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História Checking - Capítulo 18


Escrita por: HyeBye

Capítulo 19 - Capítulo 18


Fanfic / Fanfiction Checking - Capítulo 18

 

"Se ela te deu um gelo, tenha um maçarico por perto."

Início de Junho – Roland Garros 
 

Fazia horas que Jen não respondia as minhas mensagens. Mas não me importei com isso, e decidi que, mesmo ela não falando comigo, não deixaria de ir até a final do torneio, junto com o Jin, para ficarmos quites e para que eu tivesse um vislumbre dela em ação. Tinha visto alguns jogos antigos e se ela estava ainda melhor, seria um espetáculo digno de nota.

— Tomara que ela não fique irritada por você estar aqui! Vai acabar sobrando para mim!

— Relaxa! Qualquer coisa eu assumo a culpa! — comentei e meu amigo me olhou irritado.

— Mas a culpa é mesmo sua!

— É, tem razão! Esse é o terceiro dos quatro principais?

— Não. Segundo. E se ela ganhar este vai estar a poucos passos de se consagrar — Jin comentou, o orgulho evidente na sua voz.

Nós nos sentamos em meio a torcida, e ninguém sequer se dignou a nos olhar. O que era bom, maravilhoso, um pouco de paz de vez em quando. Cruzei minhas pernas e fiquei olhando para as pessoas se movimentando, mas quando ela surgiu no meu campo de visão, todo o resto pareceu perder a importância, me senti preso à sua presença e era como se eu pudesse levitar na sua direção. Tentei quebrar o contato visual, mas não consegui... Não poderia perder nada.

— Ela vai ganhar. — Falei, ainda a encarando.

— Claro que vai.

— Por que o Jungkook não veio? — Perguntei.

Era um milagre que ele tivesse ficado para trás e perdido a chance de aproveitar novos ares.

— Está vendo aqueles detalhes do contrato com o agente dele. A temporada regular começa logo, e querem que ele já lidere o time desde o princípio.

Fazia sentido para mim, realmente fazia. Se pagariam um preço tão alto por ele e garantiriam logo dez de cara, no ato, imaginava que estivessem mesmo com pressa.

— Espero que ele fique feliz com isso — falei, sinceramente.

Algumas vezes nem todo o dinheiro do mundo poderia comprar a felicidade e se ele estivesse feliz com a negociação, esperava que se mantivesse assim. Nosso apoio, ao menos, ele teria.

— Acho que está — Jin falou e não pareceu certo do que disse.

Ignorei este detalhe e voltei a manter Jennie em foco, enquanto ela se alongava, cumprimentava algumas pessoas e sorria para outras. Meu estômago se apertou com um cara que chegou até ela, pegou na sua cintura, e depositou um beijo leve na sua bochecha. Minhas mãos se fecharam no meu colo, com raiva, e era tudo muito novo, o que eu estava sentindo.

Nunca nada parecido se apoderara de mim com relação a uma mulher e estava ficando com medo do que seria capaz de fazer por ela. Era assim que tudo começava. Nunca tinha me apaixonado por ninguém, mas se esses não fossem sinais claros, mais nada seria capaz de provar.

— Quem é aquele? — Perguntei para o meu amigo, na esperança que ele soubesse e acalmasse meus nervos.

Jin olhou para mim, e deu um sorriso provocativo, um de quem sabia exatamente o que estava acontecendo. Mexeu no seu boné e ignorou a minha pergunta. Tão sutil quanto um elefante.

— Você tá muito ferrado, de verdade! — Ele falou, voltando a me olhar e gargalhando profundamente.

Não precisava que me dissesse nada disso, já suspeitava que alguma coisa não estava mais tão certa na minha vida.

— Talvez não — Dei de ombros.

— Talvez?

— O que quer que eu diga? Mas que inferno! — esbravejei.

— Eu? Não quero que me diga nada, só vai ter que dizer mais cedo ou mais tarde para mulher que está lá embaixo na quadra. — Ele disse sério, e o pior foi saber que Jin tinha toda a razão.

Toda a maldita razão!

Nos últimos dias eu tinha ficado com várias mulheres em uma tentativa inútil de tirar apenas uma da minha cabeça e não adiantara nada. Ao final, eu sempre pegava meu celular e esperava que ela mandasse uma mensagem, para que eu pudesse responder imediatamente. Era inútil lutar contra o desejo, ainda mais quando eu conseguia me lembrar do cheiro do seu perfume como se Jennie estivesse ao meu lado em todos os instantes. Meus únicos momentos de paz eram quando eu vestia os patins e deslizava, com os olhos fechados. Nos demais, ela povoava todos os meus pensamentos.

— Não vou dizer nada. Não está acontecendo nada.

— Nada? Certo, claro que não. — Seu sarcasmo foi evidente.

— Que merda poderia estar acontecendo? Eu nem fiquei com ela, não a levei para cama, não fiz nada! — Exaltei-me e percebi que eu estava tentando provar um ponto para mim mesmo, e não para o meu melhor amigo.

E a maneira como ele me olhava, deixava claro que também havia percebido este detalhe.

— Nem tudo se resume a uma transa. Acho inclusive que muitas relações nascem de flertes idiotas e sem qualquer esperança sexual. Quando há uma conexão maior do que a carnal, as coisas simplesmente fluem, não tem como lutar contra isso, só tornará pior e mais difícil sair da areia movediça. Quanto mais se mexe, mais afunda. — Jin falou sério e a semelhança das suas palavras com o que estava acontecendo comigo era gritante.

Mas na verdade, a atração sexual entre mim e a sua prima também era um fator esmagador. E eu flertara com ela para levá-la para a cama, não mentiria quanto a isso. Só um cego não notaria.

— Eu flertei para ficar com ela. Não foi sem esperança sexual. — Tentei me defender.

— E as mensagens? Vai transar pelo telefone? Sinto muito, parceiro, mas as suas palavras não estão fazendo muito sentido.

Engoli em seco. De fato, não estavam fazendo muito sentido se eu olhasse pelo ponto de vista dos últimos dias. Mas poderia ser fascínio, por ela ter sido a primeira mulher que me dispensara sem ao menos cogitar experimentar... Se Jennie tivesse experimentado, não iria embora tão depressa, eu garantiria isso.

— Vou fechar as minhas candidaturas para inimigos este ano, já tenho você!

— Não sou seu inimigo, idiota! Pelo contrário, só tô tentando colocar um pouco de juízo na sua cabeça.

— E a sua vida amorosa, como anda? — rebati, jogando a bomba para o lado dele.

Jin tinha a mania de cuidar mais da minha vida e a do Jungkook do que da própria. E quanto a pegar mulheres, era ainda pior do que nós dois, sendo que ao menos era esperto e as mantinha no anonimato.

Eu nunca achei um problema a exposição em festas de gala. Porém, ultimamente, por um motivo que eu não conseguia entender, não queria ser visto com nenhuma outra mulher. Não, se ela não fosse Jennie.

— Ela não está em pauta aqui. — Ele se ajeitou, irritado com a mudança brusca de direção da nossa conversa.

As pessoas começaram a gritar e nós olhamos em volta, vendo todas comemorando o início de jogo e logo depois, não tiramos os olhos da quadra, onde Jen e a outra tenista davam seu sangue por um dos torneios mais importantes do mundo do tênis.

Era hipnotizante vê-la jogar. Suas coxas, seus braços, trabalhando em conjunto, enquanto ela praticamente massacrava a adversária. Tinha algo realmente sensual em assisti-la se empenhar tanto, o que me fazia criar imagens de que como seria sua performance, enquanto uma música ambiente tocava e nos livrávamos de todas as nossas roupas, com o som da nossa respiração pesada aumentando ainda mais o tesão.

O cheiro de sexo permearia o ambiente e então, eu cumpriria a promessa que tinha feito na piscina, enquanto ela suspirava em torno de mim, antecipando tudo o que eu a faria sentir. A cena se dissipou na minha mente e voltei a prestar atenção no jogo. Notando que a disputa estava acirrada e percebendo como ela estava nervosa, apenas com a possibilidade de chegar tão perto, para perder sem ter ao menos mostrado todo o seu potencial.

Eu sabia como era sentir isto em um jogo. Era desesperador e se ela deixasse que este sentimento a dominasse, aí então, a partida estaria perdida e ela acabaria arremessando a sua chance para longe. Mas Jennie era esperta, tanto que nem mesmo caíra nas minhas conversas, quem dirá se deixaria levar pela emoção em vez da razão, que era na qual precisava focar.

— Vai Jen, porra! — Jin falou baixo, um eco do que eu pensava.

Sua força e persistência eram admiráveis, e a outra jogadora não estava conseguindo se manter no mesmo pique. Estava tão rápido, que eu mal conseguia acompanhar a trajetória da bola, vendo apenas as duas tenistas se movendo de um lado para o outro com uma facilidade impressionante. Agora, todas as pessoas estavam em silêncio, um sinal de respeito, o jogo seguindo para o final, com a tensão aumentando em uma quantidade que tirava o ar até mesmo de quem estava apenas assistindo.

Uma fazia ponto, logo em seguida a outra também marcava e foi com garra que ao final, Jennie ganhou, sem que eu tivesse qualquer dúvida de que ela merecia aquilo e muito mais.

Se ajoelhou e as mãos foram aos olhos, enquanto seu corpo tremia de felicidade.

— O que tá esperando aí, Tae? Vamos descer lá, caralho! A filha da puta, ganhou! Puta que pariu, ela ganhou! — Jin falou alto, enquanto pedia licença e desculpa para as pessoas nas quais tropeçava, descendo animado até a separação da arquibancada da quadra.

Jennie ainda estava ajoelhada, e eu não conseguia parar de sorrir. Eu ganhara a Copa Stanley e agora ela se encaminhava para realizar um feito raro. Se existia maior felicidade, eu desconhecia.

— Está bem? — Perguntei, notando que já tinham se passado minutos e ela não se levantava.

— Tenho certeza que sim, só deve se sentir descrente. Falta pouco e ela sabe disso.

Como se ouvisse a nossa voz, Jennie levantou a cabeça e nos olhou, seu rosto se iluminando como se vários raios de sol tivessem atingindo-a no mesmo instante, uma alegria absurda se apoderou de mim e eu senti meu peito se expandindo em orgulho, com meus braços formigando de vontade de abraçá-la e parabenizá-la pela conquista. E por que eu não faria isso? Não havia nada me impedindo, percebi de súbito.

Com um impulso, pulei a barreira, Jin me seguiu e esperamos que ela nos alcançasse, correndo eufórica, como se estivesse prestes a derrubar qualquer pessoa que entrasse na sua frente. Assim que se aproximou o bastante, pulou direto nos meus braços, fazendo meu coração bater descompassado sentindo o seu corpo em volta de mim, enquanto as suas pernas se enroscavam na minha cintura.

Sorte que minha bermuda cargo branca estava bem presa com o cinto, senão ela teria vindo abaixo com a pressão que Jen fazia.

— Parabéns! — Sussurrei, sentindo o aroma do seu cabelo me invadir — Você foi espetacular.

Inalei profundamente, sentindo uma paz que passara bem longe de mim nos últimos dias. Minhas mãos se firmaram nas suas costas e tudo parecia estar certo. O lugar certo. Com a pessoa certa. Sensações mais certas ainda. Jen se desprendeu de mim e o frio que se apoderou do meu corpo não tinha nada a ver com a temperatura.

— Obrigada — Ela falou sem jeito e olhou para o primo, abraçando-o com uma empolgação bem menor do que quando o fez comigo.

O que me impeliu a alimentar esperanças infundadas. Meu ego sendo massageado, mesmo que sutilmente pela sua atenção.

— Por que eu não ganho a mesma animação que ele? — Jin perguntou e eu sorri.

Porque ele não tinha o mesmo charme que eu, para mim era claro.

— Sou muito mais charmoso que você. — falei, convencido.

Jennie apenas deu risada da nossa pequena conversa, respirando pausadamente, ainda com a adrenalina correndo nas suas veias por causa do jogo, o mesmo que acontecia comigo logo que eu terminava. O corpo ainda estava funcionando a mil e demoraria um pouco para que voltasse ao normal.

— Nada disso! É que eu conversei mais com o Taehyung do que com você nos últimos dias... — Ela falou, olhando para mim, sem transparecer o que realmente estava pensando.

Seus olhos me deixaram vidrado e se eu tivesse congelado no lugar, não me surpreenderia.

— Verdade. — concordei.

— Sei — Jin ainda parecia contrariado, mas não demorou muito para que um sorriso brotasse no seu rosto — E parabéns prima, está ficando cada vez mais conhecida! Merece demais! — Ele disse, abraçando-a apertado, tirando seus pés do chão.

— Obrigada!

— Quando vai aparecer lá em casa de novo? Minha temporada está para acabar, a do Taehyung já era, nós poderíamos aproveitar bastante.

Se não fosse estranho eu teria dado um beijo no rosto do meu amigo para agradecer a ideia genial que ele tivera. Teria soado muito diferente se a proposta partisse de mim.

— Falta apenas mais dois torneios, depois quem sabe? Taehyung disse que passam o dia de Ação de Graças na sua casa em Miami, estou realmente tentada a aceitar o convite dele e ficar com vocês por lá. — Jennie disse e eu fiquei sem graça.

Ainda mais porque eu nem tinha falado com o Jin ainda, e a forma como ele olhou para mim, me fazendo a pergunta silenciosa, deixou claro que ele gostaria de saber disso.

— Seria bacana demais! Mas nos confirme, daí eu juro que pego leve com a quantidade de garotas nuas. — Mais um olhar de advertência na minha direção.

Não acredito que você chamou minha prima para o nosso antro de sacanagem! Era o que sua mente devia gritar direto para a minha. Isso, se a verdade não fosse muito mais cheia de palavrões.

— Vou atrapalhar, não é? — Ela perguntou, olhando entre mim e ele.

Fiquei quieto. Não tinha causado estrago em convidá-la, ele que tinha ao não fingir que teria que maneirar enquanto a prima estivesse por lá.

— De forma alguma — falei.

— Claro que não. — Jin concordou, aparentando relaxar — Nem queria aprontar muito de qualquer forma. Já estou ficando velho para isso, só não sinto cãibras porque me exercito muito. Mas o Jungkook, bom, você o conhece e vai acabar vendo-o sem roupa em algum ponto da noite.

Eu gargalhei. Porque realmente ela acabaria vendo.

— Você sabia disso e ainda me convidou? Quais eram as suas intenções, afinal? — Ela olhou diretamente nos meus olhos e me fez engolir em seco.

Primeiras.

Segundas.

Terceiras.

E não duvidava que até quartas poderiam estar envolvidas.

Se eu admitisse quais eram as minhas intenções no dia, ela chutaria meu pacote e me deixaria impotente para o resto da vida.

— As mais puras, juro! — Levantei as mãos, tentando soar convincente.

— Puras? — Jin questionou e caiu na gargalhada, deixando a minha afirmação totalmente mentirosa.

— Sinceras também — emendei e só respirei aliviado quando eu vi o sorriso enfeitar o rosto espetacular da mulher à minha frente.

— Preciso ir... — Ela falou, olhando para os repórteres esperando, seu treinador e outro cara também aguardando que ela fosse até eles.

Não teria como monopolizar seu tempo, mesmo que eu sentisse uma vontade absurda de pegá-la no colo e levá-la para longe dali, para comemorar como realmente merecia a vitória nesse torneio.

— Nos vemos mais tarde? — Perguntei, meu coração batendo acelerado esperando a sua resposta.

— Onde vocês estão? — Jennie ignorou a minha pergunta, olhando para mim e Jin.

— Em um hotel aqui perto. — Respondi, me animando rapidamente com a perspectiva de ela aparecer lá a qualquer momento. — Te mando a localização.

Não pensaria em sexo.

Não pensaria em sexo.

Droga, eu estava pensando em sexo.

E isso não era uma coisa na qual eu deveria pensar assim logo de cara. Mas de que adiantaria me enganar, sabendo que nas últimas vezes nem cheguei perto de me saciar, apenas porque ela não saía dos meus pensamentos? A quantidade de vezes que me masturbei lembrando da cena que protagonizamos na piscina, também não ajudava em nada a minha fixação por ela.

— Então, posso passar lá mais tarde. — Ela comentou e correu na direção contrária, me deixando com uma ereção gigantesca apenas por ver duplo sentido nas suas palavras, onde não existia nenhum.

— Disfarça antes que seja preso por atentado ao pudor — Jin disse, gargalhando — E sério, você tá muito fodido! Muito, muito, fodido!

Não me dei ao trabalho de negar desta vez, porque me sentia mesmo direto nas bordas, para fora do meu próprio jogo, enquanto Jen se mantinha neutra, sem qualquer sinal de afetação.

Respirei fundo e segui meu amigo, para fora da quadra, direto para o hotel, antes que eu desistisse de ir embora e ficasse esperando até que ela terminasse tudo, como um idiota apaixonado. 
 

O que eu claramente não era..

 



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