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História Cherry Flavoured (Dazai X Chuuya) - Tela em branco


Escrita por: bbhaek

Notas do Autor


boa leitura <3

Capítulo 7 - Tela em branco



Ao final da aula de Yosano, Dazai sequer se despediu de Chuuya, e o ruivo não esperava nada muito diferente disso. Afinal, era Dazai.

O resto daquela sexta feira de aula fora tediosa para aqueles que ansiavam pelo fim de semana, como Chuuya. Já para aqueles que pouco importava o dia que viria amanhã, o período de aula fora como qualquer outro.

Naquele dia Dazai foi um dos primeiros a deixar a academia, isso porque teria que passar no mercado e fazer compras. Se dependesse dele sua alimentação seria pior do que já é, mas ele ainda fazia um esforço por conta de Odasaku. O mais velho sempre o dizia que uma alimentação saudável era algo importante, então ele ainda tentava manter isso, imaginando que Oda ficaria feliz.

O mercado estava até que vazio, provavelmente por ser a hora do almoço, e Dazai agradeceu por isso. Odiava estar em lugares cheios demais, as diversas vozes o incomodavam.

A sexta estava nas mãos de Osamu e ele se atentava a cada produto que pegava pelas prateleiras, tentando não esquecer de nenhum item de sua pequena lista.

— Ajuda? – Dazai se assustou meramente quando ouviu a voz ao seu lado.

— Tô começando a achar que você me persegue.

— Não seja assim, Dazai. – Fyodor falou sorrindo ladino para o moreno.

— Não sabia que fazia compras, pelo seu lixo imaginei que vivesse de porcarias. – Osamu falou começando a andar.

— Cara, para de prestar atenção no meu lixo. – Dostoyevsky disse e ambos riram indo para outro corredor. Aparentemente, iriam embora juntos agora.

Chuuya, que planejava ir diretamente pra casa, foi pego desprevenido ao lembrar que havia esquecido do item mais importante para seu fim de semana, assim tivera que passar no mercado mais próximo a academia. O ruivo só não esperava ver Dazai lá também. E um outro garoto, que se não fosse pelas tatuagens e piercings, diria ser Osamu, pelo menos de longe eles se pareciam.

Chuuya encarou os dois por alguns segundos enquanto passava as bebidas no caixa, entregando a falsa identidade para a mulher atrás do balcão. Nakahara também tinha seus truques quando se era necessário. E, após isso, saiu de lá o mais depressa que pudesse, queria evitar a todo custo cruzar com Osamu e com o outro garoto que ele não fazia ideia de quem se tratava. E muito provavelmente nunca descobriria.

Dazai e Fyodor caminhavam juntos de volta para a casa, enquanto carregavam as próprias compras. Osamu preferia que suas voltas da academia fossem solitárias, mas até que a presença de Fyodor não era um incômodo tão gigantesco assim. E fazia um tempo desde que tivera passado um longo período ao lado do vizinho, então aquele momento não foi de tão mal assim.

Os dois meninos nunca tiveram uma conversa com assuntos de fato pessoais, por dois únicos motivos, não tinham interesse algum sobre, e os questionamentos sem resposta pareciam deixar a relação que tinham mais interessante. Então era comum que as conversas que tivessem fossem sobre qualquer assunto, por mais bobo que fosse.

— Valeu. – Dazai agradeceu o mais velho após ele o emprestar o isqueiro. Agora os dois fumavam enquanto continuavam sua conversa. Era sempre assim, cigarros, bebidas sexo e drogas quando Fyodor e Dazai se juntavam.

— Te vejo no domingo? – Questionou o tatuador enquanto abria a porta do próprio apartamento.

— A hora que quiser. – Respondeu Dazai digitando a senha na fechadura.

Fyodor apenas sorriu virando de costas para Dazai e ambos adentraram os respectivos apartamentos.

Dazai colocou as sacolas em cima da mesa, tirou os sapatos, levou as mãos e então foi guardar as compras, enquanto a suave melodia ressoava por seu apartamento.

Dazai guardou primeiro aquilo que ia nos armários e, depois disso, passou a lavar as frutas e verduras. Fora terminar de organizar toda a cozinha lá pelas duas horas da tarde; o resto do local estava ainda organizado, haviam somente alguns materiais espalhados pela sala mas nada que tomasse tanto tempo assim de Osamu.

Quando Dazai se viu sem nenhum afazer, pode finalmente ir até o banheiro e tomar um bom banho. O garoto retirou boa parte das vestes ainda em seu quarto e, ao chegar no banheiro parou em frente ao grande espelho que ali tinha, se analisando mais uma vez.

Os cortes em seu braço já cicatrizavam e ele se sentia um pouco orgulhoso por isso, os de seu abdômen também; as tatuagens feitas por Fyodor cobriam as cicatrizes que um dia já foram mais aparentes, e os pequenos ematomas não estavam mais tão marcados quanto antes.

O corpo magro de Dazai entrou em contato com a água fria e seus cabelos molharam conforme a água caía. Dazai adoraria que pelo menos durante o banho sua cabeça descansasse um pouco, mas quando se tratava de sua mente aquilo parecia impossível.

O garoto ansiava pelo momento onde finalmente se sentisse livre de todos os pensamentos que o atormentavam, mas a ficha de que seu castigo era viver já havia caído tinha um tempo, mas ele não desistiria tão fácil de arranjar uma maneira de burlar esse sistema da vida, literalmente. Mesmo com Oda, e tendo em mente suas últimas palavras, seus pensamentos sobre si mesmo e viver continuavam os mesmos, e Dazai acreditava que nunca mudariam se dependesse dele. Isso seria algo que em sua mais pura e ingênua visão nunca aconteceria. E sobre decepcionar Odasaku com isso? Dazai somente esperava que o amigo o perdoasse onde é que estivesse.

Dazai queria, queria muito poder sentir o real sentimento de estar vivo. Não aquele que ele sente ao notar o sangue escorrendo por sua pele ao tentar tirar a vida mais uma vez. E sim aquele que todos parecem amar e aproveitar cada pouquinho. Mas, de todas as inúmeras coisas do mundo, sentir algo puro parecia a mais inalcançável para Dazai Osamu.

O corpo recém enxugado recebeu uma larga camisa e uma bermuda larga da mesma forma. Os cabelos ainda úmidos foram bagunçados pelos longos dedos de Dazai e então o garoto se dirigiu a cozinha para preparar sua refeição. Estava com fome.

Dazai se sentou no sofá enquanto se alimentava, encarando o cavalete no canto da sala por extensos minutos.Talvez a hora de tentar mais uma vez houvesse chegado.

Dazai levou o prato na pia, pegou o cavalete, abriu seu ateliê que cheirava a tinta a olho, abriu as cortinas e janelas do cômodo, segurou o gode em uma das mãos, pegou uma tela nova a colocando no cavalete que era um pouco mais baixo que ele e então parou, estático em frente aquela tela em branco, e pela primeira vez em um tempo, mesmo que por pouquíssimos segundos, sentiu sua mente se esvaziar por completo.

— Por onde eu começo?


Notas Finais


o que acharam desse?
confesso que tô tomando coragem pra escrever o próximo 😳
meu perfil: @bbhaek


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