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História Cilada para uma marquesa - Capítulo 20


Escrita por: m-rsvauseman

Capítulo 20 - Capítulo 20


Piper ficou imóvel no colo dela, mas não falou. Não o pressionou por medo de que ela mudasse de ideia, e não havia nada que Piper quisesse mais no mundo, naquele momento, do que ouvir a história de Alex.

Alex continuou: “Eu tinha voltado para casa para passar o verão, de férias da escola. Como qualquer garoto da minha idade, eu odiava sossego. Eu queria passar o verão bebendo e...”

Piper sorriu.

“Você não precisa esconder o que garotas de 18 anos querem fazer.” Uma covinha apareceu na face direita de Alex.

“O que você sabe sobre garotas de 18 anos?”, A marquesa perguntou.

“O bastante para saber que beber não era a pior coisa que você queria fazer naquele verão.”

“Eu estava velha demais para matar o tempo indo pescar no rio.”

Piper o imaginou mais nova, mais magra, com o corpo comprido ainda não tão desenvolvido, o rosto mais livre da personalidade que carregava agora. Bonita, mas em nada parecido com o que era no presente. Os ossos da mulher que ela se tornaria. O sorriso dela ficou mais largo e Piper se ajeitou nos braços dela.

“Eu teria gostado de pescar com você.” Alex olhou para ela, surpresa.

“Eu levo você.”

“Não está velha demais para isso agora?”, ela provocou. Alex fez que não.

“Agora eu sou velha o bastante para saber que matar o tempo não é um jeito tão ruim de gastar seus dias.” Alex fez uma pausa. “Principalmente com a companhia certa.”

Alex se referia a ela? Piper gostaria de pescar com ela. Gostaria que ela fizesse uma fogueira na margem do rio e passasse a noite lhe contando a respeito de sua vida enquanto a noite caía ao redor delas. Piper se sentiu aquecida pela ideia impossível.

“Ela era uma retireira”, Alex disse com uma risada incrédula, perdida nas lembranças. “Uma retireira. Como se nós vivêssemos em uma pintura de um mestre holandês. O pai dela cuidava dos laticínios na propriedade ao leste e ela trabalhava com as vacas.” Piper não riu.

“Quantos anos ela tinha?”

“Dezesseis.”

“E como foi que você...”

Piper não completou a pergunta, mas Alex a entendeu.

Alex levou a mão dela aos lábios, beijando seus dedos, provocando pequenas ondas de prazer que a atravessaram . Quando parou, ela segurou a mão dela junto à boca e respondeu:

“Uma das vacas tinha escapado e acabou na propriedade Lyne. Ela veio atrás do animal.” Ela fez uma pausa e continuou, em voz baixa, “Parecia algo de Shakespeare. Ela era a coisa mais linda que eu já tinha visto.”

Piper inspirou fundo ao ouvir essas palavras. Ela achou incrível como era fácil acreditar nelas ao mesmo tempo em que era tão difícil acreditar nas mesmas palavras quando se referiam a ela.

“Como ela era?”

“Loira, com a pele rosada perfeita e lisa como creme”, ela respondeu e Piper conseguiu enxergar aquela mulher, jovem com olhos bondosos. “No momento em que ela olhou para mim, com sujeira no rosto, as saias enlameadas por causa das suas buscas, eu quis protegê-la.”

Piper acreditou nisso, lembrando-se de como ela atacou o homem que atirou nela, no modo como Alex se lançou de imediato na luta.

“Ela precisava de proteção?”

“Parecia que sim”, Alex disse, perdida nas lembranças. “Havia algo de precioso nela. Algo que parecia frágil.” Ela procurou o olhar de Piper. “Eu quis me casar com ela desde o primeiro momento.”

Piper não estava preparada para a calda quente de ciúmes que escorreu por seu corpo ao ouvir aquilo. Ela também não estava preparada para todas as perguntas que quis fazer.

“E?”, ela o incitou.

“Nós passamos o verão juntos, em encontros secretos, escondendo tudo de nossos respectivos pais. Nós enviávamos mensagens pelos cavalariços, principalmente um, a quem eu paguei muito bem pelos serviços. Ela morria de medo que seu pai nos descobrisse.” Piper aquiesceu, mas não falou. “Ela estava com tanto medo que começou a me implorar para casar escondido com ela. Ela queria que nós fugíssemos, atravessássemos a fronteira com a Escócia, encontrássemos o primeiro ferreiro e nos casássemos na forja1. Que resolvêssemos logo aquilo.” Ela se interrompeu. “Era o que eu devia ter feito.”

“E por que não fez?”

“Porque eu não queria que fosse segredo. Eu queria me casar na frente de todo mundo. De toda a Grã-Bretanha. Ela seria minha marquesa. Minha duquesa. Não havia vergonha nisso, eu não queria transformar nosso casamento em um escândalo. Eu a amava.”

“Você queria fazer dela sua esposa”, Piper disse com delicadeza. Os títulos não eram nada comparados a isso. Comparados à ideia de viver com ela, como sua companheira, para sempre.

Para sempre. O coração de Piper doeu com essas palavras, com a tristeza pelo que ela sabia que viria, e com ciúmes dessa garota que tinha roubado o coração de Alex  há tanto tempo, tornando impossível que Piper fizesse o mesmo agora.

Não que ela tivesse capacidade de fazê-lo. Ela soltou uma risada sem graça.

“Mas é claro que eu era jovem e idiota. E lutava contra moinhos de vento.” Piper sentiu a frustração de Alex, na rigidez de seu peito e na respiração apressada, no modo como os músculos de seu pescoço se destacaram, revelando um maxilar crispado, uma boca apertada. Ela fez a única coisa que conseguiu pensar — colocou a palma da mão no maxilar dela e massageou sua bochecha com o polegar.

Por um instante pareceu que Alex não reparou no toque dela, mas então seus olhos, cintilando em verde, encontraram os de Piper e ganharam foco, e ela levantou a mão para segurar a dela junto à sua face. Alex virou o rosto e deu um beijo na palma dela antes de continuar.

“Era 1818 e o Alex da Inglaterra estava louco, o Regente bebia, jogava e organizava festas requintadas e escandalosas. A guerra tinha acabado e estava na hora do meu pai colocar de lado suas ideias estúpidas a respeito de título e sangue azul para aceitar que havia lugar no mundo para o amor.”

Piper não conseguiu segurar um sorrisinho triste ao ouvir aquilo. Ela sentia o coração pulsar na garganta. É claro que havia lugar no mundo para o amor. Mas a aristocracia era um mundo muito distante do normal, e nesse mundo retireiras não viravam duquesas. Foi como se ela ouvisse os pensamentos dela.

“Eu era jovem e nunca tinha ouvido um ‘não’ na vida.”

“E o seu nome prova isso.” Ela arqueou as sobrancelhas e ela riu, uma risada que a lembrou que, mesmo com o provável desfecho trágico daquela história, Alex estava ali naquele momento. Forte, saudável e era dela.

Dela, não. Dela por enquanto, Piper pensou. Dela naquela momento.

“Ninguém diz não ao Alex.”

O silêncio se instalou entre as duas e Piper ficou com frio, pois sabia, por instinto, para onde aquela história se encaminhava.

“Eu a trouxe ao castelo, levei-a àquela ridícula sala de jantar com meu pai à cabeceira da mesa ridiculamente grande. Diane serviu seu famoso ganso assado. Eu apresentei Sylvie para o meu pai com a petulância que me caracterizava. Ainda posso sentir o tremor na minha voz. Meu coração martelando no peito.”

O coração de Piper acompanhava o ritmo do dela. Ela não tinha se dado conta que Alex recriou os eventos nessa noite. Que toda a experiência tinha sido projetada para punir o pai não apenas por seus erros do passado, mas pelos erros cometidos naquela mesma sala de jantar.

“Eu a coloquei diante do meu pai e a apresentei como minha futura noiva.” Meu Deus. Pelo menos, quando ela fez o mesmo com Piper, ela já esperava que a situação azedasse. Mas pobre Lorna. A garota não sabia de nada. E com certeza estava tremendo em suas sapatilhas ao se encontrar com o duque imponente que Piper havia conhecido.

Piper levou a mão ao peito, como para se proteger do que viria a seguir.

“O que aconteceu?”, ela perguntou.

“Meu pai acabou com ela. Nunca vi um homem tratar tão mal uma mulher, seja retireira ou qualquer outra coisa.” Alex meneou a cabeça, os olhos perdidos encarando o passado. “Ela a escorraçou, deixando claro que nunca aprovaria, disse que ela jamais seria uma duquesa, que ela era ordinária, pobre e faria qualquer coisa para subir na vida.”

Ele tem um dom para subir na vida, o duque tinha falado a respeito do pai de Piper.

“Subir na vida é o pior dos pecados”, Piper comentou.

“Imperdoável”, Alex concordou. “Há um lugar especial no inferno para quem faz isso.” Piper não conseguiu evitar de voltar à história.

“Então você foi embora.”

“Eu deveria ter ido. Deveria ter agarrado a mão da Lorna e fugido. No mesmo instante. Deveria ter levado a pobre garota até o outro lado da fronteira e feito o que ela queria. Gretna Green é logo ali. Mas não. Eu a levei para casa. Eu a deixei dormir em sua própria cama. Eu queria uma noite para pegar dinheiro e preparar uma viagem que nos afastaria do Castelo Lyne até meu pai morrer e eu me tornar duque. Eu precisava de um plano e iria voltar para ela na manhã seguinte com um .”

“Parece fazer sentido”, Piper aquiesceu.

Alex olhou para ela e Piper viu a tristeza em seu olhar. O remorso. O arrependimento.

“Mas não fazia. Eu não pensei que meu pai iria falar com o pai dela.” Piper arregalou os olhos.

“O que aconteceu?”

“O Duque de Lyne visitou o laticínio naquela noite e contou para o pai de Lorna o que aconteceu. Deixou claro que, se ela colocasse os pés na propriedade Lyne outra vez, ela faria com que Lorna e o pai fossem punidos por invasão.” Piper ficou boquiaberta.

“E o que o pai dela fez?” Alex sacudiu a cabeça.

“Ela apareceu de vestido rasgado, lábios sangrando. Estava aterrorizada”, ela fez uma pausa. “Ela se jogou nos meus braços e me implorou para salvá-la. Ainda consigo senti-la tremendo. Eu a coloquei em uma carruagem . O pai dela estava no nosso encalço. E meu pai vinha logo atrás, sendo ela a maior ameaça de todas.”

O pavor se acumulou no estômago de Piper quando ela começou a entender como aquela história iria acabar. Ela pegou as mãos de Alex entre as suas, apertando-as, desejando que pudesse desfazer o que ela estava para lhe contar.

“Eu conduzia a carruagem . Ela viajava dentro. Estava escuro, chovia e a estrada...” Ela hesitou. “Bem, depois desta semana você sabe como são as estradas.”

“Alex”, ela sussurrou, apertando as mãos dela.

“Eu entrei em uma curva rápido demais.”

“Não foi culpa sua”, ela sacudiu a cabeça.

“Os cavalos não estavam parelhos. Eu coloquei os arreios com muita pressa, sem o cuidado necessário.”

Por isso que ela passava tanto tempo verificando os arreios na carruagem .

“Você era uma criança”, ela disse, segurando as mãos dela cada vez mais apertado, até os dedos começarem a ficar brancos. Foi a vez de Alex sacudir a cabeça.

“Eu não era nenhuma criança. Eu tinha 18 anos, velha o bastante para herdar uma propriedade. Para me sentar no Parlamento. Ela confiou em mim e eu fiz a coisa errada para protegê-la.”

Piper levou as mãos dela aos lábios e as cobriu de beijos.

“Não”, ela sussurrou entre as carícias, “Não. Não. Não.”

“A carruagem tombou, arremessando tudo — o veículo, os cavalos, eu — em uma vala a menos de dois quilômetros daqui. Não tenho nem certeza se conseguimos cruzar a fronteira.” Ela meneou a cabeça. “Acho que não conseguimos.”

“Você...”

Ela olhou para Piper.

“Eu fiquei bem . Alguns arranhões. Nada que preocupasse.”

“E...” Piper não conseguiu dizer o nome.

“Ela gritou”, ela disse em voz baixa e Piper percebeu que ela não estava mais ali, na biblioteca, mas lá, debaixo de chuva na estrada. “Eu consegui ouvir o grito dela quando viramos, mas quando a carruagem parou, tudo ficou em silêncio. Ela estava em silêncio. Eu subi na carruagem e fui abrir as portas, mas...”, Piper levou uma mão aos lábios e lágrimas rolaram quando ela o imaginou gritando pela mulher que amava. “...do jeito que a carruagem caiu, as portas ficaram presas. Não era possível entrar. Ela ficou presa lá dentro. E eu não conseguia ouvir nenhum som . Até que eu consegui quebrar um vidro...” Ela olhou para os nós dos dedos e os flexionou, como se os cortes feitos pelo vidro ainda estivessem ali.

Piper nunca tinha escutado um relato tão horrível em sua vida. Lágrimas corriam por seu rosto enquanto ela olhava para Alex, que terminava sua história.

“Ela morreu dentro da maldita carruagem, sob meus cuidados.” Não era de admirar que ela não gostasse de viajar de carruagem .

“É por isso que você participa das corridas de cabriolé”, ela disse. “Você está se penitenciando. Assumindo riscos.” Ela não respondeu.

“Eu disse para você que meu pai a matou, como se tivesse colocado uma pistola na cabeça dela.”

Ela aquiesceu, sem saber o que dizer.

“Mas não foi o ódio dela que pôs a pistola na cabeça dela. Foi o meu amor.” Piper estendeu as mãos para ela, então, e pegou aquela rosto belo e sombrio, virando-o para ela, esperando até ela encontrar seu olhar, até ter certeza que ela prestava atenção.

“Foi um acidente.”

“Eu não deveria...”

“Você era uma criança e estava fazendo o que achou ser melhor. O que achou ser o correto. Você não a matou.”

“Eu matei.”

A confissão devastou Piper e, de repente, ela entendeu muita coisa a respeito de Alex, e fez a única coisa em que conseguiu pensar para diminuir a dor em seu próprio coração. E no dela. Piper se aproximou e a beijou, a princípio suave e hesitante, como se ela fosse se afastar a qualquer momento, como se ela fosse uma intrusa. Piper afastou seus lábios uma vez, duas, três, antes de aprofundar a carícia, deixando sua língua deslizar pelo lábio inferior de Alex, adorando o modo como ela inspirou com a sensação, e depois abriu a boca e a envolveu com as mãos.

E então Alex começou a retribuir o beijo, recebendo e dando, investindo e provando, gemendo ao assumir o controle, transformando o que tinha começado como uma carícia hesitante em uma abordagem sensual e quente. Foi magnífico.

Alex descolou os lábios dos dela e imediatamente deu  beijos quentes e molhados em seu pescoço, enquanto os dedos de Piper se entrelaçavam aos cabelos dela, guiando-a até lugares que ela nem sabia que podiam ser beijados. Alex passou a língua na curva entre o pescoço e o ombro, e suas mãos foram até a frente do vestido dela, rápidas e furiosas, e começaram a soltar os laços. Não havia nenhum controle naquela momento, nada que fosse pensado. As mãos e os lábios de Alex provocavam, tocavam e faziam promessas, enviando arrepios de prazer por toda ela sem reflexão. Sem hesitação.

Aquilo era prazer, puro e autêntico. Desejo por outra pessoa que mostrava compreensão. Que não fazia críticas. Que queria. Piper entendia disso melhor do que ninguém .

E então os laços do vestido estavam soltos e os seios dela se libertaram sobre as palmas das mãos de Alex. Os polegares de Alex deslizaram sobre os bicos tesos, apertando-os, enquanto os admirava.

“Você é maravilhosa.”

Piper acreditou em Alex quando ela se abaixou e chupou o bico rosado e intumescido, sugando-o com vontade para dentro da boca, enquanto ela se apossava de seus seios com os lábios e com a língua, mordiscando, descrevendo círculos ao redor da auréola, até Piper começar a se contorcer de prazer em seu colo. Alex a ergueu para ajeitá-la e ela ficou de joelhos no colo dela, que assim podia idolatrá-la do jeito que queria.

Parecia idolatria toda vez que a língua dela descrevia uma órbita lenta. Parecia idolatria toda vez que os dedos dela tocavam a pele de Piper. Pareceu idolatria quando ela abriu os olhos verdes e a encarou, como se Piper fosse seu porto seguro na tempestade. Ela queria ser isso. Agora. Para sempre.

“Sim”, ela sussurrou.

“Sim o quê?”

“Sim para qualquer coisa. Para o que você quiser.”

Alex soprou um fio delicioso de ar no lugar em que ela o queria.

“Mas e você, Piper, o que quer?”

Ela afundou os dedos no cabelo dela, deliciando-se com a maciez.

“Eu quero a sua língua”, depois ela ficaria chocada e um pouco envergonhada com suas próprias palavras. Damas não falavam língua, Piper pensou. Mas naquela momento ela não ligou para isso.

Alex gemeu e lhe deu o que ela pediu, com lambidas longas e demoradas que ameaçaram a sanidade dela.

“Você é perigosa para mim .”

“Perigosa como?”, ela sorriu.

Os dedos de Alex deslizaram pelo cabelo de Piper, soltando os grampos que se espalharam pela poltrona e pelo chão da biblioteca, as mechas se soltaram ao redor delas. Alex a encarou no fundo dos olhos.

“Você me faz querer...”

Piper sentou-se no colo dela.  Alex soltou um gemido gutural e ela se sentiu poderosa.

“O que você quer?”, ela perguntou, repetindo as palavras dela, chocada com o som delas em sua boca, grave e cheio de desejo.

Ela era uma mulher diferente quando estava com ela.

Alex tomou sua boca outra vez com um beijo profundo e avassalador e, quando a soltou, as duas estavam ofegantes.

“Você me faz querer”, ela disse, apenas. “Cristo, Piper, você me faz querer.” Essas palavras a abalaram tanto quanto o beijo. Ela concordou.

“Eu também quero.”

Tudo o que ela pudesse lhe dar. Todas as partes do amor. Ainda que fossem apenas partes, ela as aceitaria.

Alex fechou os olhos e praguejou.

“ Porra!” O palavrão saiu em voz baixa, mas foi chocante, e Piper ficou imóvel quando ela se endireitou na poltrona e suas mãos a abandonaram e começaram a fechar o corpete à volta dela.

O que ela tinha feito?!

“Alex?”, ela perguntou enquanto as mãos dela apertavam os laços do vestido dela, fazendo Piper entrar em pânico. Ela tinha feito algo errado? “O que aconteceu?” Depois que terminou de ajeitar o vestido dela, Alex levantou os olhos para ela, que pôde relaxar, pois identificou naquelas círculos verdes o desejo — contido, mas claro como o céu do norte da Inglaterra. “Por que você parou?”

“Desculpe-me”, ela disse, a voz baixa e sensual cheia de desejo.

“Por parar?” Ela o encarou, mais confusa do que jamais se sentiu na vida. “Você não me deve desculpas.”

“Eu devo, sim . Por tudo. Pelas coisas que eu fiz e disse para você. Por trazê-la aqui. Por isto.”

“Eu estava gostando bastante.”

Ela suspirou e o som foi desagradável devido à proximidade delas.

“Esse é o problema.”

“É mesmo?”, ela arregalou os olhos.

Vause se levantou e ajudou Piper a também ficar de pé.

“Não. É claro que eu quero que você goste. Mas isto...”, ela se interrompeu e praguejou de novo, a voz baixa e sombria ecoando na biblioteca silenciosa. “Cristo. Eu também estava gostando. Demais. E não posso gostar, Piper. Não posso gostar de fazer isso com você. E você não pode gostar de estar comigo.”

Tarde demais.

“Por que não?” Piper franziu o cenho, tentando encontrar um modo de se defender. “Você prometeu me arruinar, não foi? Deste jeito, não é?”

Alex olhou para ela, os olhos verdes cintilando de raiva, frustração e algo parecido com tristeza. E então ela partiu o coração de Piper.

“Eu não tenho intenção de fazer amor com você, Piper. Nem esta noite, nem nunca.”



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