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História Cinco Letras Que Choram - O Despertar Da Loucura


Escrita por: BabySuHo

Notas do Autor


Hellou, pessoinhas do meu bem querer!!
O capítulo ficou grande, mas achei injusto dividi-lo já que a fic está na reta final.
Espero que gostem.
Bora ler.
~Chu!!

Capítulo 26 - O Despertar Da Loucura


Fanfic / Fanfiction Cinco Letras Que Choram - O Despertar Da Loucura

Remoendo toda a raiva que ardia em seu interior, Nari Meang andava de um lado para o outro feito um animal enjaulado, enquanto aguardava impacientemente pela ligação do pai.

Totalmente inquieta, tamborilava as unhas longas e pintadas de um vermelho bem vivo sobre a superfície da mesa, onde repousava uma foto da qual não tirava os olhos. No objeto estava nitidamente impressa a imagem de Luhan junto a duas crianças pequenas, parecidíssimas com Sehun. Tal visão foi o bastante para tirá-la do sério e infelizmente trazer à tona o que havia de pior em sua natureza cruel e vingativa.

 

- Você não perde por esperar, seu desgraçado!! - Vociferava, irritada. - Por que, sempre tem que aparecer para estragar a minha felicidade? Anos atrás eu fui boazinha e deixei que vivesse, mas agora eu não terei misericórdia e dessa vez farei com que seja varrido do mapa para sempre.....Você e essa dupla de ratinhos fedorentos, que teve a ousadia de parir.

 

A raiva a dominava de tal maneira, que em poucos segundos assumiu totalmente o controle de suas ações, libertando os instintos primitivos que estavam acorrentados em seu coração. Estava tão imersa na fúria que a consumia, que não se deu conta de que atitudes violentas são quase sempre perigosas e completamente triçoeiras, assim como um simples sussurro pode ser muito mais forte do que um grito.

Sua mente perturbada estava fora de controle, dificultando todo e qualquer raciocínio lógico que pudesse ter. Já não havia remédios, palavras ou desculpas que pudessem acalmar o intenso turbilhão de emoções desencontradas que atropelavam-se irremediavelmente dentro de si.

Agora, não havia mais volta.....

Era hora de adotar uma nova postura diante da vida, pois queria ser feliz. Seria feliz e o seria à sua maneira, ainda que tivesse que passar por cima de outras vidas que ousassem atravessar em seu caminho.

Atendeu o telefone no primeiro toque e foi logo despejando sobre o pai todas as suas angústias e milhares de frustrações.. Enquanto ouvia a filha desfiar o seu interminável rosário de lamentações, o velho mafioso foi de repente assaltado por lembranças dolorosas, que há muito tempo estavam adormecidas em seu subconsciente.

Não!! Recusava-se a ter que passar por todo aquele sofrimento novamente. Já bastava-lhe ter perdido a esposa do mesmo modo e não aceitaria tão facilmente que a filha tivesse o mesmo triste destino.

Enquanto Nari continuava a falar sem parar, o pensamento do velho homem vagava por lugares onde jamais pensara ter que retornar. Recriminava-se severamente por ultimamente não ter prestado muita atenção às necessidades da garota, estando ele próprio mergulhado até o pescoço em inúmeros problemas, que somente a sua presença poderia resolver.

Voltou somente a realidade após ouvi-la repetir a palavra "morte" inúmeras vezes, enquanto amaldiçoava e xingava o rapaz chinês ininterruptamente com todas as suas forças.

Não querendo agravar ainda mais o descontrole emocional alheio, forçou-se a usar um tom baixo de voz na tentativa de acalmá-la, assim como fazia quando a mesma era criança e necessitava chamar a sua atenção.

 

- Por favor, minha filha, se acalme!! Respire fundo e solte o ar bem devagar. Vamos, experimente. Isso.....Isso mesmo!! Mais uma vez.....Você consegue!!

 

Após perceber que a garota já se encontrava um pouco mais relaxada, aproveitou o momento para certificar-se de que a mesma não fizera nenhuma besteira antes de ligar para si.

 

- Nari, agora conte-me tudo o que você descobriu e por favor não me esconda nada.....Absolutamente nada, está me ouvindo?

- Está bem, appa..... - A infeliz respondeu entre alguns soluços e fungadelas, que ainda sacudiam o seu corpo. - .....Já tem um tempo que eu venho desconfiando do Sehun, dos irmãos dele, de Min-Jee e daqueles dois viados insuportáveis.

- Mas, o que te levou à essa desconfiança?

- Aaahhh.....Eles viviam se trancando na biblioteca, sabe? Ficavam horas lá dentro e eu tinha a certeza de que não estavam lendo coisa nenhuma. Daí, eu pensei: Se não estavam com um livro nas mãos, deviam estar conversando sobre alguma coisa interessante ou "alguém" muito importante, não é mesmo?

- Hummmm.....E daí?

- E daí que eu fiquei curiosa e tratei de arranjar um jeito de descobrir sobre o que tanto conversavam. Comecei a investigar a vida dos empregados da casa e tive a grata satisfação em descobrir que um deles é viciado em jogo. Resumindo, appa.....O cara estava devendo uma pequena fortuna em um cassino e vi aí a oportunidade que eu tanto buscava,

- E você fez exatamente o quê, Nari? - Ryu indagou, preocupado.

- Nada demais!! Eu o chamei para conversar, contei que havia descoberto o seu segredinho e ele achando que seria despedido, ajoelhou-se aos meus pés e implorou pelo meu silêncio. Aí eu me aproveitei da situação e fiz-lhe uma proposta irrecusável, sabe?

- Santo Deus!! E que proposta foi essa, criatura?

- Bem.....Eu disse que pagaria a sua dívida, mas em troca ele teria que ser fiel à mim e me fazer um grande favor.

- Que tipo de favor?

- Aaahhh, nada de mais!! Além de esconder um gravador na biblioteca, ele teria que me contar tudo o que ouvia pela casa. Enfim.....Ele seria os meus olhos e os meus ouvidos. Genial, não?

- De fato!! Mas, me diga uma coisa.....O seu plano teve resultado?

- E como appa!! Não só descobri que o tal chinês se encontra morando bem perto de nós, como também tem um casal de filhos gêmeos.

- E isso não é bom, Nari? Isso mostra que o rapaz seguiu com a sua vida, deixando o caminho livre de vez para você conquistar o coração do seu marido.

 

Com a voz embargada novamente pelo choro, Nari recomeça com as lamentações.

 

- Isso só seria bom se o Sehun me amasse ou gostasse pelo menos um pouquinho de mim, appa. Por um acaso, você prestou bastante atenção na foto que lhe enviei?

 

Pego de surpresa com a pergunta da filha, o velho dá uma rápida olhada em direção ao retrato jogado displicentemente sobre a sua mesa e responde evasivamente.

 

- Estou olhando, mas não vejo nada de anormal.....Apenas um garoto bonito, acompanhado por duas crianças. O que tem de errado?

- Tudo, appa, tudo!! Se o senhor tivesse se dado ao trabalho de prestar mais atenção nos detalhes, teria percebido imediatamente a enorme semelhança que há entre o Sehun e aquelas duas crianças remelentas.

 

Como se tivesse sido atingido por um raio fulminante, o velho Meang ficou momentaneamente paralisado, enquanto tentava absorver o enorme impacto causado pela informação recebida. Foi preciso apenas alguns segundos pra que descobrisse a razão e o motivo por trás do gritante descontrole emocional da filha.

Compreendia agora a revolta, a mágoa e a fúria que tomavam conta de sua pobre garotinha à ponto de nublarem os seus sentidos, levando-a à agir de modo completamente irracional. Sabendo que a raiva mão é a melhor das conselheiras, foi logo interrogando-a com evidente preocupação.

 

- Minha filha, você já pensou bem no que vai fazer?

- Não se preocupe com nada appa, tenho tudo sob controle!! - A garota respondeu, bastante animada.

- Tudo o quê, Nari? - Exasperou-se, o mafioso. - Você sabe muito bem, que não podemos chamar a atenção das autoridades sobre nós. A organização está atravessando um momento delicado e se você der um fim nesse chinês e nessas crianças, logicamente alguém vai colocar a boca no trombone. Você acha que o Sehun vai ficar quieto ou ele ainda não sabe da existência dessas crianças?

- Claro que sabe, appa.....Tanto, que o nome dele agora está no topo da minha lista negra.

- Nari.....

- Cansei, appa!! Cansei de ser feita de boba, viu? Eu movi céus e terras para tê-lo só para mim e o que ele me deu em troca, hummm? NADA!! Eu achei que com o passar do tempo ele pudesse esquecer o maldito Luhan e me amar, mas não foi isso o que aconteceu. Ele sempre me evitou e nunca sequer me dirigiu uma palavra de carinho e afeto. Esse tempo todo foi só patadas, desprezo e cada vez mais distância entre nós. Você sabia, que nós nunca dormimos juntos? A família toda me odeia, principalmente aqueles viadinhos horrorosos.....Aaahhh, como eu os detesto!! Se eu pudesse, os penduraria de cabeça para baixo e mergulharia um por um bem lentamente dentro de uma tina com óleo fervente.

- Mas você não vai fazer nada disso, está me ouvindo? Será possível, que não ouviu tudo o que acabei de falar? Eu entendo a sua raiva, mas tente se controlar para não fazer besteira e colocar tudo à perder. Dei um duro danado para chegarmos até aqui e não vou permitir que seu desatino destrua todos os meus planos, só por causa de uma vingança pessoal.

- Mas, appa.....

- Mas nada, Nari!! Tudo à seu tempo!! Agora me responda com toda sinceridade.....Você já mandou alguém atrás do chinês?

- Ainda não!! Eu apenas fiz contato com um dos nossos cães de aluguel. Por que, está me perguntando isso? - Indagou, curiosa.

- Porque essas coisas não se fazem assim, está entendendo? É preciso planejar todos os passos corretamente para que nada dê errado e principalmente para que pistas não sejam deixadas para trás. Não podemos ser ligados de forma alguma à esse acontecimento, que logicamente chamará a atenção de muita gente importante.

- Entendi appa, mas então o que devo fazer?

- Por enquanto, absoutamente nada!!

- Nada? - Questionou, irritada. - Me fazem de besta e ainda tenho que fingir que não sei de nada?

- Isso mesmo!! Vá se fingindo de mosca morta, porque na hora certa e quando ninguém estiver esperando, você vai dar o bote fatal.

- Jura, appa? Jura, que vai me ajudar?

- Juro!! - Respondeu em meio à grande tristeza, que se apossava de seu coração. - Agora preciso desligar, porque tenho que estar presente em uma reunião muito importante daqui à alguns minutos, ok?

- Ok!!

 

Após encerrar a ligação ficou alguns minutos pensativa, enquanto seu olhar vazio vagava lentamente pelas paredes do quarto. Embora tivesse concordado em obedecer às ordens explícitas do pai para que não fizesse nada sem o seu consentimento, Nari estava longe de estar bem.

Para ela estava sendo muito difícil superar a grande mágoa, que "achava" que Sehun lhe causara somente por não amá-la, assim como ela o amava.

O ódio nunca é gratuito, mas sim decorrente de algum fator externo que alguém possa ter provocado sem querer ou não. Palavras mal colocadas e ofensas gratuitas podem com o tempo acabar desencadeando situações que geram uma raiva repentina, que em algum momento acaba escapando de sua prisão e fazendo um estrago danado.

O ódio nasce em um momento de desespero, quando alguém que amamos muito nos machuca de uma determinada forma que chega a nos cegar. Tira o chão debaixo dos nossos pés e o raciocínio vai à zero em questão de segundos.

Como esquecer e abrir mão de uma pessoa que não foi e nunca vai ser sua? Como continuar vivendo ou fantasiando um amor não correspondido? Como ver a felicidade escapando lentamente por entre os próprios dedos e não poder fazer nada para impedir?

Mesmo ainda estando inconformada com o pedido que o pai lhe fizera, iria cumprir à risca a sua vontade, pois sabia que mais cedo ou mais tarde ele faria a família Oh pagar bem caro por tudo o que estavam lhe fazendo passar, principalmente Sehun.

Suspirando resignada, olhou as horas e sentiu o estômago reclamar de fome, mas antes resolveu tomar um banho bem gostoso para começar o seu dia. Precisava reunir forças e principalmente informações que pudessem ser úteis na hora em que fosse praticar a sua vingança. Faria questão de estar presente no momento em que Luhan e suas crias fossem extirpados para sempre desse mundo. Se ela não podia ser feliz, eles também não seriam.

Simples assim.....Olho por olho, dente por dente!!

 

 

Reunida na sala de jantar, a família Oh ouvira estarrecida toda a conversa entre pai e filha. Graças à uma escuta estrategicamente instalada no quarto e à um prestimoso grampo telefõnico, todos os passos de Nari estavam sendo cuidadosamente monitorados.

Apreensivos, questionavam entre si, se seria seguro levarem adiante o audacioso plano que Jongin elaborara minuciosamente semanas atrás.

 

- E agora meu filho, o que faremos? - Min-Jee indagou em voz baixa, encarando o filho do meio. - Pelo visto, essa víbora já está sabendo de tudo. Como faremos para proteger o Luhan e as crianças?

- Pois é, Jongin..... - Sehun todo nervoso, se intromete na conversa alheia. - .....Eu não vou ficar parado, esperando essa louca varrida mandar matar a minha família!!

 

Sorrindo enigmaticamente, o advogado imediatamente trata de acalmar os familiares.

- E não vai, irmãozinho!! Eu já desconfiava de que ela soubesse o paradeiro do Lu e por cauda disso a mantive debaixo de uma rigorosa vigilância. Ela não faz nada sem o aval do pai e portanto eu já esperava que ela fosse ligar para pedir ajuda à ele. Graças à Deus ela o fez, pois só assim poderemos colocar o nosso plano em ação com alguma folga de tempo.

- Como assim, amor? Não estou, entendendo..... - KyungSoo questiona o marido, sem saber aonde o mesmo queria chegar.

- Lembra, que eu disse que você e o Baekkie teriam que se superar em um rolo com a megera?

 

Diante da concordância do menor, Jongin volta à carga.

 

- Pois então, chegou a hora de vocês dois colocarem o bloco na rua. Temos que agir rápido, portanto caprichem no improviso, na atuação e você Sehunnie..... - Apontou para o irmão, que o olhava em expectativa. - .....Se prepare, para poder ir ao encontro do Lu imediatamente.

- Mas.....

- Mas, nada!! Cale a boca e escute com atenção.

 

 

Após olhar-se mais uma vez no espelho para conferir se estava tudo no lugar, Nari julgou estar apta para encarar de cabeça erguida os olhares reprovadores das seis pessoas, que provavelmente já se encontrariam sentadinhas à mesa tomando o delicioso café de todas as manhãs.

Por ser muito conservadora, Min-Jee fazia questão absoluta de que todos os familiares estivessem juntos nas principais refeições, portanto tinha a plena certeza de que todos estariam ao redor da matriarca.

Como estava morrendo de fome e queria olhar pela última vez os sorrisos arrogantes estampando o rosto daquela gente insuportável, desceu lentamente a escada, enquanto vários pensamentos malignos atropelavam-se em sua cachola.

Voltou à realidade quando ao chegar na saleta, percebeu que apenas BaekHyun e KyungSoo encontravam-se sentados à mesa. Envolvidos em alguma viadagem rocambolesca, os dois rapazes como sempre nem notaram a sua presença e continuaram com o assunto.

Para sua total surpresa, notou que a dupla divergia sobre algo, o que era um fato raríssimo de acontecer, já que eram como unha e carne. Apurou os sentidos e passou a prestar atenção ao que diziam.

 

- Eu não vou beber isso, nem morto!! - BaekHyun falava, enquanto afastava a xícara contendo um líquido fumegante para longe de si.

- Mas não foi você que disse, que estava com vontade de experimentar um chá exótico? - KyungSoo, questionava o amigo. - Então.....O dito cujo, está bem aí na sua frente. Agora cale a boca e bebe logo essa porra, antes que eu perca a paciência e empurre essa água suja por sua goela abaixo!!

- Deus me livre!! Eu prefiro uma boa hora de morte, tá sabendo? Quando eu disse que queria experimentar um chá desse tipo, pensei que você fosse arranjar algo aromático que viesse das Índias e não um mato fedegoso lá dos cafundós da China.

- FEDEGOSO? Tá falando do quê, viado fresco? Para mim chá é chá e esse tem um cheirinho tão booommm.....

- Jura? - O loiro, questionou ironicamente. - Então, toma você!!

- Me fala Baekkie, antes que eu perca a minha sanidade mental e jogue essa xícara com chá e tudo bem no meio da sua cara.....O que tem de errado, com esse bendito chá?

- Nada.....Só o fato dele ter sido cultivado com cocô de panda, lá no alto das montanhas Wuyi!!

- E daí? Isso só faz dele um chá especial e o mais caro do mundo. Você sabia, que um único grama dessa merda custa uma fortuna?

- Que se dane!! Por mim pode custar um centavo, que eu não estou nem aí. Não vou pagar caralho nenhum, só para poder beber merda líquida de panda. Eu, heinnnn.....Agora, tu vê!!

- Mas Baekkie, o chá DA HONG PAO é raríssimo e envolto em muitas lendas e histórias, sabia? Dizem que quando a omma de um dos imperadores da dinastia Ming ficou muito doente, ela foi curada por esse chá.

- Aaaiii, que lindo!! Que bom que a véia ficou boa, mas não vou tomar essa droga só por causa disso. Aliás, onde foi que você arranjou essa bosta?

- Onde, mais? Na cozinha, oras.....

 

Ao ouvir a resposta de kyungSoo, Nari saltou na roda e saiu em defesa de sua beberagem favorita.

 

- Como é, que é? Você teve a audácia de mexer no meu líquido precioso? Quem foi que te deu permissão, bicha enxerida?

 

Satisfeitos por terem conseguido fazer com que a víbora mordesse a isca, a dupla continua com os improvisos e a atuação impecável, digna de um oscar.

 

- Aaahhh, quer dizer que essa porcaria é sua? Só podia ser mesmo.....

- Por que, o espanto? - Nari retruca, caindo de vez na armadilha. - Não tenho culpa de vocês serem tão atrasados, à ponto de não saberem reconhecer e degustar as coisas boas da vida. Coitados.....Bom gosto passou longe!!

- E desde quando a sua opinião sobre nós, nos deixa para baixo?

- Deveria, meu filho.....Principalmente você, seu zoiudo? Já reparou que está com a mesma roupa, que usou na semana passada?

- E daí, querida? Você está com a mesma cara de quenga sofrida todo santo dia e eu não falo nada. Meta-se com a sua vida e nos deixe em paz!!

 

Irritada com a afronta recebida, a garota vê nos dois rapazes a sua válvula de escape e não economiza nas palavras duras que atira contra os dois.

 

- Você é muito viado, sabia?

- Estou ciente e quero continuar!!

 

Com a língua comichando, BaekHyun não se aguenta e se intromete de vez no rolo, do qual não queria ficar de fora nem à pau.

 

- Oiêêêêê..... - Fala, chamando a atenção da garota sobre si. - .....Bom dia pra você que acordou sem saber se é uma deusa, uma louca ou uma feiticeira. Fala a verdade, coisinha.....Esse "revolt moment" todo, é só porque dormiu sozinha novamente nesse frio do cão ou por quê ainda está esperando sentada o Sehun mandar o Bernardo às compras?

 

Ao ter a sua ferida cutucada pelo comentário malicioso da biba loira, Nari pirou na batatinha e perdeu de vez o que lhe restava de bom senso e compostura.

 

- Eu vou te matar, seu viado intrometido..... - Gritou, enquanto fuzilava o rapaz diante de si com um olhar assassino. - .....Dessa vez, você não escapa!!

 

Levantando-se deliberadamente da mesa e sem dar a mínima confiança para o surto da garota, BaekHyun prepara o caminho para o golpe fatal. Sabendo extamente como e onde contra-atacar, foi direto em seu ponto fraco.

 

- Querida, eu convivi com cobras a minha vida inteira e não vai ser o veneno de uma rata molhada como você, que vai me matar. Agora seja boazinha e vai ver se eu estou na esquina, porque quero tomar o meu desjejum sossegado. Todo esse blá blá blá desnecessário acabou me deixando com sede e já que não tem café, vou ter que encarar essa água suja aí mesmo.....

- Mas, é claro que não vai!! - Nari grita, pulando na frente do rapaz e puxando a xícara possessivamente para o seu lado. - Imagina se eu vou permitir, que você prove esse néctar dos Deuses. É ruim, heinnnn!!

- Aaahhh, não? Isso é o que nós vamos ver, sua perua maluca.....

 

Avançando devagarinho em direção à garota que tentava proteger o objeto com as mãos, BaekHyun dá a cartada final.

 

- Soo, vai que é sua!!

 

Se ligando imediatamente no perigo que rondava a sua retaguarda, Nari em um ato desesperadamente ousado, não se importou com a elevada temperatura do líquido e virou-o goela à baixo em uma fração de segundos.

Com a cara mais vermelha do que um tomate e com a língua toda sapecada, a garota com os olhos cheios de lágrimas ainda tentou tirar onda com a dupla, embora sentisse suas entranhas quase se desintegrando.

 

- Se deu mal viado lerdo, fui mais rápida do que você. Toma!! - Falou, mostrando o músculo avermelhado em direção aos dois.

 

Sentindo a satisfação do dever cumprido tomar conta de si, BaekHyun deu o rabo como resposta e antes de sair em direção à sala de estar, voltou-se, puxou KyungSoo pelo braço, escaneou a megera de cima em baixo e para não perder de zero deu a última palavra à respeito do assunto.

 

- E viva a merda!!

 

 

Assim que adentraram o cômodo, deram de cara com o restante dos parentes que escondidos, tentavam não fazer barulho e nem levantar suspeitas. Tinham que ser discretos, pois sabiam que além das paredes, os criados também possuíam ouvidos.

Enquanto aguardavam que o plano seguisse o seu curso, cochichavam à respeito do próximo passo a ser seguido.

 

- Sehunnie, você está pronto? - Jongin indagou, encarando seriamente o irmão mais novo, que balançou a cabeça em uma muda concordância.

- Ótimo!! E você tomou os devidos cuidados, para que ninguém te veja saindo com uma mala?

 

Sorrindo minimamente, o rapaz respondeu em voz baixa.

 

- O Channie, cuidou disso para mim. Ele levou a mala para o consultório dele e depois o Baekkie a colocou discretamente no porta malas do meu carro, que eu havia gentilmente emprestado para ele.

- Hummmmm.....Gostei de ver!!

- E agora, gente? - Min-Jee interpela os cinco rapazes, enquanto aponta em direção à saleta onde Nari ainda se encontrava. - Será, que o chá fez efeito?

- Se não fez, a gente dá uma porretada certeira na moleira da mocréia e coloca ela para hibernar por tempo indeterminado. - KyungSoo retruca, se oferecendo para ir verificar o resultado dos seus esforços conjuntos com BaekHyun.

 

Não demorou um milésimo de segundo para o baixinho retornar aos pulos, com a boa notícia do dia.

 

- Ela está lá, genteeee.....Mais parada, do que água de poço!! Os olhos estatalados, babando feito cão danado. Será que a baranga morreu e foi ajudar o Zé Maria á colocar mais um tijolinho na construção da muralha?

 

Assustado pelo questionamento exagerado do cunhado, Chanyeol em um ato súbito de coragem tomou a dianteira e foi tirar a prova dos nove, já que era médico. Após examinar o "corpo" rapidamente, respirou aliviado ao constatar que as pílulas do pai haviam nocuteado a garota para valer.

Jongin esfregava as mãos em sinal de contentamento, enquanto tecia seus comentários impagáveis.

 

- Caraca, mané!! Não é que esses arrebites fizeram efeito rapidinho? Bem que o appa falou, que era tiro e queda.

 

Imediatamente, choveram perguntas de todos os lados

 

- Chanyeol meu filho, tem certeza de que ela não vai acordar e atrapalhar os nossos planos?- Min-Jee, questionava preocupada.

- Claro que tenho, omma!! Fique tranquila, pois esse sossega leão é tão porreta, que com toda certeza vai deixá-la apagadona até amanhã.

 

Virando-se para o filho do meio, a senhorinha o interpela seriamente, intrigada com a menção do nome do ex-marido.

 

- Jongin, o que o seu pai tem à ver com toda essa história?

- Irmão, eu já posso ir?

 

Antes que enlouquecesse, Oh Jongin deu uma de Jack Estripador e foi por partes. Respirou fundo e de uma tacada só, respondeu à todos.

 

- Omma, depois eu explico sobre a participação do appa e Sehun...? O que você, ainda está fazendo aqui?

 

Sem esperar uma segunda ordem, o mais novo despediu-se dos familiares e rapidamente encaminhou-se para a garagem, tomando os devidos cuidados para não chamar a atenção de nenhum empregado sobre si.

Dentro da casa, a outra metade do plano estava sendo posta em andamento. Enquanto Min-Jee reunia todos os empregados na cozinha sob um pretexto qualquer, os quatro rapazes aproveitaram o embalo e carregaram Nari apressadamente escada acima e a desovaram com toda a pompa e circunstância em sua cama, onde provavelmente a jararaca sonharia que era a bela adormecida, quando no fundo não passava da bruxa má do oeste.

Só respiraram totalmente aliviados após trancarem a porta por fora e retirarem o celular do alcance das mãos da nhambiquara . A sorte fora lançada e dali por diante todo cuidado seria pouco, pois não queriam ser pegos de surpresa e muito menos levar uma bolada nas costas.

Já estavam no meio dos degraus, quando BaekHyun questiona o cunhado com a sua enorme curiosidade.

 

- E agora, Jongin?

- Agora que o Sehun já partiu e a gente tirou a rolezera de combate, eu vou ligar para o meu contato avisando para ele ir preparando o terreno com o Lu. Vocês três tratem de ficar de olho na omma, nos empregados e principalmente em Nari. Vamos torcer para que o pai dela não ligue tão cedo e que o Hunnie consiga fazer com que o Luhan o ouça.

- E se o pai dela ligar? O que, faremos? Se ela não atender o telefone, ele pode desconfiar de alguma coisa e vir procurá-la pessoalmente. O que faremos, se isso acontecer? - Chanyeol se manifesta, com a preocupação estampada no olhar. - Não vai adiantar a gente dar uma desculpa qualquer, pois o bode velho sabe muito bem que ninguém aqui em casa gosta dela.

- OH CHANYEOL, DEIXE DE SER PÉ FRIO.....QUE, COISA!! - BaekHyun retuca irritado, com o questionamento do marido. - Se isso acontecer, vamos tentar ganhar tempo para que o Sehun consiga ser bem sucedido, ok? Já fomos longe demais e não podemos dar para tráas justo agora, tá me entendendo? Quem está no meio do bolo é recheio, então.....Segura a sua onda e bola para a frente!!

- Ok!! Deixa eu só pegar um calmante e o meu terço que está dentro da minha maleta.....Preciso, entrar em contato urgentemente com Shisuis!!

 

 

Enquanto o carro cortava a estrada velozmente, Sehun prometia à si mesmo, que não permitiria que nenhum obstáculo por maior que fosse, nunca mais o afastaria de Luhan. Por ele atravessaria os maiores mares, subiria a montanha mais alta e de lá gritaria que o amava para o mundo inteiro ouvir.

Jamais deixaria de acreditar no grande amor que acelerava o seu coração e alimentava a sua alma. Abriria as portas e as janelas do seu coração para que esse amor restaurasse sua vida e curasse todas as feridas abertas no passado.

O amor quando é verdadeiro resiste ao teste do tempo, supera todas as barreiras e suporta qualquer circunstância, pois um único olhar apaixonado fala mais alto do que qualquer grito de raiva. O amor nunca se atrasa, ele sempre chega na hora certa, quando mais se precisa de sua presença.

Luhan era a parte de Sehun que estava perdida, a chegada sem partida, a dor fustigante da ferida, o abraço partido, o beijo interrompido, o adeus antecipado.

Tê-lo tão longe de si, era como ter metade de seu coração arrancado do peito e Sehun sabia que apesar de ser difícil aguentar tanta saudade acumulada, a história de amor dos dois ainda continuava de pé, pronta para ser retomada de onde havia parado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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