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História Checking - Capítulo 4


Escrita por: HyeBye

Capítulo 5 - Capítulo 4


Fanfic / Fanfiction Checking - Capítulo 4

"Ser engraçada chama atenção, algumas não muito boas.." 


— Vou almoçar, Jin. — falei, enquanto ele ria de alguma coisa, do Taehyung, em seu celular. Nem queria saber o que era, com certeza tinha a ver com alguma piada interna deles. 

Os três juntos eram praticamente insuportáveis e qualquer pessoa na face da Terra sabia disso. Criaram uma espécie de clube dos três, onde apenas eles tinham acesso as melhores partes da personalidade um do outro, e se eu não soubesse que gostavam de mulheres, arriscaria que na verdade eram um apaixonado pelo outro. 

Não querendo ofender quem gostava de pessoas do mesmo sexo, mas no caso deles, a relação fraternal ficou mesmo forte e nem mesmo com a família, Jin se importava tanto quanto se importava com os amigos. O que era legal. Pra caramba. E me deixava com um pouco de inveja por não ter nada remotamente parecido. 

— Vai lá, Jen, já estamos indo também — Ele respondeu e levantou a cabeça para me olhar. 

Suas feições eram relaxadas, seus olhos azuis da cor do céu, idênticos aos meus, estavam calmos, seus lábios era um charme, e os seus traços bem definidos lembravam o de todos os Kim, mas tinha algo mais em Jin, algo mais que eu não conseguia decifrar. 

— O que estão vendo? — A curiosidade estava me matando. 

— Nada, é só uma garota que mandou uma foto pro Taehyung, mas a assessoria dele respondeu a mensagem. 

— Que tipo de foto? — questionei e os dois agora me encaravam, aparentando que cairiam na gargalhada a qualquer momento — Esquece! Eu nem preciso saber disso! — comentei, dando de ombros, casualmente, torcendo para que o homem que me encarava com um sorriso presunçoso, esquecesse esse meu lapso momentâneo de interesse na sua pessoa. 

— Uma foto bem quente! Já que queria saber! — Taehyung respondeu e eu me dei socos mentalmente por ter demonstrado qualquer coisa. 

Era uma mulher adulta, com vinte e sete anos, que tinha um futuro promissor no mundo do esporte e que não podia deixar que um homem como aquele, uma verdadeira muralha ambulante, me levasse para um caminho tortuoso, onde eu não poderia controlar quando pararíamos. 

— Vocês recebem isso? — Perguntei, englobando os dois. 

Ambos me olharam como se eu tivesse acabado de dizer algo absurdo e como se perguntassem: E você, não? Eu até devia receber, mas não olhava essas coisas. Tinha avisado a assessoria que apenas queria entrar em contato com causas importantes, como pedidos de doações, e... bom, acho que apenas frisara isso, mas eles sabiam muito bem o que era importante ou não, e nem em sonho perderiam tempo dizendo que um cara tinha me mandado fotos sem roupa. Eu ficaria no mínimo irritada, mas homens, totalmente diferentes, jamais perderiam a oportunidade, é claro. 

— Devia se relacionar com as pessoas, Jen. — Taehyung comentou, dessa vez, sem reparar em mim, voltando a olhar a tela do seu celular. 

— E você deveria parar de se impressionar com mulheres que podem destruir a sua carreira — rebati. 

Quem era ele para dizer o que achava que eu deveria fazer? Não tinha moral nenhuma. Se bem que, a minha também não era limpa para acusá-lo. Apenas em me lembrar o dono do time em que Taehyung joga, já sentia algo em mim protestar com a noção de qualquer remota possibilidade de ficar com ele, deixando que descobrisse todos os podres que passaram pela minha vida há muitos anos. E sinceramente, eu não queria que ninguém ficasse sabendo, preferia me manter solteira. 

— Tem razão. — Para meu espanto, Taehyung concordou e guardou o celular no bolso da sua calça de moletom. 

Que eu odiava admitir, o deixava com um corpo de causar inveja em qualquer ser humano. O pano se moldava aos músculos poderosos e a vontade que despertava em mim não era nem um pouco inocente. 

— Uau! Conseguiu fazê-lo abandonar a foto de uma mulher gostosa? Depois dessa merece até uma salva de palmas, prima. 

Joguei minha toalha no Jin, irritada com a importância que ele dava para isso. Os dois na verdade. Eram irritantes! 

— Jen não está com a raquete, não é? — Jungkook abriu a porta, instantes antes que eu me virasse e desse de cara com ele. 

Era mesmo meu dia de sorte! Tinha passado incólume por vários dias, sem ver praticamente nenhum deles, mas é claro que em algum momento teria que aguentar a provação que seria os três juntos. 

— Nem vou responder, nenhum de vocês! — Falei apressada, passando pelo Jungkook e abrindo a porta bruscamente. Fechei-a a tempo de ouvir uma frase. Uma frase que me fez abrir um sorriso estúpido e indesejado. 

— Se te deixa melhor, queria receber uma foto sua ao invés de outra! 

Como eu duvidava desde quando coloquei os olhos nele na festa: Taehyung seria o mais perigoso para o meu bom senso. 

— Não vai pegar mais nada, Jennie? — Dara perguntou. 

Era a cozinheira do Jin há muito tempo e sempre que eu me lembrava de vir para a sua casa, ela estava ali. Era uma mulher de idade intermediária eu achava, baixa e com uma felicidade digna de deixar todo mundo sorrindo, quando ela estava no ambiente. Todos a amavam, até porque, não tinha como não amar. 

Olhei para o meu prato, com as minhas frutas e meu cereal de aveia, pensando que estava bom até demais para quem teria que treinar por várias horas durante o dia. 

— Ela precisa manter esse corpo sensual, Dara! — Taehyung comentou, entrando na área da cozinha. 

Minha careta para a sua presença foi inevitável. E a senhora percebeu. Com os olhos de águia, claro que ela perceberia. 

— Quem tem corpo sensual? — Dessa vez foi Jungkook. 

E novamente uma careta. Incontrolável. 

— Minha prima, certeza! — Jin entrou no meu campo de visão e eu abri um sorriso fraco. 

Tínhamos conversado sobre seus amigos logo que cheguei e ele me dissera que eram inofensivos, porém, chatos pra cacete e seria apenas ignorar a maioria dos instantes que ficassem ali que tudo daria certo. Notando como tudo poderia se desenrolar, não sabia se ele estava tão certo assim. 

— Jennie é mesmo uma mulher digna de atenção! — Dara comentou e os três sorriram, caçando algo para comer no enorme cesto de frutas em cima da mesa, ou abrindo a geladeira, como se estivessem nos seus habitats naturais. 

Taehyung, um crocodilo. Jin, uma pantera. E Jungkook, um leão. Sua altura, um pouco menor que a dos outros dois, mas seus músculos muito maiores e evidentes o colocavam no patamar de rei da selva sem dúvida alguma. Seu olhar era atento como um, verde e indescritível e o seu maxilar quadrado, com as bochechas seguindo a linha, supermásculo. Entretanto, eu acreditava que era ainda mais insuportável que os amigos. O que claramente já me fazia perder a atração por seu porte extremamente atlético. Queria passar longe de homens confiantes demais. Jungkook e Taehyung sendo os principais nesta minha determinação. 

Era como uma regra interna que eu devia seguir logo que cheguei: jamais, nunca, deixe que eles percebam o quanto os acha atraentes. E eu segui muito bem, pelo menos confiava nisso. 

— Sem dúvida, é! — Jin falou. 

— Já percebi também, mas sinceramente acho que Jennie ficaria sensual de qualquer forma. Não que eu não goste de mulheres no plural, sem levar muito em conta padrões de beleza, não me importo com isso, se forem bacanas e interessantes, já fico mais do que feliz em proporcionar um tempo prazeroso — Taehyung emendou. 

E Jungkook, este apenas me olhou, sorrindo, se lembrando do meu golpe pesado contra ele, quando tentou me convencer a ter uma noite quente de sexo. Suspeitava que até hoje o seu ego ainda estava ferido com a minha recusa tão agressiva. 

— Desculpe por aquilo, Jungkook, sei que não foi legal, mas você também não foi respeitoso de qualquer forma. — Precisava deixar claro que não nutria ressentimentos. 

No dia seguinte ao acontecido, eu já nem me lembrava mais. 

— Relaxa, sei que não sou irresistível! Mas ajudaria se você me dissesse que gosta do mesmo que eu, daí então teria uma desculpa para me sentir melhor — Ele sorriu e pegou uma banana, tranquilamente. 

Ver todos eles ali, em uma cozinha, conversando como se não houvesse nada mais importante no mundo do que a amizade, até me fazia esquecer das provas irrefutáveis de que não se importavam com mais ninguém além de si mesmos. 

— Desculpe, mas não sou lésbica. Em alguns momentos até queria ser, porque vocês homens são um saco. — falei, desanimada. 

A gargalhada dos três ecoou nas paredes e eu acabei abrindo um sorriso sincero, achando graça da minha própria atuação fajuta. 

— É engraçada e eu adoro mulheres engraçadas — disse Taehyung, encostado no balcão, com uma atenção em mim que me causava sensações indefinidas. 

Nem mesmo o que eu sentia no jogo era parecido. Eu conseguia definir tudo o que se apoderava de mim enquanto segurava uma raquete e rebatia uma bola, mas naquele momento, aquilo que passou entre a gente, invisível, mas poderoso, parecia simplesmente indescritível. 

— Pena que elas não gostem de você! 

Soei sincera, ou esperava ter parecido sincera. 

— Devia ter ficado quieto, Tae. Já te disse que a Jen não é o tipo de mulher na qual a gente fica. — Jungkook me defendeu e eu revirei os olhos. 

— Não preciso que me defenda! — Sibilei. 

— É, ela não precisa. — Dessa vez foi Jin quem disse, sentando-se na cadeira ao meu lado e parecendo se divertir com a situação. 

— Foi apenas um comentário infeliz, como todos os que faço, quando estou perto de você. Tem algo, Jen, que mexe comigo! — Jungkook falou teatralmente, colocando a mão no coração e eu tentei ao máximo não jogar alguma fruta do meu prato direto na cabeça dele. 

Eles me transformavam em uma garota, que se irritava com qualquer coisa. O que era absurdo, mas muito real. 

— Como todos o que faz perto de qualquer mulher. — Taehyung respondeu e eu agradeci mentalmente por não precisar abrir a minha boca. 

Eram arrogantes o suficiente para ouvir apenas a voz deles e ficarem bem com isso. 

— Acha isso, Jen? Que eu sou estúpido perto de todas as mulheres? — Jungkook perguntou, olhando na minha direção e eu duvidei da minha afirmação anterior. 

— Não sei, nunca vi você conversando com outras mulheres, e definitivamente não me importo com isso. 

— Uou! Temos uma esquentadinha aqui! 

— Jungkook, a deixe em paz, cara! — Jin falou e eu murmurei um agradecimento para ele. 

Se não fosse salva pela sua condescendência, teria que ouvir mais coisas desnecessárias. 

— Vou sair, deixar vocês com o alto teor de testosterona que exalam. — Peguei meu prato e levantei, indo em direção a sala. 

Senti passos atrás de mim, mas não me virei para ver quem era. Pelo perfume que me acompanhava, um cheiro diferente e que exalava masculinidade, imaginava perfeitamente quem era e meu palpite não poderia estar mais certo. 

— Por que fica tão na defensiva? 

Sentei no sofá e deixei meu prato ao lado, enquanto cruzava as minhas pernas e ignorava ao máximo olhar para o homem que sentara na poltrona, bem próxima de mim. Por que só ele viera atrás, algo que eu nunca entenderia? Achava que quando alguém se levantava e saía de um lugar com várias pessoas era um sinal de que ela queria ficar sozinha, e era justamente isso que eu ansiava. 

— Eu sou assim. — Respondi Taehyung. 

Não adiantava não responder um homem como ele. Eles simplesmente aumentavam seus esforços e a habilidade de fazer qualquer mulher cair na sua conversa era empregada com força total e eu absolutamente, não queria ter essa habilidade de conquista sobre mim. Não no momento. Não em um futuro próximo, ou mesmo distante. 

— Percebi. O que vai fazer mais tarde? 

— Nada que te interesse. 

Esperava que com esta minha resposta ácida ele desistisse de vez, mas foi exatamente o contrário que aconteceu. 

— Não estaria perguntando se não estivesse interessado, não acha? — Cometi o erro de olhar pra ele e... 

Minha nossa! Quando ele adquirira aquela feição de não pode passar a sua noite se não for na minha cama? Na cozinha, eu arriscara alguns olhares na sua direção e ele não estava com aquela cara, não, eu teria percebido se estivesse! 

— Mas eu posso me recusar a responder. 

— Claro que pode. — Ele confirmou e se recostou na poltrona, com a calça de moletom se agarrando aos lugares certos e evidenciando o que eu tinha visto na noite da festa. 

Com certeza as mulheres não se interessavam apenas pelo dinheiro ou sua fama, mas sim, pelo conjunto da obra. Como um todo. Potente. Inesquecível. Essas não eram palavras que eu queria associar a ele, mas não havia como negar a verdade. 

— Então, me recuso. 

— Parece uma menina birrenta falando assim... 

Odiava admitir que ele tinha razão. 

— E para que queria saber? — Questionei. 

Olhei para ele, que ainda permanecia relaxado e me encarava com um semblante totalmente diferente, determinado, mas atraente da mesma forma. 

— O que acha de patinarmos mais tarde? Sabe patinar? 

Não esperava por isso e o choque no meu rosto foi inevitável, tanto que ele percebeu e sorriu, sabendo que tinha causado o impacto que queria. — Não. 

— Ótimo, te pego às sete, está bom pra você? 

Como eu não saber patinar poderia ser ótimo? 

— Mas eu nem quero ir! — Ressaltei, esquecendo totalmente o prato ao meu lado, batendo a mão furiosa nele e derrubando com um baque surdo no tapete marrom felpudo. 

Por sorte, com o amortecimento, a louça não quebrara, mas a sujeira que se espalhou me deixou ainda mais irritada. 

— Certeza? 

— Tenho! Leve outra mulher que vá aproveitar muito mais do que eu a sua companhia. — Dei a ideia. 

— Eu não levo mulheres pra patinar, isso é algo meu, algo que mantenho apenas pra mim, porque é o que traz sentido para a minha vida. — Disse sério e eu funguei alto, quase um engasgo ao notar a seriedade da sua fala. 

— E qual seu interesse nisso? — Questionei. 

Algo não fazia sentido no seu pedido e não me deixava confortável em aceitar nada que envolvesse muito tempo entre mim e Taehyung, sozinhos, com uma coisa tão romântica que era patinar, com a neve caindo. Conseguia até ver a cena de filme desenrolar na minha cabeça, o que também era um péssimo sinal. Horrível! 

— Nenhum. Só queria te conhecer melhor, pra tirar a má impressão quando nos vimos. Fui um idiota, Jen, me desculpe por aquela tentativa fracassada de te levar pra cama! — Ele pareceu sincero e eu me assustei com a verdade que via nos seus olhos. 

E foi essa verdade que ferrou com tudo, porque foi exatamente ela que me impeliu a aceitar o seu pedido, mesmo sabendo que coisa boa não sairia deste arranjo. 

— A primeira impressão é a que fica, mas topo patinar, senão achar que isso é um encontro, é claro. 

Ele fez um barulho de tsc com a boca e entortou um pouco a cabeça, sorrindo 

— É claro! 

Ele se contentou com a minha resposta e se levantou, indo para a cozinha, sem olhar para trás, me dando uma visão privilegiada do seu traseiro e desta vez eu entendi porque ele admirou o meu, já que infelizmente, eu não conseguia parar de olhar para o dele. É claro. É claro. Essas duas palavras ficaram rodando na minha cabeça e quando eu percebi que nada seria assim tão fácil, me arrependi de ter aceitado, mas já não poderia voltar atrás.




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