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História Choices - Half a man


Escrita por: VitoriaAlex

Notas do Autor


Capítulo dos meus lindos
Boa Leitura

Capítulo 24 - Half a man


Sua melhor amiga arregalou os olhos quando ouviu o que ele tinha para falar. Tentou compreender se ela estava o apoiando ou o julgando então previu que ela fizesse o discurso esperado em qualquer dessas opções.

— Ela te beijou? Você beijou de volta? — estavam no corredor do hospital, Ambre não foi discreta ao praticamente berrar aquilo, mas não causou raiva em Nathaniel. Ele apenas riu. Porque sua vida estava boa demais para ele não rir disso.

— Sim, e agora estamos agindo como dois adolescentes entrando na puberdade quando nos vemos, acho que posso sentir quando minha bochecha começa a esquentar. — ele debocha no auge de sua satisfação, interrompendo a linha de pensamento de Ambre de brigar com ele.

— Ela é sua paciente, ela não se lembra quem é. — foi em tom calmo que falou. Nathaniel revirou os olhos e beijou a bochecha dela como diversão.

— Não seja racional sobre esse beijo, racionalizar emoções faz com que elas se tornem negativas. Não a pedi em casamento... ainda. — brinca para a surpresa de sua melhor amiga que fica confusa.

— Quando passou de o médico solitário que odeia relacionamentos para o que faz piadas sobre casamentos? — tenta entender.

— Ela... Caramba eu sei que é ela, eu soube desde que a vi, o modo como somos bons juntos...Eu me amo mais quando estou com ela. Eu tenho um motivo para tudo, por ela. Eu...Amei ela antes de ela acordar e agora eu amo ela por acordar. — não tinha como lutar contra aquilo, não tinha como considerar ruim a vitória dele.

— Também te amo mais quando está com ela. — Ambre não foi ela naquele momento, não insistiu na preocupação, apenas torceria por eles e se desse errado juntaria os cacos dos corações dos dois. Nathaniel lhe deu outro beijo no rosto.

— Não precisa acelerar também, não sei em que pé estamos...O que sei é que ela aceitou um encontro comigo talvez daí possamos ir até um lugar onde nós concordamos em ficar juntos. — fala da garota que deixou em casa avisando antes de sair sobre o jantar que teriam em breve.

— Se der certo, tem noção que você salvou a mulher que pode ser a mulher da sua vida? — aquilo era inacreditável.

— Não precisa dar certo para ela ser. — foi o que afirmou antes de se despedir indo até seu próximo paciente.

Ambre ficou rindo sozinha.

Porque ela não seria.

Para Nathaniel ela é e sempre foi.

 

 

...

— Sabe o que mais odeio no mundo? — Bella perguntou a Ambre que após seu turno foi para casa de Nathaniel ajudá-la a se arrumar para seu grande compromisso. No fim não problematizaram nada sobre looks, fizeram pipoca e se espalharam no sofá assistindo uma comédia romântica.

— Trânsito? Eu odeio trânsito. — tentou adivinhar fazendo Bella revirar os olhos, ela se jogou contra as almofadas bagunçando seu coque e apontou para TV onde uma cena que durava mais tempo do que ela esperava acontecia.

— Pessoas que todo mundo gosta. Tipo realmente não existe alguém que todo mundo gosta, pessoas são péssimas, completamente imperfeitas, em algum lugar do mundo alguém vai te odiar. Pessoas que todo mundo gosta só são adaptáveis, te conhecem muito então notam qual é sua necessidade em relação aos contatos, se você precisa de ajuda ela te dará ajuda, se você precisa de compreensão ela te dará compreensão, é insano. — a personagem do filme era assim. Ambre suspirou.

— Por que acha que as pessoas são péssimas? — tentou entender.

— Porque eu fui deixada machucada, sozinha... Mesmo que eu fosse terrível eu não merecia isso certo? Ninguém merecia. — talvez Bella não tivesse superado tanto quanto fingia.

— Eu não sou uma pessoa que todo mundo gosta não é? — tentou mudar de assunto, Bella riu pela tentativa.

— Não, a maioria das pessoas não te suporta. Você é racional, muito racional, extremamente racional, e controladora e resmungona e realista e metódica e... — ia continuar mas Ambre jogou pipoca em sua face.Bella gargalhou muito. — E perfeita, por isso não te odeio. Na verdade eu acho  que te amo um pouco. — É, Ambre não se arrependia de salvá-la.

Voltaram a assistir e se concentraram nisso, só que Ambre interrompeu o foco ao simplesmente cutucá-la por provocação, Bella se virou com questionamento e ela riu.

— Você beijou Nathaniel. — ela afirmou com um sorriso, Bella escondeu o rosto com as mãos e gemeu de frustração.

Ambre retirou suas palmas da frente da cara e a fez olhar para ela.

— Ele te contou. — notou quase envergonhada, mas não irritada. Ambre deixou seu lado racional de lado ao fazer uma careta engraçada.

— E não como se fosse uma culpa, Nathaniel ficou feliz, você também, então... Não vamos complicar. — se convenceu disso e Bella concordou, depois abriu um largo sorriso. — Como foi?—perguntou com curiosidade.

 — Nathaniel tem sabor de sorvete, foi doce, puro, novo...Eu não sei... Despertou sensações em mim.. que eu não não acho que já senti. O corpo não esquece. — desabafou encantada. E foi tão fácil abrir seu coração, como se aquelas pessoas fossem feitas para ouvi-la, como se pudesse confiar nelas.

— Gosto de sorvete. Eu realmente acredito que o Nathaniel tem gosto de sorvete. — foi sincera enquanto os olhos de ambas brilhavam pela conexão que tinham naquele momento.

— E sobre você? Sobre bebê e tê-los. — lembrou que ela estava incomodada com aquilo e riu suspirando.

— Não toquei no assunto ainda, eu não sei ser sútil com Armin. — acaba admitindo, Bella morde os lábios e segura uma de suas mãos com firmeza.

— Permita-me mudar de conselho; só diga, só expresse seu desejo porque Armin ama você porque você é assim, um elefante em cima de um vidro quando se trata de sutileza. E ele te ama tanto, tanto que duvido que não queira ter um filho com você. — não mentiu em nenhuma parte daquelas palavras. Ambre segurou a mão dela com mais força.

— Eu senti sua falta antes de saber que você viraria minha melhor amiga. — se emocionou a um ponto que chorou um pouco. Confortavelmente Bella se deitou em seu ombro e aceitou o carinho daquela que havia se tornado tão importante para ela.

 

...

O caminho até o restaurante foi  estranho, porque Nathaniel parecia muito nervoso, na verdade ele começou a ficar esquisito quando  despejou o elogio sobre seu vestido florido quase aos tropeços. Era um lugar bonito, não extremamente elegante ou algo assim só parecia comum e Bella estava começando a gostar de comum.

Ele puxou a cadeira para ela que agradeceu sorrindo. Se controlando para não pedir que ele se acalmasse, que não precisava se sentir desconfortável com ela.

Fizeram seus pedidos e apreciaram as entradas em silêncio.

Nathaniel pigarreou ao simplesmente fazer a pergunta que queria.

— Não é... Muito para você, acordar sem saber quem é, ir morar na minha casa e agora estar em um encontro. Eu te coloquei nisso, você só está aqui por agradecimento? — Ah então era com isso que estava preocupado. Bella negou.

— Estou começando a supor que eu sou uma dessas pessoas intensas, que não perde tempo para viver, faz as coisas rápido para aproveitá-las mais. Não me sinto colocada, me sinto escolhida. Estou bem, com você, com esse momento, com nós. — desabafou para alivio de Nathaniel que soltou o ar que estava prendendo.

Ela tomou pouco vinho com a supervisão de Nathaniel. Mas foi um dos momentos melhores momentos que teve desde que acordou, ela se sentiu humana, não uma paciente, não alguém sem identidade, ela realmente sentiu que podia sobreviver. E Nathaniel, ele simplesmente não lembrava quando se sentiu tão bem com outra pessoa, ele desligou o celular e não se preocupou em quem poderia ligar para ele, porque quem ele precisava estava ali, rindo e conversando e viva.

— Me conte uma coisa sobre você que ninguém sabe. — ela pede divertida. Nathaniel finge pensar.

— Eu sinto falta do clube. Onde cresci com meus pais, as vezes era irritante ter festas todos os dias, mas quando se trabalha em um hospital você vê muita tristeza e percebe que as pessoas do clube estão certas você tem que comemorar cada dia da sua existência. — era uma das coisas mais lindas que ela já tinha ouvido.

— Talvez possamos fazer uma festa todos os dias. — sugere e Nathaniel sorri.

— Você estará lá todos os dias? — quer saber. Bella suspira.

— Eu sinceramente não tenho em mente qualquer outro lugar para ir que seja longe de vocês. — é calma.

— Me conte algo novo que descobriu sobre si mesma. — pede também.

— Ahn...Eu acho...Que eu jogava tênis? Eu não sei, as vezes eu tenho esses flashs da quadra e eu me sinto segura, certa. — conta uma verdade, Nathaniel ri muito animado.

— Podemos arrumar um lugar para você treinar, aos poucos, com cuidado, qualquer coisa para que fique feliz. — oferece estendendo a mão para ela por cima da mesa. Ela a segura e aceita Nathaniel.

 

...

Nathaniel foi buscar o carro e deixou Bella em frente ao lugar que estavam jantando. Era uma noite com um clima bom, todos passavam sorrindo pela calçada e ela sorriu também, principalmente quando se deparou com uma barraca de flores na esquina. Meio sem conter o próprio corpo ela se aproximou. Seu coração acelerou consideravelmente e ela mal tentou segurar as lágrimas ao ver as flores exóticas com fundo preto. Com medo das sensações que o corpo tinha colocou a mão em frente a boca interrompendo um soluço. 

— São anêmonas. —  a vendedora fala com calma. Bella concorda e então engole a seco.

— As flores da insistência? — sugere com o rosto molhado. A mulher fala que sim e oferece uma delas para ela que a pega assustada.

— Você pareceu gostar. Fica por conta da casa. — Bella aceitou e se afastou com a flor na mão.

Enquanto esperavaNathaniel respirou fundo e amassou pétala por pétala. Com raiva por saber que aquilo era parte de quem ela era. A parte que foi deixada. A jogou no chão e não voltou seu olhar enquanto enxugava o rosto e entrava no carro.

 

...

Pararam na porta de  casa. Um de frente para o outro. Não tinha ninguém na rua e o ambiente só não parecia um lugar deserto pelos postes que o iluminavam. Sorriram ao mesmo tempo, com Bella já superando o último acontecimento. Não queriam entrar ainda. Não queriam que aquela noite acabasse.

Mordendo os lábios e colocando um fio insistente atrás da orelha Bella ansiou pelo momento que Nathaniel pararia de fitar ela como se fosse uma obra de arte e simplesmente falasse se gostou.

— Se fossemos normais esse seria o momento que eu te daria um beijo de despedida na porta da sua casa e teria certeza de querer repetir esse encontro. —Nathaniel sugere e Bella não aguenta, ela simplesmente gargalha com leveza.

— Como em um daqueles romances, só falta uma música melosa. — deseja. Nathaniel fica hesitante sobre o que está prestes a fazer, mas sob o olhar de Bella tira seu celular do bolso e coloca uma melodia calma para tocar. Bella se alegra por notar o que significa.

Aos poucos ele chega perto, cantarolando aos sussurros e cobrindo o sorriso dela a beija com paixão. Encaixando sua mão nos cabelos dela e a puxando pela cintura, como se de fato fosse uma ficção, como se o final deles fosse perfeito. Ela se entrega ao beijo, o abraçando pelas costas e a acariciando por cima da camisa. Ela não sabe quem amou no passado, ela não sabe se estavam correndo, ela só sabia que ficou parada por muito tempo, e ela faria o certo ser relativo.

Quando se separaram  as risadas apareceram porque de repente todos os irrigadores do jardim ligaram causando ainda mais um cenário do beijo perfeito. Nathaniel lhe deu um pouco de silêncio antes de impressioná-la com uma ação fora do comum, a pegar no colo e beijá-la de novo. 

Ele abriu a porta com um pé, e colocou os dois no que considerava sua casa.

Deixou Bella de pé, que o observou sem pressa. Então ela simplesmente encostou na porta e deixou-se ser beijada com mais profundidade, não medindo o tempo ou as circunstâncias, ela só precisava do agora, só precisava se sentir viva, e estava muito.

Nathaniel tentou se afastar, tentou justificar que ela precisava lembrar. Ela o parou dizendo que nesse momento era exatamente quem queria ser.

Não sabe como chegaram ao sofá, não sabe como aos sussurros e risadas começaram a tirar a roupa, só sabe que a forma como seus corpos se juntaram foi a poesia mais significativa que já leu, foi pura arte. Houveram tantos toques, físicos e emocionais, um conhecimento sobre a existência de notar que há sim pessoas que podem mudar sua vida e quem você é. 

A primeira noite de Nathaniel com Bella foi a noite que ele decidiu que ela foi feita para ele.

 

 

 

 

 



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