Kiko e Chiquinha estavam no quarto. A menina estava peladinha, de pernas abertas.
- Vai logo, Kiko. Mete essa bola quadrada em mim!
- Só um momento! – Ele começa a passar os dedos na língua e passar nas orelhas, fingindo que ia e voltava, como um aquecimento.
Chiquinha olha para um ponto fixo com uma cara de tédio.
Kiko, depois de alguns instantes, resolve penetrar.
- Assim tá gostoso?
- Você já enfiou?
- Já.
- Não parece.
- Haha, não pare... Quê?! Você não vai com a minha cara?! – Ele berra.
- Ai Kiko, pelo amor de Deus, até o Nhonho deve ter mais pinto que você. Me come direito!
- Está me comparando com aquela baleia? Até ele achar o pinto seu pai vai estar devendo 28 meses de aluguel!
- Não fala do meu pai que eu brocho, bobalhão. Me come de quatro, anda.
- De... de quatro?
- Sim, de quatro.
- Ah sim... de quatro?
- Sim, de quatro. Você já fodeu alguém de quatro?
- Ora, claro que sim e... Aaaaaaah, você quer de quatro!
- SIIIIIIIIIIIIIIM! VAI ME COMER AGORA OU NÃO?
- TÁ BOM, TENHA CALMA. EU VOU ENFIAR!
- Tesouroooo! – Dona Florinda começa a chamar o filho.
Kiko sacode a mão, apavorado – Ai caralho, minha mãe chegou! Se esconde, Chiquinha!
- Por que me esconder? Ela vai ficar orgulhosa pelo filhinho dela ter perdido a virgindade com uma menina tão bela como eu... – A menina se acha, passando as mãos nos cabelos.
- Você acha?
- Sim, pois é, pois é, pois é...
- Mas é que ela não quer que eu me misture com a gentalha!
Dona Florinda tenta abrir a porta mas ela estava trancada – Tesouro, por que você está trancado no quarto?!
- Ah... Eu tô pelado, mamãe. Estava tomando banho.
- Você se cagou de novo, não é?
Kiko fica vermelho e Chiquinha prende o riso.
- Não, mamãe.
- Ah, menos mal... Porque esqueci de comprar fralda geriátrica.
- Tudo bem, mãe. Eu não fiz nada...
- Você precisa parar com isso, coração. Depender de mim para te limpar se não acaba se sujando todo e tem que fazer a chuca...
- Aaai, cale-se, cale-se, cale-se, você me deixa loooooooouco! – Kiko fica bravo.
Chiquinha não se aguenta e morre de rir, abafando o riso com as mãos – Hahahahahaha!
- Sai do meu quarto! Sai!
- Mas a sua mamãe vai me ver, cagão!
- Sai pela janela, pintadinha. Anda!
- Ai, tá bom!
Chiquinha então sai pela janela de lingerie. Com medo de alguém a ver, ela toma todo o cuidado para retornar para casa.
Ouvindo vozes vindas do outro pátio da vila, ela resolve se esconder no barril do Chaves.
Pópis aparece reclamando, com aquela voz fanha – Eu estou falando sério, Chaves. Ou você lava esse pinto ou eu não vou mais dar a minha pepeca! Nem a minha e nem a da minha boneca Serafina!
- Tá bom mas não se irrite, Pópis. Eu vou lavar...
- Então lava.
- Eu vou lavar...
- Estou esperando! Vamos voltar para a fonte então e você lava lá.
- Eu tô indo...
- LAVA ESSE PINTO AGORA OU EU VOU CONTAR TUDO PRA MINHA MÃE! – Pópis se esbraveja.
- Ninguém tem paciência comigo...
- Não! Olha, quer saber? Você não vai mais me comer! Eu vou fazer greve de sexo!
- Vai?! – Chaves se preocupa.
- Não, estou brincando...
- Ah bom... – O jovem respira aliviado.
- Eu vou dar para o Godinez porque o pinto dele é cheiroso, tchau.
- Mas, mas...
Chaves então fica sozinho na vila.
- Droga, que merda, que porra! – Chaves sem querer chuta o barril e reage com dor no pé.
Ele volta a chutar para o outro lado, com mais raiva ainda e acerta a canela do Seu Madruga.
- Aaaaaaai, aaaaaaai, minha mamãezinha! – Seu Madruga reage com dor - Tinha que ser o Chaves de novo!
- Foi sem querer querendo!
- Foi sem querer querendo! Eu só não te dou uma...
Nesse momento, Chiquinha, que estava dentro do barril, se apavora porque o Chaves entraria no barril caso recebesse um cascudo do pai, mas felizmente isso não aconteceu.
Seu Madruga começa a olhar para os lados – Chiquinha! Chiquinha!
- Onde está a Chiquinha? – Chaves questiona.
- Sei lá, ela está desaparecida desde as onze horas da madrugada!
Chaves olha para um ponto fixo.
Seu Madruga o aborda – Escuta, você sabe onde ela está?
- Sim!
- Ah, que ótimo, onde?
- Ela está desaparecida!
- Ah si... – Seu Madruga, de feliz e esperançoso, faz uma cara frustrada.
- Foi o senhor que falou!
- Eu quero saber como a encontro!
- Ora, com os olhos!
Seu Madruga passa a mão no rosto – Acho que você está fazendo por merecer hoje, Chaves! Toma! – O homem dá um cascudo no Chaves e ele começa a chorar.
- Pipipipi...
- Pipipi, só não te dou outra porque... Preciso encontrar a Chiquinha! – E Seu Madruga sai da vila em direção à rua.
- Pipipi... – Chaves se dirige ao barril.
- Tá ocupado! – Chiquinha, dentro do barril, avisa.
- Ah, perdão! – Chaves então se afasta e arregala os olhos para um ponto fixo.
- Chaves! – A Bruxa do 71...
- Quê?! – A senhorita se zanga com o autor.
Digo, a Dona Clotilde aparece com um bolo em mãos.
Chaves logo começa a lamber os beiços – Hmmm, puxa, nem é o meu aniversário! Obrigado!
- Ei, esse bolo não é pra você. É para o Seu Madruga!
- Ah, mas o Seu Madruga saiu...
- Não importa, melhor ainda. Entra na casa dele e deixe-o sobre a mesa.
- Por que eu? A senhorita não pode fazer isso?
- Porque é indelicado alguém como eu entrar na residência de um homem viúvo sem ser convidada. O que ele irá pensar de mim?
- Realmente, pensar mal da senhorita não tem como.
- Obrigada! – Dona Clotilde fica lisonjeada.
- A senhora já atingiu todos os limites...
- Como?!
- Aaah, não, é...
- Olha Chavinho, fique quieto que é melhor. Só quero que deixe esse bolo sobre a mesa com essa carta.
- Eu tenho cara de Jaiminho agora para ficar entregando cartas?
- Não, mas...
- Se eu tiver então já aviso que quero evitar a fadiga...
- Está bem, mas...
- Eu sei que não tenho mais oito anos e que também não sou velho que nem ele...
- Silêncio! – Dona Clotilde esbraveja – Me dá isso aqui que eu mesmo levo! Que sujeitinho insuportável!
Dona Clotilde então entra com o bolo na casa do Seu Madruga.
Chaves então sorri – Poxa, pela primeira vez eu me livro de um favor.
- Chaves! – Kiko sai de casa, preocupado – Chaves... O que está fazendo?
- Nada. Não, espera, na verdade, eu estou esquecendo de uma coisa.
- Do quê?
- Como eu vou lembrar se eu esqueci?
Kiko olha para a câmera – Por isso eu digo que não dá pra se lembrar.
- Ah, lembrei!
- Que foi?
- Tenho que lavar o meu pinto! – Chaves então sai correndo para o outro pátio.
Kiko faz cara de nojo e até cobre a boca com a mão, como se fosse vomitar. Kiko então bate no 72, querendo se redimir com a Chiquinha.
Ao abrir a porta, Dona Clotilde o abraça – Meu amor, que saudades eu senti!
Kiko fica apavorado – Aaaaaai! Mamããããe!
Dona Clotilde grita também com o susto! – Aai, bochechão!
Seu Madruga retorna com o grito, curioso – O que foi? Que grito foi esse, Kiko?
Dona Florinda sai de sua casa, sem falar nada e dá um tabefe no Seu Madruga, ainda questionando – Você não se cansa não? Não aprende nunca?
- Quê? Mas eu não...
- Cale essa boca! Vamos tesouro, não se misture com essa gentalha!
- Gentalha, gentalha! – Kiko empurra o homem e se dirige de volta para sua casa.
Seu Madruga tira o chapéu e começa a pisoteá-lo, bravo.
- Ah, e da próxima vez... vai machucar a sua avó! – Dona Florinda aparece.
- A minha avó já morreu, se a senhora quer saber! – Seu Madruga responde, mas é ignorado.
- Como disse, Seu Madruga? Sua avó já morreu?
- Pois é, ela já estava bem envelhecida e... Er, sem referência as presentes...
Dona Clotilde faz uma careta – Bom, eu sinto muito pela Dona Neves. Saiba que estou ao seu lado como vizinha, amiga, mulheeeer... – Usa a última palavra com bastante entusiasmo.
Seu Madruga engole a seco, sem graça – Muito obrigado, mas já faz quase um ano isso, não será preciso...
- Eu entendo a sua dor, seu Madruga. Ai, seu corpo é excitante! – A mulher fica até vesga conforme agarra Seu Madruga – Estarei sempre ao seu lado e, se quiser, na sua frente para você suprir sua carência!
Seu Madruga fica suando frio – Não, não, eu estou bem, é sério, eu estou mais preocupado com a...
- Uééééé, uééééé, uééééé, uéééé, uéééééé.
Os dois olham para o barril do Chaves.
- Minha nossa, eu sabia que o Chaves é idiota mas nem tanto.
- Pois é e... – Seu Madruga faz careta – Que que foi, que que foi, que que há? É o choro da minha filha, a Chiquinha. Ele não seria idiota de...
- Uééééé, uééééé, uééééé, uéééé, uéééééé.
- Ou seria? – Seu Madruga olha para a câmera.
Chiquinha então aparece e sai do barril, chorando e passando pelo pai, o ignorando.
- Filha? Por que está chorando? Por que estava no barril? E por que diabos está de lingerie? Ei, volta aqui!
A menina fecha a porta de casa na cara do pai e ele bate a boca, cobrindo-a.
- Nossa, o que será que houve?! Será que a estupraram? – Dona Clotilde fica em choque.
Seu Madruga se apavora – Ai minha nossa, filhinha! – E entra rapidamente em casa.
Dona Clotilde coloca a mão no rosto e começa a chorar – Que barbaridade, que horror.
- Bom dia, dona Clotilde! – Seu Barriga aparece – O que aconteceu?
- Ai, eu não posso contar. É muito pessoal e a minha boca é um túmulo...
O homem gordo dá uma risada – Por isso que cheira tão mal...
- Quê?!
- Digo, mas o que fizeram com a senhorita?
- Comigo nada, mas não lhe contarei porque não sou fofoqueira.
- Ah, tudo bem.
- Não direi que estupraram a filha do Seu Madruga, a Chiquinha.
Seu Barriga abre a boca, em choque – Como é que é?
- Sim, a coitadinha está arrasada! Acho que você deve perdoar os meses de aluguel...
- Sabe, eu acho que isso é tudo uma tremenda mentira. Esse sujeito vive inventando desculpas para não pagar o aluguel. Só estou surpreso porque ele a comprou também, pelo jeito.
- Como disse, seu pançudo?
- Olha o respeito, bruxa!
E os dois começam a discutir. O professor Girafales chega e estranha.
- Silêncio, por favor. Silêncio. Silêncioooooo!
- Passaram a linguiça na menina e ela tá chorando! – Dona Clotilde deixa escapar.
- Tá, tá, tá, tá, tá! – O professor se irrita.
- O que foi?! Por que está irritado, homem?
- Era só o que me faltava. Já não basta as crianças me chamando de linguiça, agora a senhorita também?!
- Mas não estamos falando do senhor, professor. Estamos falando de outra linguiça! – Explica o Seu Barriga.
- Ah sim. O quê?!
- Mas que gritaria é essa nessa maloca aqui e...?! – Dona Florinda sai de casa irritada e vê o professor.
(Aquela música clássica acontece)
- Professor Girafales!
- Dona linguiça!
- Hã?
- Digo, Dona Florinda!
- Que milagre o senhor por aqui!
- Vim lhe trazer esse humilde presente!
- Ai, são lindas e... O que é isso? Um cartão?
- Um cartão. São alguns pensamentos que escrevi pensando na senhora...
- Aaaaah obrigada, não quer entrar e tomar uma xícara de café?
- Não seria muito incômodo?
- Claro que não, entre!
- Depois da senhora!
E os dois entram no 14.
Dona Clotilde suspira – Um dia serei assim com o Seu Madruga.
Seu Barriga concorda com um sorriso – Eu também.
- Como?! – Ela se espanta.
- Sim, um dia ele vai me receber com tanto entusiasmo e me pagar tudo o que me deve...
- Ah sim! – Dona Clotilde respira aliviada – Bom, estou com o dinheiro do aluguel em minha casa. Vamos lá?
- Vamos sim, por favor. Depois eu venho ver como está o Seu Madruga e a Chiquinha.
Dentro da casa do Seu Madruga:
- Mas minha filha, tente me entender, eu não queria que você sofresse!
- Minha bisavózinha morreu, gostava tanto dela... – Voz de choro.
- Eu sinto muito de verdade. Não deveria ter escondido isso por um ano. Talvez por uns 12 meses...
- Mas isso dá um ano papai...
- Ah, é... eu falei em sentido figurado.
- E do que ela morreu?
- Ela foi queimada em uma praça pública, alegando ser Joana D’Arc.
- Quê?! Uééééé, uééééé, uééééé, uéééé, uéééééé!
- Calma minha filhinha, calma! – O homem então nota um bolo sobre a mesa – De quem é esse bolo?
Chiquinha, ainda choramingando, responde - Eu não sei...
- Ah, só pode ser da bruxa do 71...
- Essa sim poderia ser queimada em praça pública...
- Não é pra tanto, filhinha. Ela só é um pouco chata. – Dá um sorrisinho – Ok, um pouco? Ela é bem chata. Eu disse bem chata? Completamente chata!
- Tenha calma papai!
- E ela ainda me fez pensar que tinha te estuprado e... – Seu Madruga estranha – Me diz uma coisa filhinha, o que você fazia de lingerie no barril do Chaves?
- Ah... – A menina fica sem graça passando as mãos pela cabeça – Ahá, ohô, haha... Não briga comigo, papai?
- Você está dando para o Chaves?!
- Não! Eu só me escondi lá porque...
- Eu não admito você transando, minha filha! Você ainda é uma mocinha! – Seu Madruga esbraveja – Eu quero saber com quem você transou se não foi com o tonto do Chaves.
- Chiquinha! – Kiko a chama.
Seu Madruga olha para um ponto fixo – Não acredito que foi com esse animal...
Do lado de fora – Chiquinha, você está em casa?
- Ela já vai te atender, Kikinho... – Seu Madruga avisa.
Kiko fica todo contente, balançando o corpo.
- Com licença menino, sabe me dizer se o Seu Madruga está em casa? – Era Glória, a nova vizinha que nem é mais tão nova assim.
- Está sim!
- Ah, que ótimo. Vim lhe convidá-lo pessoalmente para minha festa de aniversário... – E Glória bate na porta.
Seu Madruga a abre e atira o bolo na cara da mulher – Toma essa, bochecha de buldogue velho!
- Aah! – Glória fica surpresa e indignada – Mas o que significa isso?!
- Glória? Mas... que milagre a senhora por aqui!
- Vim lhe trazer esse humilde presente! – E Glória dá um tapa na cara de Seu Madruga - Eu não queria acreditar, mas... realmente, você é uma gentalha!
- Mas Glória, eu...
- Gentalha, gentalha! – Avança Kiko – Dá licença que quero conversar com a Chiquinha...
- Ei!
A porta se fecha, batendo na cara do seu Madruga mais uma vez.
Dona Clotilde sai de sua casa junto com o Seu Barriga e vê a cara de Glória toda suja – Ah, o que significa isso?! É o meu bolo?!
- É, era... – Seu Madruga apresenta um sorriso amarelo.
- Que absurdo, esse bolo era para o Seu Madruga. Isso é jeito de comer? Nem o gordo do Seu Barriga come desse jeito! – Dona Clotilde reclama.
- Quê?! – Seu Barriga reage com o deboche.
Seu Madruga começa a dar risada.
Seu Barriga o encara e o homem fica sem graça.
Todo o mundo começa a falar ao mesmo tempo.
- Olha aqui, eu fui recebida com um bolo na cara a troco de nada! – Glória se defende.
- E quem quer saber? Nessa vizinhança não é permitido escândalos e muito menos provocá-los! – Dona Clotilde reage.
- Espera só um pouquinho, eu achei que fosse o idiota do Kiko! – Seu Madruga responde.
- Ou talvez achou que fosse eu para não pagar o aluguel! – Seu Barriga fica bravo.
O professor Girafales e a Dona Florinda decidem dar uma volta e notam a discussão.
- Outra vez? Silêncio. Silêncio. Silêncio!
- O idiota do Kiko enfiou a bola quadrada na minha filha! – Seu Madruga deixa escapar.
- Como?! – Dona Florinda se espanta – Do que está falando?! – Ela já avança.
- Ai meu Deus, mais tapa não! Me protege seu Barriga, proteja todos nós com a sua barriga!
- Ai, pode deixar que eu lhe protejo Seu Madruga! – Dona Clotilde o agarra.
- Que isso, já passou, já passou. Na verdade, prefiro que outra pessoa seja o meu anjo da guarda... – Pisca diversas vezes para Glória que fica sem jeito
Dona Clotilde cruza os braços, emburrada.
- Olha, um momento. Que história é essa do Kiko ter feito algo na Chiquinha? – O professor Girafales questiona.
- Ele estuprou a filha dele! – Seu Barriga comenta!
- Você sabe que isso é uma acusação muito grave. Eu sugiro uma espécie de corpo de jurados...
- De novo isso? – Chaves aparece.
O professor fica sem graça.
- Chaves, onde está o Kiko? – A Dona Florinda pergunta.
- E eu lá vou saber?
- Ora, está na minha casa! – Seu Madruga diz.
- O que ele faz na sua casa?!
Kiko sai da casa do homem e vai para sua parede. Logo, começa a chorar.
- Tesouro! O que houve? – Dona Florinda se preocupa.
- A Chiquinha não quer mais me dar, mamãe!
- Tinha que ser! – A valentona do 14 então se aproxima do Seu Madruga e bate nele – Você vai aprender a não... – Ela olha para o filho de novo – Espera, você... você estava se relacionando com a Chiquinha?
- Sim, mamãe. Não briga comigo...
Dona Florinda então se emociona – Meu filhinho, meu bebê perdeu a virgindade! Que alegria! – E ela corre para abraçar o filho.
- Bem, está tudo muito lindo mas eu quero saber quem vai tirar o trauma da minha filha por ter sido estuprada!
- Seu Madruga, eu posso lhe ajudar. Eu sou pedagogo! – O professor se destaca.
- E o que tem a ver a religião agora?
O professor olha para a câmera.
- Mas espera, o Kiko não estrupou a Chiquinha! – Chaves o defende.
- Kiko não a estuprou! – O professor o corrige.
- Ah, fica quieto que você não sabe de nada.
- Tá, tá, tá, tá, tá! – O homem se irrita – Eu estou ensinando a maneira certa de falar, criatura!
- Mas eu sei falar criatura: C-R-I-A...
- Ai, nããããão... – Todos da vila reagem com desânimo pela burrice do Chaves.
- Olha, eu só quero saber de uma coisa. É verdade isso que estão falando, tesouro?
- Que eu transo com a Chiquinha?
- Sim...
- Com a filha do Seu Madruga?
- Sim...
- Com aquela menina pintadinha, de óculos que...
- Ai, cale-se, cale-se, cale-se, que você me deixa loooooooouca! – Dona Florinda se esbraveja – Você transa ou não com essa menina?
- Bem, eu... – Kiko abaixa a cabeça.
- Não transa mais! – Chiquinha aparece na janela com um cigarro na boca.
- Chiquinha!? Desde quando você fuma? – Seu Madruga se espanta.
- Desde sempre, papai.
- E esses cigarros são meus?! Quantos cigarros já fumou?
- Contando com esse?
- Sim!
- Ah.... Um.
Seu Madruga sorri, aliviado – Ah, que ótimo. Menos mal.
- Quer dizer então que tem dinheiro para comprar cigarros, mas não para me pagar o aluguel?! - Seu Barriga se irrita.
- Olha, não muda de assunto que o foco não é esse agora... – Seu Madruga pede.
Seu Barriga faz uma careta – Olha, eu vou cobrar os outros aluguéis porque isso já deu o que tinha que dar. E não falo da sua filha... – O homem tira sarro e vai para o outro pátio.
Seu Madruga franze o cenho com a piadinha e então questiona a filha – Muito bem, por que nunca me contou que o Kiko te come?
- Porque ele nunca me comeu.
- Como assim? Vocês dois não ficavam pelados? – Questiona a Dona Clotilde.
- Sim, mas ele não conseguia.
- Ele é mais burro do que pensei... – O professor Girafales desabafa.
- Como? Meu filho não é burro. Ele lê muito!
- Você lê jornais, revistas, artigos na internet? – Glória participa.
- Não, eu leio as revistas do Chapolin Colorado! Quer comprar alguma? – Kiko se denuncia e tira algumas revistinhas dos bolsos.
Dona Florinda fica sem graça.
Chaves não aguenta - A questão é que o Kiko tem pinto pequeno, hahahaha! A Chiquinha me contou! Grande de bochecha e pequeno de pinto! Hahahaha!
Kiko, irritado, se aproxima de Chaves e dá um soco nele.
- Agora sim eu vou quebrar isso que você chama de cara!
- Não Chavinho, eu estava brincando, para! – Os dois vão para o outro pátio correndo.
- Bem, parece que tudo foi esclarecido. O Kiko não vai mais se misturar com essa gentalha.
- E nem a Chiquinha vai se misturar com mocorongos almofadinhas de pinto murcho!
- Como é que é?! – Dona Florinda se esbraveja.
- Calma, dona Florinda. O que acha de darmos aquele nosso passeio agora que tudo está esclarecido? – O professor pergunta.
- Boa ideia, professor. Vamos... – E os dois saem da vila.
- Oi Glória, como você está adorável hoje... – Seu Madruga elogia a moça, apesar dela estar com o rosto sujo de bolo – Não quer se limpar? Eu te empresto uma toalha...
- Acho uma boa ideia, Madruguinha... – Glória então entra na casa do Seu Madruga.
- Ai, Madruguinha... – Dona Clotilde fica toda enciumada e volta pra casa. Chiquinha fica rindo da cara dela.
Seu Barriga retorna dos bastidores e começa a falar com o telespectador – Bem, e parece que tudo voltou ao normal. Dona Florinda com o professor lingui... Digo, Girafales, Dona Clotilde sentindo amor platônico, Seu Madruga depois de alguns tapas, se entendendo com a Glória, Chiquinha virando puta mas não dando mais para o Kiko, Pópis e Godinez juntos porque o pinto dele é lavado, meu filho Nhonho que não apareceu hoje porque eu não estava afim de interpretar dois personagens, Chaves e Kiko brigando e fazendo as pazes... E brigando de novo.
Chaves com uma vassoura nas mãos corre atrás de Kiko, que se abaixa e acerta o Seu Barriga na cabeça, que dá um sorriso – Tudo na mesma... – E o homem desmaia no pátio.
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