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História Checking - Capítulo 9


Escrita por: HyeBye

Capítulo 10 - Capítulo 9


Fanfic / Fanfiction Checking - Capítulo 9

"Ciúme não é um bom sentimento. Se pudesse compará-lo a alguma coisa, com certeza seria ácido."

— Eu sabia que era uma mulher muito engraçada! — Jungkook falou e cuspiu um pouco em mim. Enxuguei sutilmente, sem deixar que ele percebesse.

— Sou mesmo! — concordei.

Se eu discordasse dele, achava que a conversa se estenderia ainda mais. Desnecessariamente, inclusive.

— Eu gosto de mulheres engraçadas... As sérias são muito chatas, não acha?

— Claro, claro que acho!

Taehyung desgraçado! Fazia quase uma hora que ele desaparecera e nem ao menos se dignara a voltar, e ver como eu estava lidando com o seu amigo bêbado. Eu não era amiga do Jungkook, ele e Jin que eram! E quem ficara de babá, foi justamente eu! Se soubesse que a noite seguiria para este desfecho magnífico, desconfiava que nunca teria aceitado o convite.

Fazer minhas coisas e treinar mais um pouco pareciam uma opção muito melhor na minha cabeça e não entendia porque não a tinha escolhido antes. Talvez por saber que Taehyung não estaria na quadra... Uma voz sussurrou maldosa nos meus pensamentos e eu a ignorei. Não precisava de mais esta surra mental de sinceridade.

— Demorei muito, querida? — Ouvi a voz dele atrás de mim e me virei.

Uma morena maravilhosa estava agarrada a ele, como se fosse cair a qualquer momento se não segurasse bem firme na camisa social branca embaixo do terno. Ignorei sua pergunta e voltei a olhar para o Jungkook, que parecia um morto vivo, com o rosto congelado em uma careta eterna.

— Imagina que não... — Murmurei, entre dentes, sentindo a raiva me consumir por notar a sua mão na cintura delgada. Magra demais... Baixa demais... Exagerada demais... Tentava ressaltar o que eu considerava defeitos nela, apenas para imaginar que Taehyung não via tanta graça quanto demonstrava.

Estava sendo mesquinha, sabia, mas não conseguia evitar a comparação. Ele provavelmente só fazia isto para me irritar ainda mais e provar seu ponto sobre causar uma forte reação no meu corpo.

— Espero que não tenha se importado e essa é Yves. — Ele disse, apontando para a morena. Como se eu quisesse saber o nome dela.

Ambos ignoraram a minha cara de poucos amigos e se moveram até a mesa, lentamente, abrindo sorrisos ocasionais um para o outro. Se Taehyung fazia aquilo para me provocar, ele era realmente bom e deveria ter seguido carreira no ramo de atuação ao invés do esporte.

Atores poderiam ganhar muito mais do que jogadores de hóquei. Mesmo que ele tivesse um corpo rígido e robusto, que deixava claro a sua profissão de atleta, poderia muito bem interpretar um super-herói nas telonas, com uma altura considerável e aquela quantidade de músculos chocantes.

— Prazer, Yves. — Falei, sem dar muita atenção para ela, que olhava para o Taehyung como se ele fosse de comer e pelo seu olhar, respondendo ao dela, suspeitava que ele estivesse se arrependendo da ideia no mesmo momento em que eu percebia que ele era um idiota.

Dos maiores por sinal, por se deixar afetar por mulheres que só queriam dormir com homens ricos e aquela, grudada nele, era claramente uma deste tipo.

— Encontrei com Taehyung por pura sorte, enquanto ele conversava com o dono do time. — Falou e eu congelei no lugar.

Jong Hoon estava ali? E o pior, devia estar observando toda a minha confusa enrolação com o astro do seu time, o Boston Red Ice. Se um cenário pior poderia se desenrolar à minha frente, eu não queria nem ver. Como se tivesse sido conjurado pelos meus pensamentos, senti sua mão pousar no meu ombro e seu anel de ouro, que sempre usava no anelar, me lembrou que não importava o quanto eu fugisse, ele sempre me encontraria. Sempre me manteria presa à sua vontade.

— Oi, Jen.

Todas as pessoas podiam me chamar dessa forma, mas na sua voz e na da minha mãe, era simplesmente errado, errado a ponto de me deixar revoltada e querendo matar alguém apenas para me livrar do fardo. Era como ser carregada pelos problemas e me deixar ser levada por eles. Toda a escuridão, todos os erros, todos os dias em que eu chorava desde a hora que acordava até a hora que ia dormir, eram culpa dessas duas pessoas, uma por ter visto em mim uma mina de dinheiro e a outra, Jong Hoon, por ter se aproveitado da ganância da minha mãe para me controlar.

Levantei, para encará-lo e seu perfume me atingiu como uma maré de azar. O cheiro não me levava a lembranças que eu queria guardar. Funcionavam como um gatilho para a minha fragilidade e eu odiava isso. Levara anos para me sentir confiante novamente, levara anos para que eu pudesse ser a mulher que deveria ter sido e ainda assim, bastava ele se aproximar que eu retornava para o ponto onde não queria retornar.

— Jong Hoon.

Olhei para ele, na altivez dos seus Quarenta anos, era alto, uns bons centímetros mais alto que eu, tinha o corpo tonificado, ao contrário do que as pessoas pensavam dos magnatas, e seus olhos eram do mais intenso verde, o que o fazia parecer um gato sorrateiro, uma característica que o ajudava e muito no mundo dos negócios. Sua boca era reta e seus traços suaves, porém ameaçadores quando queriam. Seu cabelo curto e preto, não deixava transparecer a sua idade e por mais que eu o odiasse pelo que fizera a mim, não desejava mal, apenas queria distância e que ele respeitasse a minha decisão.

— Vocês se conhecem? — Taehyung quebrou a tensão do momento e eu me forcei a olhá-lo.

Ele parecia intrigado e nos olhava curioso. Mal sabia a quantidade de segredos que gritavam entre a gente, querendo ser postos para fora. Percebi tarde demais que Jong Hoon também o olhava da mesma forma e não parecia nem um pouco contente com tudo. O que era uma porcaria. Não daria certo, eu sempre soube, que nunca daria certo.

— Sim. Há muito tempo... — Jong Hoon confirmou, com a voz baixa. Uma voz que ele usava quando queria impor um comando a alguém, quando queria demonstrar o quanto podia.

Suas mãos foram até as abotoaduras de ouro do terno de grife e mexeu nelas casualmente, como se estivesse entediado por estar ali. Estava bem vestido, o que acontecia sempre, mas carregava uma aura tão pesada que qualquer pessoa que o olhasse por mais tempo notaria a cor escura à sua volta.

— Como? — Taehyung manteve seus questionamentos e eu estava prestes a pedir que calasse a porcaria da boca.

— Digamos que uma conhecida em comum... — Jong Hoon sorriu e me olhou, abrindo um sorriso amarelo.

Ele e suas ameaças silenciosas. Não precisava conhecê-lo para saber o que aquilo significava.

— Que legal. Boa sorte com ela, porque Jen é simplesmente terrível! — Taehyung emendou e eu não soube o que fazer.

Sorrir. Chorar. Ou apenas desabar sobre meus joelhos e implorar para esquecer.

— Sei que é.

Apenas eu entendia o significado disso e por mais que Taehyung me olhasse com extremo interesse, nem chegaria perto de conhecer a verdade. Ele me julgaria e me acharia o pior tipo de pessoa, e então, tudo estaria mesmo ruim para mim. Não queria o seu ódio, assim como não queria o seu amor, na verdade, dele eu não queria exatamente nada.

— Acho que vou embora. — Murmurei, olhando para Taehyung, esperando que ele entendesse a brecha para chamar a limusine.

Não duvidava nada que estivesse branca, de pânico. Minhas mãos tremiam, minha voz quase não saía e meus músculos se recusavam a se movimentarem, congelados com o pânico. Não devia ter vindo até este baile... Como eu não imaginara que ele estaria ali? Era muito provável e eu devia ter sido esperta ao invés de me deixar deslumbrar por um jogador de hóquei com um humor mil vezes pior que o meu e um corpo que levaria qualquer mulher a se ajoelhar e fazer o que ele quisesse.

— Já? — Jong Hoon me perguntou e eu confirmei com um aceno.

Minha voz tinha sumido completamente. Ela provavelmente só daria as caras no outro dia, ou talvez nem isso. Porque agora o homem imaginava onde eu estava passando um tempo e com certeza daria um jeito de me mandar algum recado. Conseguia me manter distante dele na maioria das vezes, mas, em outras ele simplesmente aparecia e mandava todos os meus esforços pelos ares. Era mais influente. Infinitamente mais rico. E tinha a minha mãe como cúmplice. Nunca me veria livre. Nunca. Não importava o quanto eu implorasse para alguma entidade divina que operasse um milagre na minha vida. O desespero era tanto que eu nem me importava para quem rezava, desde que alguém estivesse disposto a escutar.

— Eu chamo a limusine. — Taehyung entendeu e pegou o celular, discando o número. A mulher ao seu lado estava alheia ao que acontecia e Jungkook ainda tirava uma soneca no meio do baile, como se esta fosse a coisa mais normal do mundo.

— Obrigada... — Agradeci.

— Já que está de saída, vou socializar um pouco. — Jong Hoon falou e me lançou um último olhar. Um que carregava muitas promessas... das quais eu queria fugir desesperadamente.

— Adeus, Jong Hoon.

— Até mais, Jennie. — Ele rebateu e eu percebi que estava mesmo encrencada.

Toda a animação do baile pareceu entrar em segundo plano na minha visão e eu me deixei desabar na cadeira.

— Merda, Jen! Acabei de ver. — Jin se prostrou ao meu lado e eu apoiei minha cabeça na sua barriga., sentindo sua mão passar pelo meu cabelo, em um cafuné lento. Não chorei, não dei qualquer sinal de desespero, apenas me apoiei nele. A única pessoa que parecia estar disposta a de fato me ajudar.

— O que tá acontecendo? — Taehyung perguntou e eu me forcei a olhá-lo.

A mulher que o acompanhava já nem estava mais presente e ele também não parecia nem um pouco contente.

— Nada.

— Vocês vão me deixar louco. Juro que vão! — Levantou-se e saiu apressado, sem explicar o motivo para a sua raiva.

Devia estar entendendo o problema que seria ficar perto de mim e se afastava antes que a situação se tornasse ainda pior. Taehyung era esperto e eu deveria dar esse crédito a ele.

— O que eu perdi? — Jungkook balançou a cabeça e deu um tapa nela, para acordar de vez.

Eu teria rido se não sentisse algo embolado na minha garganta me impedindo de falar e menos ainda gargalhar.

— Tudo... Perdeu tudo, cara. — Jin respondeu e me embalou.

Andamos juntos, eu, ele e Jungkook até a limusine nos esperando na frente do salão para nos levar embora e eu apenas li algumas palavras quando Taehyung mandou uma mensagem para o meu primo, avisando que estava indo embora acompanhado e que não queria ser incomodado. O que ele nem precisava perder tempo em avisar, já que eu não estava nem aí para ele e sua mania irritante de desaparecer quando as coisas ficavam pesadas demais para que ele entendesse.

Era típico de homens como ele, não queriam enfrentar nada, queriam apenas viver transando e indo embora no dia seguinte, como se nada tivesse acontecido. Diziam que ligariam e nunca mais davam sinal. Pouco me importava. Pouco me importava. Taehyung e sua mania estúpida de me dar atenção para logo depois ir embora, e fingir que nada tinha acontecido. Nada tinha acontecido...

E eu precisava perder esta mania de rechaçá-lo, para depois querer estar na sua presença apenas para ouvir o que diria a seguir. Só precisava perder.

Merda... Precisava mesmo impedir que minha mente começasse a se importar com o jogador idiota de hóquei.



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