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História Chara - Cara medonha


Escrita por: ADreemurr

Notas do Autor


Atenção: contêm violência moderada (sem mortes ou gore) e palavreado chulo.

Capítulo 6 - Cara medonha


Fanfic / Fanfiction Chara - Cara medonha

 

Pela primeira vez Chara soube o que era ter sua confiança traída. Pela primeira vez ele soube o que era ter um coração partido. Sua colega de sala Amy o convidou para passear no parque porém ela não notificou seus pais. Quando a mãe dela os encontrou a menina inventou uma desculpa e culpou Chara para que não ficasse de castigo. A história inventada fez Chara parecer um menino perverso e oportunista. A cuidadora de Chara chegou junto com a mãe de Amy. Ela o agarrou no braço e o arrastou de volta ao orfanato. Ele sabia que estava prestes a receber a pior punição de sua vida.

Chegando no orfanato, a cuidadora levou Chara até a sala principal onde haviam outras crianças e cuidadores. Ela chamou a atenção de todo mundo e começou a falar assim que todos estavam em silêncio.

— Obrigada pela atenção. Vocês estão prestes a ver o que acontece com pequenos exploradores de mulher nojentos. 

— Mas eu não... 

— Cale-se. - ela interrompeu o protesto de Chara. Ela não o perguntou pela versão dele dos fatos. Ela não questionou. De fato, ela não queria saber se era verdade ou não. Uma outra cuidadora deu um grande cinto com uma fivela de ferro para a cuidadora que estava prestes a puni-lo. 

— Tire suas roupas. - ela mandou

— Não vou tirar minhas roupas. - Chara respondeu corajoso. 

— Não vou repetir. Tire as roupas ou vou arrancá-las de você. - ela disse.

Chara estava vestindo um pullover verde com uma listra amarela no meio e calças marrons. Ele não tinha muito mais roupas além destas e os cuidadores provavelmente não comprariam outras para ele. Não adiantaria protestar então ele tirou seu pullover raivosamente e o jogou no chão. 

— Você não terminou. - a cuidadora disse enquanto sorria sadicamente. Chara estava borbulhando de raiva e parecia que iria pular em cima dela e estrangulá-la a qualquer momento. Relutante ele desabotoou a calça e a puxou para baixo. Quando chegou até os pés ele simplesmente a chutou para afastá-la. Ele então olhou para a multidão de crianças e cuidadores orgulhosamente e adotou uma expressão fria. Estava determinado a não mostrar-se frágil e a não engolir a humilhação. 

— Ainda não terminou. - ela disse enquanto andava da esquerda para direita atrás de Chara, balançando o cinto em sua mão. Chara estava pensando em como ela não se atreveria a mexer com ele caso ele já fosse um adulto. Tudo que ele queria era ser adulto. Mas como ele não era, ele teria que obedecer. Finalmente, ele tirou a cueca.

— Ajoelhe-se. - ela mandou.

Assim ele se ajoelhou. Ele manteve a postura ereta e o olhar horizontal, sem olhar para baixo nem para cima. Então ela começou a espancá-lo nas costas. A cada cintada o ferro cortava fundo em sua pele. Apesar de sentir dor ele não mudara sua postura inicial e nem sua expressão fria. Parecia que ele não sentia nada. Algumas crianças começaram a chorar diante dessa cena violenta e outras fecharam os olhos. Depois de 30 cintadas o castigo terminou. Chara levantou e colocou a calça. Ele encarou a cuidadora por alguns segundos e então foi para o andar de cima. Ele não apareceu no jantar e os cuidadores também não checaram nele. 

Amy por algum motivo não veio para as aulas durante a semana inteira. Na semana seguinte ela veio na segunda-feira. Ela não olhou para Chara uma única vez. Terça-feira era a consulta semanal na psicóloga onde ele aproveitou para desabafar

— AQUELA VADIAZINHA DE MERDA!!! ELA VAI PAGAR POR ISSO! E AQUELA VELHA FILHA DA PUTA TAMBÉM. SE EU FOSSE ADULTO TERIA PEGO AQUELE CINTO E ESPANCADO A CARA DELA ATÉ NÃO SOBRAR NADA! - ele berrou enquanto andava rapidamente da esquerda para a direita. 

— Chara, xingar e gritar não vai resolver seus problemas. Acalme-se e sente, agora, senão vou encerrar a consulta e te mandar de volta para o orfanato. - disse Jessica firmemente. Chara juntou forças para acalmar-se e jogou-se na poltrona. 

— Ela me traiu. Primeiro foi legal comigo para depois me trair. Por que? Porque eu confiei nela? - disse Chara enquanto soluçava. Ele sentiu-se como se tivesse alcançado o fundo do poço. Jessica sentou-se ao seu lado e o abraçou.

— Isso não vai ficar assim - ele sussurrou. 

— Claro que não. Seus machucados vão sarar e você vai encontrar milhares de outras pessoas, sejam boas ou ruins. Viverá várias coisas boas que colocarão esse acontecimento triste nas sombras. Você construirá sua família e você vai finalmente poder se prevenir e impedir que coisas assim aconteçam. - ela disse passando a mão pelo cabelo dele.

— Não, eu quis dizer que ela vai pagar por isso. - ele esclareceu.

— Chara, por favor, não pense em vingança. Isso vai deixar as coisas ainda piores. Você não é o único que passa por esse tipo de experiência. Você precisa ser confiante e fazer novos amigos. E também não deveria ter aceitado uma oferta de uma pessoa que era obviamente irresponsável. Era um risco desde o começo não voltarem para seus lares sem notificarem alguém. - 

— É ? Eu duvido que a mãe dela a espancaria com A PORRA DE UM CINTO. Ela deveria ter falado a verdade. O que teria acontecido? Teriam tirado a Barbie dela?! - ele disse ainda soluçando.

— Olha o palavreado. Não podemos saber o que motiva as pessoas a tomarem decisões erradas. Não estamos em suas mentes. Aceite que nem todo mundo é bom. Mas VOCÊ pode ser bom se decidir. O problema não é o problema em si. É a maneira de como agimos a respeito do problema que realmente importa. 

 O problema não é o problema em si, HÃ?! - perguntou confuso.

— Um dia você vai entender. - disse ainda abraçando-o e passando a mão em seu cabelo. Chara se acalmou, mas ele não iria seguir o conselho de Jessica. Pelo menos não como um todo. 

No dia seguinte Chara começou a olhar fixamente para Amy com um olhar ameaçador. Amy virou-se e o visualizou, depois virou-se para frente novamente. Seu olhar a deixou desconfortável. Chara continuou a observá-la. Ela não se virou para olhá-lo novamente. No intervalo ela juntou coragem e olhou para trás mas a carteira dele já estava vazia. Durante o intervalo a escola inteira ficara vazia, pois todos ficavam do lado de fora. Ela teve que entrar para ir para ao banheiro. Seus passos ecoaram nos corredores vazios. De repente Chara saiu de um dos corredores e a agarrou. Ela tentou gritar mas ele já tampara sua boca. Ele a arrastou até um quarto minúsculo onde haviam algumas estantes, vassouras e produtos de limpeza. Ele então fechou a porta atrás dele. Assim que ele a libertou ela começou a falar:

— Me desculpe, por favor! Eu fiquei com medo! Não queria ter jogado a culpa em você, mas minha mãe é muito rígida. Chara, por favor! - ela implorou.

— Ela teria te espancado com um cinto? - disse quase sussurrando.

— Q-quê? N- não, mas... -

— Então não tinha motivo pra mentir. - Chara virou-se de costas para ela e lentamente tirou o pullover revelando os machucados.

— M-meu Deus... Chara!!! Eu não fazia ideia! Me disseram que esse lugar era ruim mas... Isso?! Me desculpe! Por favor, me perdoa! Sei que sou uma pessoa horrível! - disse chorando.

— É melhor que sinta muito mesmo... pera... por que está corando? -

— Por nada...

— Que se dane. Enfim, é melhor que sinta muito mesmo, as consequências serão terríveis! - disse enquanto se aproximava de Amy lentamente. Ele fez uma cara medonha começou a dar uma risada maligna e perturbadora. Amy tremia e se encolhera no canto. Aterrorizada ela gritou e correu para fora do quarto. Chara continuou a rir. A risada maligna transformou-se em uma risada prazerosa de alguém que ouvira uma piada muito boa. Ele não podia machucá-la mesmo que quisesse que ela pagasse pelo que fez. Contudo esse susto que ele lhe deu valeu à pena. 



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