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História Cinco Letras Que Choram - Inverno É Tudo O Que Sinto


Escrita por: BabySuHo

Notas do Autor


Hellou, pessoinhas do meu bem querer!!
Espero que gostem, ok?
Bora ler.
~Chu!!

Capítulo 22 - Inverno É Tudo O Que Sinto


Fanfic / Fanfiction Cinco Letras Que Choram - Inverno É Tudo O Que Sinto

Luhan, não entendia muito bem de estações. Quase nunca prestava atenção quando uma acabava e outra começava, pois estava ocupado demais trabalhando sem parar.

Naquela manha ao levantar-se, notou algo diferente. Pela primeira vez em muito tempo, percebeu que o inverno chegara. Caminhou lentamente ate à janela e abriu-a timidamente. O dia estava claro, mas o calor do sol não conseguiu aquecer seu corpo, então sentiu frio.

Suspirando resignado, caminhou até a cozinha minúscula onde pôs-se à fazer o café da manhã. Enquanto acendia o fogo e colocava a água para ferver, ia pensando nas situações pequenas do dia-a-dia, que aos poucos iam machucando mais e mais o seu coração.

Estava cansado de achar que tudo podia dar certo, quando na realidade não podia. Descobriu que seguir em frente não era superar coisa nenhuma, era apenas se acostumar coma dor que carregava dentro de si.

Sempre acreditara que flores pudessem brotar até mesmo dos lugares mais tristes e sombrios, mas ultimamente estava pensando seriamente em reconsiderar tal pensamento. O amor não deveria doer.....O que faz doer, é a falta dele.

Aos trancos e barrancos, Luhan estava aprendendo que a dor que sentia era aliada da força que precisava para continuar seguindo em frente sem ter que olhar para trás. Dias difíceis são aprendizados, e às vezes chorar é inevitável. Queria acreditar que um dia tudo passaria, seu coração sararia e no final de tudo haveria um lindo recomeço para si e os seus.

Se fazia de forte, mas por trás da porta fechada de seu quarto, chorava em silêncio e tentava sufocar sentimentos que pensara estar mortos e enterrados. Amar por dois, era muito peso para carregar sozinho.

De tanto pensar decidiu que a solução era não pensar, mas como se faz para parar de pensar? Como fazer para apagar de sua vida, alguém que do nada chegou, se instalou e fez morada definitiva em seu coração?

Após chorar a noite inteira, renasceu das dores, das lágrimas, das mágoas, da solidão e do desespero. Percebeu que ainda tinha muito o que viver, amar e principalmente acreditar.

Mesmo sabendso que essas recaídas lhe faziam mal, ainda assim queria ouvir novamente o som daquela voz uma última vez. Queria poder olhar no fundo daqueles olhos, sem medo do que pudesse vir à a contecer. Queria contar à ele, sobre todos os seus silêncios. Fazê-lo gostar dos seus abismos e de sua tragédia complexa. Queria que ele finalmente entendesse que era tudo, e ao mesmo tempo nada. Era nada mais, do que a vastidão escura das noites sombrias de frio. Inverno intenso, e carregado de desesperança.

 

Foi arrancado de seus pensamentos tortuosos ao ouvir o filho tossir mais uma vez. A tosse seca, persistente e acompanhada da ânsia de vômito, fez com que o chinês deixasse rapidamente de lado o que fazia e corresse para acudir o garotinho.

Ao chegar no quarto encontrou Ma-Huan choramingando sentadinho na cama, enquanto Mai-Lee segurando de forma protetora em sua mãozinha, tentava confortá-lo cantando baixinho uma de suas canções preferidas.

Assim que viu o Omma, estendeu os bracinhos pedindo colo e foi prontamente atendido.

 

- O que foi, meu bebê? - Luhan indagou preocupado, enquanto levava uma mão até a testa da criança. - Fala para o Omma, o que você está sentindo.

 

Agarrado ao pescoço do rapaz, o garotinho respondeu entre uma fungadela e outra.

 

- Dói.....

- Dói? - Questionou o chinês, com o coração desassossegado. - Onde, dói? Mostra para o Omma, meu amor!

 

Levantando a cabecinha recostada no ombro do pai, Ma-Huan levou a mãozinha direita até o peito e depois fez um gesto indicando as costas. Apavorado com a possibilidade do filho estar com pneumonia, Luhan quase surtou. Lágrimas vieram até seus olhos, mas temendo assustar e aumentar ainda mais o desconforto que a criança estava sentindo, tratou logo de se controlar.

Com a cabeça à mil, culpava-se por não ter tido condições de comprar roupas melhores e mais quentes para os filhos. Se ele tivesse sido um pai melhor, nada disso estaria acontecendo. E agora, o que faria? Já fazia mais de duas semanas que o menino aparecera com um resfriado acompanhado por uma tosse, que não deixava ninguém dormir. Levara-o imediatamente ao médico e comprara todos os remédios receitados, mas pelo que podia perceber, os mesmos não haviam surtido o menor efeito.

Ao sentir o corpo do filho ser sacudido por um outro acesso de tosse, Luhan saiu desesperado em busca da avó, e encontrou-a terminando de coar o café.

 

- Vovó, o remédio que aquele médico receitou não fez efeito nenhum.....

- Também pudera, meu filho! O que a gente pode esperar, dos hospitais públicos? Eu fico revoltada, sabe? Quanto descaso, meu Deus! E agora, o que vamos fazer? Esse menino tossiu, e queimou em febre a noite inteira!!

- Vou dar um banho nele, e ver se ele consegue comer alguma coisa. Olha só, como ele emagreceu..... - Luhan fala, enquanto vai em direção ao banheiro.

 

Percebendo o que iria acontecer, Ma-Huan recusa-se à descer do colo paterno e põe a boca no mundo.

 

- Não, Omma.....Eu não quero, tomar banho!! A água, está fria!!

- Mas é preciso, meu amor. Você, está com febre!!

- Não, quero!! - O menininho gritava desesperado, enquanto um novo acesso de tosse ameaçava o deixar sem fôlego. - Aaaaaiiiii.....Tá frio!! Para, Omma....Dói..... - Tornou à gritar, ao sentir o jato de água morna o atingir em cheio.

 

Após segurar o filho à força durante uns vinte minutos debaixo do chuveiro, o chinês aos prantos o retirou de lá e o envolveu rapidamente em uma toalha. Enquanto o secava, ouviu o telefone tocar e pediu a MeiYing para atender. Vestia e calçava o filho ouvindo a avó conversar com alguém, mas estava tão empenhado em confortar o garotinho, que não lhe ocorreu perguntar à senhorinha com quem estava falando.

Somente ao vê-la entrar apressadamente no quarto, é que ficou sabendo que JunMyeon estava à caminho para buscá-lo.

 

- Rápido, Luhan.....O Myeon, está vindo aí!!

- Para quê, vovó? - Indagou, assustado.

- Como, para quê? Para levar o Huan para o hospital, ou você acha que de ônibus vai chegar lá rapidinho?

- Vovó, você sabe que eu não gosto de abusar da bondade dele. Ele já faz, tanto por nós.....

- Eu sei disso filho, mas é uma emergência! O menino precisa, de socorro imediato.

- Tudo bem.....Dê uma olhada nele, enquanto troco de roupa.

 

Dez minutos depois JunMyeon chegou e pegou Ma-Huan no colo, sendo logo acompanhado por um Luhan muito apreensivo.

 

 

Enquanto observava através da janela o vento fustigar com força as flores do jardim, Sehun pensava no que Jongin dissera dias atrás. Que segredo seria esse, que Luhan tentava esconder à todo custo?

Em silêncio e andando de um lado para o outro sem parar, o rapaz se deixava invadir pela ansiedade e com isso permitia que pensamentos tortuosos tomassem conta de sua mente atribulada. Mesmo estando longe, só sabia pensar no chinesinho delicado e fofo. Daria a volta ao mundo se preciso fosse, só para encontrá-lo e dizer-lhe que continuara amando-o durante todos esses anos em que estiveram separados.

Chorar, abraçar, pedir perdão, beijar os lábios doces e rubros.....Era isso o que queria fazer novamente, e dessa vez não iria deixar que nada e nem ninguém o impedisse de voltar a ser feliz. Mas, e o tal segredo?

Será que estava psicologicamente preparado, para descobrir algo do tipo que poderia vir a mudar sua vida drasticamente? Será que conseguiria suportar algo, que poderia destruí-lo para sempre?

Não querendo ser pessimista e achando que já estava mais do que na hora de jogar por terra todos os seus medos e toda a sua insegurança, Sehun decidiu correr atrás do prejuízo, pois quem sabe assim finalmente encontraria todas as respostas para as malditas perguntas que não saíam de sua cabeça.

Com as mãos trêmulas, pegou novamente o pedaço de papel onde estava escrito o endereço que Jongin lhe dera. Ali estava todo o seu mundo, sua história, seu tudo. Era sempre ele, habitando seus pensamentos dia e noite.

Saudade, arrependimento, medo.....

Palavras capazes de descrever perfeitamente tudo o que vinha sentindo à muito tempo, desde que o forçara a sair de sua vida. Deixá-lo partir, fora sua pior escolha.

Amava-o apesar de tudo ou talvez por causa de tudo, então perguntava-se quanto tempo mais ainda teria que chorar. Quantas vezes ainda, teria que passar noites em claro expiando a própria culpa?

Por que simplesmente não conseguia esquecer, com a mesma facilidade com que se lembrava à cada instante? Ao virar-lhe as costas Luhan levara seu coração e metade de si, deixando-o dolorosamente incompleto. Sentia falta de cada detalhe, de cada alegria compartilhada, e principalmente do seu amor que não ficou.

Era nele que pensava antes de dormir, e ao acordar. Era com ele, que sonhava todas as noites. Sua falta doía toda manhã quando o procurava para lhe contar sobre o seu dia, mas ele não o ouvia.

O coração que pulsava loucamente dentro do seu peito gritava escandalosamente o seu nome e lhe dizia para que continuasse amando-o como sempre, pois necessitava urgentemente estar novamente ao seu lado para recuperar todo o tempo perdido.

Inflando os pulmões do ar na tentativa de renovar o fôlego, Sehun afastou-se da janela e caminhou decidido até o criado-mudo, onde havia deixado as chaves do carro na noite anterior. Com o objeto em mãos, abriu a porta do quarto e foi à luta.

 

 

Enquanto aguardavam o resultado dos exames de Ma-Huan, Luhan e JunMyeon conversavam baixinho à fim de não acordarem o garotinho que após ser medicado, dormia tranquilamente em uma cama na enfermaria.

Um pouco mais calmo, o chinês respirava aliviado após toda a tensão por que passara.

 

- Puxa vida!! Criança é muito bom, mas dá um trabalho danado, sabia?

- Imagino!! Deve ser uma loucura acompanhar uma fonte de energia inesgotável todos os dias, não é mesmo? - JunMyeon indagou, sorridente. - Ainda mais você, que tem duas ogivas nucleares dentro de casa. Não deve, ser fácil. Invejo o seu pique, porque fico cansado só de vê-los correndo de um lado para o outro sem parar.....Misericórdia!!

 

Esboçando um sorriso triste, Luhan retoma a palavra.

 

- Não me inveje, meu amigo. Se eu for colocar o meu sono em dia, certamente vou entrar em um coma profundo. Sabe à quanto tempo, eu não sei o que é deitar e dormir uma noite inteira sem ter preocupações? Sabe o que é, ter a responsabilidade de carregar três pessoas em suas costas? Sou eu para tudo, Myeon.....

- Eu sei, Lu.....Sei que você está desiludido, cansado, mas mesmo assim eu te invejo! Invejo essa força imensa, que você tem guardada aí dentro de si. Por trás dessa aparência frágil, se esconde um gigante indestrutível. Poucas pessoas aguentariam de cabeça erguida tudo o que você passou e ainda passa até hoje, então por favor, não se diminua. Engana-se, quem te julga um fraco.

- M-mas, eu sou fraco!! Uma manteiga, derretida..... - O chinês, retruca emocionado.

- Não, Lu!! Se você fosse fraco, não estaria aí de pé na minha frente. Não suportaria encarar tanta coisa sozinho, e muito menos suportaria conviver diariamente com o peso de um passado que ainda te atormenta.

- Nem, me fale!!

- Deve ter sido assustador, receber uma enxurrada de responsabilidades de uma vez só. Sei como dever ter sido muito difícil desistir de todos os seus sonhos de uma hora para outra, assim como imagino o seu desespero ao vivenciar toda aquela situação constrangedora. Qualquer um ficaria traumatizado para sempre, mas o tempo passou e eu acho que pelo bem das crianças, você deveria pensar melhor e dar uma nova chance para o amor.

- Tava demorando, né? Esse assunto, de novo? AMOR? O amor machuca, meu amigo. Dói.....

- Lu.....Você já se deu conta, de quantos pretendentes estão no seu encalço? Alguns, são até bem interessantes.

- Não tô nem aí, se você quer saber! Não quero mais saber, de homem na minha vida. Essa raça, só serve pra ferrar com a gente. Usam, abusam e não estão nem aí para os sentimentos alheios. Quando se dão por satisfeitos ou perdem o interesse, ou descartam a pessoa de uma hora para outra como se não fosse nada!! Tô fora.....Não quero passar, por tudo aquilo novamente. Estou muito bem assim e não pretendo mudar o meu pensamento, ouviu bem?

 

Resignado, JunMyeon balança a cabeça em concordância.

 

- Ouvi!! Bem que dizem por aí, que amor de pica onde bate, fica!! Fazer o quê se mesmo depois de tanto tempo, você continua apaixonado pelo Sehun..... - O rapaz, responde com ironia.

 

Indignado, Luhan ia retrucar a ousadia alheia, mas a chegada de uma enfermeira com alguns envelopes nas mãos fez com que o rapaz se calasse imediatamente, e prestasse atenção no que a mesma lhe dizia.

 

- Aqui estão, os resultados dos exames do paciente. - Falou, entregando-os ao chinês. - Aguardem só mais um minutinho, porque o pneumologista quer dar uma palavrinha com vocês.

 

Após a saída da moça simpática e sorridente, Luhan voltou à ficar nervoso.

 

- Ai, meu Deus.....O que será, que o médico vai me dizer? Será que o meu filho, está com alguma doença grave? - Indagou aflito, olhando em direção a criança que continuava à dormir serenamente.

- Calma Lu, não fique assim!! Vai ver não é nada demais e ele apenas quer passar algumas recomendações, hummm? Relaxa.....

- Impossível, JunMyeon. Tenho que estar sempre preparado, para o que der e vier.....Não posso baixar, a minha guarda!!

- Eu estou aqui com você, criatura. Seja o que for, enfrentaremos a situação juntos como sempre, ok?

- Aaaahhhh, Myeon.....O que eu faria sem você, meu amigo? - O chinesinho questiona, enquanto abraça fortemente o rapaz alegre e sorridente. - Você será um bom pai, sabia?

- Humhumm.....Só tem, uma coisa!

- Que, coisa?

- Primeiro, eu tenho que encontrar um bofescândalo. Segundo, me apaixonar por ele e ele por mim. Só que está difícil, entendeu?

- Ah, tá! Mesmo porque meu amor, homem perfeito a gente só encontra em filmes ou em livros. Melhor você continuar mantendo os pés, bem plantados no chão. Se ainda assim você quiser filhos, procure uma barriga de aluguel ou faça uma inseminação artificial. Pronto, falei!!

 

Antes que Kim JunMyeon pudesse esboçar qualquer reação, a porta abriu-se de repente e por ela entrou um rapaz alto, magro e todo vestido de branco com uma prancheta em mãos. Ao olhar atentamente para as feições do médico que de cabeça baixa lia alguma coisa em suas anotações, Luhan pensou estar enfartando, pois seu coração começou à bater aceleradamente dentro de seu peito.

Queria falar, mas a voz recusava-se à sair. Trêmulo da cabeça aos pés, estendeu as mãos em direção ao rapaz que percebendo o seu gesto, levantou a cabeça e imediatamente as segurou fortemente e em questão de segundos o puxou em sua direção, acolhendo-o em um saudoso abraço.

JunMyeon mais perdido do que cebola em salada de frutas, não entendeu absolutamente nada do que estava acontecendo bem à sua frente. De onde, Luhan conhecia aquele "ser" maravilhooosooo? - Perguntava-se, enquanto avaliava com um explícito interesse a beleza alheia de cima à baixo.

Completamente embasbacado, o rapaz não conseguia desviar o olhar daquele rosto perfeito, e muito menos daquele corpo apetitoso e cheio de curvas mais perigosas do que a estrada de Santos. Sentia algo diferente se alastrando aos poucos dentro do peito, mas não estava conseguindo distinguir com muita clareza o que era. Só sentia seu coração bater cada bez mais forte, mais acelerado.

O que com palavras não conseguiu dizer durante anos, os seus olhos revelaram naquele exato momento e o mais engraçado de tudo, é que não foi preciso beijar, abraçar e nem tocar para gostar imediatamente da pessoa parada à poucos passos diante de si. E mesmo antes de saber o nome daquele médico, já sabia que o amava incondicionalmente.

Olhou, parou, pensou e finalmente concluiu que perfeição existia sim, e amor à primeira vista também.



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