História Chuva - Capítulo 25

Seus lábios separam-se pela falta de ar, no entanto os braços dele não a soltaram em nenhum momento. Suas faces estavam tão próximas que os pequenos sopros de ar que saiam de suas bocas formavam uma fina nuvem de fumaça ao redor de suas cabeças. Olhos trancados um ao outro, o encarar pesado entre eles era nada mais que uma conversa sem palavras.

A chuva batia com força em seus corpos, e foi quando um raio poderoso iluminou o céu e a terra por breves instantes, que as correntes que trancavam seus olhares se desfizeram como uma bola de sabão que estoura no ar.

Orihime soltou-se dos braços de Byakuya, suas bochechas pareciam tão quentes quanto ao sol do meio dia e seu coração batia forte no peito. Ao ver o estado do frio capitão que escondia sem sucesso o rubor que tomava conta de seu rosto com as costas da mão esquerda, não conteve o leve riso que veio aos lábios.

Uma ideia tortuosa brotou em sua mente.

O Kuchiki por sua vez olhava para a ruiva que ria para si mesma, até podia ver as engrenagens girando em sua cabeça. Das várias possibilidades do que ela poderia falar, todas pareciam indecentes; seu coração acelerava gradativamente ao perceber que toparia qualquer proposta que viesse dela.

“Ei, quer se despedir direito?”

O riso preso na garganta da ruiva explodiu quando viu o vermelho aos poucos tomando conta do rosto surpreso de Byakuya enquanto ele processava sua proposta indecente. O jeito direto como ela fazia tais declarações sempre o surpreendia.

E mesmo assim, naquele mesmo pavilhão deserto escondido dentre as árvores que uma vez encontraram-se ele a levou, e apesar das paredes da construção, uma barreira espiritual que os escondia ele criou.

Chuva caía pesada e não havia luz no céu, no entanto as frágeis lanternas de papel que dançavam com o vento os iluminava. O ar frio arrepiava seus corpos molhados, porém os toques e beijos cheios de paixão os esquentava.

Uma a uma, o deus da morte tirou as peças de roupas da humana e à medida que o tecido molhado escorregava pelo corpo curvilíneo, uma pequena tatuagem de traços finos e delicados se revelava na extensão da linha da coluna dela – um ramo de jacinto e uma camélia entrelaçados; um segredo que somente ele sabia.

Os gemidos suaves que ela deixava escapar conforme era tocada e beijada eram abafados pelos trovões estrondosos que dominavam as nuvens escuras no céu. Orihime era preenchida com o sentimento de êxtase ao observar o sorriso ferino, quase cruel, que Byakuya exibia durante suas investidas repletas de luxúria e lascívia.

Beijos incandescentes, movimentos fortes e constantes, o atrito de seus corpos era como uma erótica dança ritmada, totalmente física e carnal. O ar carregado de volúpia e desejo, sensações experimentadas novamente após anos de solidão auto imposta. Não há romance, todavia há um novo sentimento desconhecido.

Palavras desconexas sussurradas ao vento. A noite demora em ir embora, o sol tem preguiça de levantar.