História Changes - Merry Christmas

Tem coisa melhor do que a época de Natal? Eu sinceramente amo essa data, é muito bom ter toda a família e pessoas queridas reunidas cantando e relembrando de bons momentos como se não houvesse amanhã. Também amo ganhar e dar presentes, as decorações coloridas e alegres, as músicas natalinas, e principalmente o real motivo da comemoração, fato que me faz refletir sempre. Definitivamente o Natal é meu feriado favorito. Quatro meses de gravidez já haviam sido completados e agora sim posso exibir minha barriga por aí, nunca pensei que fosse gostar tanto dessa fase, é simplesmente maravilhosa.

Diferente dos dias normais, eu acordei de bom humor e sorri sozinha ao me lembrar da noite passada, uma das melhores que eu e Lucas já tivemos, sem dúvidas. Me viro na cama e observo seu rosto calmo dormindo tranquilamente, acaricei seu cabelo fazendo ele se contorcer e se virar. Ri e me sentei na cama me lembrando de mais um ótimo motivo para sorrir, hoje é véspera de Natal! Lucas solta um ronco alto me fazendo rir e resolver acordá-lo. Beijo sua bochecha e o vejo abrir os olhos, sorriu quando me viu e eu depositei um selinho carinhoso em seus lábios. Faço careta quando fecha os olhos novamente.

- Acorda, Lucas. - Peço enquanto balançava seu braço. Ele resmunga e abre os olhos novamente se sentando ao meu lado. - Não se esqueça que é véspera de Natal e só temos algumas horas juntos. - Faço bico e Lucas concorda com a cabeça aproximando seu rosto do meu, fecho os olhos para sentir seu beijo mas reviro os olhos quando ele para.

- Não vou te beijar, você nem escovou os dentes ainda. - Disse rindo. - Brincadeira amor, me beija aqui. - Faz um bico com a boca e eu nego. - Poxa amor, não sabe brincar?

- Não vou te beijar, você nem escovou os dentes ainda. - Repito sua frase e mostro a língua me levantando e seguindo para o banheiro. Escovo os dentes e depois tomo um banho rápido, lavando os meus cabelos e os secando assim que saio do box. Lucas entra no exato momento em que me enrolo na toalha, eu já havia me acostumado com suas entradas inesperadas então não me assustei. Olho para suas mãos e vejo meu celular, sua cara estava fechada.

- O que foi? - Pergunto sem entender e ele pigarreou começando a ler algo no celular.

- " Saudades de você, Juju. Me liga pra sairmos qualquer dia desses. Beijos, Oscar. " - Lucas falou e eu me segurei para não rir. - Quem esse abusado pensa que é? - Ele perguntou sério e eu suspirei notando que aquilo era uma crise de ciúmes.

- Ele é meu amigo da faculdade. - Falo simplesmente vendo Lucas suspirar visivelmente irritado.

- Ele é bem íntimo de você, não acha? - Ele perguntou e eu o encarei sem expressão.

- Eu já disse que ele é só meu amigo, Lucas. Isso é ridículo.

- Ridículo é esse cara te chamando de Juju. - Reviro os olhos pegando o celular das mãos de Lucas e respondendo a mensagem de Oscar. - Inacreditável. - Falou e saiu do banheiro, batendo a porta. Respirei fundo e resolvi deixá-lo esfriar a cabeça, Lucas sabia muito bem que Oscar é gay porque eu comentei com ele certa vez sobre isso, sem contar que eles já se encontraram na festa que Camila deu semanas atrás. Mas parece que ele se esqueceu disso e resolveu estragar nosso único momento juntos durante o Natal.

Segui até o closet onde me vesti com uma lingerie preta de renda, coloquei um shorts jeans branco curtinho e uma regata azul marinho, calçando uma sandália simples. Faço uma maquiagem natural e deixo o cabelo solto. Desço e avisto Lucas sentado no sofá assistindo ao seu maior vício, Bob Esponja. Passo por ali sem falar uma palavra e sigo para a cozinha onde tomo apenas um café bem forte. Não demorou nem cinco minutos para ele aparecer, me beijou calmamente como se nada tivesse acontecido.

- Vai me explicar o porque daquele ataque de ciúmes? - Cruzo os braços me encostando no balcão esperando a resposta.

- Insegurança, obviamente. - Deu de ombros e eu revirei os olhos. - Mas aí eu me lembrei que era aquele cara gay e percebi que fui meio idiota. - Explicou e eu ri.

- Meio idiota? Lucas pelo amor de Deus, você não tem motivo pra ficar inseguro. - Falo e ele suspira.

- Eu tenho medo, caramba. Você pode muito bem achar alguém melhor que eu, com uma vida normal e que possa te dar a atenção que merece. - Ele acaricia meu rosto e eu olho pra ele.

- Isso nunca vai acontecer, amor. Eu sou apaixonada por você, nós vamos ter uma filha juntos e além do mais, eu não ligo em ficar longe de você porque sei que no final você sempre vai voltar pra mim. - Falo e ele sorri me puxando pela cintura e me abraçando.

- Eu sou louco por você. - Eu sorri e dei um selinho nele. - Me desculpa por isso? - Assenti e o beijei sem pressa.

[...]

- Olha só isso. - Fernanda fala ao me mostrar uma chupeta um tanto exagerada cheia de spikes. - Sofia tem que usar essa. - Nego rindo e pego a chupeta de sua mão colocando de volta na prateleira da loja. Ela bufa e volta a revirar os diversos produtos de bebê, logo volta com um vestido tão meigo e pequeno que eu não resisti em deixá-la comprar, minha amiga solta um gritinho irritante e paga o vestido. Eu ri de sua animação e paguei tudo o que escolhi para Sofia saindo da loja em seguida.

- Esquecemos de alguém? - Pergunto vendo ela negar com a cabeça e solto um suspiro aliviada em saber que já compramos os presentes para todo mundo. - Vamos voltar pra casa, estou exausta. - Ela concordou e nós finalmente saímos daquele shopping voltando para o meu apartamento onde minha mãe e as mães de Nanda e Camila preparavam a comida da ceia. Assim que chegamos nós duas colocamos todos os presentes embaixo da árvore e ficamos satisfeitas com o resultado final. Logo tudo estava pronto, inclusive a comida, e eu fui me arrumar. Saio do banho e já visto o meu vestido (1), faço minha maquiagem e me perfumo. Calcei meu salto alto e fui correndo para a sala onde encontrei com o irmão de Fernanda que me elogiou dizendo que eu era uma grávida estilosa, ri e agradeci iniciando uma conversa animada com ele e com sua namorada Maia, que apareceu logo depois.

- Cade o Lucas? - Maia pergunta depois que Felipe saiu para conversar com outras pessoas.

- Viajando. - Respondo bebendo o meu suco de uva. Conversamos mais um pouco sobre Sofia e outros assuntos de mulher até eu pedir licença e ir ver meu irmão Théo, que chega com meu padrasto.

- Meu Deus, como você está estiloso com esse chapéu. - Falo depois que levo meu irmão mais novo para se sentar ao meu lado. Ele solta uma gargalhada gostosa me fazendo apertar suas bochechas de leve, sem resistir a tamanha fofura. Logo fomos interrompidos da nossa brincadeira por minha mãe, que nos chamava para jantar.

[...]

Faltavam quinze minutos para a meia-noite e a troca de presentes começou. Caminhei até a árvore de Natal e peguei primeiro o presente de minha mãe. Eram dois vestidos de uma marca bem famosa, quando vi na loja nem pensei duas vezes em comprar para a pessoa que mais me ajuda nesse mundo.

- Feliz Natal, mãe! - Eu exclamei e a abracei entregando-lhe o presente. Ela sorriu largo ao abrir e me agradeceu me entregando o meu presente logo depois. Era um perfume incrivelmente cheiroso e caro, dei mais um abraço apertado nela e continuei a entregar presentes. Por fim caminhei até Camila que bebia o seu champanhe calmamente enquanto dançava com Théo no colo.

- Amiga. - Gritei e ela desceu o pequeno me abraçando em seguida. Entreguei o presente para ela e peguei Théo nos braços dando um beijinho em sua bochecha rosada. Ri da cara que ela fez ao abrir e ver que era o sapato que ela queria faz tempo mas não encontrava em lugar algum.

- Você é a melhor amiga de todos os tempos! - Disse dando pulinhos enquanto me abraçava novamente. Quando se acalmou me entregou o meu presente e eu surtei quando vi que era uma bolsa Channel. - Sim, eu me superei dessa vez. - Disse rindo e eu concordei. Ela me deixou sozinha com Théo e saiu saltitando mostrando pra todos o seu sapato. Ri da cena e subi com meu irmão até o meu quarto pelo simples fato de não querer me separar dele. Desço Théo de meu colo e coloco o presente de Camila na cama me sentando na mesma.

Ligo o celular e vejo que agora faltavam apenas cinco minutos. Sorri feliz ao uma nova chamada aparecer, era Lucas.

- Feliz natal, meu amor. - Atendo me controlando para não começar a chorar.

- Feliz natal, princesa. - Fala e eu sorri do outro lado da linha. - Como estão as coisas aí?

- Animadas. - Respondo e ouço sua risada. - Mas queria você aqui. - Suspiro acariciando a barriga de Théo que se deitou na cama, ele gargalha ao sentir meu carinho.

- É o Théo aí? - Confirmo rindo da careta do pequeno. - Amor? - Me chama.

- Fala. - Paro de brincar um pouco e presto atenção em Lucas.

- Você já abriu sua cômoda? - Nego estranhando a pergunta. - Abre então. - Pergunto o porque e ele ri. - Só abre amor. - Suspiro e me levanto caminhando até a cômoda e abrindo a mesma, me surpreendo ao ver ali uma sacola de uma joalheria e pego uma caixinha menor dentro dela, sorri ao ver que era um colar com um pequeno coração de diamantes como pingente. - E aí?

- É lindo demais, Lucas. - Respondo admirando a jóia e ele suspira aliviado. - Eu também comprei um presente pra você. - Comento depois de colocar o colar e voltar a me sentar com Théo.

- Ah é? - Percebo seu tom de voz curioso e ri.

- Mas você só vai saber o que é quando vier pra cá. - Lucas bufa me fazendo rir novamente. Perdi a noção do tempo brincando com meu irmão enquanto ouvia meu namorado falar sobre como ama o Natal.

- Também gosto do Natal, é o melhor feriado. - Concordo com ele que se despede e desliga a chamada. Suspiro e olho para Théo que adormeceu nesse meio tempo. Sorri sozinha e beijei a testa do pequeno me deitando ao seu lado.