Era tarde da noite e Orihime desfrutava de uma noite de garotas na casa de Rangiku, organizada aos moldes da loira, a festa era carregada de comida, bebidas fortes, jogos de azar e o preferido dela, fofoca. Com um copo de saquê em uma mão e cartas em outra, a ruiva ouvia atentamente enquanto as tenentes contavam tudo o que havia acontecido nos últimos anos.
“Orihime, Orihime... e eu aqui pensando que vocês estava triste e solitária no mundo humano.” exclamou a loira de forma sugestiva, escondendo metade do rosto risonho com as cartas de pôquer em suas mãos.
Inoue a olhou com falsa inocência interrogativa, sabia muito bem do que a amiga falava. Rangiku sempre foi muito astuta e sua falta de modos era, além de um traço de sua personalidade, uma ótima camuflagem.
“Não se faça de boba. Eu notei assim que vi...Você e o Capitão Kuchiki transaram, não é?”
Antes que pudesse falar qualquer coisa, a ruiva foi interrompida por Rukia que havia cuspido sua bebida na mesa. Em choque, a morena de olhos arregalados parecia perturbada enquanto gaguejava palavras incompreensíveis. E se por um lado Inoue imaginava que deveria ser chocante descobrir que seu irmão dormiu com sua melhor amiga, por outro, queria rir com a reação exagerada da outra.
Assim numa enxurrada de perguntas, apenas para irritar a Kuchiki, a tenente do Décimo Esquadrão quase subiu na mesa em busca de tirar os detalhes mais íntimos de Orihime, que por sua vez deu-se a liberdade de entrar na onda da amiga de olhos azuis, e zombando do constrangimento da baixinha, entre risos começou um monólogo shakespeariano que a morena, enquanto tapava as orelhas e cantarolava de forma infantil, se recusava a ouvir.
“Ora, Rukia! Não quer saber como aconteceu?” Indagava a mais velha da sala tirando, à força, as mãos da Kuchiki dos ouvidos enquanto ria alto das negativas da outra.
Assim as horas passaram, entre risos escandalosos de Rangiku, gritos exasperados de Rukia e explicações de Orihime sobre o ocorrido com o líder do clã Kuchiki.
Então madrugada chegou fria e escura, do céu caia uma fina garoa, que era iluminada pela luz da lua cheia que mostrava-se imponente dentre as nuvens cinzentas. A casa estava silenciosa, Orihime era a única ainda acordada. Há anos não conseguia dormir uma noite completa, então vigiar a abóbada celeste durante alvorecer tornou-se seu hábito.
Sentia as gotículas de água contra seu rosto enquanto passeava pelo caminho iluminado por lanternas tradicionais, a noite parecia nunca ir embora. Entre suspiros entediados, caminhou por vários minutos enquanto olhava para a lua de prata. Com a mente preenchida pelo silêncio, adentrou as ruas da Soul Society, entre as ruas calmas dos bairros nobres andou. Suas roupas brancas de seda flutuavam com a brisa e brilhavam ao luar. Como um ser etéreo, passeou despreocupada pela alameda repleta de bambus.
“Insônia também?” ouviu uma voz do seu lado. Ao virar-se não pode evitar a surpresa quando descobriu quem era.
“Byakuya...?”
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