1. Spirit Fanfics >
  2. Cidade dos Demonios Alados >
  3. A Ninfa

História Cidade dos Demonios Alados - A Ninfa


Escrita por: namuxyz

Notas do Autor


~Boa Leitura

Capítulo 17 - A Ninfa


Também ele era um tentação

Sambem ele era uma conexão para

uma existência além

O mundo maligno do qual

eu não queria mais fazer parte

 

Melissa não conseguia dormir. Virava de um lado para o outro na sua confortável cama. Em sua mente não paravam de vir as lembranças de sua última alucinação. Não comeu, não bebeu e não fez nada depois daquilo, mesmo já tendo se passado um dia. Ficou deitada pensando em tudo o que lhe estava acontecendo.

Ela se senta na cama e sente sua cabeça doer. Sua vida nesse lugar baseia-se em sentir dor e ficar confusa. Levanta-se e vai até a pequena mesa de madeira. Uma bandeja com comida havia sido colocada para ela, mas a comida já havia esfriado e Melissa não tem apetite nenhum, mas sabe que precisa comer.

Ela vai até a porta de seu quarto, que está aberta dando lugar ao mesmo corredor de sempre. Se pergunta por que Sebastian não ordenou que trancassem sua porta desde o dia anterior, e imagina que tudo isso faça parte de algum tipo de jogo.

Ela caminha pelo corredor que está escuro a essa hora da noite. A casa, que já é silenciosa, fica ainda mais quieta a noite, de forma que até o barulho dos ratos no porão podem ser ouvidos com clareza. O chão está ainda mais frio sob os pés descalços de Melissa. Ela abraça o próprio corpo na intenção de aliviar o frio.

Quando chega até a escadaria de mármore o frio parece aumentar de intensidade. Ela desce devagar, tomando cuidado para não fazer barulho. Em seguida vai até a janela que tem vista para o jardim e olha traves dela. Lá fora tudo parece quieto e estranhamente pacífico.

Depois, vai até a sala onde Sebastian a havia levado depois de desmaiar ontem. A sala é decorada com sofás vermelhos delicados. Possui uma lareira acesa e o barulho do fogo queimando faz o lugar parecer muito aconchegante. Em cima da lareira há um quadro. Melissa se aproxima para identificar melhor a imagem a meia luz da lareira.

Há uma mulher com um pouco mais de um metro de altura representada no quadro. Ela está nua e tem asas como às de libélulas saindo de suas costas. Seu rosto é lindo e angelical, como o de um ajo. Seu cabelo é loiro e está solto sendo levado pelo vento.

Uma ninfa

Ao redor da ninfa uma paisagem verde muito bonita, e podem ser vistas algumas abelhas a cercando. Os olhos azuis da ninfa parecem tristes, abatidos e sofridos. Olham para um lugar distante, como se procurasse por alguém. Melissa olha para os olhos dela com muita atenção, tentando imaginar o que ela estaria procurando. Até que os olhos da ninfa se mechem em sua direção. A feiticeira fica boquiaberta e seu coração dispara, a pintura não foi feita para se mexer. Seu corpo se arrepia e ela tenta sair de lá, mas seus pés não se movem como se estivessem presos ao chão.

Os olhos da pintura ficam marejados e uma lágrima escorre deles para fora do quadro. As abelhas começam a se mexer rapidamente como se estivessem prontas para atacara alguém que mexeu em sua colmeia.

A boca da ninfa se move devagar como se tivesse dificuldade para falar e diz uma palavra sem som algum: Fuja

As abelhas começam a sair do quadro em uma intensidade e velocidade impressionantes e vão na direção do rosto de Melissa prontos para atacar e...

Melissa acorda ofegante e suada. Olha ao redor e ainda está em seu quarto. Ela se senta na cama e respira fundo tentando regular seu corpo. Suas mãos estão tremulas de pavor. A última coisa que se lembra é de ter comido o jantar que a velha senhora lhe trouxe, sentir uma dor enorme na cabeça e se deitar na cama em busca de alivio.

Ela se levanta da cama e corre até a porta do quarto que está aberta como previa. Corre pelo corredor escuro tropeçando em alguns tapetes. O lugar está frio e silencioso como no sonho. Ela desce a escadaria correndo e sem pensar duas vezes vai até a sala.

O lugar está exatamente como no sonho. Sofás vermelhos, lareira e ninfa. Exceto pelo fato de dessa vez a lareira estar apagada. Melissa se aproxima do quadro e o reconhece. É exatamente como ela sonhou. A mesma ninfa, a mesma paisagem, as mesmas abelha. A única diferença é que nesse quadro a ninfa está de olhos fechados. Ela leva a mão na boca instintivamente. Seu coração bate rapidamente e sua respiração sai do controle. Estar nessa casa é como estar presa em um pesadelo que não se pode acordar.

 

– Acordada até essa hora? – Uma voz pergunta fazendo Melissa se assustar e se virar vendo Sebastian parado no portal de madeira a olhando sem muito interesse

 

– Eu quem deveria estar te perguntando isso...

 

– O que vem tirando seu sono?

 

Melissa ignora a pergunta e se vira novamente para analisar o quadro. Depois de olhá-lo bem, pergunta:

 

– Você sabe quem é essa ninfa?

 

– Não sei muito sobre fadas – Ele responde se sentando no sofá em frente a lareira

 

– Essa é a ninfa Melissa – Ele arqueia uma sobrancelha surpreso e intrigado com tamanha coincidência – Está vendo as abelhas? – Melissa pergunta indicando as abelhas no quadro – Há vários lados da história, mas a mais famosa é a da mitologia grega. Rés a lenda que ela amamentava Zeus quando ele era apenas um bebê. E então, quando Zeus cresceu ela foi morta e seu corpo se transformou em um enxame de abelhas. Daí o nome Melissa...

 

– Por que ela morreu?

 

– É a justiça divina. Não tem como compreender – Ela responde calmamente

 

– Justiça? – Pergunta debochado

 

– Chame como quiser... – Ela se senta na outra ponta do sofá, a certa distancia de Sebastian

 

– Ninfas... São como fadas, não é? Por que elas são sinônimo de... – ele começa a falar mas é interrompido

 

– Sexo? Eu não sei... Elas eram seres que levavam felicidade ao povo. Tudo vai depender do tipo de felicidade que levavam...

 

Um silencio constrangedor se instala entre eles. Nenhum dos dois está disposto a se esforçar muito para conversar com o outro. Melissa está distraída demais olhando para o quadro da ninfa. A casa é cheia de flores e quadros de ninfas. Tudo o que teria em uma propriedade de fadas, ela nota. Além disso tem o jardim bem cuidado, isso com certeza não é obra das habilidades de jardinagem de Sebastian.

Então ela resolve quebrar o silencio:

 

– De que fada é essa casa?

 

– O que? – Ele engasga

 

– Você sabe... Flores, plantas, ninfas...

 

– Você pensa demais...

 

– Tenho anos de experiencia, Sebastian. Sou bastante observadora

 

– Observadora demais – Ele fecha a cara – Acho melhor ir para o seu quarto

 

– Não estou com sono...

 

– Não perguntei se estava

 

Melissa olha para ele tentando ler suas expressões. Mas ele é confuso demais para que ela possa ler. Ela simplesmente se ajeita no sofá e ignora as últimas falas do rapaz. Não está disposta a obedecê-lo ou dar a ele o direito de lhe dar ordens.

 

– Você anda conversando muito com a rainha do Seelie? – Melissa pergunta – Essa casa é dela? Nos estamos na cidade das fadas?

 

– Você está fazendo perguntas demais.

 

– Seria muito mais fácil se você respondesse

 

– Seria muito mais fácil se você fosse para o seu quarto

 

Melissa se levanta do sofá cansada de discutir. Ela simplesmente sai da sala o deixando sozinho. Se aproxima das escadarias pronta para subir, mas por que obedeceria às ordens dele com tanta facilidade?

Ela olha ao redor. Ao lado da escadaria há um corredor, vai naquela direção para explorara o lugar. O corredor se parece muito com todos os outros. Mesinhas com flores, tapeçarias verdes e quadros. Além da frieza do chão de madeira. Há portas dos dois lados do corredor, todas trancadas.

Melissa revira os olhos e continua andando e tentando abrir as portas. O corredor é imenso e possui milhares de portas de todos os lados, ela gasta muitos minutos até achegar ao fim do corredor onde há uma parede com um quadro da um campo de flores. Ela olha para o quadro notando que suas pinceladas se parecem muito com as do quadro da ninfa Melissa.

Antes de se virar para voltar ela vê que não tentou abrir a última porta do lado direito. Então, leva a mão até a maçaneta de metal frio e gira ouvindo o estalo da porta se abrindo. Sorri vitoriosa ao, finalmente, achar uma porta aberta e entra dentro do comodo tomando cuidado para não fazer barulho ao fechar a porta atras de si.

Abre a boca surpresa ao constatar que está em uma biblioteca. Há prateleiras que vão do chão ao teto em todas as paredes com livros das mais variadas cores e tamanhos. Além de uma delicada mesa redonda com algumas cadeiras dispostas, e é claro, muitas flores em todos os cantos.

Melissa caminha devagar indo até as prateleiras e passando as mãos nos livros empoeirados que sujam seus dedos. Talvez Sebastian ficasse zangado ao saber que ela anda por ai entrando no cômodos, mas ela não se importa. Lê os títulos dos livros. Boa parte deles fala sobre botânica, muitos estão escritos em latim, outros são bíblias das mais diversas religiões, e há também aqueles que falam sobre a teoria das espécies do mundo das sombras.

Até que ela avista um livro azul bem no alto da prateleira, como um tesouro escondido, ou uma joia de família. Um conto de duas cidades

Ela puxa uma das escadas feitas para se pegar os livros no alto e sobe com cuidado até poder alcançar o tão esperado romance. O aperta nas mãos como se fosse uma coisa frágil e desce devagar. Em seguida aperta o livro no peito e corre pelo corredor escuro em direção ao seu quarto. Finalmente achou algo que a deixasse feliz naquela casa, e algo que certamente a ajudaria a passar o tempo

* * *

 

 

 

Isabelle deixa sua lâmina cair no chão novamente. Ela não vem conseguindo se concentrar nos treinos com a recente presença de Simon ali. O cheiro dele fica facilmente impregnado nos lugares onde passa, não deixando que ela se esqueça dele em nenhum momento. As outras pessoas, é claro, não sentiam tanto o cheiro de Simon quanto Izzy. Talvez ela tivesse uma sensibilidade maior para cheiros, ou simplesmente quisesse que ele estivesse em todo lugar.

Ela se abaixa para pegar a lamina, em seguida, aproveita para olhar o treinamento de Simon. Ele parece concentrado demais no esparrem com Alec para perceber, ou sentir o olhar da garota. Izzy sorri involuntariamente ao ver os movimentos atrapalhados de Simon ao manusear as lâminas. Sente vontade de ir até e ele e ensiná-lo pessoalmente a posicionar os ombros, mas acaba deixando de lado e voltando a se concentrar no pró´pio treinamento.

É uma tarefa muito difícil se concentra com tantos coisas acontecendo ao redor. A clave está questionando a administração de Maryse, depois do ocorrido na mansão; Melissa, pessoas crucial na investigação, está desaparecida; O exército de caçadores de sombras está enfraquecido; As fadas podem ser traidoras; E uma guerra está prestes a ser iniciada. Isso já é o suficiente para enlouquecer qualquer um, mas não bastasse isso, Isabelle ainda tem que se preocupar em vingar a morte do irmão de forma sanguinária e inesquecível.

Submersa nesses pensamentos deixa a lamina cair novamente no chão. Bufa enraivecida e revira os olhos. Dessa vez, desiste definitivamente do treino e se dirige até o vestiário feminino, na sala de treinamento. Tira sua roupa de treino e veste a comum. Em seguida, sai pelos corredores semi-iluminados do Instituto. O barulho do silencio que parece acompanhá-la por toda parte escoa em sua cabeça, como uma musica insistente e irritante. Os pensamentos se embaralham na cabeça e por um segundo se desespera diante de tudo, mas como caçadora de sombras não pode se dar ao luxo de se desesperar. Tem que manter a cabeça no lugar e tentar entender o que está acontecendo.

 

– Se a rainha estiver mesmo do lado de Sebastian... – Izzy fala consigo mesma – Ela está o escondendo em alguma lugar. O Edem está fechado, não poderia ser. Ela não abrigaria Sebastian em seu próprio reino... Mas e se – Ela abre a boca em sinal de surpresa com as hipóteses que acaba de criar – Mike...

 

Izzy corre pelos corredores, tropeçando em alguns tapetes ou esbarrando em móveis pelo caminho. Corre o mais rápido que pode sentindo o peito queimar de adrenalina e ansiedade. Entra em seu quarto não se preocupando nem em fechar a porta. Abre seu armário jogando todas as suas roupas no chão, e seleciona as mais apropriadas para ir a uma missão. Depois de vestir, coloca todas as suas armas e tudo o que precisaria para executar seu plano.

 

– Izzy, você... – Ela se vira e vê Simon parado na porta a encarando com uma sobrancelha arqueada – Onde vai?

 

– E-eu... Eu vou... O que faz aqui?

 

– Perguntei primeiro – Ele diz entrando devagar no quarto dela

 

Ela bufa e revira os olhos. Se ainda conhece Simon como antes sabe que ele não a deixará em paz enquanto não disser a verdade.

 

– Simon, eu tenho um plano. Eu preciso fazê-lo, entende? É do tipo de coisa que não se pode deixar pra depois...

 

– Isabelle... O que está tramando?

 

Ela coloca a mão nos ombros dele e o impulsiona para sentar em sua cama. O olha bem no fundo dos olhos castanhos e diz:

 

– Eu sei de alguém que pode nos ajudar... Mas para isso terei que invadir a casa da Rainha

 

– Isso é uma missão suicida!

 

– Eu sei, Simon, mas tenho que fazer isso! Pelos caçadores de Sombras... Por Max...

 

Faz-se um silencio entre os dois, que ficam imersos em seus pensamentos e temores. Até Simon dizer:

 

– Eu vou com você!

 

– Não! Não vai não!

 

– Izzy – Ele segura o rosto dela coa as mãos – Eu nunca te deixaria sozinha nessa

 

– Eu sei que não – Ela sorri – Sei que não...

[…]

 

 

 

Magnus coloca a mão no queixo tomando uma posição pensativa, enquanto toma um wiski sentado em seu sofá. Há uma peça importante faltando nesse quebra-cabeças, e ele, pela primeira vez, não faz ideia de onde começar a procurar. Nunca viu as coisas parecerem tão caóticas e desesperadoras. Já viveu de tudo, desde de ser expulso do Peru, até combater autômatos assassinos em Londres, mas nunca algo de tamanho tão assustados quanto que Sebastian planeja.

Ele olha para o amigo sentado na poltrona em sua frente. Desde o desaparecimento de Melissa as coisas vem saindo bem piores do que o esperado. Ele toma um gole de sua bebida, em seguida estende metálica para o amigo.

 

– Então, o que acha, Calaran? – Magnus pergunta assim que o outro feiticeiro abre a caixa de metal e olha o conteúdo.

 

– É diferente de tudo o que eu já vi. Não é como se fosse um osso, ou um espinho. Parece algo mais... resistente. E essa coisa viscosa... veneno? Nunca vi algo assim! Tem um odor tão forte quanto ópio. Com certeza é fatal – Calarran diz analisando o espinho de um dos demônios de Sebastian

 

– Nem do céu, nem do inferno – Magnus diz para si mesmo – Isso deveria tê-la matado

 

– Você também consegue sentir a magia dela – Magnus assente com a cabeça – Não entendo por que Melissa ainda está viva... Isso aqui a teria matado em questão de horas, não faz sentido.

 

– Talvez faça... Nós é que não conseguimos enxergar...


Notas Finais


Isso ta mais confuso que teoria de MV de k-pop...
Mas prometo que um dia tudo fará sentido...

Deixem aquele comentário, heim!

~Bjus


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...