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História Church - Capítulo Um - I


Escrita por: Gomea

Notas do Autor


Olá novamente! Dessa vez serei mais breve.
Como prometido aqui estou, com outro projetinho; dessa vez SasuSaku. Decidi soltar dois capítulos, com medo de tornar a a leitura chata e entediante. Mais uma vez sou grata a quem se interessou e me dá uma chance de mostrar minha dedicação e ideias mirabolantes. @Fumetsu-chan, sou muito grata pela linda capa, rapidez incrível e toda sua dedicação em me atender de forma maravilhosa. Serei eternamente grata. @szallebasi, o que dizer de tu mulher. Sempre aí me ajudando e incentivando essa ideias loucas, que surgem avulsamente e que não progrediriam tão bem sem a sua participação.
No mais deixarei vocês com o primeiro capítulo dessa two-shot. Mas antes gostaria de esclarecer algo.

¬AVISO
Se acaso você venha se sentir ofendido com o conteúdo dessa história, peço que guarde para você, afinal isso é apenas uma Fanfic. Não estrague a alegria de outro, por sua opinião pessoal.
Obrigada!

Capítulo 1 - Capítulo Um - I


Fanfic / Fanfiction Church - Capítulo Um - I

                        C H U R C H

                                     pt. 1

                                                                                                                      ✝️

O vento assobiava pelos ouvidos dos moradores da pequena Williston.

O céu cinza coberto por nuvens, as temperaturas baixas e um clima estranhamente mórbido; assustavam os poucos turistas que ousavam se aventurar nessa cidade pacata. O badalo do sino despertava o interesse nos moradores, a missa já iria se iniciar. Aos poucos, eles saiam porta á fora.

Trajados dos pés a cabeça com roupas quentes, eles enfrentavam o vento gelado com destino a igreja. Isso é bastante comum por aqui, quase uma tradição, que deve ser seguida a risca - por todos.

No lado leste da cidade, a grande matriarca Uchiha se preparava para mais um dia de devoção. Ajoelhada, ela orava em seu pequeno templo, rogando benção - para uma alma em especial, seu filho mais novo. Os longos cabelos negros, com alguns fios brancos amarrados em um coque, as mãos finas e um pouco enrugadas unidas em frente ao rosto branco, de pele marcada pelas linhas da idade. 

Pela cozinha, o Uchiha mais novo observava a cena sem nenhuma surpresa evidente, visto que todos os dias sua mãe se agachava na mesma hora, posição e lugar. Com uma xícara de café em mãos ele analisava o corpo de sua progenitora curvado em agradecimento. Estalou a língua no céu da boca, tomando rumo para seu dia que tinha raiado há algum tempo, mesmo diante do clima frio.

Seguiu para seu quarto em completo silêncio, com passadas lentas e os olhos atentos, conferindo os arredores de sua sala de estar. As paredes emolduradas por imagens santas, ao qual ele não sabia o nome, velas dos mais variados, tamanhos, cores e formas iluminavam algumas esculturas, rodeadas por terços. Sasuke sempre viveu em meio a esse mundo santo, e por mais que tenha seus próprios pensamentos, nunca quis julgar os que amam por aquilo que seguem. Ter uma ideia diferente não lhe levaria ao martírio eterno, mas lhe renderiam boas horas de sono em um domingo de manhã. Caminhou apoiado ao corrimão, com um sorriso faceiro de diversão.

Encontrou o patriarca saindo de seu quarto, com a aparência cansada; após uma longa madrugada em seu posto na Delegacia de Williston. As pantufas, se rastejando sobre a madeira que havia sido polida com tamanha perseverança por sua mãe. Sem se importar ao mínimo com as marcas, Fugaku, se arrastava pelo andar envolto em seu roupão, a caminho do banheiro.

Através da grande janela de vidro ao final do corredor, o primogênito da família assistia a dança que as folhas faziam na rua, conforme a brisa fria da manhã as soprava. 

 Diferente do irmão mais novo, Itachi adorava glorificar e santificar o santo nome do senhor, mas seu sacrilégio era a forte atração que sentia por Izumi. Sendo assim, mais um prisioneiro do desejo. Se fechou em seu quarto, tentando disfarçar sua presença dentro de casa, antes que sua mãe viesse bater a sua porta, usando de uma chantagem costumeira para te levar debaixo do chuvisco matinal, até a igreja. Caminhou até sua escrivaninha, iluminada, apenas, pela luz falha do velho abajur, tendo em seu panorama alguns desenhos feitos, e outros para terminar; pastas empilhadas; resquícios de pontas, assim como alguns lápis.

Se sentou a cadeira giratória, e rodopiou sem sair do lugar com as orbes pretas fixas no teto pouco luzente, quando um vento forte e frio golpeou seu corpo, trazendo com ele algumas folhas amareladas, sendo uma especial na cor verde; que involuntariamente o fez lembrar dela. 

Um singelo sorriso nasceu em seus lábios, divertindo seus pensamentos cada vez que se lembrava das inúmeras reuniões religiosas que faziam; com o único intuito de convertê-lo para o caminho cristão. Para ele, era bastante divertido assistir as caras & bocas que a rosada fazia toda as vezes, em que rebatia seus ensinamentos bíblicos com a lógica científica.

Vasculhando suas gavetas, encontrou escondido um dos vários desenhos que ela já havia lhe pedido para fazer de si mesma  um em especial o divertia e intrigava até hoje. Quais serão as razões para uma garota como aquela, de alma pura, lhe pedir para ter seu lindo e casto corpo nu, exposto em uma folha A4? No retrato feito, a bela garota tampava sua nudez com um grande tecido de renda transparente, bordado a flores.

                      Flashback ON

 

                              | | | |

 

As pequenas mãos pálidas estavam agarradas a fina folha de papel, enquanto os olhos verdes corriam por todo o traço feito no mesmo, sem deixar um detalhe sequer fora de seu alcance. Os dedos finos circundando o desenho sentindo a textura. Curioso, Sasuke aguardava ansioso a avaliação de Sakura, que minuciosamente observava a paisagem que ele havia desenhado em um dia tedioso qualquer.

     -- Por que não me disse que desenhava? - Questionou o garoto, esquecendo a obra de arte por alguns segundos. 

Dando de ombros, ele desviou o olhos do olhar maravilhado de Sakura bastante envergonhado: -- Achei que não despertaria seu interesse. Até porque não são lá muita coisa! - Se jogou sobre a cama repousando sua cabeça sobre os braços cruzados. Silencioso, ele apenas ouvia os ruídos que a rosada fazia cada vez que tomava um novo desenho em mãos.

Passadas apressadas, tomaram sua atenção quando sentiu uma palma quente tocar seu braço: -- Como assim 'não são lá muita coisa'? Esses desenhos são perfeitos. - Abriu os olhos, tendo em seu campo panorâmico as feições surpresas de Sakura. E em sua frente um par de olhos esverdeados, que ele havia desenhado inspirado em uma certa garota. 

Se virou para o lado, tentando voltar para seu cochilo de fim de tarde. O colchão se afundou ao seu lado, lhe trazendo um vago cafuné entre seus fios de cabelo. O dedos longos desatavam alguns nós, e acarinhavam seu couro. Sakura suspirava vez ou outra, pensativa ela parecia se reprimir com medo de se pronunciar.

Girou na cama, dando de cara com as íris verdes coladas em seu rosto. Travaram uma batalha de olhares, buscando algo na relutância da rosada. Já que sempre tiveram uma relação muito afetuosa; mesmo que o intuito de seus encontros fosse por causas religiosas, - e a última coisa que eles faziam era orar, isso quando faziam - Sakura sempre foi bastante aberta em suas conversas com o Uchiha, não escondiam - quase - nada um do outro. 

Os lindos olhos esverdeados capitavam cada metro quadrado daquele quarto pouco iluminado, evitando confrontar o olhar intenso e acusador do garoto; que logo notou algo de estranho no comportamento da Haruno: -- O que quer? - Se sentou a cama, esperando o pedido de Sakura: -- Vamos me diga o que quer! 

Suspirou frustrado sem entender o que passava na cabeça da rosada. Depositou cuidadosamente o desenho sobre o pequeno cômodo de madeira ao lado, e arrumou sua postura melhor sobre a cama. Juntou suas mãos sobre seu colo, e inspirou o mais fundo que podia: -- Eu quero que você me desenhe... Nua. - Seus lábios se entreabriram, de tamanha surpresa. Piscou repetidas vezes, com medo de ser apenas alguma ilusão.

Jamais imaginaria ouvir isso de alguém, ainda mais dessa boca em especial: -- Eu não vou fazer isso. Eu não posso fazer isso. - Rebateu rapidamente, balançando a cabeça repetidas vezes em negativa. Se levantou da cama e caminhou em direção a escrivaninha, organizando os milhares de desenhos soltos: -- Por que não? Sou eu que estou pedindo! - Ela se levantou, arrastando seu habito negro pelo chão amadeirado, parou em frente a Sasuke, juntado a mãos em súplica. 

Os olhos negros desviaram do rosto alvo para as palmas unidas: -- Sakura, eu não posso fazer isso. - Guardou as diversas pastas dentro da gaveta e se jogou sobre a cadeira, dando as costas para a garota: -- Por favor Sasuke! Ninguém irá saber. - Invadiu o campo de visão do moreno, disposta a convencê-lo de sua ideia, deveras arriscada. Sem perder o contato com os olhos atônitos e preocupados de Sasuke, que se focavam em tudo, menos em seu rosto: -- Sakura... Não!... Olha a sua posição. - Ele confessava estar bastante preocupado, Sakura estava em um patamar diferente do seu, ela tinha uma reputação a zelar.

Conhecia muito bem os moradores dessa cidade, sabia o quanto eles poderiam ser maldosos, e por se preocupar com a Haruno, não gostava nem de imaginar o que eles falariam e fariam, caso ao menos, soubessem o que ela havia lhe pedido: -- Agora está preocupado com religião? Você nunca se importou com isso! - Sentiu certos calafrios diante daqueles olhos intimidadores, que pareciam querer desvendar todos os seus mistérios e segredos.

Sem contar a forte influencia religiosa que Sakura carregava consigo, mesmo sem querer. Sasuke só podia estar louco, por considerar o pedido pra lá de inusitado.

Levantou as pressas da cadeira, quase chocando seus lábios contra os da Haruno, coçou a cabeça nervoso, se amaldiçoando internamente por cogitar a hipótese de fazer esse desenho absurdo.

Encarou o rosto de Sakura, em busca de algum vestígio de medo ou insegurança, para que pudesse convence-la à mudar de ideia; porém o que encontrou foi um olhar confiante e decidido. Bufou exausto. Se sentou sobre a cama, e escondeu o rosto nas mãos: -- Onde você quer o desenho? - Murmurou com a voz abafada, a maldita pergunta, quase desistindo ao final da frase. 

Mordeu a parte interna da bochecha vagueando pelo quarto escuro em busca do melhor lugar. Nada despertou seu interesse, tudo era muito simples ou clichê demais; mas esse era o único lugar onde ela poderia realizar seu desejo, - somente com ele - tinha plena confiança, de que tudo que fizessem ali, morreria ali se possível. Encarou a escrivaninha devidamente organizada e os poucos desenhos pintados à aquarela, que secavam rentes a parede. 

     -- Quero que você me desenhe ali! - Tomou a atenção de Sasuke quando apontou para o para o pequeno "espaço de desenho", usado frequentemente pelo moreno, que imaginava em seus devaneios as dores de cabeça, que possivelmente, teria todas as vezes em que se lembrasse desse maldito pedido. 

Observava a pequena mulher agachada vasculhando sua inseparável bolsa a tira colo, enquanto murmurava coisas inaudíveis para que seus ouvidos capitassem. Em suas mãos batia o lápis contra a folha, perdurando em sua mente possíveis motivos para esse repentino e desconhecido desejo.

Puxou um grande tecido feito de uma renda delicada repleta de flores bordadas a próprio punho, Sasuke analisava o tecido esbranquiçado nas mãos da Haruno se perguntando o que faria com aquilo.

Com os olhos pregados ao chão ele evitava encarar Sakura, estava apavorado, não acreditou que ela realmente fosse posar para ele. Viu quando as mãos pequenas depositaram calmamente o Capelo sobre o piso, para logo depois manchar o chão com o Habito negro. Contraiu os olhos com força, suprimindo seus desejos mais íntimos e mais secretos.

Seus ouvidos capitavam a respiração desacelerada de Sakura e o arrastar da cadeira, enquanto sua mente imaginava as coisas mais absurdas e pecaminosas sobre o pequeno corpo da garota.

     -- Sasuke!... Abra os olhos. Eu quero que você me veja! - Sua voz saiu tremida e falha, quase um sussurro; ela estava nervosa nunca esteve assim diante de ninguém - até porque sua posição não lhe permitia. Estava morta de vergonha, seu corpo se tencionava a medida que o vento frio do anoitecer chicoteava contra sua pele branca, e a reclusão de Sasuke só a deixava mais nervosa.

Ela queria que ele a visse; queria se ver pelos olhos de outra pessoa, queria saber o que ele pensava, o que ele sentia, como se portava. Mesmo que exposta, ela correria esse risco, sempre quis experimentar sensações novas, a monotonia lhe cansava e essa era uma oportunidade perfeita.

Contou até  dez de trás para frente, acalmando seus ânimos para não cometer nenhuma besteira. Despertou de seu "estado", e focou apenas nos olhos de Sakura, os olhos mais lindos que ele já havia visto; olhos repletos de doçura e mistério. 

Os cabelos tingidos em rosa pastel, estavam soltos e caíam até o princípio do seu colo desnudo; se sentou melhor sobre a cama, iniciando os primeiros traços faciais de Sakura. Com os joelhos unidos, ele apoiava a folha sobre o caderno destacando alguns detalhes no rosto sereno e concentrado de Sakura, que gravava cada expressão a cada rabisco feito no caderno.

Sentiu a saliva travar na garganta, cada vez que se aproximava da clavícula. Ele havia aceitado essa ideia maluca, então deveria parar de agir como um covarde e apenas, fazer o que ela lhe pediu. Um retrato.

Sentiu-se intimidada, quando um faísca diferente nublou os olhos escuros de Sasuke, espantando aquele temor exagerado, e dando lugar a uma determinação arrebatadora, até para ela. Voltou a se concentrar no que Sasuke fazia esquecendo do posicionamento revelador que estava, mantendo seu corpo inerte; novamente.

Não se preocupou em detalhar as pinturas e a escrivaninha, atrás do pequeno corpo; afinal de contas o foco do retrato é ela. 

Seus olhos emolduravam em sua mente cada detalhe mínimo, da pele alva de Sakura. O enorme tecido rendado não cobria nada pelo tanto de pele que estava exposta, era somente um mero adereço que poderia facilmente ser retirado. Na sua opinião.

Sentada a cadeira, Sakura se esforçava ao máximo para manter a posição desde o inicio. Sua perna esquerda erguida e o pé repousado sobre a cadeira davam os primeiros sinais de cansaço, o espaço entre suas pernas abertas, era ocupado pelo tecido embolado, encobrindo sua intimidade; seu braço direito mantinha a ponta da renda erguida, dificultando a visão  de seu mamilo direito e parte de todo o colo, nesse lado. 

Começava a sentir as primeiras respostas de seu corpo, por se manter, já por algum tempo na mesma posição; sentia câimbra na perna direita esticada, e um formigamento em suas nádegas: -- Sasuke a posição está boa?  

Relaxou os músculos, quando ele cessou os rabiscos na folha branca: -- Você me deixa mudar somente um pequeno detalhe? - Repousou o caderno e o lápis sobre a cama, ao receber a confirmativa da Haruno.

Desceu as mãos por algumas mexas rosadas, cobrindo uma parte de seu colo, esticou a renda erguendo o pequeno braço, sentindo a diferença de temperatura quando sua palma fria tocou a pele quente da garota. Desceu o braço esquerdo roçando levemente os nós de seus dedos, em seu mamilo rosado desnudo mandando choques enérgicos para todo o sistema celular do seu corpo.

Repousando minha mão próxima a minha intimidade, sobre a renda, acelerando meus batimentos cardíacos e me deixando em estado de alerta, confundindo meus sentimentos. Ela gostou daquilo, queria ser tocada novamente, mesmo que sem intenção, esse simples deslizar havia lhe deixado quente; seu olhar me deixava morta de vergonha, a fazia querer agarrá-lo e mandar tudo pelos ares.

Mas ela não podia, ela tinha um posto a seguir e zelar, e Sasuke era somente seu amigo, e não lhe via como nada além disso. Uma amiga.

Podia querer tudo, experimentar diversas coisas; mas nunca passariam disso, ele nunca iria além disso. Sasuke se jogou sobre a cama novamente, espantando os devaneios que tomaram sua cabeça quando deslizou, mesmo que involuntariamente numa parte tão sensível e íntima do belo corpo de Sakura.

A quem ele queria enganar; estava completamente louco, sentia-se fervendo, estava com uma ereção enorme nas calças, exposta pra quem quisesse ver. Ele jurou que não iria fazer nada, mesmo que ela quisesse, ele jamais poderia; mesmo que se sentisse atraído e Sakura, praticamente, o chamasse o moreno não podia tocar em nada.

Seus limites lhe pressionavam, assim como seu membro pulsava dentro da cueca, e seu corpo entrasse em estado febril de tamanho tesão; ele tinha que se manter firme, e não ceder as tentações momentâneas. 

 Mas ainda assim ele se perguntava o que aconteceria se eles cedessem?! Ela iria seguir em frente como se nada tivesse acontecido, ele ficaria chateado, ou vice versa, ela deixaria sua posição na igreja por ele, pelo mero prazer e satisfação?

Sua vida estaria acabada!

O que sua família iria pensar da mesma?

O tanto que não seria menosprezada?

Mas ele estaria lá, ao lado dela. Ela ainda seria sua amiga, depois de tudo. Amigos. Riu de seu pensamento. Amigos que transam Sasuke?! Por favor, isso nunca acabaria bem. Poderia pensar e se confrontar por horas, mas uma coisa era certa ele nunca iria descobrir se suas teorias são reais.

Já era a vigésima pausa dentro de uma hora, ele nunca havia feito tantas pausas em um desenho. Mas acontece quer ter Sakura nua em seu quarto estava mexendo com sua cabeça.

Eles estavam completamente sozinhos, e por mais que quisessem nunca poderiam se tocar. E seria até irônico, dado a situação exposta ao qual a rosada havia se sujeitado, pelo puro deleite do entretenimento; contudo regras deveriam ser respeitadas, e o sexo era algo que estava extremamente proibido a Haruno.

O prazer carnal é algo estritamente ilícito em sua religião. Correu as mãos pelos cabelos, tentando espantar os delírios fantasiosos - e pecaminosos - que cometia com Sakura, para fora de seus pensamentos; eram tantas as formas que ele se imaginava fodendo a rosada a sua frente, que começava a se culpar internamente por profanar contra a moça de alma pura. 

Gemeu cansada, erguendo os braços e o pescoço; mesmo sem perceber, alimentando a imaginação fértil do Uchiha. Sentia uma fina camada de suor escorrendo por suas costas, e a brisa fria de antes enrijecer seus mamilos, agora, totalmente expostos.

Sua pele queimava, mas ela não entendia o porquê, talvez fosse o olhar que Sasuke lhe direcionava as vezes.

Aquele olhar.

Ela não reconhecia, era diferente, nunca havia o visto daquela maneira. 

A franja grudada a testa, e as feições rígidas, como se estivesse pausado nessa posição; não existia mais aquele sorriso gentil que ele tinha todas as vezes em que se viam, seus lábios estavam crispados.

E os olhos.

Transmitiam uma intensidade delirante, estavam diferentes, mais sedutores; traçavam um caminho de fogo onde se focavam, ateando gasolina nos desejos mais subliminares e adormecidos da Haruno. Não conseguia explicar essa nova sensação, apenas delirava com os espasmos que vez ou outra sentia.

Reforçava os mínimos detalhes do retrato, comemorando internamente por ter se mantido quieto; mesmo que tenha mordido sua língua inúmeras vezes e se controlado para não à convidar para um sexo forte, ou até mesmo traze-la para sua cama e aproveitar da oportunidade para sair da seca; ele obedeceu a voz da consciência e não cometeu nenhuma atrocidade.

Deixou o lápis de escanteio e admirou sua obra completa, após tanto empenho e autocontrole: -- Você já pode se vestir, Sakura! - Se deitou sobre a cama, encarando o teto enquanto refletia sobre o que havia acontecido nesse quarto. 

Respirou fundo o perfume que Sakura exalava por todo quarto, se viciando no aroma que ela emanava. Passos pesados e rápidos se chocaram contra o piso, parando subitamente ao seu lado.

Agarrou a mão do moreno que repousava sobre o peito, e o forçou a se sentar sobre a cama; dando de cara com seu corpo envolto apenas pela renda transparente: -- O que foi aquilo Sasuke? - Perguntou de cima, observando o topo de cabelos negros fixos em seu quadril. 

     -- Sakura. Vá se vestir, por favor! - Sentia a alta temperatura que fluía da pele branca envolta apenas por um fino tecido, trancou os olhos com força, privando sua visão do próprio pecado em forma de mulher desnudo, perto do seu, trancados em seu quarto: -- O que houve com você? - Apanhou o rosto masculino em suas mãos, encontrando as orbes pretas fachadas com algo distinto do conhecimento da garota. 

Quando ela ergueu sua cabeça, sua visão foi toda centralizada para os seios pequenos amassados pelo aperto que ela fazia com a renda, mas sua mente foi apoderada por frames lúcidos dos lindos seios esmagados por suas palmas, engoliu a seco quando encarou os olhos verdes preocupados consigo. 

     -- Não aconteceu nada. Agora vá se vestir, já está ficando tarde. - Buscou alguma falha no escudo que Sasuke havia empunhado para se defender de si, mas encontrou somente uma barreira impenetrável. Soltou o rosto do garoto, e lhe deu as costas, ouvindo somente o baque do corpo grande sobre a cama, vestiu suas roupas mergulhada em pensamentos, que buscavam respostas para essa possível defesa.

Arrumou sua bolsa sobre os ombros, e se despediu minimamente de Sasuke ao perceber que não iria conseguir nenhuma resposta sólida. Já do lado de fora observou a grande casa feita por tijolos de ar rústico e metódico, suspirou, suspendeu sua sombrinha e o habito preto, dando os primeiros passos da longa caminhada que faria até chegar em sua casa. A cabeça pilhada em pensamentos e o corpo ardendo em chamas.

                                                                             

                             | | | |

                                 

                    Flashback OFF

                       

Largou os desenhos sobre a cama, e jogou os cabelos para trás; estava confuso. Caminhou descalço pelo quarto. Bufou de exaustão; não sabia mais o que fazer, Sakura insistia em permanecer em sua mente. Estava completamente fora de si, para todo canto que olhava, enxergava a garota que dominou seu corpo; seja seus olhos, o sorriso, os cabelos, ou o corpo... Aquele estupendo corpo!

Chutou as botas para perto da porta e se deitou sobre o chão. Se aconchegou melhor sobre o piso amadeirado sentindo o frio acolher seu corpo. Fechou os olhos, por curtos segundos tendo em seu pensamento o casto corpo nu da rosada caminhando em sua direção; se sentou espantado sobre o chão, piscando repetidas vezes, crispou os lábios cobrindo seu rosto com as mãos. 

A caminho dali, Mikoto vinha radiante desfilando pelo curto corredor indo contar as boas novas para seu filho, entreabriu a porta encontrando um Sasuke totalmente fora de órbita, com uma expressão apavorada: -- Querido! Está tudo bem com você? - Assentiu que sim com a cabeça, não estava afim de conversas; ainda mais sua mãe que iria lhe encher de perguntas.

Escorada ao batente da porta, Mikoto cruzou os braços e observou mais atentamente as expressões que ele fazia. Do que tem medo? Perguntou mais para si mesma, do que para o garoto: -- Não parece estar tudo bem Sasuke. - Ergueu uma das sobrancelhas vendo o sorriso amarelo se formar nos lábios finos do mais novo. 

Coçou a cabeça, arranjando um meio de despistar sua mãe sem parecer suspeito: -- Estou um pouco anestesiado de sono, vou tomar uma banho para despertar. -  Se levantou apressado, buscando sua toalha junto as milhares de peças em seu armário, Mikoto semicerrou os olhos vendo a mentira escrachada no rosto de Sasuke. 

     -- Bom, de qualquer forma, só vim lhe dizer que logo mais Sakura baterá a porta; então esteja pronto! E não atrase a moça, ela tem horário para estar em casa. - Caminhou em direção ao filho, avistando de longe a bagunça que ele fazia para achar uma toalha. 

Diferente de antes, Sasuke sorria, um sorriso ladino; mas que não passou despercebido pela mãe: -- Posso saber o motivo desse sorriso? - Perguntou pretensiosamente, atenta a próxima desculpa que seria usada. 

O moreno nem sequer iria notar o que fazia, se sua mãe não tivesse chamado sua atenção; estavam muito ocupado pensando em Sakura, que talvez - só talvez -, fosse o motivo desse sorriso pra lá de intencionado.

Teve vontade de gargalhar, a pergunta de sua mãe era inocente demais, ou será que ele era ferino demais?! Consequentemente, ele possuí a resposta na ponta da língua, mas que pelo bem do tradicionalismo era necessária ser mantida - somente -, em sua cabeça.

Por mais que negasse inúmeras vezes, ou fingisse não notar, esse sorriso promíscuo era mais uma consequência do Efeito Sakura - essa é a forma com que ele apelidou todos os seus devaneios não reconhecidos pelo seu sistema nervoso.

Sakura era uma espécie de droga, lhe satisfazia e o trazia para uma realidade paralela satisfatória, ele sabia que não podia tê-la, mas o mero ensaio de como seria se pudesse usá-la, já inebriava-a todos o sentidos de seu corpo, principalmente os sexuais e amorosos. 

 Enfim, era isso, estava apaixonado pela noviça rebelde. Que ironia, não!? Logo ele, um ateu, se apaixonar por alguém ligado diretamente a religião; está bem claro que eles nunca irão conseguir ter nenhum envolvimento romântico.

Mas as coisas não se esclarecem assim tão facilmente, se o envolvimento romântico fosse seu único problema, seria mais fácil de resolver; no entanto o que ele fazia com o enorme desejo carnal que sentia?!

Ele queria foder Sakura - de todas as formas possíveis -, queria agarrá-la e transar forte, não aguentava mais ter que se aliviar no banheiro ou nas madrugadas solitárias, pior que sonhava com ela frequentemente. 

Fazer aquele maldito retrato havia sido seu martírio, já queria aquela garota há muito tempo e vê-la totalmente aberta e entregue à sua frente, sem poder intensificar o toque; foi mesmo um sofrimento. Vendo que não iria conseguir nada, Mikoto entregou a toalha nas mãos do filho e saiu porta à fora.


Notas Finais


Nos encontramos no próximo! Até lá.


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