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História Cidade dos Demonios Alados - Caçadora de memórias


Escrita por: namuxyz

Capítulo 2 - Caçadora de memórias


  "Quando sentir meu calo

Olhe nos meus olhos

É onde meus demônios se escondem"

Demons - Imagine Dragons

Maryse convocou todos, até Clary, para um jantar importante no instituto. Todos estão loucos para saber do que se trata. Todos exceto Isabelle que parece saber, mas não quis falar, e Clary não quis perguntar. Agora estão no salão de entrada do instituto esperando um convidado especial. Seja quem for, pensou Clary, está demorando muito. Ela perguntou para Jace várias vezes quem ele achava que seria esse tal convidado especial, mas ele não faz idéia.

  Alec e Magnun estão em um canto discutindo baixinho sobre esse convidado especial. Iz, parece distraída demais em enrolar seu cabelo no dedo para se importar. Maryse olha no relógio com uma freqüência que já está começando a se tornar irritante.

  Foi quando a campainha escoou pelo recinto. Aquela campinha desagradável do instituto. Todos tomam um susto, até mesmo Isabelle. Logo Maryse caminha até as pesadas portas na entrada e abrindo-as e revelando a silhueta de uma mulher.

  Aos poucos a luz do instituto atingiu o rosto da mulher revelando sua aparecia, e puderam ser ouvidos suspiros surpresos ao ver a mulher, mas ela não é familiar pra Clary. A mulher veste um conjunto, uma saia justa vermelha, pouco acima do joelho, com uma cintura alta; E um top de alcinha vermelho. Ela calça um scarpin preto que fez Clary imaginar se um dia conseguiria usar um salto com tanta elegância quanto ela. Os cabelos ruivos da mulher estão presos em um rabo de cavalo apertado e nenhum fio sai do lugar. Seus olhos são de um verde muito claro e brilhante, um verde cartuja. Clary percebeu que há algo errado com aqueles olhos, não são apenas estranhamente verdes, mas também eram atraentes, como um imã. Ela não consegue parar de fitar os olhos da mulher. Há algo de sobrenatural naqueles olhos, olhar para eles é como olhar para algo mágico e poderoso.

  Logo a dama entrou no instituto com um sorriso nos lábios cheios de um batom vermelho.

– Melissa – falou Jace – Não sabia que você vinha – A mulher, Melissa, foi na direção dele e lhe deu um abraço. Isso fez Clary ter uma súbita pontada de ciúmes, mas não tinha motivos pra isso, não é?

  Melissa deu um abraço em Maryse e Alec. Isabelle apenas estendeu a mão. Logo chegou a vez de Mgnus e a mulher faz uma cara de surpresa como se tivesse acabado de notar a presença do feiticeiro.

– Magnus Bane! – disse ela e logo deu um abraço nele. Mas Clary nunca tinha viso alguém tocar em Magnus daquele jeito alem de Alec – Há quantos anos não te vejo? Cinqüenta? – Claro. Feiticeira.

– Ah, não faz tanto tempo assim, faz? – pergunta o feiticeiro bem humorado.

  Mas falta alguém. Uma pessoa ainda não havia sido cumprimentada. Logo a feiticeira sai do abraço de Magnus indo em direção à Clary. Os saltos fazem barulho no chão de mármore enquanto da passos firmes. Ela para na frente de Clary e coloca a mão em seus ombros de uma forma amistosa mas que para Clary foi um pouco assustador.

– Clarissa Morgestern. Já ouvi falar muito de você, é um prazer finalmente conhecê-la – Melissa a fita intensamente. E a garota não consegue parar de olhar para os olhos verdes, aos poucos sente o corpo relaxar como se estivesse sendo hipnotizada, sente a mente vagar.

– Melissa! – ouviu a voz de jace firme e foi tirada do seu transe – Deixe a Clary em paz! – Clary virou o rosto para olhar pra Jace. Ele parecia um pouco preocupado.

– Ah, Jace – disse a feiticeira com a voz debochada – Não se preocupe. Eu não vou fazer nada com ela ainda. – Do que eles estavam falando, afinal? Que risco a feiticeira poderia representar para Clary?

[...]

  O jantar havia sido leve e descontraído. Melissa conseguia arrancar gargalhadas até mesmo de Maryse e isso surpreendeu Clary. Mas logo a conversa tomou outro rumo, o motivo dessa reunião: Sebastian.

– Se Magnus Bane não conseguiu rastreá-lo, porque eu conseguiria? – Perguntou Melissa e Magnus pareceu lisonjeado – Mas posso tentar. Você sabe, posso interferir na investigação da clave e investigar com meus próprios métodos. Sei muito sobre símbolos antigos, escrituras, feitiços perdidos no tempo... E com certeza vou poder contar com ajuda de alguns bons amigos. Não vou descansar até encontrar o filho de Valentin, mas... Eu quero algo em troca – conclui

– O que você quiser – disse Maryse

– Veja bem, eu conheço todos nessa mesa com a palma da minha mão. Todos exceto Clary – O corpo de Jace enrijece, Maryse engasga com o vinho, Magnus desvia o olhar, Isabell cerra o punho e Alec prende a respiração. Certamente há algo que Clary não sabe, e isso a está deixando aflita.

– Não – dis Jace com uma ponta de irritação na voz – Podemos te dar o que quiser em dinheiro.

– Jace, Jace – A feiticeira mantém um sorriso no rosto, um sorriso quase perverso que a faz lembra a rainha da corte Seelie – Você sebe que a questão nunca foi dinheiro. Não me interesso por dinheiro, não faço nada por dinheiro.

– Nada? – é a vez de Isabelle se pronunciar, ela tinha ficado calada até a agora – Então você é conhecida como viúva negra à toa? Ou enganar mundanos ricos é apenas um hoobie pra você?

 Melissa respira fundo antes de dizer:

– Vocês são caçadores de Sombras. Eu sou caçadora de memórias, momentos. Quando se vive tanto tempo quanto eu você passa a se interessar pela experiência alheia. E é isso que eu faço, vou ao fundo da mente da pessoa e vejo quais suas maiores lembranças, as mais marcantes. Esse é meu pagamento. Não me olhem como se fosse uma coisa absurda, bem, talvez seja, mas eu já fiz isso com vocês. Eu entendo que ela seja importante pra vocês, mas não vou fazê-la sofrer, e depois que não vou publicar as lembranças dela em uma revista de fofocas. Tudo que eu ver é confidencial.

 – Do que vocês estão falando?! – Clary acha que o assunto a envolve diretamente e ela, como sempre, não esta entendendo nada.

– Então vocês não contaram sobre mim a ela? Melhor assim. Clary venha comigo, vamos conversar – Disse Melissa e Jace se levanta de supetão – Não se preocupe, Jace – revirou os olhos – eu não vou fazer nada a ela

  A feiticeira caminha para fora da sala de jantar sem olhar pra trás pra ter certeza se Clary a estava seguindo, apenas gritou “vamos” antes de sair da sala para apresá-la. Ela conhece muito bem o instituto, notou Clary, pois enquanto passavam pelos corredores não perguntou em nenhum momento onde estavam. Melissa da passos fortes que provocavam um barulho quando o salto fino do scarpin se chocava com o chão de mármore, esses passos fazem-na parecer uma mulher muito forte e decidida. Sempre com a cabeça levantada e postura ereta passando um ar de superioridade. Isso deixa Clary um pouco assustada. Quando pararam em um corredor distante da sala de jantar Melissa finalmente olha pra Clary com seus olhos verdes brilhantes.

– Clary, eu conheço os Lightwood há muitos anos. Na verdade conheci Maryse antes mesmo dela sequer pensar em ser uma Lightwood. Conheci a pequena Maryse em Idris quando ela tinha apenas nove anos. – Clary não consege imaginar Maryse com nove anos – Eu sempre ajudei a família dela e depois que se casou com Robert também passei a ajudar os Lightwood. Às vezes os caçadores de sombras precisam da ajuda de feiticeiros e sempre que precisavam recorriam a mim. Conheço Alec e Isabelle desde antes de nascerem. Conheço Jace desde que chegou aqui. Mas não é isso que interessa. Você já deve saber que nós, feiticeiros, não fazemos nada de graça. Eu também não. Mas já faz muitos séculos que não faço nada por dinheiro. Quando se tem a eternidade, Clary, a gente começa a perder o interesse pela vida. Mas não podemos petrificar. Eu luto para não me tornar alguém sem coração... O tempo faz isso com a gente, endurece nossos corações até que virem pedra.

– O que isso tem haver comigo? – Clary esta muito curiosa pra saber e quando esta curiosa ficava um pouco grossa, ela nunca suportou ser a última a saber.

– A vida é feita de momentos, e quando já se viveu de tudo você passa a se interessar pelos momentos alheios. Você é uma caçadora de sombras, Clary, e eu uma caçadora de memórias.

– Como assim? Vou ter que dar minhas memórias pra você em troca da sua ajuda – Quantas vezes mais teriam que entrar na cabeça de Clary? Quantas vezes mais ela teria que mostrar o que tem dentro de sua mente. Primeiro Magnus, depois os irmãos do silêncio e agora Melissa?!

– Dar? Claro que não. Isso seria horrível! – O alívio percorreu o corpo de Clary fazendo seus músculos relaxarem e ela soltar um suspiro de alivio. – Você vai ter que deixar eu ver suas lembranças – Agora seu corpo voltou a ficar rijo, estava bom demais pra ser verdade – Mas eu não vou tirá-las de você. Não se preocupe Clary, eu já fiz isso com Maryse, Alec e até Isabelle. Fiz isso com Jace pouco depois dele chegar ao instituto. É o valor cobrado pelo meu trabalho. E, eu não vou publicar suas lembranças em uma revista de fofoca! Não. Eu nunca, jamais, revelei nada do que eu vi na cabeça de ninguém, mesmo que essa pessoa seja algum vilão maníaco... Fique tranqüila quanto a isso. – Clary não se sente tranqüila, se sente desesperada. “Demônios vivem dos gritos e da agonia dos amaldiçoados em tormenta. Imagine então que bela mudança de ritmo é um banquete de boas lembranças. Ficam deliciosas quando misturadas, o doce e o amargo”. Será que lembranças são alimento para feiticeiros assim como para os demônios? Mas não pode ser. Magnus nunca precisou de algo assim, pensou Clary – Fique tranqüila, não vai doer. E então, aceita? – Melissa estende a mão pra Clary apertar. Se aceitasse o acordo não teria como voltar atrás, Clary sabe disso. Mas se a feiticeira é a última esperança eles tem que tentar. Então apertaram as mãos.

***

 

 

 

 

  Antes de ir à casa dos Lightwood à noite Melissa tinha se encontrado com o jovem, Jonathan, que conheceu na festa de Calarran. Agora deitada em sua grande cama se punha a recordar do agradável encontro que teve mais cedo.

  Ela foi ao restaurante Carpaccio na hora marcada e se surpreendeu ao perceber que o restaurante estava vazio, exceto por uma mesa em que um rapaz degustava uma taça de vinho.

Jonathan.

 Ele contou a Melissa sua história, disse que saiu de Idris depois da guerra maligna a pedido dos pais e está em Idris há pouco tempo. Melissa não acreditou nessa história totalmente – caçadores de sombras não fogem – mas que motivos tinham para desconfiar? O jovem disse também que seu nome é Jonathan Anguismalun.

  Depois de almoçarem no restaurante foram ao Central Park onde zombaram dos mundanos. Jonathan gargalhou de forma perversa quando Melissa fez coisas desaparecerem e aparecerem das cestas de piqueniques dos mundanos que ficaram confusos de uma forma hilária.

  Ela percebeu que o rapaz nunca sorria, mas sempre ria da desgraça mundana. Alguns caçadores de sobras desprezam mundanos, mas ela pode perceber o quanto eles são incômodos para Jonathan, como baratas ou ratos. Mas seu modo perverso só o faz ficar ainda mais atraente e só faz Melissa ter mais vontade de conhecê-lo melhor. Ela não nunca teve muitos caçadres de sombras, na verdade, sempre gostou de mundanos. Entrar no mundo mundano, fingir ser um deles, faziam-na se esquecer do passado triste, se esquecer que é uma feiticeira, que é eterna. Sempre invejou os mundanos. Sempre despreocupados, vivendo suas vidas tranqüilas com a certeza de que uma dia vão morrer. Mas, pela primeira vez em muito tempo ela não esta interessada em um mundano. Quer um caçador de sombras. Quer Jonathan Anguismalun.

Anguismalun...

 Serpente má em latim. Ela quer mais sobre a maldade dele...

 

 


Notas Finais


Bem não esquesam de comentar - é muito importante
Tem um casal surgindo...
Melissa e Jonathan!

Mas, afinal, quem é Jonathan?


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