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História Changes - Bonnie e Clyde


Escrita por: pattiers

Notas do Autor


Hey pessoas!
Já postei essa fanfic em uma outra conta, mas não cheguei a terminá-la.
Estou postando novamente para me animar a escrevê-la, espero que gostem :)
Se gostar ou se achar uma merda, por favor comente e me dê sua opinião!

Boa leitura.

Capítulo 1 - Bonnie e Clyde


Fanfic / Fanfiction Changes - Bonnie e Clyde

Apertei 1, 2, 3, 4, 5 vezes para desligar o alarme do celular. Inferno. Essa merda nunca desliga? Abri um olho. Ahhhh, que sono! Abri o outro. Definitivamente eu tenho que parar de ir dormir tarde, sempre me arrependo no outro dia. Olhei de relance a tela do celular. PORRA, 06h40! To atrasada de novo.

Voei e consegui chegar a tempo no trabalho, eu entrava às 07h15. Com aquela cara de choro e um humor bastante suspeito, iniciei meu último dia. Caramba, três anos trabalhando aqui... Já vinha demonstrando os sintomas de dor dessa separação há algumas semanas, mas hoje eu estava realmente um trapo. Apesar de ter iniciado o ano apenas com monitoria devido à já planejada mudança, me sentia presa à minha turma do ano passado. Ansiosa pelas mudanças, mas triste por ter que deixar todos os laços que fiz aqui. Caminhava depressiva pelo corredor quando senti algo abraçar minha perna.

- Tia, você promete que me leva pra te visitar? – perguntou um lindo garotinho de cabelos castanhos e encaracolados.

- Se a sua mamãe deixar, prometo sim. – respondi, abraçando-o com todos os sentimentos presos no peito.

Sou professora e trabalho com educação infantil. Estou me preparando para fazer a pós-graduação em São Paulo. Gosto de morar no interior e percebo a cada dia mais que vou sentir muito falta daqui... Cidades grandes me dão muito medo. A única coisa que me motiva realmente a ir é essa necessidade de liberdade, de fazer o que essa galera da minha idade faz. Acho que todos passam por isso. Crise dos 21. Pesquisei em diversos sites falando sobre o assunto e cheguei à conclusão que me encaixo perfeitamente nisso. Ok, eu já tenho 23. Mas a crise vai dos 18 aos 29 segundo especialistas, portanto ainda faço parte ok? Não sei exatamente o que quero da vida e isso me entristece. Minha irmã definiu tão rápido, meus amigos definiram tão rápido... Eu sempre achei que soubesse o que queria. Terminei duas faculdades e continuei perdida, o que me dá uma irritante sensação de fracasso. Gosto do meu trabalho e também gostava do anterior, mas sempre falta aquele mais... Aquele mais que ainda não descobri o que é. Será que um dia isso passa?

O dia foi bastante triste para mim. Despedidas, cartões com milhares de beijos melados, fotos nostálgicas, aquele choro básico. Sentirei saudades das minhas crianças... Mas tudo é uma etapa da vida e com certeza essa foi muito boa. Chegando em casa, tomei um bom banho e deitei na cama. Milhares de pensamentos passando, faltava apenas 1 semana para a mudança. Cacete, 1 semana! Fechei os olhos pensando em apenas descansar a vista, mas logo percebi que estava cochilando. Ao longe, uma mensagem apitando... Droga, eu não posso dormir, prometi sair com a Alice e o Bernardo. Peguei o celular, fingindo pra mim mesma que não estava com sono.

 

De: Bernardo               20:04

YAAY! To indo pra casa, venha me buscar

 

Como ele podia me fazer rir com apenas uma mensagem? Folgado ao extremo o define.

 

De: Olivia                    20:05

E o que aconteceu com seu carro, dono senhor moço?       

 

De: Bernardo               20:06

Não posso dar parte na polícia, pois a ladra safada é a minha irmã. Que horas vc vem?

 

Gargalhei alto. Por que a Carol sempre pega o carro dele?

Passei a última camada de rímel. Como diz minha irmã “se olhar no espelho e achar que está exagerado, é porque ainda falta mais uma camada”. Sorri para mim mesma, avaliando o look. Calça jeans meio trash, slipper de oncinha, camiseta do Johnny Cash. Meus cabelos são lisos na raiz e cacheados do meio até as pontas, castanhos, comprimento até a cintura. Olhos também castanhos, destacados pelo delineador e pelo The Falsies da Maybelline. Boca vermelha, como sempre. Meu colar Skull vitoriano, como sempre. Meus óculos de grau grandes de armação preta, como sempre porque sou meio cega. Talvez eu seja um pouco metódica. Baguncei o cabelo e logo já estava a caminho da casa do Bê, ao som de Fleet Foxes.

 

---

 

- Caramba, chegou cedo Liv... – berrou Bernardo enquanto fechava o portão da casa, tentando conter seu cachorro hiperativo.

- Te avisei que passaria às 21h30. – respondi, rindo mentalmente da situação em que ele se encontrava com aquele cachorro.

- E que horas são? – berrou fazendo cara de nojo após levar uma lambida na bochecha.

- 21h30! – respondi, rindo notoriamente.

- Cachorro ordinário, eu tinha acabado de tomar banho... – resmungou ele enquanto sentava no banco do motorista.

- Relaxa Bê, ainda tá com um cheirinho decente... – consolei, ainda rindo.

- Você tá engraçadinha, né? Quer saber, pode vir dirigir. – ameaçou ele, cerrando os olhos de uma maneira divertida pra mim.

- Ah Bê, por favor... Eu parei, ok? – arregalei os olhos da forma mais meiga que acho que consigo, pois eu realmente não gosto de dirigir com outras pessoas no carro.

- Tá... Mas me dá um beijo, bem aí na bochecha lambida!

O que?

 

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Enquanto ainda bebericava minha segunda rodada de chopp, Pedro vinha trazendo as doses de tequila. Costumamos vir muito aqui, então já conhecemos todos os funcionários, como Pedro por exemplo. Francamente, eu sou muito fraca para bebida, só confio em duas pessoas no mundo para beber: Bernardo e Alice. Eu fico patética quando bebo.

- A Carol me disse que você estava saindo com um dos colegas do curso de inglês dela, é serio? – perguntou Alice, naquele típico tom de “babado master” que só ela sabia fazer.

Alice é linda. E não digo isso por ser minha amiga, ela realmente é linda. Rosto delicado, cabelos curtinhos e encaracolados, pretos, com as pontas acobreadas. Posso dizer que parece um anjo? Olhos de jabuticaba! Sempre brilhantes. Cintura fina, corpo violão. Talvez eu ache tudo isso por não ter um corpo violão. Sempre me achei reta demais em questão de cintura, sem contar as gordurinhas a mais. Só posso me vangloriar pelos peitos. Por que mulher fica tão encanada com isso?

- Eu saí com ele uma única vez, ele era... legalzinho. – respondi, virando a dose de tequila.

- Putz! Legalzinho? Coitado, já era... – resmungou Bernardo, rindo de canto.

- É, na lista de adjetivos da Liv “legalzinho” é o mesmo que “pouca bosta”... – murmurou Alice, dando uma longa gargalhada. Acho que ela está um pouco alterada.

- Na verdade... – fui interrompida.

- Vish, o Lucas tá aqui... – sussurrou Alice, disfarçando o olhar.

- O que? – exclamamos eu e Bernardo simultaneamente.

Lucas é meu ex-namorado. Começamos a namorar na faculdade, éramos super companheiros. Perdemos a virgindade juntos, aprendemos diversas coisas um com o outro e isso durou por 2 anos, mas caiu na monotonia. Faltava algo. Como diz o Tom de 500 dias com ela, “quando é, vc sabe”. Se eu não sabia... É porque não era. Estávamos separados há 2 anos, mas 1 ano atrás tivemos um remember e acho que isso deixou esperanças nele.

- Será que ele sabia que você estaria aqui? – perguntou Alice com aqueles enormes olhos de jabuticaba.

- Isso não é muito difícil de descobrir, ela só vem aqui. – retrucou Bernardo, revirando os olhos.

Realmente, eu adoro esse bar. É aconchegante, confortável, tem o meu tipo de gente doida. Não gosto de balada, gosto desses ambientes mais rústicos, de preferência bem vintage. Se tocar um rock e tiver pessoas tatuadas, melhor ainda.

- Disfarça amiga, acho que ele te viu... – silabou Alice, fingindo mexer no celular.

- Agora já era Li, ele vai vir aqui uma hora ou outra. – resmunguei, respirando fundo.

O problema do Lucas é que ele se acha proprietário desta que vos fala. Primeiro que não sou propriedade de ninguém, principalmente dele. Ex-namorado significa não mais namorado, certo? Pois bem.

- E aí Liv? O Lucas pediu pra eu te mandar uma London Pride. Vocês estão... – disse Pedro enquanto me entregava o chopp e o interrompi.

- Não Pedro, não estamos. Vou considerar essa atitude dele como demonstração de amizade. – respondi com um sorriso torto.

Pedro ergueu as mãos em sinal de rendição com o mesmo sorriso torto que eu e voltou ao balcão. Bufei, um pouco desconfortável e logo voltei a beber meu chopp. Dava pra sentir os olhos penetrantes do Lucas em cima de mim. Não nos odiamos, ainda nos falamos às vezes. O problema é a superação, alguns superam, outros não.

- Eu te chamaria pra dançar se as músicas desse lugar não fossem tão retrô. – resmungou Bernardo enquanto mexia no meu anel.

Bernardo é meu amigo de infância. Nos conhecemos desde bem pequenos e sempre fomos muito próximos. Nos afastamos um pouco quando comecei a namorar, mas logo voltamos a ser como Bonnie e Clyde. O Bernardo é alto, bem alto. Tem aquele cabelo louro escuro charmoso, sempre bagunçado. Barba cerrada, queixo quadrado, sardas leves nos ombros. Pra ser sincera, acho ele extremamente atraente. Mas sabe como é, amigo de infância.

- Se fosse Calvin Harris... – resmungou Alice.

- Ele já estaria dançando de ponta-cabeça no teto, sem camisa e com pulseiras neon... – murmurei, gargalhando de uma forma que definitivamente concluí que estava bêbada.

A noite estava agradável. Não sabia se minha visão periférica tinha ido para o espaço ou se Lucas realmente havia desaparecido do bar. Estava me sentindo mais à vontade e até dancei timidamente com Alice perto do palco onde a banda rockabilly se apresentava. Senti uma mão grande segurar minha cintura e pela extensão dos dedos, já sabia que era o Bernardo. Dedos de quem toca violão. Ou para os mais maliciosos, dedos de quem... cof cof.

- Finalmente resolveu dançar? – gritei no ouvido dele, pois o som estava alto.

- Na verdade... To querendo irritar o Lucas... – respondeu Bernardo, escondendo o rosto no meu pescoço.

EI! Eu sei o que está fazendo. Ai,ai senhor Bernardo, sempre causando. Fitei-o com olhar de desaprovação e sorri. Não poderia evitar, esse era o lema do Bernardo. “Se não for pra causar, nem vou”.

Dançamos assim por um tempo, notei que um ruivo muito atraente fazia o mesmo com a Alice. Ela só sabia sorrir, minha amiga bêbada ficava a própria felicidade encarnada. Percebi que estava sendo observada e não era difícil imaginar por quem. Bernardo se remexeu no meu pescoço, depositando beijos leves que me deixaram toda arrepiada. Para com isso!

- O que você tá fazendo? – sussurrei no ouvido dele.

- Só relaxa... – respondeu ele, subindo as mãos para a minha nuca.


Notas Finais


Então, o que acharam do primeiro capítulo?
Me esforçarei ao máximo para postar todos os dias, se vocês realmente gostarem da fanfic.
Um beijo e até mais :*


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