia aspas ao falar a palavra 'gótico'

 -Você é um cubo de açúcar amargo. - Rimos juntos novamente.

 Namjoon sempre tentou seu meu amigo (talvez por isso hoje em dia seja um dos mais próximos), sempre nos dávamos muito bem, porém eu não sabia como valorizar uma amizade ou uma pessoa, e tinha medo de machucar ou parecer ingrato, então preferia um pouco mais de distância.

 Conversamos mais um pouco, não contei a ele sobre meu encontro com um fã. Pagamos nossas contas separadamente - ele pagou o doce que me mandou, por que eu o obriguei - e depois nos separamos para um lado cada um. Passei em frente à livraria enquanto ia para casa, lá vi Seokjin atendendo uma criança que estava com um livro bem chamativo em mãos, sai o mais rápido que pude para que ele não me percebesse.

 Seokjin havia me chamado um pouco a atenção, admito, ele era atraente em minha visão, logo eu que tinha uma vida amorosa pouco - quase nada - agitada, nunca havia beijado ninguém na vida e nem sequer achado alguém atraente o suficiente para chamar minha atenção. Seokjin foi o primeiro, ele me lembrava um anjo com o jeito calmo e - talvez - delicado que apresentava, a voz era tão linda cantando que mexia comigo (Sim, eu havia percebido que era sua voz na música pelo fato de só ter aquele arquivo e de o número e nome dele estarem ali também).

 Anjo.

 Seokjin.

 Aquilo que eu estava procurando.

 Após um pequeno surto, acabei terminado o trajeto para casa correndo, e assim que o terminei - afoito, vermelho e suado devido ao sedentarismo - fui correndo para o escritório. Liguei meu computador e pousei meus dedos nas letras, fechei os olhos por um momento antes de começar.

 Toda vez que escrevia um livro, começava fazendo um pequeno "resumo" daquilo que eu queria, talvez por este motivo que eu nunca fiz nenhuma saga, apenas livros únicos.

"Os anjos são os seres mais julgados do universo, qualquer erro deles e podem perder suas asas, assim perdendo sua capacidade de alcançar o céu e de voarem. Eles não são apenas criaturas mitológicas, vivem entre os humanos e se misturam a eles, alguns continuam cometendo pecados e outros tentam se redimir de seus erros e começam a ser 'bons homens'. Porém estes que escolhem esse caminho não devem mostrar fraquezas, por que assim como há anjos, há demônios; estes levam os seres celestiais aos pecados, as tentações e as impurezas. Por este motivo os anjos caídos que são bons, cometem um único pecado, eles mentem."

 Assim que terminei encarei a tela, lendo e relendo o que havia escrito.

"Um anjo não consegue jamais suas asas novamente, eles jamais irão conseguir a beleza de suas penas prateadas após perdê-las, a única que eles conseguirão será as penas pretas como as de um corvo, se deixarem as impurezas o dominarem.

Um ser celestial tão belo pode ser punido se amar um outro alguém - seja um outro anjo, um demônio, ou um homem - além de Deus, o ser que deve dominar o coração das criaturas puras e evitar que elas sofram por sentimentos humanos, evitar que cometam pecados e que machuque outros ao seu redor.

A beleza de um anjo é encantadora, é uma beleza interior e exterior reunidos, enquanto a de um demônio é tentadora e atrativa, uma beleza que seduz, algo exterior."

  Na época eu não sabia se o livro iria tratar a história de um anjo ou a de um demônio, só sabia de uma coisa: Kim Seokjin estaria nela.

 Parei por ali mesmo, fiquei tempos encarando a tela até resolver desligar o computador e ir fazer outra coisa. Eu era demasiado monótono, não fazia nada além de tocar piano e escrever livros, era o que eu tinha na época.

 Na cozinha fiz um chá no micro-ondas e fui ao meu quarto, me sentar em minha cadeira na varanda, a visão dava direto na rua e me permitia ver muito, o céu azul e uma Seul menor. O vento vinha de leve em meu rosto e esfriava o chá que eu nunca gostei de beber quente demais, havia um som alto de risadas escandalosa, buzinas e motores, eram quase seis horas da tarde e outro dia estava quase indo embora, o azul que pairava no céu logo foi dominado pelo amarelo, pelo Laranja e pelo roxo, criando uma paleta de cores no céu. O barulho de buzinas e motores havia aumentado, lembro de escutar um grito, naquele horário só poderia ser algum assalto.

 Deixei a varanda e a fechei, para que o quarto não esfriasse muito, lavei a xícara que havia utilizado e voltei para quarto, desta vez para tomar um banho. Peguei o pijama que deixava sempre em cima da cama bem dobrado e entrei no banheiro. Meu celular ainda se encontrava em meu bolso, deixei tocando uma playlist de um aplicativo e liguei o registro do chuveiro, para que a água esquentasse enquanto me despia.

 As roupas utilizadas foram bem dobradas e deixadas sobre a bancada da pia, menos a roupa íntima, está eu havia jogado - literalmente - no cesto ali perto. A água estava quente o suficiente para deixar minha pele avermelhada, eu sempre fui muito pálido e ficava vermelho com água em temperatura alta ou se tomasse muito sol.

  Após o banho fiquei só de pijama, deitado em minha cama e fuçando o celular, não havia o que fazer. Senti novamente a sensação de inspiração vir e fui correndo ao escritório, sem chegar afoito desta, e logo estava em frente ao notebook, voltando a escrever.

"Assim como homem é capaz de seduzir um anjo, um anjo ou um demônio podem facilmente seduzir um humano, porém este ato faz com que aquele que se entregou, tenha o pior no juízo final."

 Arrumei certinho os trechos que havia feito, como uma espécie de guia a mim mesmo. Abri outro arquivo e entrelacei as mãos, para que estralasse meus dedos em um ato de puxa-los de uma vez só.

"Havia um anjo muito belo nos céus, sua beleza era encantadora assim como as de seus irmãos. Este anjo era responsável com seus deveres, ele fiscalizava as asas dos anjos a procura de penas negras ou de penas que ganhavam está coloração recente…"

 Comecei assim então mais um livro, iniciando sobre um anjo chamado Jin, este era fiel aos céus até encontrar um humano e cair em suas tentações, o fazendo escolher a diversão ao invés do dever.

 Quando terminei de escrever o primeiro capitulo, já eram oito horas da noite, eu havia reescrito várias vezes, procurando as palavras certas e os detalhes certos. Naquela noite deixei por aquilo mesmo, fechei o computador pela milésima vez em um dia e me recolhi aos meus aposentos, indo escovar os dentes antes de cair em um sono pesado.

 No dia seguinte acordei mais tarde do que deveria, bem perto do almoço para ser específico. A preguiça às vezes dominava meu corpo e eu não a impedia de prosseguir, deixava que ela me segurasse na cama entre meus cobertores que não deixavam meu calor ir embora. Porém naquela manhã eu estava faminto, e não queria cozinhar. Sai lentamente da cama e coloquei a mesma roupa de ontem, apenas coloquei a mais uma camisa de botões xadrez vermelha por cima, pois não estava tão quente quanto ontem, as mangas da blusa cobriam até a metade do palmo de minhas mãos, deixei a blusa aberta. Com carteira e celular no bolso sai de casa.

 A rua estava movimentada devido ao horário, as pessoas aproveitavam o horário de almoço para - obviamente - comer e dar uma relaxada. Fui à um restaurante perto, sentei em uma mesa de canto com sofás e logo uma garçonete veio à minha mesa, pedi uma macarronada e fiquei esperando. Observei as pessoas ao meu redor, o restaurante estava cheio e já não tinha vagas, o sino da porta abrindo me chamou a atenção, era Seokjin.

 -Ah Hyung, não tem lugares! - Disse um menino saindo de trás do "meu" anjo, o garoto era bonito tinha os cabelos numa espécie de mescla com o loiro dourado e o castanho do possível cabelo natural dele, tinha feições de alguém jovem.

 -É uma pena Tae, amanhã podemos vir - Seokjin disse ao menino, colocando a mão em seu ombro.

 -SEOKJIN HYUNG - Gritei com um braço levantado, com coragem que não sabia de onde - Venha sentar aqui! - O chamei quando ele me localizou, sorriu e pegou na mão do garoto, vindo até minha mesa. -Sentem comigo, estou sozinho mesmo.

 -Obrigado Su…- O 'meu' anjo começou a falar, porem parou antes de falar meu pseudônimo, talvez com receio.

 Os dois se sentaram lado a lado, frente a mim, pediram um prato de macarronada cada um e esperaram comigo.

  -Desculpe, acho que quase falei seu nome - O moreno me disse, um pouco chateado.

  -Não tem problema, aliás, não me chame assim, me chame de Yoongi - Falei e lhe dei um sorriso fechado - Só não vá espalhar meu verdadeiro nome por aí.

 -Quem é ele Hyung? - O menino perguntou, de longe a voz parecia mais fina, porém era grossa e não combinava com a aparência juvenil. - Peguete de festa? - Perguntou sorrindo quadrado, era uma graça.

 -Que? Na-nada disso! - O maior ficou vermelho e atrapalhado, comecei a rir baixinho acompanhando o outro menino.

 -Prazer, eu sou Yoongi - Estendi a mão e ele a apertou - E você é?

 -Kim Taehyung, sou irmão de Jin, por favor cuide de meu Hyung Yoongisshi - Pediu e fez uma pequena referência.

 -Não precisa ser formal, pode chamar só de Yoongi - Sorri minimamente.

 Nossos pedidos chegaram juntos, pedimos um suco de uva em jarra para acompanhar, esta não demorou tanto. Comíamos quietos e uma necessidade de fala que nunca havia sentido veio de baixo a cima em mim.

 -Então, eu escutei o CD - Falei antes de beber meu suco.

 -Sério?! - O Kim mais velho deu um pulo - Gostou? Estava bom?

 -Calma - Dei uma risada nasalada - Sua voz é muito bonita, a letra da música perfeita. - Vi suas bochechas ruborizarem de leve, o outro Kim apenas observava enquanto comia o macarrão. - E talvez não demore muito para que seu nome apareça em minha homenagem, como prometi.

 -Ah, fico feliz - Ele sorriu timidamente, olhando para seu colo e evitando meu rosto, um sorriso brotou em meus lábios.

 -Se peguem logo - Taehyung falou, com a boca cheia de macarrão e os lábios sujos de molho.

 -Termine de comer - O que estava ao seu lado falou - E respeite os seus Hyung's!

 Rimos baixinho e terminamos de comer. Depois a garçonete nos trouxe sobremesa, que costumava a ser um presente da casa depois de terminar um prato de macarrão, o doce era um mousse de chocolate um pouco amargo.

 -Eu preciso mandar uma foto disso para Seulgi, é tão fofo! - O menor sorriu, seu mousse veio com um gatinho em cima feito de chocolates diferenciados; o de Jin tinha um porquinho e o meu uma raposa.

 -É o namoradinho virtual dele - Respondeu o Moreno antes que eu tivesse reação.

 -Ya! Nós não namoramos! - O adolescente estava vermelho como tomate e parecia indignado - Poderíamos estar se ele não fosse tão chato! - Falou um pouco mais baixo, ainda auditivo a nós.

 -Por que? - Perguntei, por curiosidade.

 -Ele disse que é para nós esperarmos ele voltar do Brasil, ele está fazendo um intercâmbio - Respondeu. - A gente se conheceu pela internet, através de amigos em comum sabe? - Ele começou a contar, Seokjin revirou os olhos como se já tivesse ouvido mil vezes essa história - Quando começamos ele já estava no Brasil, havia começado o intercâmbio… ah desculpe, eu gosto muito de falar dele...- O garoto abaixou a cabeça e ficou meio vermelho, soltei uma risada.

 -Não faz mal, pode continuar - Falei, mexendo com a colher em meu doce, o desenho da raposa era feito de um chocolate branco, eu não gostava muito, retirei com a colher e fiquei olhando aonde poderia por.

 -Posso comer? - O mais novo perguntou, levei até ele a colher para que o pegasse, ao invés disso ele colocou a colher na boca e comeu - Então, continuando, ele é mestiço, meio raro não? A família da mãe dele é do Brasil, eu acho que por isso ele tem aquele cabelo enrolado maravilhoso, o nome dele todo é coreano e ele tem uns traços brasileiros, simplesmente encantador.

 -Tae chega, preciso voltar ao trabalho - Seokjin disse, pegando a sua carteira e chamando a garçonete para fechar a conta - Quanto deu? - Perguntou a moça quando se aproximou a nossa mesa. Ela começou a calcular e mostrou o valor a nós.

 -Eu pago, eu convidei vocês - Falei tirando a carteira do bolso e dando o cartão a moça.

 -Para! Nós nos intrometemos em sua mesa - Seok tentou pegar o cartão, a moça nos entreolhou sem saber o que deveria fazer, em sua mão já estava uma maquininha pequena de cartão.

 -Pode passar, é crédito - Ela fez o que eu pedi e passou o cartão, digitei a senha e aguardei - Não precisa da minha via.

 -Obrigado Yoongi, você não deveria ter feito isso, podíamos dividir! - Ele havia ficado um pouco bravo comigo, peguei o potinho de plástico do doce na mão e comecei a comer com a colher.

 -Você me paga a próxima então, até mais rapazes - Me levantei e fui embora, comendo o doce e andando, um sorriso brincava em meu rosto e meu humor estava muito bom.

 Foi assim que Seokjin começou a mudar as coisas.


Notas Finais


Seulgi é um "personagem original"
Enfim, me deem amor nessa fanfic <3
Ela é meu novo bebê ç-ç

Para os Fãs de VKook, recomendo essa fanfic linda: https://spiritfanfics.com/historia/um-trainee-apaixonado-6802329
É uma das melhores <3 Amo demais, e não é só porque eu amo o autor jansjansj

Aguardo comentários <3
Kissus


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