1. Spirit Fanfics >
  2. Cinderella >
  3. Passado.

História Cinderella - Passado.


Escrita por: kidrauhlquack

Capítulo 23 - Passado.


- NÃO! - Gritei, e ela começou a rir. Meu desespero divertia ela.

- Agora sim! - Ela riu. - Esse era o grito que eu queria ouvir!

Ela tirou a faca ensanguentada da perna do Justin, e ele soltou um grito grave e agonizante.

- Olha só o que você fez com ele! - Ela gritou para mim. - Por que não gritou antes?

Ela sumiu da minha vista por um instante e depois voltou com um kit de primeiros socorros. Ela cuidou do ferimento do Justin (que ela mesma havia causado), e depois guardou o kit novamente.

- Por que você gosta dela? - Ela perguntou, com lágrimas nos olhos. - Olha só o que ela fez com você!

- Foi você quem me machucou! - Ele gritou. - Eu amo ela, e não você. Você é louca, eu nunca vou te amar!

Ela deu um tapa estralado no rosto dele, e ele a encarou.

- Nunca mais diga uma coisa dessas! - Ela disse, com amargura.

- Você é louca, e eu nunca vou te amar! - Ele gritou novamente.

- É tudo culpa sua! - Ela se virou para mim. Lágrimas escorriam pelo seu rosto. - Era isso o que você queria não é? Você fez de tudo para ele me odiar. Você fez de tudo pra ele achar que eu sou louca! - Ela me deu um tapa. - Você vai pagar por isso. Se você quer que ele ache que eu sou louca, então eu vou mostrar que eu sei ser louca!

- Você é louca! - Eu disse.

Ela empurrou a cadeira e eu caí de costas no chão. Ela começou a me chutar. Mas, novamente, eu permaneci em silêncio.

- Para com isso! - O Justin gritava. - Por favor! - Mas não adiantava. Ela continuava a me chutar, a cada grito ela chutava mais forte. Justin tentava chegar até onde nós estávamos, mas ele estava amarrado e machucado. Olhei nos olhos dele. Ele estava chorando. Eu já não conseguia ouvir o que ele dizia, eu ouvia apenas um zumbido de longe. Fechei os olhos e aguentei firme até Stacy decidir parar. Assim que ela parou, senti meu cabelo ser puxado, e assim eu levantei. Ela me puxou pelo cabelo até uma sala escura que tinha nos fundos. Me jogou lá dentro e disse alguma coisa que eu não entendi, e em seguida, trancou a porta.

Meu corpo latejava, e meus olhos lacrimejavam. A pior parte não tinha sido os chutes ou a dor, mas sim o desespero do Justin. Era pior que tudo ver seus olhos daquela forma. Fechei meus olhos, e a exaustão me dominou. Dormi por horas e mais horas. Imaginei que dormir afastaria tudo aquilo de mim, mas mesmo dormindo minha cabeça estava à mil. A imagem da faca na perna do Justin não saia da minha cabeça.

~Justin~

Depois que Stacy jogou Bell em algum lugar nos fundos, ela desapareceu. Eu tentei me soltar, me mexer, me levantar, mas a dor e o choque me dominavam. Ver Bell apanhando daquela forma havia me partido ao meio. Quando encontrei seus olhos, eu enxerguei a força que ela fazia para aguentar firme. Ela estava mais firme que eu. Ela havia se entregado àquela louca para me salvar. Mesmo que o plano tendo fracassado, ela havia feito isso por mim. E ela tinha salvado a vida do Ryan. Eu nunca conseguiria retribuir tudo o que ela estava fazendo por mim. Mas o mínimo que eu podia fazer era salvar a vida dela. Eu tinha que conseguir tirá-la daquele lugar horrível.

Eu cochilei algumas vezes, mas minha perna doía, e eu não conseguia conseguia dormir direito.

Quando ainda estava escuro lá fora, Stacy apareceu na minha frente. Seu rosto estava inchado e seus pulsos sangravam.

- Toda noite eu faço isso. - Ela disse, esticando os braços, mostrando os pulsos cortados. - Eu faço isso pra reprimir tudo aquilo que eu sinto. Tudo aquilo que eu deixei no passado, mas que me atormenta até hoje!

Eu fiquei encarando o chão, em silêncio, mas ela continuou falando.

- Eu sempre fui a criança isolada, a garota estranha que não tinha nenhum amigo. - Ela continuou, com lágrimas nos olhos. - Eu sempre quis ter um amigo, mas não encontrei nenhum, e meus pais me tiraram da escola. Estudei em casa durante muitos anos. Eu frequentava psicólogos, terapeutas, médicos de todos os tipos. Meus pais sempre pensaram que eu era doente, mas nunca encontraram nada de errado em mim. E eu vivia sozinha, trancada em casa, eu via apenas meus médicos, meu professor e de vez em quando via meus pais. Até o dia em que eu liguei o meu computador, e ouvi uma voz angelical cantando. Aquela voz me acalmou, me reconfortou. Eu finalmente me senti alguém no mundo. Era a sua voz, Justin! - Ela me olhou, quase suplicando pelo meu olhar, mas eu continuei encarando o chão. - Desde aquele dia, eu comecei a mudar minha rotina. Eu frequentava meus médicos, minhas aulas em casa, e passava o resto do tempo lendo sobre você, porque só você conseguia me fazer sentir viva! - Ela continuou. - O tempo passou, eu cresci e meus pais finalmente resolveram me deixar um pouco livre. Eles permitiram que eu saísse de casa, para ir onde eu quisesse. Aquele foi um dos dias mais felizes da minha vida. Eu saí pelas ruas, e me sentei em uma praça qualquer, que estava iluminada. E foi naquela noite que eu conheci uma garota chamada Clara. Ela se sentou do meu lado, e começou a conversar comigo. Eu não sei como e nem por quê, mas eu conversei com ela.

Eu finalmente a olhei nos olhos. Agora eu realmente queria saber o que havia acontecido. Se ela estava começando a se tornar uma pessoa normal, o que havia feito ela se tornar aquela louca?

- Ela se tornou minha amiga. Ela dividia segredos comigo, angustias, tudo! - Ela abaixou a cabeça. - Até que chegou o dia em que eu acordei, e ela estava na minha casa, conversando com os meus pais. Fiquei escondida ouvindo a conversa deles. Ela dizia algo sobre eu ser obcecada por você, e foi aí que eu entendi. Meus pais a haviam contratado. Ela devia ser algum tipo de especialista, não sei ao certo, só sei que ela mentiu para mim. Ela estava recebendo para ser minha amiga, e também havia contado tudo aquilo que eu havia dito à ela, para os meus pais. Eu surtei. - Ela se sentou no chão, e apertou os ouvidos com as mãos. Ela era completamente desequilibrada. - Eu me tranquei no quarto e comecei a me cortar. Mas enquanto eu via meu sangue escorrer, eu comecei a pensar "Não devia ser o meu sangue escorrendo, e sim o deles!". Eu peguei a minha lâmina, e fui para a sala, onde eles estavam conversando. Quando meus pais me viram, com aquela cara e sangrando, eles me olharam em pânico, mas já era tarde demais quando eles notaram a lâmina na minha mão. - Ela fez uma pausa. - Eu enfiei a lâmina na garganta dela.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...