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História CILADA -Noiva de Sacrifício - Tu est ma fiancée, Audrey.


Escrita por: LOLAtrancyy

Notas do Autor


NOTA RÁPIDA ANTES DO CAPÍTULO COMEÇAR.

Desculpa, interromper a leitura do capítulo, mas é importante. Como muitos sabem capítulo passado foi mostrado o contrato , dos nossos personagens. Porém, eu percebi que muitas partes ficaram faltando nos assuntos sobre: As profissões autorizadas, para a noiva, formas de punição em caso de quebra do juramento de pureza ( onde os noivos não fazem sexo até o casamento) e a parte onde são nomeadas quais condutas, que a noiva não pode ter com o sexo oposto.

Gente isso foi algum erro que deu, na hora em que o capítulo foi postado. Porque eu enumerei tudo certo e quando fui analisar, hoje de manhã. Percebi que ficava uma parte grande em branco, onde deveria haver todos os requisitos. Desculpa, eu sei que eu devia ter visto antes, mas eu juro que quando eu revisei estava tudo enumerado.

Não precisa ler o capítulo anterior de novo. Já consegui corrigir o problema. E tudo o que ficou em branco será citado neste capítulo. Desculpa, pelo erro.

Fique com o capítulo, Beijos.

Capítulo 26 - Tu est ma fiancée, Audrey.


Mansão Michaelis.

06:23. A.M

 

O dia mal havia começado, todavia Alfred mantinha o devido controle, para lidar com os aborrecimentos, de seu Lord. De uma forma que trouxesse a paz, de volta para a mansão.

Sebastian acordara completamente impaciente. Exigindo que tudo fosse feito rapidamente, independente de qualquer questão. Mal tocou no desjejum que foi lhe dado. Só perguntava várias vezes, se Fredley já havia ligado, ou, qualquer outra pessoa, em seu número pessoal.\

Embora, a resposta fosse sempre negativa, ele insistia em ponderar, na frente da janela várias vezes, irritar-se com alguma coisa, que não dizia qual, ficar inquieto quando não conseguia algo imediatamente, como uma xícara de café, no ponto predileto e ficar batendos os dedos, na mesa várias vezes, causando um ruído irritante.

Alfred, sempre foi muito paciente, com os vários Lordes que trabalhou. Entretanto, ele detestava essa mania do Michaelis, de ficar cronometrando o tempo das coisas, batendo os dedos na mesa.

Era como se ele estivesse dizendo indiretamente: “ Vá mais rápido, Alfred. O tempo está passando.” 

Sebastian, não era um jovem ansioso. Não ficava pensando em uma possibilidade do dia seguinte, em um momento presente. A não ser que estivesse planejando algo, que dependesse muito de uma outra pessoa, ou, tentando esconder algo.

--- Não ouse a dizer nada. Não quero saber de terceiros, nesse assunto.- Ordenava, Sebastian. Falando com alguém pelo celular.

Alfred, abriu as portas do closet. Pegando um casaco de frio e uma gravata vermelha, na gaveta.\

--- Já disse que eu vou dar um jeito nisso. - Disse, Sebastian. Ajeitando seu cabelo, na frente do espelho enorme, em sua frente.

Alfred, se aproxima e passa a manga da blusa, no braços de seu Lord. Em seguida, volta para a ligação.

--- Eu sei que corro riscos. Só que eu não tenho medo. - Retruca, Sebastian. Saindo do quarto, após terminar de se vestir.

Alfred, revira levemente os olhos e pega as roupas, que o Lord deixou no chão. Escutou os passos pesados, do rapaz no andar de cima. Claramente, mostrando sua impaciência.

--- Eu não quero saber de nada. Já tomei minha decisão. Trate de colocar seus homens, para trabalhar. - Sebastian, alega. Abrindo a cortina, de seu escritório e observando o jardim da frente.

Ele desliga o celular, ao perceber seu carro preto estacionado no pátio. Alfred, aparece com a gravata, em mãos.

--- Esqueceu sua gravata, Senhor. - Disse, Alfred. Passando o acessório pelo pescoço, de seu Lord.

--- Diga para Audrey, que nosso encontro será no horário do café. Eu não demoro. - Pediu, Sebastian. 

--- Sim, Senhor. - Respondeu, Alfred.

A enorme porta de ferro se abre. Sebastian caminha em direção ao automóvel. Fredeley, estava vestindo roupas de frio e um chapéu maior, que protegia seu rosto do frio.

--- Demorou muito, Fredley - Sebastian, critica. Após o motorista abrir a porta traseira, para que ele entrasse.

O lord se ajeita no banco de trás. Fredeley, bate sua porta e liga o carro. O espelhinho do carro é ajeitado, e fica na direção do Lord, no banco traseiro.

--- Leve-me para a casa de Simon. - Disse, o Lord.

--- Sim, My Lord. - Responde, o motorista. Ecoando uma voz juvenil e um pouco rouca.

--- Está gripado, Fredeley? Sua voz está diferente. - Questiona, Sebastian. Analisando seu celular.

No banco da frente, o motorista observa os gestos do Lord, que não percebia que era observado. O motorista ajusta seu chapéu, revelando seus olhos verdes e as mechas de seu cabelo ruivo.

--- É, eu estou um pouco gripado, My Lord. - Disse Ayato,colocando um lenço no rosto e fingindo que assoava o nariz e escondendo seu rosto. Fitando o Lord pelo espelhinho.

--- Cuide-se, Fredeley. O tempo está mudando rápido. - Disse Sebastian.

 

--- Claro, My Lord. - Murmura, Ayato.

 

O carro segue pelo pátio, em direção ao portão. Deixando a mansão Michaelis.

 

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Audrey

Se me dissessem eu jamais acreditaria, que coisas assim poderiam existir. Que em algum lugar do mundo, alguém gostaria de me ter como isca, para realizar seus planos malignos.

Continuei revisando todas as partes desse contrato, só por precaução de não estar faltando nada. E a cada vez que releio sinto um aperto no peito, ao imaginar cada uma dessas punições, ou, em como ficaria seguindo essas regras, da noiva.

Coloco todas essas folhas, em cima do pequeno muro de pedra, do jardim. E fecho os olhos para poder processar cada detalhe. O vento balança meus cabelos e ao mesmo tempo, me dá a sensação de retirar todas essas preocupações de mim.

Tenho tantas perguntas. Coisas que ainda não fazem sentido mesmo, que eu procure a resposta mais racional. Acho que realmente esses são questionamentos, dos quais soluções humanas não valem.

Fui puxada de meu devaneio, ao escutar passos próximos, de onde eu estava. Alfred, estava comigo, porém do outro lado do jardim, cortando as rosas mortas.

Alguma coisa está me observando. Posso sentir e não tenho certeza se é algo bom. Pode ser um animal, ou, o vento. Desconfiaria de um coelho se os passos não tivessem sido tão altos.

Chequei mais uma vez, para ver se Alfred, ainda estava distante. E saio do jardim em direção ao mato, próximos dos pinheiros. 

Estico meu pescoço e fico na ponta dos pés, para tentar enxergar o que há mais ao fundo, me aproximando bem devagar.

Consigo ver um vulto preto passando, próximo de um tronco caído e paro imediatamente.

--- Quem está aí?

Silêncio. Sei que deve ter escondido com medo de mim. Com certeza, correu mais para o fundo. O que será que essa coisa quer?

Minha cintura é agarrada, por alguém que está por trás. Sou puxada para longe. E minha única reação é soltar um grito. 

--- O que está fazendo? - Pergunta, Alfred. Puxando meu rosto em sua direção, para que eu parasse de gritar.

Fecho os olhos, me recuperando do susto, que acabei de tomar. Ele encara o fundo do mato. E depois puxa uma arma de seu bolso.

Meu queixo quase caí ao descobrir, que todo esse tempo ele anda armado. O som de sua arma disparando, arrepia meus sentidos e eu só consigo me encolher, em seus braços, e fazer expressão de susto.

--- Por que fez isso? - Pergunto, completamente assustada.

--- Vamos para mansão, agora. - Ele diz. Me puxando pelo braço.

Olho para trás, por cima de meu ombro. Só enxergando o corvo que se assustou com o tio, voando no céu. Alfred, está muito tenso. Sua mão está apertando em meu braço, não ao ponto de doer, mas com força.

--- O que foi? - Pergunto.

--- Não se preocupe. Está tudo bem. - Ele respondeu, claramente não sendo sincero.

 

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09:45 a.m

--- Por aqui, Senhorita. - Alfred, me orienta, após subirmos uma série de escadas.

Ele me dá passagem depois de abrir a porta de vidro, pintada de branco. E eu fico espantada ao me deparar com um terraço, no telhado do castelo.

--- Fique à vontade, my lady. 

Sebastian está sentado, completamente tranquilo, em um móvel de vime. Usando óculos escuros e desfrutando da luz do sol, enquanto seus cabelos negros eram bagunçados, pela ventania aqui de cima.

Nunca o vi tão calmo como agora. Chega até ser incrível. Desço dois pequenos degraus, e caminhou devagar, em sua direção.

--- Bom dia, my Lord. - Falo. Com os pés juntos e os ombros encolhidos.

Ele aponta com a cabeça o outro assento. E eu me sento ao seu lado. Sebastian retira seus óculos, dando-me uma visão mais clara de seu rosto e de seus cabelos.

--- Achei que não fosse aceitar meu convite. - Disse Sebastian, movendo levemente a cabeça,em minha direção. Deixando a mecha de sua franja, caída para o lado.

--- Eu… Achei que seria bom se pudéssemos esclarecer melhor, tudo o que aconteceu. Antes de seguirmos com esse noivado. - Adverti. Colocando a mecha de meu cabelo atrás da orelha.

--- Fez o que eu pedi? - Ele pergunta. Deixando o óculos em cima de uma pequena mesa.

--- Sim. Eu li o contrato. - Murmurei, com o olhar fixo em minhas mãos.

--- Estou aberto para responder suas dúvidas. Não quero que fique nenhuma interrogação sobre isso. 

Eu nem sei por onde começar. São tantas coisas.Hm. Eu não sei como organizar isso na minha cabeça. 

--- Até porque nós somos noivos agora. Tenho obrigação de te contar tudo sobre mim. - Seu olhar se volta, para mim - E espero que também possa ser honesta comigo, sobre você. - Pediu, Sebastian.

--- Claro. Eu só não acho muito cuidadoso, de eu ser proibida de sair sem autorização. - Exprimir, tentando ser mais cautelosa possível, com minhas palavras.

--- Sei como é difícil. Ainda mais no seu caso que deve estar acostumada a sair para onde quiser. - Sebastian morde o lábio, antes de continuar - Só que essa é uma regra não posso descumprir. 

---- Por que não? 

--- Eu também estou sujeito a ser punido, caso não obedeça às regras do noivo. Uma delas é garantir sua segurança tendo ciência de onde está indo e com quem. - Ele alega. Virando-se em minha direção.

--- Isso me parece um pouco…

--- Controlador? - Ele me interrompe.

--- É. Bem, controlador. 

Ele voltou a olhar para a vista. Que no caso é muito bonita, por sinal. Conseguimos ver todo o jardim e o muro, onde se localiza o portão. Adorei esse terraço além de enorme, é silencioso, calmo e moderno. 

--- O que é uma Aia? - Questiono, voltando meu olhar pra ele.

--- É um tipo dama de companhia. Porém, também faz tarefas domésticas e cuida da educação. Inclusive, deve escolher sua Aia. 

--- Eu não faço a menor ideia, de quem escolher. - Respondo.

--- Não se preocupe. Alfred, pode te ajudar a escolher uma. Procure por anúncios no jornal. Muitas Saias boas estão a procura de uma família.

--- Isso é realmente necessário? Eu sei que sou noiva, todavia não quero uma mulher para fazer tudo para mim. - Rebati.

--- Audrey, entenda que isso não é uma questão de escolha. Desculpe,se acha tudo isso um pouco formal demais. Sãos as regras.

Regas. Claro, eu devia imaginar que ele ama regras. Não é a toa que é um juíz muito bom. 

--- Tem alguma Aia, para me recomendar? - Tento afastar um pouco esse clima desagradável, que ficou depois de minha insistência, em questionar tudo.

--- Tenho uma amiga francesa, que adoraria ser Aia. Conversarei com ela, por você. - Ele responde. Já mais tranquilo.

--- Senhores, o café está servido. - Anunciou, Alfred.

--- Vamos? - Ele pergunta.

--- Sim.

 

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\A mesa de café da manhã não era grande, como a da sala de jantar, porém havia os variados tipos de pratos. Alfred, é muito talentoso quando se trata de decoração. O vaso de rosas no centro da mesa foi muito bem feito.

--- Eu fiz a torta que gosta, Senhorita Chermont. Quer um pedaço? - Alfred, mostra a torta e meus olhos quase brilham, ao me deparar com aquela delícia.

--- Sim, por favor. 

Alfred corta um pedaço da torta e põe, em um prato. Sebastian, puxa a cadeira e eu fico em pé ao seu lado, sem saber se estava fazendo isso para mim.

--- Sente-se. - Ele ordena. E eu me sento e agradeço, com um sorriso gentil.

--- Você é a primeira pessoa que eu conheço,que come a sobremesa no café, Senhorita Chermont. - Sebastian, comenta. Sentando-se na cadeira ficando de frente, para mim.

--- É que eu desenvolvi uma relação amorosa, com a Torta de maçã que Alfred faz. - Brinco. Fazendo Sebastian e Alfred, se encararem com sorrisos no rosto.

-- Alfred, é muito talentoso. Ele fez especialização, em gastronomia, antes de se tornar mordomo. - Sebastian, revela. Colocando o guardanapo no colo.

--- Eu queria ser chefe do restaurante, da minha família, quando eu era mais novo. Porém, eu nunca gostei muito de massa italiana. Gosto de confeitaria. Adoro fazer tortas, bolos e madelines de chocolate. - Comenta, Alfred.

--- Eu sempre quis aprender a fazer Madelines. - Falo.

--- Alfred, pode te ensinar. - Disse Sebastian.

--- Claro, que posso. Será um prazer ser seu professor, Senhorita Chermont. Bom apetite! - Alfred, coloca o meu prato com a torta. E eu me derreto toda antes de provar.

--- Tem alguma história por trás desse seu amor, pela TarteTartin? - Sebastian, se serve de café.

\--- Eu comia muito quando era criança. As freiras faziam para vender, quando queriam arrecadar dinheiro para o orfanato. E eu ajudava na hora das vendas e… Roubava umas fatias, de vez em quando. - Esclareci, colocando açúcar no meu chá de lótus.

Sebastian, sorriu ao ouvir minha história. E uma paz invade meu peito. Subitamente, todo meu medo e insegurança, fica de lado. E o momento é de pura tranquilidade.

--- Quando eu era pequeno, nossa família sempre fazia jantares. E eu amava invadir a cozinha e passar o dedo, na cobertura das tortas e dos bolos. Minha mãe ficava maluca.

Nós dois rimos. E comemos das delícias preparadas. Experimentei um omelete com frutas secas, farinha de aveia e banana. Alfred, me serve o suco, feito com uvas frescas plantadas na horta, do castelo.

--- Como era sua infância? - Ele pergunta, enquanto saboreia sua mini baguete recheada.

--- Ah eu cresci com as freiras. Era seguro,calmo, limpo e muito religioso. Eu infelizmente nasci rebelde, então era difícil me comportar. 

--- Você não parece ter sido uma menina que se comportava mal.

--- Acredite até meus cinco anos, eu fui uma pestinha, no noviciado. - Revelei, sorrindo ao me recordar das freiras.

Sebastian, ergue a sobrancelha enquanto sorri de canto. Experimento um creme de pistache, com nozes. Que me faz delirar e ir até o céu.

--- Como era quando pequeno? 

Sebastian para de comer e arregalou um pouco seus olhos. Parecendo um pouco nervoso e buscando as palavras.

--- Bom, eu era uma criança agitada. - Disse Sebastian. Fazendo Alfred, que recolhia os pratos franzir o lábio para não soltar uma risada.

--- Agitada? O que isso quer dizer? - Finjo ser boba. Para que ele admita que na verdade foi uma criança malandra e confesse seus podres.

--- É...Eu tinha muita energia. - Rebate, Sebastian. Que volta comer para fugir do assunto.

Alfred, ainda está de lábios franzidos. E eu tento me conter para não rir junto com ele.

 

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Tudo foi tão bom que fico chateada, por ter acabado. Eu sei que quase não falamos do contrato. Todavia, eu creio que foi melhor.

--- Está vendo? - Sebastian, está me ensinando a usar um binóculo. 

Mexi minha cabeça, sentindo o super zoom em meus olhos, conseguindo ver um farol, do outro lado da montanha.

--- Nossa é enorme. - Exclamo.

--- Fica na praia próxima, daqui. - Ele revela, movendo levemente minha cabeça para o lado.

--- Praia? Eu sempre quis ir em uma. - Tiro o binóculo de meus olhos. 

--- Nunca visitou uma praia, Chermont? 

--- Bom, só pelo documentários de viagem, do canal Off  e pelos folhetos de agência de viagem. - Coloco o binóculo, em cima da mesa. Enquanto ele ri de mim.

--- Sempre gostei do mar. Só que as freiras nunca nos levaram, para passear assim. 

--- Quer realizar seu desejo, hoje? - Disse Sebastian. Claramente fazendo uma proposta.

--- Sério? Mas,como….

--- Não se preocupe. Eu te levo de carro. - Ele me promete.

--- Tá - Respondi, dando um sorriso.

--- Alfred, prepare o carro.Vamos sair. - 

--- Sim, My lord. Ferrari, ou, Lamborghini? 

--- Qual, Audrey? - Sebastian, pergunta.

Fico emocionada. Não acredito que ele me deu esse poder de escolha. Hm. Acho que o Lord não é tão metido assim.

--- Ferrari. - Respondi

 

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Não consegui conter abrir meus braços, ao sentir todo o vento em meu rosto. Eu quase podia voar. Claro, que faria isso se não estivesse sentada no banco. Só que eu nunca me senti tão viva.

A ferrari desliza pela estrada lisa, nas altas montanhas. E eu só consigo sentir um arrepio de emoções, ao ouvir o som do acelerador, desse carro.

Nunca fui chegada em carros, porém eu adorei a Ferrari vermelha, de Sebastian. E ainda mais o fato de ser um carro aberto, que me permite ver com mais clareza o mar todo lá embaixo.

--- Posso levantar os braços? - Pergunto.

--- Claro. - Disse Sebastian, rindo ao me ver levantar os braços e balançar minhas mãos ao vento.

A ferrari passa por um túnel dentro da montanha. Fazendo barulho e iluminando tudo na escuridão. Descemos a serra, por uma estrada feita de areia. E eu me alegro, porque estamos perto de realizar meu sonho.

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O mar é tudo. Sempre dizia isso, quando era criança. E agora que sinto a areia em meus pés, o aroma da água salgada e o sol em meu rosto. Tenho certeza que não errei.

--- Isso é muito lindo. - Murmurei,caminhando pela areia ao lado de Sebastian.

--- Gostou desse lugar? - Ele me pergunta. 

--- Sim. Nossa, que chalé de madeira maravilhoso. - Elogio, ao perceber a construção, que mais parece um paraíso havaiano, de frente para o mar, enfeitado com coqueiros.

Caminhamos pela areia. Ouvindo o bater das asas das gaivotas e das ondas batendo, nas rochas. Sebastian, parece tranquilo. Está vestindo uma camiseta branca, sem mangas e usando seus óculos escuros. Sorriu ao olhar para ele de relance.

O dia passou muito rápido. Eu perdi a conta, que tínhamos horário para voltar. O sol estava quase indo embora. E o horizonte era todo em tom rosa e roxo. Nunca achei que fosse ficar tão feliz ao ver o sol se pôr.

Solto meus cabelos deixando o vento levá-los. Me aconchego na minha pedra, que serve de assento. Para desfrutar de cada detalhe que a natureza me propõe.

Sebastian, observa tudo do alto de uma grande de pedra. Quem o visse de longe diria que ele é um super aventureiro. Com seus cabelos ao vento e seu olhar fixo na paisagem.

--- Quer subir? - Ele pergunta, no alto da pedra.

--- Será que dá? -Sussurro, procurando algum meio de escalar.

--- Vem. Eu te puxo. - Ele estica a mão, e eu a seguro. Sebastian, me puxa e eu escalo a pedra até o topo.

Nossa. a vista é muito boa daqui. Sento-me na pedra lisa e volto a prestar atenção, no despedir do dia. Sebastian também faz o mesmo. E nós dois ficamos quietos, vendo o dia se encerrar.

--- Isso foi maravilhoso. - Comentei.

--- Gostou desse lugar? - Ele pergunta.

--- Sim, é maravilhoso. Só achei estranho não ver ninguém. Isso aqui é um tipo de praia fechada? - Olho ao redor.

--- É minha. - Sebastian, afirmou. Fazendo-me ficar de boca aberta e sem palavras.

--- Sério? Todo esse mar é seu? E… Então, o chalé ele…

--- Também é meu.

Eu já conheci pessoas ricas, todavia nunca uma que tivesse sua própria praia particular e um chalé, que mais parece um castelo havaiano, de madeira. 

--- A ilha foi um presente de aniversário, de meu tio. E o chalé veio junto. Nunca usei ele.

--- Por que? 

--- Nunca achei um bom motivo, para desfrutar dele. - Ele responde. E se ele não fosse meu noivo eu diria que é um maluco, por ter esse paraíso e não desfrutar dele todos os dias.

 

---- ----- ----- 

Já havia escurecido. E nós estávamos voltando para casa. Porém, a felicidade em meu peito não passou. E tomara que não passe.

--- Olha, eu sei que eu não sou ninguém importante, para dar opiniões, mas acho que devia ir no seu chalé algum dia. - Falo.

--- Por que está dizendo isso? - Ele pergunta.

--- É que...Depois de hoje, eu aprendi que nunca é tarde para desfrutar de um momento bom. Ainda mais quando está bem do nosso lado. - Olho mais uma vez para a água.

--- Vou pensar em seu conselho, Audrey. Fico feliz que tenha gostado espero que também desfrute de ser servida,como merece. - Disse Sebastian.

--- Olha, eu sei que já falamos sobre isso, só que eu não gosto muito de ser servida. Eu sempre servi os outros e… Não sei eu fico incomodada com pessoas tendo de fazer tudo por mim. - Confesso.

--- Audrey, tem que parar de se ver menos merecedora das coisas. Sei que acha que está sendo tratada como uma rainha da Inglaterra, e que isso não é necessário. Só que por favor, eu lhe peço, tente enxergar tudo isso como uma forma que eu encontro, para cuidar de você da melhor forma possível.

Fico sem palavras. Sei que ele está sendo sincero, e acho que realmente se preocupa comigo. Não sei se gosto de ser servida. Creio que terei de me acostumar.

O carro passa pelo portão da mansão. E nós estacionamos no pátio. Antes que eu possa sair do carro, ou, tirar meu cinto. A mão de Sebastian pousa, em cima da minha. E toda sua eletricidade se conecta com a minha. Nossos olhos se encontram. O ar de meus pulmões parecem diminuir ao me deparar, com seus olhos que despertam meus sentidos e fazem meu corpo vibrar, de uma forma diferente.

--- Escute, Audrey. Eu jamais vou deixar de cuidar de você. Não importa o quanto seja difícil. Eu prometo, cumprir este juramento com toda minha vida. 

Suas palavras parecem tocar meu interior. E eu pude perceber a seriedade de sua promessa. Nunca ninguém me passou essa certeza antes. De que eu não precisava temer pois estaria segura. Isso é uma coisa nova em minha vida.

--- Obrigada, Sebastian. Acredito em você.

 

----- ------- ------ 


A lua é tão linda quando o céu está limpo. Essa é uma vantagem de morar no campo. Poder olhar para todas as estrelas e viajar na imensidão da lua.

--- Ainda está com energia? 

--- Claro. Sempre estou. Não costumo, ser  uma garota que dorme muito cedo.

--- Que bom. Quer entrar no labirinto? Te desafio a encontrar a saída. - Ele lança um sorrisinho.

Eu faço que sim com a cabeça e nós dois entramos no labirinto. Fico encantada com as margaridas brancas, que enfeitam as paredes do labirinto.

--- Sebastian, porque eu não posso ser psicóloga? Eu li no contrato que só posso exercer nas áreas de licenciatura, como filosofia, história e letras, e no bacharelado somente economia e direito. Por que isso?

---- Nós temos um lema, Audrey: “Nossa existência só é realmente eficaz quando ensinamos os outros e quando temos desejo de aprender. A partir do momento que desistimos de aprender e de ensinar, de nada vale nossa existência.” - Ele atesta. 

--- Bom, eu não sou muito boa para Direito e nem para ensinar crianças. 

--- Irá encontrar sua área, Audrey. Sei disso. 

Continuamos andando, voltando algumas vezes por entrar em caminhos sem saída.

--- Sebastian, eu sei que talvez isso pareça um pouco inoportuno. Porém, eu preciso saber sobre as outras noivas. 

Escuto o som de seus passos cessar. Olho para trás e ele está me fitando. Suspiro, um pouco nervosa por conta de sua reação.

--- Audrey, não há nada para saber sobre isso e…

--- Por favor, eu quero. Eu quero saber. Já percebi que não sou a primeira. Existiram mais duas, ou, três quem sabe, antes de mim. E eu….

Sebastian, volta a andar. Desta vez chegando bem próximo, do meu rosto. Controlo minha vontade de abaixar os olhos. Não posso ficar sem respostas.

--- Quem te contou sobre elas?

--- Não importa.

--- Importa sim. Esse assunto não é…

--- Eu quero a verdade, Sebastian. - Interrompo. Surpresa por não ter perdido o fôlego ainda.

--- Sim, Audrey. Existiram duas noivas humanas, antes de sua chegada. E várias outras da alta sociedade que meu pai selecionou com uma casamenteira, porém eu rejeitei todas, antes do primeiro encontro. 

--- O que aconteceu com essas noivas humanas? Mandou elas embora? Aonde estão? - Meu nervosismo, começa a me possuir.

--- Não é da sua conta. - Ele esbraveja. 

--- É da minha conta sim. Não sou boba, Sebastian. Já saquei o seu jogo e do seu paizinho. O que fizeram com elas? - Aumento meu tom de voz. Contendo minha pose de durona e meu olhar fixo no dele.

Sua mão aperta meu braço. E antes que eu consiga reagir ele segura meus pulsos. Ficamos assim por alguns minutos até ele decidir soltar. 

--- Está bem, quer mesmo saber o que aconteceu? Eu vou te dizer a verdade, Audrey. Embora, você….

--- Fala logo, o que aconteceu com elas. - Murmurei, interrompendo mais uma vez.

Ele dá um sorriso. E se aproxima de mim.

---- Elas morreram. 

Me contive para não demonstrar o quanto estava em choque. Ele fala isso com toda frieza, como se não fosse nada. E ainda sorri desse jeito.

--- Por que fez isso com elas?

--- Eu não fiz.

--- Mentiroso. Matou elas. Como consegue dormir de noite?

Ele exibe seus dentes brancos. Dando uma risada longa. Que me deixa assustada e paralisada. Bato minhas costas na parede, sem me dar conta que estava andando para trás. Ele morde o lábio inferior e tenta tocar meu rosto. Desvio sua mão de meu rosto, e me viro para poder correr.

--- Eu não terminei. - Ele impede que eu corra, me prensando contra a parede.

--- Eu não quero te ouvir. É um assassino. Eu devia ter imaginado que é igual ao seu pai. Um monstro sem alma.

--- Audrey….

--- Me deixa ir. Socorro! - Grito o mais alto, que consigo.

Começo a berrar enquanto ele me segura, pelos ombros. Fazendo com que eu me debata várias vezes. 

--- Me solta, seu psicopata. Socorro! - Grito o mais alto que posso.

Ele tampa minha boca, com a palma da mão. E eu começo a chorar descontrolada. Sebastian permanece frio, enquanto eu solto berros abafados.

--- Quer mesmo saber a verdade sobre noivas de sacrifício? - Ele pergunta. Fazendo com que eu me cale.

Engulo seco. Sentindo minhas mãos ficarem geladas e trêmulas. Ele sorriu de canto. E isso só piora tudo para minha situação.

---- A única razão para termos noivas de sacrifício, não é especificamente pelo casamento. Mas, pelo sangue. - Sebastian, revela. Meu coração fica descontrolado. E meus pensamentos mais ainda. 

--- Nós só precisamos de uma noiva, quando não conseguimos mais conter nossa sede de sangue. E quando não se precisa mais de uma noiva ela é descartada. - Sebastian, me olha fixamente. Sem demonstrar qualquer repulsa pelo o que está dizendo.

Ficamos quietos, por um tempo.E ele tira a mão de minha boca. Meus olhos ainda estão cheios de lágrimas. E eu ainda estou tremendo.

--- Já matou alguma noiva? - Pergunto. Engolindo seco.

Ele não me responde. E isso já responde tudo.

--- Audrey….

--- Não encosta em mim.

--- Escute…

Estico meu joelho e acerto sua barriga, com toda força que consigo. Saio em disparada para qualquer lugar longe daqui. Me perco em meio a todas essas paredes. E minha tensão só aumenta ao escutar os passos dele, conforme eu corro e mudo de direção.

“ Não adianta fugir, Audrey. Estamos ligados agora. Esqueceu?”

Olho para a lua e percebo a camada vermelha, manchando toda a imensidão branca. E tudo ao meu redor começa a ficar lento e borrado. Paro ao perceber que estou perdida. Encurralada por quatro paredes. Sem saída.

--- Aí…- Grito. Ao sentir uma pontada no peito, que me tira o equilíbrio.

“ Estamos juntos agora, Audrey.”

Minha visão fica embaçada e todo o colorido da paisagem, é dominado por um cenário todo vermelho, manchado de sangue. Meus sentidos vão se apagando, mesmo que minha alma esteja gritando por socorro.

“ Você é minha, para sempre”




 


Notas Finais


" Você é minha para sempre"
" Estamos juntos agora."
" Não adianta fugir. Estamos ligados para sempre."

Eu sou maluca por admitir que se o Sebastian falasse isso para mim, desse jeito eu ia ficar feliz? ♥️


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