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História Chanyeol Pra Quê Te Quero - Dessa vez quase eu bato as botas


Escrita por: baabiction

Notas do Autor


EU DEMOREI NÃO FOI??? HAHAAAAA DESCULPA
Tomara que esse capítulo enorme de quase 6k palavras, que quase arrancou meus dedos fora, compensem a minha demora e preguiça dsjdajdhjaosihd
Mas tomara que não tenha ficado muito cansativo de ler, tem umas passagens importantes e torço pra vocês não ficarem chateados com essa enrolação toda, FOCO FORÇA E FÉ.
Ei, lembram que eu falei que teria poucos capítulos? Manos, eu to pensando que vai ter mais capítulos do que eu planejei q Porque eu acabei tendo ideias que ficariam melhores num desenvolvimento maior, pra não ficar muito corrida e forçado, sabe? Essa fanfic é o meu xodozinho e eu quero tomar o maior cuidado com ela.
As duas músicas (Mouthful of Diamonds, do Phantogram, e Us Against The World, do Coldplay) desse capítulo também são importantes e MUITO BOAS, são lindas e a cara do OTP, eu sugiro que escutem durante ou depois da leitura <3
Pensei em até fazer uma playlist das músicas que mais me inspiraram, o que vocês acham?
Bom, não vou fazer textão aqui, vamos pra leitura!
ALIÁS PERA
gENTE, como é que vocês não me avisam que os outros capítulos estão cheio de erro de digitação??? eu fui ler de novo pra me situar e tem coisas ali que eu fiquei ue
Vou arrumar o mais rápido possível, parece que alguém que deu uns tapas na pantera escreveu aquilo
AGORA SIM VAMOS AO CAPITULO

Capítulo 4 - Dessa vez quase eu bato as botas


Acho que o próprio espelho estava enjoando do meu reflexo, do tanto que eu já tinha me olhado, ou encarado, como preferir. Eu simplesmente não conseguia parar o nervosismo que queimava todo o meu corpo por dentro, e mostrava sinais por fora também. Era um tal de tremelique nas pernas, nas mãos e o meu dedão sofria entre os meus dentes como nunca antes.

A hora marcada chegaria em trinta minutos, e o tempo passava tão tortuosamente quanto os dias até aquele sábado, ou até mais. Eu parecia uma catita histérica indo pra lá e pra cá, me cagando de medo de ir à casa do Park-você-acaba-comigo-Chanyeol. Era até estranho pensar assim, porque ontem eu estava só o fogo no rabo porque era o meu sonho (ou um deles) se realizando, sabe, uma chance em um milhão etc. Mais parecia aquela velha história de quando nós marcamos um rolê, ficamos bem animados, e quando finalmente chega o bendito dia, estamos os mais jogados no chão pra ficarmos mais próximos do submundo e não termos que ir a canto nenhum.

A única diferença era que eu queria muito, muito ir naquele rolê, que não era um rolê, só estava nervoso para um, com o perdão da palavra, caralho.

E eu me encarava no espelho para achar algum detalhe no visual que não me agradasse, desde o cabelo recém-tingido de preto até o all star branco que há muito tempo deixou de ser branco, mas era meu companheiro indispensável. O lance do cabelo foi bem aleatório, na verdade. Eu tinha pintado ainda naquela manhã, depois de, de repente, cismar com o meu tom estranho de loiro. Estava um platinado meia boca, meio amarelado e que parecia evidenciar as minhas pontas duplas, uma coisa horrível. E, olha, o preto faz milagres na vida da gente mesmo, hein? Nas roupas, ele emagrece, e no cabelo, dá um brilho maravilhoso, um ar de trevas que só agora eu entendia o porquê de Kyungsoo gostar tanto.

Ouvi minha mãe gritar do andar de baixo, avisando que já estava na hora. Ela incrivelmente aceitou me dar uma carona, o que me deixou bem feliz porque Chanyeol morava a uma boa distância da minha casa. Dei mais uma olhada na minha roupa, que era um grande moletom cinza da HBA e uma calça jeans de lavagem clara. Simples, mas era o que tinha pra hoje, depois de eu ter testado várias combinações diferentes pra no final vestir a mesma coisa de sempre.

Pra ser sincero, Byun Baekhyun era trabalhado na simplicidade, não sirvo pra essas coisas de moda não.

Peguei meu celular encima da escrivaninha, dei uma última ajeitadinha na franja meio comprida, passei um creme hidratante nas mãos e lets go, lets go.

Tomara que eu não passe muito vergonha hoje.

 

Eu apertava tanto o estofado do carro que meus dedos estavam esbranquiçados. De vez em quando a minha mãe me lançava uns olhares questionadores através do retrovisor, mas eu conseguia ver o sorrisinho debochado que ela tentava esconder. Não dava nem pra compartilhar o nervosismo nessas horas porque ela me zoaria muito, e eu não estava muito a fim de ter alguém jogando na minha cara que eu estava me comportando como uma criancinha indo pela primeira vez à escola, porque eu já sabia disso muito bem, obrigado. Inclusive queria desconhecer esse fato.

 

Quando chegamos ao bairro do Chanyeol, eu estava só o cadáver do carro.

Mentira, eu respirei fundo tentando recolher todos os meus pedacinhos corajosos que compunham o corpinho de Byun Baekhyun, que não era muitos, mas já devem saber. Disse para minha mãe que podia voltar de ônibus, e ela concordou felicíssima porque me buscar mais tarde não estava mesmo nos planos dela, com aquele jeitinho meigo de princesa.

Apertei a minha mochila do rilakkuma contra o peito, e caminhei que nem um cachorrinho com o rabo entre as pernas até a porta da casa de Chanyeol para apertar a campainha.

E era tão bonita! Parecia casa de filme europeu, apesar de não ser tão grande, era um sobradinho bem simpático, com paredes brancas e detalhes em madeira.

Fiquei um pouco distraído analisando a sacada que ocupava metade do segundo andar, pensando em como seria bom atar uma rede ali e ficar me balançando com o vento bom que batia naquele lugar, que nem percebi quando a porta foi aberta até que uma voz doce soou, me fazendo congelar e olhar assustado.

— Olá, querido. Você que é o Baekhyun? — De acordo com o meu arquivo top secret sobre o Chanyeol, aquela adorável senhora era a mãe dele. Parecia muito mais jovem pessoalmente, e, gente, ela era a cara cuspida do Chanyeol! Já amei.

Na verdade, pra variar, eu estava tão nervoso em conhecer a mãe do homem dos meus sonhos que eu estava com medo de mexer um músculo e me cagar nas calças. Pessoas tímidas têm esse tipo de problema, nem adianta jogarem esses olhares afiados pra cima de mim.

Falando toda hora que eu vou me cagar parece até que eu sou frouxo nas portas dos fundos, que horror.

— Sim, sou eu. — Falei mais pra dentro do que pra fora, mas ela pareceu entender pelo sorriso em seu rosto que se abriu mais ainda. Estava começando a pensar que o sorriso gigante e um pouco, só um pouquinho, assustador era coisa de família.

— Ah, ele avisou que você viria. Pode entrar, meu amor. — Assenti um pouco constrangido pela maneira gentil que estava me tratando, sendo que ela nem me conhecia direito. Ninguém havia me tratado assim antes, e eu meio que não sabia como agir.

Depois de tirar meus tênis e colocá-los num cantinho da entrada, entrei meio hesitante, enquanto ela fechava a porta atrás de mim. Assim como fiz com a fachada, analisei, agora mais discretamente, a casa por dentro. As paredes eram pintadas de um amarelo claríssimo, havia vários quadros de família na parede e pilastras separavam a sala da cozinha. Era tudo muito bem decorado, nada pesava o ambiente, completamente diferente da minha casa. Acontece que a mamãe só arrumava as coisas dela e a cozinha, o resto ficava por conta do meu pai e eu, que competíamos quem ficava mais tempo coçando o saco no sofá. Aí já viu, né.

Eu não arrumava nem as merdas que eu fazia na vida.

— Chanyeol está no quarto dele, pode ir subindo. É a última porta do corredor. Mais tarde eu levo um lanche pra vocês. — Disse, tocando de leve nos meus ombros.

Imediatamente, Baekhyun, o tomatinho camarada, fez jus ao seu nome e sentiu a cara pegar fogo. Eu iria direto pro quarto do Chanyeol, assim, sem preparação. Não dava nem pra eu surtar um pouquinho.

Só digo que eu apertei tanto a mochila que a cabeça do rilakkuma quase voa escada abaixo.

O corredor era extenso, e no final dele havia uma vidraça com formas geométricas. Parecia aqueles de filme de terror e logo imaginei que seria cagaço passar por ele de madrugada. Tomara que eu nunca tenha que enfrentar essa situação, porque eu era muito medroso.

Chegando à última porta, suspirei que nem um jumento cansado. Eu não sabia o que fazer a partir dali, nunca tinha chegado nessa fase.

Um barulhinho de violão soava de dentro do quarto dele, como se dedilhassem nas cordas aleatoriamente e logo fiquei curioso pra ver se Chanyeol estava tocando, porque aí seria o meu atestado de óbito. Olha o terremoto, uooo.

Inspirei e expirei, tomei uma coragem de soldado que vai pra guerra e bati à porta.

— Chanyeol? — Falei, com a vozinha baixinha que não me deixava ser gente direito. Vou começar a treinar no espelho a minha fala, porque não era possível. Eu falava que nem o narrador do John Cena com o Kyungsoo, então qual era a desse meu travamento com as outras pessoas? Deixo a questão em aberto pra vocês pensarem numa solução comigo.

O som parou, um breve silêncio pairou, até ser quebrado por passos pesados em minha direção.

Quando percebi que ele destrancava a porta, um ímpeto muito louco de correr me bateu, me acovardando ao máximo. Mas eu ainda mantinha o meu bom senso. Eu correria, e aí? Provavelmente tropeçaria em algum momento, com a sorte que tenho, e todos naquela casa me taxariam de louco pro resto da vida. Foi esse pensamento que grudou os meus pés no chão e me possibilitou de ver Park-te-destruo-todo-dia-Chanyeol com uma regata e calça de moletom. Que braços eram aqueles? Cacete.

Fim.

Não, espera. Esse não foi o fim não, apesar de ser minha vontade. Chanyeol ainda estava meio descabelado, com a carinha meio amassada e os óculos na pontinha do nariz.

Agora sim.

Fim.

Num único pensamentozinho, quis que a minha cara não transparecesse todo o meu estado embasbacado com aquela visão do paraíso, porque, com certeza, o meu interior estava só a guerra e destruição. Tipo aquela cena de 'Divertidamente'; o que está acontecendo na cabeça do Baekhyun? Daí aparece um monte de bichinhos correndo e gritando desesperados no meio de um ataque alienígena, com as labaredas de fogo formando a imagem de Park Chanyeol.

Acho que eu preciso de um psicólogo.

Chanyeol me olhou por uns quatro segundos antes de desatar na risada. Eu não entendi nada, sabe. Pensava que o único doido ali era eu.

— Ai, ai, Baekhyun, por que você me olhou com essa cara de cachorrinho assustado? Parece que nunca me viu. — Falou, quando finalmente parou de rir. — Não precisa ficar tímido, entra.

Quando ele abriu passagem, murmurei um ‘com licença’ e passei que nem um foguete porque queria esconder a minha expressão de derrotado em brasa. Eu queria muito dar um soco poderoso na cara dele por brincar com os meus preciosos sentimentos assim. Será que ele não sabia que eu realmente nunca tinha visto ele daquele jeito? Aquele era o meu momento, poxa, eu tinha todo direito de me sentir impressionado barra com vontade de soltar uns fogos e morrer.

Ele ainda deu um risinho depois de fechar a porta, esse ridículo.

O quarto dele era grande e estranhamente bem organizado, foi a primeira coisa que notei. A outra coisa foi que quase tudo ali era azul. Desde as cortinas que se encontravam abertas na janela, deixando a luz entrar, até as prateleiras que guardavam incontáveis figures de One Piece e mangás. Mas o que mais me chamou a atenção e me surpreendeu foi a cama de casal lotada de rilakkumas, de todos os tamanhos e tipos. Tinha um enorme, encostado na cama, e eu não estou exagerando, parecia maior que eu.

Eu, mais do que tudo, adorava aquele personagem e me senti eufórico quando vi uma pelúcia tão grande.

Contrariando todo o meu acanhamento, mesmo que as minhas orelhas se encontrassem num vermelho vivo, virei rapidamente na direção de Chanyeol, que me olhou confuso e puxei de leve a barra de sua camisa.

— Eu posso carregar? — Apontei pra pelúcia no chão, torcendo para que ele não me achasse tão estranho por fazer uma pergunta assim de repente. – Parece tão fofinho.

Chanyeol arqueou as sobrancelhas levemente, e apertou os lábios, olhando pra mim. E lá vem o comeback da covinha.

Porém, eu nem tive chance de sofrer um pouco por ela, porque eu percebi que ele estava tentando segurar uma risada.

Eu estava quase perguntando se eu tinha cara de palhaço, por acaso, porque só o que ele fazia era rir de mim desde que eu cheguei. Fiquei nervoso e coloquei o dedo na boca mesmo, estou nem aí. Só o que eu queria era carregar a merda do rilakkuma, cara.

— Claro que pode, vai lá. — Chanyeol disse, quando eu estava quase desistindo e pronto pra armar a bolha do constrangimento.

Sorri, mesmo que sentisse um pouco de raiva por ser motivo de risadas, e me inclinei pra pegar a pelúcia.

Eu disse que parecia maior do que eu, não foi? Pois é, tive a deliciosa descoberta que era maior que eu. E era tão fofo, tão macio, seria um sonho dormir agarrado nele. No dono também. Que foi? Acharam que eu ia perder a piada?

— Chanyeol, onde você compr—

Não terminei a pergunta, porque quando olhei, ele estava com o celular na mão tirando fotos, enquanto ria que nem uma hiena velha.

Me segurem que eu vou voar no pescoço dele.

— Ai meu Deus, Baekhyun, você é uma criancinha mesmo. Olha isso. — Chanyeol me mostrou a foto. Nela eu praticamente sumia agarrado ao urso. Tinha ficado fofa mesmo, porque eu era uma pessoa fofa, mas não o perdoaria por ter me chamado de criancinha.

— Eu já tenho dezesseis anos! Inclusive sou mais velho que você, tem que me respeitar. — Falei, emburrado, colocando o rilakkuma de volta no chão.

— Mentira! Quando você faz aniversário?

— Dia seis de maio, e você faz dia vinte e sete de novembro. Por isso deve me chamar de hyung!

Opa, especifiquei demais. Era o fiscal Baekhyun se mostrando. Querem o resto da ficha dele também?

— Você só pode estar brincando, mas com esse tamanho? — Ele falou, chocado. Me sentia ultrajado e com o dever de rebater, quem ele pensava que era, além de ser o homem da minha vida?

— Só porque você e seus amigos são uns cavalos, não quer dizer que todos têm que ser também. — Disse, com os braços cruzados e nariz empinado.

— Você é uma figura.

Estava pronto pra rebater, mas me vi desnorteado pelo sorriso que ele me lançou depois. Disfarcei o embaraço olhando ao redor, esquecendo até do motivo da discussão, notando pela primeira vez que ele possuía um teclado ao lado da escrivaninha, além do violão.

Antes que eu abrisse a boca para perguntar se ele tocava, Chanyeol cortou o silêncio.

— Eu fiquei pensando em várias coisas que podemos fazer para apresentar, e sempre chegava à conclusão que uma performance musical seria melhor. Quero saber da sua opinião primeiro. — Sentou na cama, e fez sinal pra eu sentar ao seu lado. Fui que nem um robô quebrado, sentando o mais longe possível. — O que você acha?

Eu lá achava alguma coisa nessas condições que me encontro?

— Não sei. Sou meio traumatizado com apresentações na escola desde—

— Desde o dia que você se vestiu de lolita.

Arregalei os olhos tão arregalados que um vento frio passou por eles e ardeu como o inferno.

Como ele sabia daquilo? Eu só tinha aceitado aquilo porque me contaram que o Chanyeol não poderia ir ao evento, Jesus. Mentiram pra mim, merda.

— … É. Aquilo foi horrível. — Balancei a cabeça.

— Foi engraçado, você estava adorável. Não se preocupa, dessa vez não vai ter cosplay.

Ignorei o ''adorável'' com toda a força dos quatro elementos da Terra.

— Bom mesmo. Então, você quer apresentar alguma música? — Dei continuidade ao assunto, mesmo que não olhasse para seu rosto e fingia estar distraído passando o dedo na costura do lençol.

— Quero, só ainda não sei qual. Aliás, você sabe tocar algum instrumento?

— Meu pai me ensinou a tocar piano, mas faz tempo que eu não pratico, devo ter esquecido tudo. — Falei, rindo sem graça. — Eu queria mesmo era saber tocar violão.

— Instrumento a gente não esquece tão facilmente, por que não me mostra o que sabe no meu teclado? Aproveito e pratico um pouco também.

Fiquei um pouco nervoso, mas acabei concordando.

O banco em frente ao teclado era espaçoso, então acabamos sentando lado a lado.

Eu estava quase tendo um ataque com toda a proximidade do corpo do Chanyeol.

— Você tem partituras? — Perguntei, respirando fundo.

— Não. Na verdade, eu aprendi a tocar por ouvidos, não sei ler partituras. — Coçou a nuca, rindo constrangido.

O olhei surpreso.

— Sério? Você aprendeu sozinho? — Ele assentiu. — Isso é muito legal, Chanyeol! Eu levei, pelo menos, três anos pra tocar uma música mais complexa sem ler a partitura e você vem e me diz que aprendeu por ouvidos. Olha, quando a pessoa nasce pra brilhar, ninguém segura o brilho dela. Arrasou. — Falei mais pra mim mesmo, estava tão animado em conhecer alguém que aprendeu algum instrumento daquela maneira, que nem percebi de verdade o que estava dizendo.

Só ouvi a risada engasgada dele, que se inclinava pra frente segurando a barriga. Dessa vez eu o acompanhei, porque eu era muito sem noção, isso era fato. Às vezes, a gente não consegue segurar o comentário, né?

— Toca logo alguma coisa aí antes que você me mate de uma vez, ''arrasou''.

Ri mais um pouco, empurrando seu ombro de leve.

Virei para o teclado e tentei lembrar de alguma música que eu soubesse tocar. Até que eu lembrei de uma que eu, particularmente, achava incrível.

Guiei minhas mãos às teclas, me familiarizando com a sensação. Apesar de estar acostumado com as teclas duras do piano convencional, não encontrei muitos problemas no teclado ao arriscar algumas notas.

Suspirei mais uma vez, e comecei a tocar.

Aquela música começava em pianíssimo, que significava que as primeiras notas deveriam ser tocadas com menos intensidade, e ia aumentando gradativamente, por isso tentei relaxar os meus dedos rígidos pelo nervosismo que os olhos de Chanyeol, acompanhando cada tecla que eu pressionava, causavam.

Mesmo toda aquela tensão foi dissipada a partir do momento em que eu encontrei o meu ritmo e me entreguei. Não conseguia lembrar o porquê de eu não tocar mais tanto quanto antes, porque era claramente um hobbie que me agradava muito.

Quando a música terminou, recolhi minhas mãos, acanhado.

Peguei um susto quando Chanyeol levantou bruscamente e começou a bater palmas.

— Eu acho que nunca vi alguém tocar 'River Flows in You' tão perfeitamente assim! — Falou meio alto, esbaforido. — Sério, eu quase chorei. O que você tinha dito sobre não lembrar de como tocar? Esquece, você lembra tudo, é impossível você saber tocar melhor que isso.

Ele voltou a se sentar, e eu continuava olhando-o tentando entender que cena foi aquela.

— Acho que vou pegar umas aulas com você. — Falou, se virando completamente na minha direção. — E eu te ensino violão, você disse que queria aprender.

Chanyeol me olhou com olhos tão brilhantes que, de repente, pareceu impossível dizer não. Mas era muito ser trouxa, eu ia me pagar até de professor. Se bem que eu podia aproveitar disso, seria mais um motivo pra eu ter mais tempo com ele.

Lembram? Limão… Vida… Fazer batida com vodka…

— Por mim, tudo bem. — Sorri.

Nunca tinha ficado tão próximo do Chanyeol, tanto física quanto sentimentalmente, até aquele momento. Não fui capaz de quebrar a nossa troca de olhares, mesmo que tenha analisado seu rosto por alguns instantes, voltei aos seus olhos.

Subitamente, me perguntei até onde aquela minha paixão impossível iria me levar.

Eu só esperava que não fosse a um lugar ruim.

Chanyeol foi o primeiro a desviar o olhar, se espreguiçando e levantando do banco enquanto bagunçava os meus cabelos.

— Você pintou o cabelo, não foi? — Sentou na cama, pegando o notebook e colocando em seu colo.

Eu ainda estava envergonhado pelo clima que foi cortado. Na minha cabeça, claro. Chanyeol provavelmente nem tinha notado clima nenhum e só estava agindo naturalmente, enquanto eu me remoía com as minhas emoções bagunçadas.

— Sim, eu pintei hoje. — Enrolei uns fios da minha franja no dedo, distraído.

— Ficou legal.

— Obrigado.

— De nada. — Falou, devagar. — Oh, achei, venha aqui.

Curioso, levantei e sentei ao seu lado.

— Essa aqui é uma playlist que eu fiz das músicas que eu mais gosto. Podemos escolher uma daqui.

A cada título que eu lia, abria ainda mais o sorriso que eu não sabia desde quando eu mantinha.

— Chanyeol, tem certeza que você que fez essa lista? Parece coisa minha! — Ri. — Coldplay, Bastille, Bon Jovi, até Phantogram? Quem no mundo conhece Phantogram além de mim?!

— Você conhece Phantogram?! Meu Deus?

Parecíamos dois histéricos, rindo incrédulos da nossa descoberta de gosto musical idêntico.

Peguei meu celular a fim de lhe mostrar que não estava brincando, que aquela playlist era praticamente uma cópia da minha. Cheia de gêneros misturados, uma coisa louca.

Enquanto abria, rindo, a minha pasta de músicas, Chanyeol se inclinava, interessado, olhando o meu celular.

Quando ele fez o comentário.

— Eu já tinha notado quando você começou a tocar, mas os seus dedos são lindos. — Pegou a mão que eu não estava segurando o celular. — Sua mão é pequena, — Comparou com a sua. — mas os dedos são finos e longos. Parece mesmo de pianista.

Chanyeol soltou-a depois de analisá-la, mas eu estava apertando o meu aparelhinho tão forte que, se não foi a minha imaginação, eu ouvi um trinco. Acho que eu tinha desenvolvido um superpoder. Que provação, Deus, o senhor me envia todo dia.

Imagina se eu viro mesmo um mutante de tanta coisa impossível que eu faço toda vez que o Chanyeol vem empenhado a me destruir?

Vão fazer uma história em quadrinhos com o título ''Baekhyun, o fodidinho.'' na revista da vida.

Me recompus com muito custo e mordidas no lábio inferior, porque acima de tudo eu tinha uma reputação de gente normal a zelar, mesmo que eu fracassasse algumas vezes.

— Olha, é idêntica! — Comparei a minha lista com a dele.

— Caralho. — Riu, e eu ri mais ainda pelo primeiro palavrão que eu ouvi saindo dos seus – lindos – lábios. — Você tem Here Comes The Sun, cara.

— É a minha música favorita.

Little darling, It's been a long cold lonely winter. — Cantarolou.

— Little darling, It feels like years since It's been here. — Cantei, tímido e feliz. Amava aquela música. 

Chanyeol imediatamente me olhou com o cenho franzido e eu estranhei, será que eu tinha cantado a letra errada?

— Baekhyun, que voz é essa?

— O quê?

— Você vai cantar nessa apresentação, sem mais.

— Mas, oi?

— Você se escutou cantando, menino? — Bagunçou o próprio cabelo, anotando alguma coisa no bloco de notas. — E vai ser essa música que a gente vai apresentar.

— Mas, Chanyeol, como você quer que eu cante assim, de repente? Eu sou horrível em apresentações, ainda mais se eu for cantar.

— Com essa voz, pode acreditar em mim, a nossa apresentação vai ser a melhor do mundo. — Falou, meio sério. — Claro, eu não vou te forçar a nada, vou entender se não quiser.

Pensei um pouco, eu hesitava muito porque não tinha confiança o suficiente pra fazer as coisas, sejam qual forem elas.

Porém, em meio a minha indecisão, Chanyeol me olhou de canto sorrindo, e, de repente, eu seria capaz de fazer qualquer coisa.

Seria a parada do mutante acontecendo?

— Vamos.

Chanyeol mostrou todos os dentes num sorriso, estendendo a palma da mão, entendi o seu gesto e fizemos um high five.

— Podemos fazer uma versão acústica, eu no violão e você no piano.

— Você vai cantar também, não é?

— Ah, não, não quero estragar a música com a minha voz. — Falou, estalando a língua.

Fiz a minha melhor expressão de 'que'. O que aquele doido tava falando?

— Ei, Chanyeol, vou te contar um segredo: sua voz é linda. — Disse, determinado. — Ela só é bem grave, mas isso a gente pode lidar com um tom mais baixo na música. Eu quero que você cante comigo, poxa, senão eu não vou cantar também!

Ele me olhou desanimado e eu fiz um biquinho, puxando a barra da sua regata novamente.

— … Tá bom, vai. — Suspirou. — Só por causa desse seu biquinho de criança de três anos. — Pressionou o dedo indicador contra a minha bochecha levemente, zombeteiro.

— Para de graça. — Dei um tapa na sua mão, internamente adorando muito, dançando muito e gritando muito.

Que foi? Parem de revirar os olhos pra mim, eu hein, suas ácidas.

Ouvimos batidinhas na porta, e então a mãe de Chanyeol colocou a cabeça pra dentro do quarto, numa fresta.

— Meninos, eu fiz uns lanches lá na cozinha, eu já vinha trazer, mas o seu pai quer que os dois desçam.

Como assim o pai do Chanyeol, viado? Ninguém me avisou de nada disso, não. O plano era vir discretamente, organizar as coisas do trabalho e sair mais discretamente ainda, evitando o máximo possível os meus sogros, que na verdade eram sogros de outra pessoa. Risos.

Choros.

— Tudo bem, já estamos indo. — Chanyeol se pronunciou, levantando.

Eu? Ah, eu estava analisando se a queda da janela seria muito fatal.

— Vamos? — Estendeu a mão.

Olhei aquela mão enorme, pensando em todas as equações matemáticas que eu sabia na vida, nas apostilas de filosofia, nos tutoriais de como fazer trança embutida, enquanto tocava a música tema de X-Files.

Digam não às drogas, galera.

Sem opções, segurei a mão quentinha com muito sacrifício. Chanyeol me puxou, colocando meu corpo em sua frente e me empurrando pra fora do quarto.

No meio do corredor de filme de terror, eu tive que perguntar:

— Você não tem medo de passar por aqui de noite, não?

— É meio assustador, né? Mas até que não, acho que estou acostumado. — Me olhou debochado. — Por que? Ficou com medo?

— Eu não sou a pessoa mais corajosa do mundo, então… — Deixei no ar, nem me importando se ele ia me zoar, já que vivia fazendo isso mesmo.

— Mas deveria ter medo mesmo, o antigo morador se matou aqui.

Tropecei nos meus próprios pés, tendo tempo apenas para me segurar na parede dramaticamente.

Chanyeol se jogou no chão, rindo tão alto que meus ouvidos chegaram a doer. Eu ainda estava com a mão no peito, assustado, mas quando vi sua reação, comecei a chutar suas pernas. Ele tinha feito de novo!

— Chanyeol, se jogue naquela escada antes que eu mesmo jogue.

— Ai, eu devia ter gravado isso. — Se levantou, enxugando as lágrimas. — Você é muito engraçado.

— Engraçada vai ficar a sua cara quando eu arrebentá-la. — Comecei a andar marchando em sua frente, muito puto por, mais uma vez, ser motivo de piadinhas suas.

— Desculpa, mas você não assusta ninguém com essa carinha de maltês bravo.

— Quer parar de me chamar de cachorro?

Chanyeol levantou as duas mãos em rendição, com aquele maldito e lindo sorriso debochado no rosto.

Virei de frente pra ele não ver que eu sorria também.

 

Chegamos no andar de baixo, uma conversa alta reverberava por todo lugar. Na mesa de refeições, estavam sentados o pai do Chanyeol, sua mãe e irmã. Fiquei impressionado como todo mundo tinha a cara de todo mundo ali, principalmente a Yoora, irmã mais velha de Chanyeol, que parecia ele mesmo de saia.

Quando o pai, todo grande e robusto, me olhou, eu juro pra vocês que eu me tremi nas bases e me escondi um pouco atrás de Chanyeol.

Ainda mais quando ele se levantou e caminhou calmamente em nossa direção. Já sei pra quem Chanyeol puxou toda a altura.

— Quem é você, filho? Nunca te vi por aqui. — Me puxou pelos ombros. Eu, no máximo, alcançava o peito dele e nada mais.

— M-meu nome é Baekhyun. Eu ainda não tinha vindo aqui, senhor. — O sr. Sou tímido e não sei falar com voz alta falou.

O pai de Chanyeol riu e seu corpo inteiro se chacoalhou.

— E você está em qual série, Baekhyun? — Perguntou, me levando à mesa e puxando uma cadeira pra mim. Agradeci e sentei.

— Ele está na minha turma, pai. — Chanyeol respondeu, há muito tempo sentado, devorando uma panqueca.

— Oh, verdade? Mas você é tão pequeno, até pensei que estivesse no fundamental.

Vou começar a andar de salto quinze, é a minha única solução.

Sorri envergonhado, começando a comer com a educação que a minha mãe me deu. Não podia comer da minha maneira habitual, infelizmente.

— Os amigos do Chanyeol são todos prédios, por isso a estranheza. — Yoora, sentada ao meu lado, falou. — Mas você é o mais bonito que já apareceu por aqui.

Senti meu rosto em chamas.

— Yoora! — Chanyeol exclamou.

— O que? Falo verdades.

O pai de Chanyeol apenas ria com sua voz tão grave quanto a do filho, parecia um trovão. Com todo o respeito, claro.

A senhora Park sorria quando olhou pra mim.

— Nós escutamos uma música muito bonita no piano lá encima.

— Sim, sim, quem estava tocando? — Yoora perguntou.

Chanyeol engoliu tudo que estava em sua boca.

— Era o Baek! Ele toca muito bem, vocês precisam ver.

Com licença que o meu sistema parou de funcionar no apelido.

— Você toca piano, filho? — Assenti, automaticamente, travado. — Que maravilha. E ainda era Yiruma, gosto muito dele. Um dia, me permita te ver tocando. — Assenti novamente, agora sorrindo pra não parecer mal educado.

Meu cérebro ainda ecoava Baek, Baek, Baek…

— A gente vai se apresentar no evento da escola. — Chanyeol falou, orgulhoso.

— Nós com certeza prestigiaremos vocês. — Sua mãe disse.

Apesar do meu estado mental estar meio atordoado, apreciei bastante aquela refeição em família. Não tinha motivos pra eu ficar assustado antes, o senhor Park era muito simpático e amigável, a senhora Park era o amor em pessoa e a Yoora era muito divertida, com os seus comentários fora de hora.

Quando terminamos, insisti em lavar a louça, coisa que eu fugia em casa, mas a gente tem que fazer imagem, não é aquele ditado? A mãe de Chanyeol me agradeceu várias vezes pela gentileza.

Percebi que já tinha dado o meu horário ao olhar pela janela e ver que estava bem escuro.

— Chanyeol, eu tenho que ir.

— Já? Sua mãe vem te buscar?

— Não, eu vou de ônibus. — Peguei a minha mochila, colocando nas costas.

— Sozinho? Nem pensar, eu vou com você. — Sentenciou enquanto pegava um casaco no cabide.

— Eu já sei andar sozinho. — Revirei os olhos. — Não precisa, de verdade.

— Já falei que vou com você, é perigoso. Me deixa te acompanhar pelo menos até o ponto.

— É sim, filho, deixa o Chanyeol ir com você. — O senhor Park disse, parando na minha frente com sua altura intimidadora.

As duas torres me encaravam esperando a minha resposta. E que escolha eu tenho?

Suspirei, não seria tão ruim ter a companhia de Chanyeol por alguns minutos a mais.

— Ok, vamos.

— Vão com cuidado, queridos. — A mãe de Chanyeol deu um beijo na nossa testa e eu me derreti todo. Que mulher fofa!

— Volte sempre, ouviu, Baekhyun? Gostei de te conhecer. — Recebi mais um abraço forte, até ouvi uns estalos pelo corpo, do mais velho da casa.

— Volto sim, só o Chanyeol me convidar. — Recebi um empurrãozinho deste. — Tchau, Yoora. — Acenei, tímido, ela era tão parecida com Chanyeol que me dava uns rebuliços por dentro.

— Tchau, menino bonito. Até outro dia.

Aos resmungos de Chanyeol com a ousadia da irmã, saímos daquela casa aconchegante.

A noite estava fria, senti logo um vento cortante na cara. O ponto era a duas ruas dali, dava pra aguentar, eu acho.

Andamos em silêncio, eu estava concentrado em esquentar as minhas mãos dentro dos bolsos do moletom quando senti uma delas ser puxada e entrelaçada com outra.

Ai meu Jesus Cristinho.

— Sua mão tá congelando, Baek! — Falou, preocupado.

Então o apelido não foi criação da minha mente fantasiosa, bom saber.

Senti um pano quentinho ao redor dos meus ombros.

— Chanyeol? — Olhei pro lado, e o vi sem o casaco, apenas com a regata fina.

— Pode ficar, segunda você me devolve.

— E esses braços pro lado de fora? Está muito frio.

— Ei, eu sou forte. — Fez uma pose convencida, tensionando os músculos dos braços e eu quase, quase, ofeguei.

— Ok, então, senhor Hulk.

Chegamos ao ponto e eu logo fui me jogando no banco.

— Ah, não aguentava mais andar!

— Credo, Baekhyun, não andamos nem cinco minutos. — Sentou ao meu lado.

— É mais do que suficiente pra eu querer me jogar em qualquer lugar.

— Preguiçoso.

— Sou mesmo.

Me encolhi ainda mais naquele casaco emprestado, sem querer sentindo o cheiro de Chanyeol. Acho que já sabemos o novo cobertor de Baekhyun essa noite, não acham?

Um barulhinho de notificação soou, olhei de soslaio e vi que Chanyeol respondia uma mensagem de Soyeon.

Revirei tanto o meu olho que quase ele não volta pro lugar.

Quando ele bloqueou o celular, eu me segurei, eu sei que eu me segurei dessa vez, mas tive que perguntar.

— Você gosta mesmo da Soyeon, não é? — Falei como quem não queria nada, sendo que eu queria tudo, inclusive que ele dissesse que não, que ele não gostava tanto assim. Mas eu sabia qual era a resposta.

— Gosto bastante. — Sorriu, encostando no painel às nossas costas. — … Por quê?

Por quê, hein, Baekhyun? Seu merdinha. Se você já sabia a resposta, pra que perguntar? Agora vai ficar com vontade se jogar na frente do ônibus quando ele passar. Parece que gosta de sofrer.

Credo, Baek. Não me ofenda, você sou eu também.

Pft.

— Nada, só curiosidade.

Que resposta de bosta.

Sabe fazer melhor então assume o controle, ué.

— Então, tá. — Deu de ombros. — Ei… Vem escutar uma música comigo. — Estendeu um lado do fone.

Escuto, escuto tudo.

Me aproximei, plugando o fone na minha orelha.

Senti um arrepio poderosíssimo quando 'Us Against The World' do Coldplay começou a tocar.

Era oficial, o plano secreto de Chanyeol era fazer eu me apaixonar ainda mais, sem chance de recuperação.

Sorri pra ele, aprovando a escolha da música e fechei meus olhos, apreciando a voz rouca de Chris Martin.

Fiquei viajando um pouco, pensando em como foi o meu dia, nas milhares de sensações confusas que borbulhavam dentro de mim, e, acima de tudo, em como eu gostava de Chanyeol. Gostava de verdade. De um jeito que nunca gostei, e provavelmente nunca gostarei de outro alguém.

Era até meio triste pensar assim, porque eu tinha zero de chances com ele. E eu nunca ia me meter um relacionamento, porque, apesar de tudo, eu respeitava pra caramba os dois. Se pra ele eu apenas permaneceria como um amigo, ou o garoto que tinha gostos musicais parecidos, então era assim e acabou.

Parei com os pensamentos tristes quando senti os meus olhos umedecerem e a última coisa que eu queria era chorar pateticamente na frente dele.

Recomponha-se!

Abri os olhos lentamente, eu estava com a cabeça inclinada no ombro, a minha franja caía sobre meus olhos e distraidamente pensei que já era hora de cortá-la.

Aí eu olhei pra frente.

Chanyeol me encarava fixamente, inexpressivo.

Quando percebeu que eu o olhava de volta, abriu um sorriso tímido, sem mostrar os dentes.

Agora eu me pergunto, pra quê, Chanyeol? Pra comer? Como que segura as lágrimas assim?

Dei graças quando vi a luz do farol do ônibus se aproximar, porque mais um pouco e eu ia fazer um grande drama ali.

Me levantei num pulo, quase voando, esquecendo que estava com o fone. O desespero faz isso com as pessoas.

— Então é isso, tchau, desculpa por ter te segurado até agora. — Falei rapidamente.

— Que isso, fui eu que quis te acompanhar. — Bagunçou o meu cabelo. — Boa noite, me avisa quando chegar em casa.

— Aviso sim. – Sorri, subindo as escadas do ônibus. Parei. — Ah, boa noite, Chan.

Não tive coragem de olhar pra trás, e corri pra dentro.

Que aventura, pessoal.

 

Mais tarde quando eu já estava no aconchego da minha cama, e, claro, enrolado no meu mais novo casaco favorito, lembrei de mandar a mensagem.

Baekhyun: Cheguei. :D

Não demorou muito para a resposta vir.

Chanyeol: Até que enfim! Estava ficando preocupado.

Sai daqui, mano. Para de me fazer ficar desse jeito.

Baekhyun: É que eu tinha esquecido, desculpa.

Chanyeol: Tudo bem…

Parecia que a conversa tinha morrido ali, então bloqueei o celular e deitei a cabeça no travesseiro.

Mas ele vibrou novamente.

Com a minha foto agarrado ao rilakkuma.

Chanyeol: (foto) Tá muito fofinha, sério, acho que vou até colocar como plano de fundo do KakaoTalk.

Baekhyun: Palhaço! Deleta isso.

Chanyeol: Não mesmo.

Suspirei, xingando aquele maldito que tudo quanto era nome.

Ele queria colocar como plano de fundo do KakaoTalk? Pois que colocasse.

Mal sabia que ele mesmo estava no plano de fundo do meu coração.

Que decadência, quando é que eu iria ter os meus dias de glória?

 


Notas Finais


Quando, meu Deus???????
Eu sofri muito escrevendo a parte das músicas porque eu gosto muito delas, vão escutar e sofrer pelo OTP comigo </333
Quem imaginou o Baekhyun com a mesma roupa e cabelo daquele episódio que ele foi visitar seu grande amor Chanyeol no Roommate, imaginou certo! dsjahdjasdh @baabiction, vão lá reclamar e cobrar capitulo slkadjlkad
Até a próxima!


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