História Change Your Life (Ziam) - Night part I

A pior coisa existente nessa vida depois de uma longa noite de bebedeira é a chamada ressaca. Ela faz sua cabeça latejar, seu corpo ficar incrivelmente pesado e você esquece até mesmo como andar.

Mas o bom é acordar em sua cama macia embolado com seus edredons com apenas o cheiro doce de café adentrando suas narinas.

A noite de ontem é apenas um borrão em minha memória. A ultima coisa da qual me lembro é Niall nos fazendo uma aposta e nós prontamente aceitando. Depois disso apenas alguns flash’s que ainda surgem em minha mente.

Abri lentamente meus olhos notando que tudo permanecia escuro em minha mente, tateei ao meu redor em busca de algum resquício da noite passada, encontrando apenas os lençóis.

Com certa dificuldade me apoiei na cama, tomando impulso e ficando de pé em seguida. Minha cabeça pareceu dar um giro de 360 graus, juntamente com meu estomago e logo reconheci o gosto amargo em minha boca. Corri até o banheiro batendo a porta e me curvando diante do assento sanitário, abrindo-o rapidamente e deixando esvair tudo de ruim de meu estomago.

Após quase vomitar meu estomago inteiro pra fora, tomei uma golfada de ar e me levantei curvando-me diante da pia, ligando a torneira enquanto deixava a água escorrer.

Forcei minha mente a se recordar de pelo menos alguma coisa que aconteceu ontem, mas só o que veio foi a imagem de Louis em minha frente.

Louis com um olhar mortal. O grito de Louis enquanto me empurrava. O olhar assustado de Zayn. A boca de Zayn. O corpo de Zayn. Os chupões de Zayn.

Balancei minha cabeça negativamente e respirei profundamente, sentindo minha cabeça latejar novamente.

Nuh uh, muitos pensamentos a serem processados.

Voltei minha cabeça pra cima, encarando meu reflexo no espelho.

Definitivamente aquele cara não sou eu.

Meu cabelo estava completamente desgrenhados, duas bolsas roxas cobriam meu rosto abaixo dos meus olhos, meus lábios estavam praticamente na carne viva, sem contar a ardência que aumentava a cada segundo. Passei lentamente minha língua por eles, e pude perceber que havia algo estranho.

Levei minhas mãos delicadamente a minha boca, e puxei a carne do meu lábio inferior pra fora e me aproximei mais do espelho para que eu tivesse uma visão melhor.

Arregalei meus olhos assim que percebi que haviam alguns furinhos e uma marca acima dos furos, indicando que eu fui mordido. Fortemente.

Deus.

Fechei meus olhos e colei minhas mãos em meu quadril, apenas me checando pra ver até onde eu fui ontem a noite. Desci-as até minhas nádegas e as apalpei fortemente me certificando de que nada havia sido violado. Suspirei aliviado e permiti um sorriso de satisfação.

Desci meu olhar pelo reflexo, até meu pescoço onde haviam várias e várias marcas roxas espalhados pela pele. Merda!

Mil vezes merda, porque eu fui tão fraco? Porque bebi daquela forma? E agora, como vai ser nossa convivência? Não posso mais ficar ao seu lado sabendo que não tenho controle algum sobre meu corpo perto dele. Talvez eu deva colocar o plano inicial em pratica a partir de agora.

Naquela noite eu sai de casa na intenção de esquecê-lo, de ignorar sua existência, e é isso o que farei agora.

Porra porque diabos eu o beijei? Ele é meu filho. É a pessoa que devo proteger dos perigos do mundo. Não posso ter esse tipo de desejo e sentimentos por ele. Não posso! 

Respirei fundo e encarei novamente meu reflexo no espelho. O exemplo vivo da vergonha.

Encaminhei-me novamente ao quarto e abri meu guarda roupa, peguei a primeira roupa que vi ali e depois de já vestido segui até a porta do quarto. Estava tudo tão silencioso, que se não fosse pelo cheiro de café, pensaria que todos haviam saído. Juntando toda a minha coragem atravessei todo o corredor e desci os degraus dando de cara com a cozinha.

Louis estava de costas pra porta enquanto fazia alguma coisa que não consegui ver o que era, Zayn estava sentado na mesa de costas pra mim com a cabeça deitada na mesa e um copo em sua frente, ao seu lado Harry mantinha seu olhar fixado em algum ponto do lugar. Algum ponto que eu digo é na silhueta modelada de Louis. Ah esses dois.

Fechei meus olhos e deixei um suspiro silencioso ecoar no ar enquanto eu me arrastava até a mesa, fazendo questão de ser o mais barulhento possível. Zayn e Louis não moveram um músculo, enquanto Harry abria um sorriso pra mim.

“Bom dia senhor Payne...”  Sorri com sua sutileza e puxei a cadeira em frente a Zayn que continuava com a cabeça deitada na mesa.

“Pode me chamar de Liam...” Sorri para o pobre garoto que corou fortemente e retribuiu o sorriso. “E bom dia pra você também... Como passou a noite?” Fiz minha melhor feição sarcástica, tentando chamar a atenção de Louis.

“B-boa...” Gagueira? Hm, bom sinal.

“Boa em que nível? Por acaso... Nenhum bêbado abusou de você... Abusou?” Sussurrei a ultima parte e vi Louis se virar bruscamente dando um soco na mesa e colocando um copo em minha frente.

“Beba...” Foi à única palavra que ele disse antes de se sentar ao meu lado de frente para Harry que abaixou a cabeça no mesmo instante.

Levei minha mão lentamente ao copo e o encaminhei a minha boca virando de uma vez. O gosto era estranho e não se parecia com nada do que eu já havia tomado. Virei para Louis que brincava com seus dedos em cima da mesa e arqueei minha sobrancelha.

“O que era isso?” Questionei desviando meu olhar para Harry que mais parecia uma pimentinha de tão vermelho.

“Algo pra manter essa sua boca fechada...” Curto e grosso.

“Bom... Parece que você falhou...” Sorri sarcasticamente tentando a todo custo ignorar o doce aroma do Unforgivable do Sean John que vinha da minha frente.

“Zayn... Você ficará bem?” Louis ignorou completamente meu comentário e fechou os olhos por alguns minutos enquanto suspirava.

“Aham... Pode ir sossegado... Ta tudo sob controle...” Ouvir aquela voz, em um tom tão rouco e grosso fez um arrepio percorrer todo meu corpo.

“Ótimo...” Após abrir os olhos, Louis focou-se em Harry que mantinha a cabeça baixa, como quem havia aprontado alguma coisa. “Quanto a você...” Começou e o pobre garoto engoliu em seco, seu pomo de adão subia e descia juntamente com seu peito. Eita amor grande esse.

“O-o que tem e-eu?” Soltei um riso nasalado enquanto observava toda aquela tensão sexual pairando sobre os dois.

“Só não quero que faça nada... No fim do dia eu volto pra te levar pra casa” Sem mais palavras ou troca de olhares, Louis se levantou e desceu um tapa estalado em minha perna, gesticulando pra que eu o seguisse.

“Mas o que...” Fui interrompido pelas mãos fortes de Louis em meu braço me arrastando porta afora, sem nem me dar chance de me despedir dos meninos.

“Levar ele pra casa? Aham, sei...” Comentei me aproximando mais e deixando um tapa em sua bunda. Ele parou no meio do corredor e me encarou. Raiva e ódio transbordavam de suas íris azuis.

“Você já fez merda demais Payne, então só cale essa boca e ande...” Suspirei profundamente enquanto ele embalava na frente me deixando com cara de paisagem em pleno corredor.

Já vi que o dia vai ser longo.

X

Depois de quase uma hora de estrada ao lado de uma pessoa que visivelmente me quer morto, chegamos a um grande e chique hotel, localizado na saída da cidade.

O lugar lembrava muito aqueles castelos da realeza típico da Inglaterra.

Toda aquela situação me deixava confuso e apavorado. Louis não falou uma palavra relacionada a ontem à noite. E eu simplesmente odeio não saber o que ele pensa ou sente sobre as coisas.

Claro que minha mente ainda estava em casa, com meu lindo e gostoso filho. Sempre que eu friccionava meus lábios eu sentia o gosto doce de sua boca, mesmo que a cena toda não passasse de borrão por conta da bebida, eu ainda conseguia sentir em meu corpo todas aquelas deliciosas sensações.

“Sai...” Arqueei minha sobrancelha e olhei para o lado, Louis estava com a porta do passageiro aberta gesticulando para que eu saísse.

“Aonde estamos?” Seus olhos já não se encontravam mais azuis e sim negros.

“Cala a boca e sai logo desse carro...” Engoli em seco e me apoiei na porta para descer. Apesar de tudo meu corpo ainda não respondia aos meus comandos.

Eu confesso que sentia medo de Louis quando ele ficava assim. Louis é o tipo de pessoa que é calma a todo instante, ele não demonstra suas emoções facilmente, mas quando ele explode é devastador. E algo me diz que ele esta a beira de explodir. Que deus me ajude.

Atravessamos o hall de entrada e algumas pessoas saiam enquanto outras entravam, nas laterais do lugar pessoas estavam sentadas sorrindo, compartilhando informações enquanto outras simplesmente preferiam o silencio e apenas ficavam em um canto separado lendo algum livro.

Chegamos a recepção e Louis me empurrou para o elevador alegando que voltava em alguns minutos. Dito e feito, dez minutos depois lá estava ele apertando o botão do elevador, assim que entramos ele se escorou na parede e eu na oposta, apenas observando sua respiração acelerada enquanto cantarolava alguma musica, tentando acalmar os nervos.

A porta se abriu e antes que ele falasse algo eu imediatamente me retirei do elevador. Assim que escutei a porta se fechar me virei para trás para pedir instruções de onde devia seguir, o que foi um grande erro, suas mãos me empurraram fortemente e eu bati minhas costas na parede.

“Louis...” Sussurrei levando minhas mãos pra frente tentando Pará-lo antes que ele se aproximasse, mas ele somente as empurrou contra meu peito.

“Você é um babaca Liam... Tem noção do que fez ontem?” Sua voz era calma, eu mal consegui dizer se ele estava brigando, ou apenas conversando. “Você esta tão frustrado sexualmente a ponto de querer foder seu próprio filho?” Ele soltou um de meus pulsos e levou ao meu queixo apertando-o fortemente. “Responde...” Dessa vez ele gritou.

“Você sabe muito bem que não é somente fode-lo... Você sabe o quanto eu amo aquele garoto...” Seus olhos azuis me encaravam com certa duvida, como se não acreditando no que eu havia acabado de falar.

“É claro que você ama Liam, ele é seu filho... Filho... Lembra? Você fudeu a Sophia e ela engravidou? Ta lembrado disso?” Senti meus olhos queimarem, antes de Louis me empurrar no corredor. Ele passou a minha frente e retirou um molho de chave de seu bolso, quando a porta foi aberta ele me puxou pelo colarinho me empurrando pra dentro do quarto. Assim que fixei meu olhar em um ponto fixo, senti meu corpo estremecer e meus batimentos acelerarem.

“O que é isso? Uma intervenção?” Questionei andando de costas até bater minhas pernas na cama e cair sentado.

“Pode-se dizer que sim... Isso é apenas uma coisinha que planejamos, para não deixar que você cometa o maior erro da sua vida...” O garoto loiro com os olhos da cor dos de Louis abriu um sorriso sacana nos lábios.

“E o que sabe sobre mim? Nos conhecemos a menos de um dia...” Minha voz estava tremula, assim como tudo naquele quarto.

“Ele sabe o que eu contei pra ele...” Louis se aproximou e pousou um dos joelhos sobre a cama, mantendo-se em pé com a outra, Niall fez a mesma coisa ficando do meu outro lado, de frente para Louis.

“O-o que v-vocês pretendem f-fazer?” Droga. Porque estou gaguejando?

“Como Niall disse, impedindo que você cometa o maior erro da sua vida...” Seu tom ia diminuindo a medida que ele se aproximava de Niall e vice e versa.

“Tudo o que você esta sentindo é carência sexual Liam... Há muito tempo você não sai com ninguém e isso esta afetando seu cérebro, você acha que sente algo por Zayn apenas por ele ser a pessoa mais próxima de você...” Engoli em seco e senti meu corpo inteiro se esquentar. Merda.

“Isso... Mas estamos aqui pra resolver seu problema...” E assim Louis quebrou a distancia entre ele e o loiro. Os dois se beijavam de uma forma sedutora e os barulhos que os lábios faziam ao deixar o outro era quase pornográfico. Imediatamente senti uma fisgada em minha virilha e fechei meus olhos.

“P-parem...” Sussurrei já completamente sem forças pra relutar contra alguma coisa. Ouvi risos nasalados e duas mãos me empurraram contra a cama me fazendo deitar.

“A gente vai cuidar muito bem de você Liam, não se preocupe...” A voz doce de Niall sendo sussurrada tão sensualmente em meu ouvido, contribuiu para que eu sentisse minhas calças apertadas. Logo sua boca encontrou a pele de meu pescoço e eu senti uma sessão de beijos por toda a extensão. Um gemido escapou de minha boca, ao sentir Louis atacar o outro lado do meu rosto, deixando mordidas e leves chupões em minha clavícula.

“Se é de uma boa transa que você precisa... É uma boa transa que te daremos...” E assim senti os dois trilhando beijos do meu pescoço até os cantos de minha boca.

E assim começa minha noite.