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História Cinquenta Tons de Steele - INDOMÁVEL - Vinte quatro



Notas do Autor


HEY MY GILRS *---*
Sei que estou em pendência com vocês, mas eu vim tentar me redimir >< KKKKK
Eu finalmente terminei de revisar, e reduzi algumas coisas, mas acho que o capítulo ficou satisfatório *--*
Enfim, não posso falar muito o.o UHAUHSUA'
Espero que gostem *--*
Boa leitura!

Capítulo 26 - Vinte quatro


Fanfic / Fanfiction Cinquenta Tons de Steele - INDOMÁVEL - Vinte quatro

Seattle, Apartamento de Ana e Kate, nove e dezesseis da manhã...

Há luz em toda parte. Forte, quente, brilhante, uma luz penetrante, e eu me esforço para mantê-la longe por mais alguns preciosos minutos. Eu quero me esconder, somente por mais alguns minutos. Mas o brilho é muito forte, e eu finalmente sucumbo à vigília. Uma manhã gloriosa em Seattle me cumprimenta, o sol se derramando através da minha janela e inundando o meu quarto com uma luz clara demais. Por que eu não fechei as persianas ontem à noite? Suspiro. Me remexo na cama e noto que estou sem minha coberta. Mas o que..? Sento-me e vejo, junto ao meu travesseiro, minha coberta no chão. Droga. Resisto a vontade de voltar a dormir e levanto-me cambaleante, pegando as coisas do chão e jogando-as de volta na cama. Me arrasto até o banheiro parando em frente ao espelho. Eu estou mais horrível do que nunca! Seguro minhas bochechas fazendo diversas caretas, que infelizmente, não me deixam melhores. Resmungo, saindo de frente ao espelho e entro no box. Preciso de um banho.

Ligo o chuveiro, retiro meu pijama e entro embaixo da água quente. Um pouco mais desperta, inevitavelmente eu me pego pensando em Christian. Ele me procurou ontem a noite. O que será que ele queria falar comigo? Pedir desculpas talvez?

FLASHBACK ON

Christian está a porta, e eu, encostada contra a parede da cozinha para que ele não possa me ver, mas que eu possa escuta-lo.

Quando tem certeza de que estou bem escondida, Kate faz sinal positivo pra mim e atende a porta.

— Oh, olá, Christian. — ela força um tom simpático.

— Kate. — ele cumprimenta em tom baixo. — Posso falar com a Anastásia?

— Anastásia está dormindo, Christian, ela teve uma longa noite e eu não acho que seja uma boa ideia acorda-la. — ela mente descaradamente.

— Pode, por favor, entregar isto a ela? — ele pergunta, mas não posso ver ao que ele se refere. — São as coisas dela.

Minhas coisas?

— Claro. — Kate diz em sinal de compreensão. — É só isso?

— Sim... — Christian confirma, mas sua voz está incerta, hesitante. — Quer dizer... — ele se corrige, mas não completa.

Meu coração se acelera, ansioso.

— Sim...? — Kate incentiva, sabendo que eu posso ouvir o que ele tem a dizer.

Uns segundos se passam antes dele finalmente dizer.

— Diga a ela que... Eu desejei uma boa viagem.

FLASHBACK OFF

Ele devolveu minhas coisas, e me desejou uma boa viajem. O que isso significa? Que ele está chateado? Que ele não quer mais me ver? Ou que, ele simplesmente, devolveu minhas coisas? É difícil saber, vindo de Christian. Suspiro frustrada. Eu poderia estar em um apartamento fantástico, fazendo um sexo fantástico com o meu fantástico namorado. Quando a realidade sombria é que ele me tira do sério, mesmo tendo dito que tentaria agir como um namorado mais flexível. Argh... Como alguém consegue ser tão repulsivamente tentador? Como?

— Ana! — sou tirada de meus devaneios por batidas na porta do quarto, juntamente com uma voz infantil. Sean. Automaticamente um sorriso se abre em meu rosto.

— Espera um minuto, Sean! — grito do banheiro, alto o suficiente para ele ouvir. Levo o silencio de Sean como uma confirmação de que ele irá me esperar. Me apresso em meu banho, e logo estou em meu quarto, em busca do meu roupão. Assim que o encontro, visto-o e vou até a porta, abrindo-a e dando de cara com um Sean sentado no canto da porta, brincando de esmagar formigas. Ele sempre faz isso quando está entediado. — Hey, bom dia, pequeno. — sorrio, atraindo sua atenção para mim. Ele prontamente se levanta e para a minha frente.

— Ana, você quer passear comigo hoje? Eu chamei a tia Kate mas ela disse que não pode. — diz com as sobrancelhas franzidas e um ligeiro bico infantil.

— Own, claro! Podemos ir ao parque. O que acha? 'Tá bom pra você? — pergunto e vejo-o assentir com a cabeça. — Ótimo. Mas eu tenho que me vestir primeiro.

— Tudo bem, eu vou te esperar na sala! — ele diz animado e corre para a sala.

Eu retorno ao quarto e fecho a porta. Vou em direção ao meu guarda roupa e abro-o, olhando-o por inteiro. E agora? O que eu vou vestir?

Depois de mais ou menos uns trinta minutos, eu sigo para a sala devidamente pronta, vestida em minha blusa listrada simples, meu blazer negro, combinado a calça de alfaiataria também preta. Nos pés, apenas uma sapatilha. Estou elegante e casual.

— Estou pronta! — aviso, parando a frente de Sean, que está sentado no sofá balançando as pernas.

— Por que vocês meninas demoram tanto pra se vestir? — Sean resmunga como um homenzinho, pulando do sofá.

—  Desculpa, baixinho. Preciso estar bonita para o passeio e para minhas entrevistas de emprego. — digo, passando a mão pela minha roupa. — Onde está a Kate? — pergunto, olhando em volta.

— Ela está no quarto. Disse que tinha que arrumar umas coisas.. — Sean coloca uma das mãos na cabeça como se tentasse lembrar de algo.

— KATE, ESTOU INDO AO PARQUE COM O SEAN, VOLTO MAIS TARDE, OK? — grito do corredor, ouvindo outro grito afirmativo e um "não demora" em resposta. —  Pronto? — pergunto distraidamente a Sean enquanto pego minha bolsa.

— Pronto! — Sean ergue seus pequenos bracinhos, animado. Rio baixo indo até ele e segurando sua mãozinha, levando-o até a porta. Hora do passeio!

Queen Anne Hill, Parque de Seattle, três e cinquenta e oito da tarde...

—  Sean, não acha que já passeamos demais? — pergunto, concentrada em meu sorvete.

—  Não. — responde normalmente, me fazendo rir.

Assim que saímos de casa, passamos em uma Starbucks para tomar nosso café da manhã. Fizemos compras, almoçamos em um restaurante mexicano perto do parque e agora estamos tomando sorvete. O meu de pistache e o do Sean de chocolate.

—  Mas já são... — dou uma pausa, procurando meu celular na bagunça que é minha bolsa enquanto  equilibro meu sorvete. Comemoro com um sorriso assim que o acho. — Vamos ver... Já são três e cinquenta e nove e... TRÊS E CINQUENTA E NOVE? — grito, esbugalhando os olhos e levantando de supetão do banco, derrubando  meu sorvete com o ato. E, claro, atraindo olhares de estranhos.

— O que foi, Ana? — Sean me olha assustado enquanto limpo minha mão um pouco melada na madeira do banco, pego minha bolsa apressadamente e seguro-o pela mão, quase fazendo-o derrubar o sorvete, e levantando-o do banco.

— Sean, não temos tempo! Eu já perdi uma das entrevistas e minha última entrevista é as quatro! — digo puxando-o pelo parque, mais precisamente, correndo.

Agora eu entendo quando dizem que o tempo voa quando estamos nos divertindo.

—  Ana, meu sorvete! — Sean para de correr, me fazendo parar junto, olhando tristonho para o sorvete no chão. —  O meu sorvete... — seus olhinhos se enchem d'água.

— Ain, Sean, meu amor, por favor, não chora! Prometo que depois te dou uma barra de chocolate! Agora vamos! — digo rápida sem dar tempo dele responder, voltando a correr e puxando-o junto.

—  Mas Ana...

—  Corre Sean!

Editora Seattle Independent, quatro e quinze da tarde...

—  Ana, já podemos andar devagar? — Sean diz com a voz entrecortada.

— Sim, já podemos. — digo, soltando sua mão, assim que entramos na empresa. Eu PRECISO trabalhar aqui! É tipo... Um sonho. A editora SIP é onde eu quero estar. É pequena e não convencional, defendendo os autores locais, e tem um elenco interessante e peculiar de clientes. Um lugar cômodo e tranquilo onde eu posso me manter anônima.

Passo pelos seguranças e vou com o Sean até o elevador. Assim que as portas do mesmo se fecham, verifico meu celular, que veio sendo apertado em minha mão do parque até aqui, e vejo que são quatro e quinze. Suspiro me encostando nas paredes geladas. Eu 'tô ferrada... Ain. Resmungo coisas desconexas até a porta se abrir em uma ampla e bonita recepção.

Ao meu redor o ambiente é pouco decorado, austero, mas eu acho que é mais declaração dos projetos da empresa do que uma falta de recurso e desleixo. Levo Sean para se sentar em um dos dois sofás chesterfield verde escuro de couro… Não muito diferente do sofá que o Christian tem em seu quarto de jogos. Eu toco o couro de relance e me pergunto à toa o que Christian pode fazer naquele sofá... Minha mente vagueia enquanto eu penso nas possibilidades… Não…. Eu não preciso pensar nisso agora.

— Sean, eu preciso que você sente aqui e fique quietinho. Pode fazer isso? — pergunto abaixada a sua frente.

— Ainda vou ganhar meu chocolate? — pergunta infantilmente enquanto levanto-o ajudando-o a se sentar.

—  Se ficar quietinho, sim, você vai. — passo a mão por seus cabelos bagunçados.

—  Então eu fico. — balança as pernas, sorrindo, o que me faz sorrir também.

Cruzo fortemente os dedos, antes de me virar e ir até a recepcionista. Ela é uma mulher afro-americana com grandes brincos pratas e um longo cabelo liso. Ela tem uma aparência de boemia, o tipo de mulher que eu poderia virar amiga. O pensamento é confortante.

—  Boa tarde. Em que posso ajuda-la? — ela sorri tranquilizadoramente.

—  Ér... Eu vim para uma entrevista. — timidamente eu retorno o seu sorriso.

— Oh, sim. Nome, por favor. — franze o cenho, voltando sua atenção ao computador.

— Anastásia Steele. — digo, batendo meu pé no chão distraidamente para diminuir meu nervosismo.

—  Oh, a entrevista marcada para as quatro? Desculpe, senhorita. Está vinte minutos atrasada, o Senhor Hyde não poderá recebe-la. — ela diz com pesar.

—  Mas... Mas... Eu me atrasei por um contratempo indevido. Não tem como eu me explicar? — digo em tom de súplica. Oh merda!

—  Sinto muito, senhorita. — a mulher se volta pra mim com um sorriso de desculpas.

—  E não é possível remarcar? — pergunto esperançosa. — Eu preciso desse emprego!

— Infelizmente, não. Devido a quantidade de novos estagiários, não dá mesmo para lhe encaixar. — a secretária, diz, verificando algo em seu computador. — Talvez dentro de três meses.

— Três meses? Mas isso é muito tempo! — minha voz é frustrada.

—  Sinto muito.

—  Tudo bem, obrigada. — suspiro pesadamente, voltando para perto dos sofás de espera, sentando ao lado de Sean. Assim que minhas nádegas encontram o estofado, apoio meus cotovelos em meu joelho e enterro a cabeça em minhas mãos.

—  Ana... Você está triste? — sinto uma pequena mãozinha gelada tocar minha bochecha. Levanto a cabeça e dou de cara com Sean parado a minha frente. Sem pestanejar, puxo-o para um abraço apertado.

— Não, meu amor, só... Vamos pra casa. — sorrio, soltando o pequeno corpo de Sean, pegando sua mão e me levantando.

—  Eu quero meu chocolate, Ana. — resmunga, puxando meu braço.

—  Sim senhor, vamos comprar chocolate pra você. — rio baixo, ajeitando minha bolsa e nos levando até o elevador.

Está sendo uma longa tarde...

Seattle, apartamento da Kate e da Ana, quatro e cinquenta e três...

Assim que abro a porta de casa, Sean corre em direção ao corredor.

— Hey, onde vai, mocinho? — pergunto, fazendo-o parar no meio do caminho e se virar para mim com uma careta.

— No banheiro. — responde rápido antes de voltar a correr.

Rio comigo mesma e penduro minha bolsa no tripé atrás da porta. Sigo até a cozinha e encontro Kate desempacotando caixas.

— Ana! Até que enfim, você apareceu! Já estava ficando preocupada! — Kate diz assim que nota minha presença. — Foi um passeio muito longo, não?

—  Eu tinha entrevistas de emprego, lembra? — dou de ombros indo até a geladeira e abrindo-a.

— É verdade... E como foi? — ela pergunta, animada. Eu reparo em sua roupa. Somente Kate fica linda em uma camiseta grande demais, jeans velho, e uma bandana azul escura.

—  Infelizmente, péssimo! Fiquei tempo demais no parque com o Sean e acabei esquecendo da hora. Perdi uma das entrevistas e cheguei vinte minutos atrasada na outra. — suspiro me lembrando de toda minha correria com Sean, à toa. Pego uma jarra de suco na geladeira e me sirvo. Guardando-a novamente.

— Oh, sinto muito, Ana. Mas eu tenho certeza de que você vai conseguir coisa melhor. — Kate sorri confortante, o que me faz sorrir também.

— Espero que sim... — balanço distraidamente meu suco em meu copo. — Ei, onde estão os homens dessa casa? — volto minha atenção a Kate, começando a reparar na estranha calmaria.

— Eliot está em casa arrumando as malas, Sebastian também foi arrumar as dele e os dois vão nos encontrar no aeroporto. E o Ethan 'tá arrumando as malas no quarto dele... Originalmente conhecido como o quarto de hospedes. — Kate dá de ombros. — Eu até tentei ajudar ele, mas desisti assim que ele enfiou na mala um enorme pacote de camisinhas. — ela passa sua língua pela bochecha, em uma profunda careta de tédio me fazendo rir. — E você, já arrumou suas malas? — arqueia uma das sobrancelhas pra mim.

— Estou indo fazer isso agora. — pisco, deixando o copo em cima da pia, saindo da cozinha e ouvindo Kate resmungar que deveríamos aprender a fazer as coisas mais cedo. Tadinha. Até parece que não conhece os amigos que tem...

Assim que chego na sala, vejo Sean meio que sentado e deitado ao mesmo tempo, no sofá. Suas pernas estão para fora, já seu tronco se encontra jogado no sofá. Suas mãos estão fechadas como se ele fosse orar embaixo de sua cabeça. Awn, deuses da fofura, acalmem a fofura do Sean ou eu não resisto! Me aproximo lentamente do sofá, pegando o mini homenzinho no colo. Não custa nada deixar ele dormir um pouco, afinal, desde que ele está comigo, tem acordado as seis da manhã todos os dias. Ando desajeitadamente até o quarto de Kate, abrindo a porta com a ajuda da minha cintura e colocando o pequeno ser em meu braços na cama. Deposito um suave beijo em sua testa e saio do quarto. Hora de arrumar minhas coisas.

Aeroporto Internacional de Seattle-Tacoma, nove e cinquenta da noite...

— Ethan, larga esse isqueiro! Você não pode entrar com isso no avião! — Kate grita, pendurada nas costas do irmão, enquanto tenta tirar o objeto das mãos dele.

— É só um isqueiro! Sai de cima de mim sua maluca! — grita, enquanto todos nós observamos os dois com tédio. Com todos, quero dizer: Eliot, Sebastian e eu. Sean? Esse tá correndo distraidamente envolta de mim tentando me convencer a brincar de pique.

— Eth, larga logo essa coisa. — Sebastian pede em tom exausto.

— Por que? O que vocês acham que eu vou fazer com isso? — pergunta incrédulo, enquanto continua a esticar o braço tirando o isqueiro do alcance de Kate.

— Eu não me surpreenderia se você colocasse fogo na Coreia do Norte. — Eliot diz em tom caçoador.

Ethan o olha sem entender.

— Mas eu não vou passar nem perto da Coreia.

Exatamente. — eu me intrometo no assunto, olhando-o sugestivamente.

—  Chega! — Kate diz alto, de repente, soltando o Ethan. — Se não largar esse troço agora, eu conto pra mamãe o que você fez na casa da vovó no Dia de Ação de Graças. — minha melhor amiga diz, sorrindo vitoriosa e fazendo Sebastian e Eliot frazirem o cenho, enquanto eu apenas assisto com cara de "ferrou pra você meu amigo", porque eu me lembro do tal "Dia de Ação de Graças" a qual Kate se refere. Ethan esbugalha os olhos assustado.

—  Quer saber? Eu posso ficar sem isso. — diz nervoso, entregando o isqueiro a Kate que o joga na lixeira mais próxima.

—  O que você fez na casa da sua avó? — Sebastian pergunta cauteloso.

— Caiu na lábia da vadia. — Kate responde por Ethan, que apenas dá de ombros como se não ligasse.

Antes que Sebastian possa perguntar mais a respeito, nos alto falantes, meu voo é anunciado.

—  É o nosso, Ana. — Sebastian diz se levantando e pegando sua enorme mala azul marinho.

— Hora de ir Sean. — chamo o pequeno garotinho que corre e para ao meu lado. — Se despeça da tia Kate, do Ethan e do Eliot. — digo e Sean prontamente me obedece, correndo até Kate, que o abraça apertado.

Depois de alguns abraços, e palavras inúteis de Ethan, como: "vou comprar um javali de estimação pra você, Ana.", chega a hora de me despedir de Kate.

— Aproveite Barbados, amiga.

— Eu te vejo em duas semanas na Georgia. — ela murmura enquanto me abraça apertado. — E não deixe sua mãe te manipular de novo, ouviu?

Eu sorrio.

— Sim senhora, não vou deixar.

Nós nos abraçamos outra vez antes de eu ajeitar minha bagagem de mão e pegar Sean no colo, deixando nossas muitas malas com Sebastian, que as leva para a esteira de bagagens. Eu sigo com meu pequeno precioso, que agora brinca de um joguinho qualquer no meu celular, até a área de check-in e fico na fila. Logo, Sebastian reaparece ao meu lado, tocando carinhosamente meus ombros e sorrindo. Acho que as pessoas ao redor pensam que somos um casal. E Sean é nosso filho. Só acho mesmo...

— Passagens, por favor? — o jovem entediado atrás da mesa estica a mão sem olhar para mim, quando chega nossa vez. Espelhando o seu tédio, eu entrego a minha passagem, e a de Sean, e a minha carteira de motorista como documento de identificação. Sebastian faz o mesmo. Estou esperando por um assento na janela. Mas se não tiver, não custa nada distribuir algumas voadoras e...

— Ok, Senhorita Steele. Você e seu filho foram promovidos para a primeira classe. — o atendente diz, verificando a tela do computador.

— Eu fui o que? — eu grito, ignorando o fato de que ele acha que Sean é meu filho, minha voz saindo mais esganiçada do que eu gostaria. Que merda é essa?

— Promovida. — ele repete lentamente como se eu tivesse algum problema mental. — Vá até a sala de espera da primeira classe e espere pelo seu voo lá. — eu não sei se é porque de repente eu me tornei uma cliente VIP, mas o atendente parece mais amável e está sorrindo para mim como se eu fosse a Fada do Dente ou o Coelhinho da Páscoa que chegou mais cedo que o esperado.

— Claramente há algum erro. — balanço a cabeça desorientada.

—  Sinto cheiro de boy magia no meio. — Sebastian sussurra em meu ouvido para que apenas eu possa escutar.

— Não, não há erro algum. — ele verifica a tela de seu computador novamente. — Anastásia e Sean Steele, certo? — pergunta e eu confirmo com a cabeça. — Promovidos. — acrescenta me oferecendo um sorriso afetado.

Eu estreito meus olhos.

— O senhor pode me informar quem solicitou essa alteração, por favor? — uso o meu tom mais educado possível, embora minha raiva esteja lutando para sair.

O atendente checa seu computador outra vez.

— Christian Grey.

Meu sangue ferve em minhas veias. Filho da puta, desgraçado e miserável! Como ele pode se intrometer até na minha viagem?! Se bem que, vindo de Christian, isso não é surpresa. Argh! Se ele acha que pode me comprar com uma passagem de primeira classe ele está muito enganado!

—  Isso não pode 'tá acontecendo comigo... — murmuro descrente.

—  Qual o problema, Ana? Quem me dera ter alguém que me arranjasse uma passagem na primeira classe! — Sebastian suspira como se estivesse imaginando.

—  Sebastian! Você não vê que ele está querendo me manipular? Eu não vou na primeira classe sem você! — aperto Sean, que de repente começa a prestar atenção na conversa mas não diz nada. Maldito Christian Grey, controlador louco e intrometido !

 — Ei, relaxa, eu pago a diferença posso trocar minha passagem por uma da primeira classe. Sem estresse. Vamos agradar seu bilionário. — Sebastian abana o ar como se fosse uma coisa sem importância.

—  Será que poderiam ser mais rápidos? Tem pessoas aí atrás. — o atendente estala os dedos, chamando nossa atenção. Só então, percebo que ele e mais algumas pessoas que parecem irritadas, nos observam.

—  Tudo bem, mas eu te ajudo a pagar! — digo a meu amigo doido, que pensa em retrucar, mas, eu faço sinal para ele se calar.

Depois de resolvermos o problema com as passagens, Sebastian, Sean e eu vamos para a sala especial da primeira classe. A Primeira classe tem muitas características redentoras. Com cada gole de meu delicioso suco forte de uva, que preferi tomar no lugar de qualquer bebida, em respeito ao Sean, eu me sinto ligeiramente mais propensa a perdoar Christian e sua intervenção. Mas ainda estou brava com ele. Um pouquinho, mas estou. Se eu estivesse na sala de embarque comum Jean-Paul não teria conseguido colocar suas mãos em mim. Ele é um jovem muito agradável, loiro com um bronzeado permanente. Eu acho que ele é gay, mas eu manterei esse detalhe para mim mesma, embora eu ache que o Sebastian tenha reparado tanto quanto eu.

Existe tantos quartos na primeira classe! Com um coquetel de champanhe na mão, ignorando a presença de Sean, Sebastian senta a minha frente, e eu me sento atrás dele. Em uma suntuosa cadeira de couro na janela enquanto a cabine lentamente se enche. Claro que, Sean está ao meu lado. Agora, ao invés de meu celular, em suas mãos se encontram um pacote de batatas fritas. Aproveitando meu celular em minha mão, ligo para Ray para dizer a ele onde eu estou. Um telefonema misericordiosamente breve, já que é tão tarde para ele.

— Sim, papai, eu aviso a ela que você irá busca-lo... Ok, ok... Pode deixar... Amo você. — eu digo baixinho.

— Também te amo, querida. Diga oi para sua mãe. — Ray diz com a voz ligeiramente cansada.

— Pode deixar. — sorrio mesmo sabendo que ele não pode me ver. — Boa noite, durma bem. — acrescento e desligo.

—  Era o papai, Ana? — Sean me olha com o rosto todo sujo de farelo do biscoito.

—  Sim, senhor sujinho, mas já é tarde e ele teve que dormir. — passo a mão pelo rosto de Sean tentando limpa-lo, enquanto o mesmo faz diversas caretas.

—  Ana... Você... 'Tá... Esmagando.... Meu... Rosto! — ele choraminga tentando fugir da minha mão, me fazendo parar o que estou fazendo. Logo, a aeromoça passa avisando que devemos desligar nossos aparelhos eletrônicos.

— Atenção senhores passageiros, coloquem o cinto é hora da verificação. — a voz do piloto preenche a, já cheia, cabine.

— Preparada para aprontar na mamãe? — Sebastian inclina sua cadeira ficando em cima de minhas pernas. Solto uma risada fraca e empurro sua cadeira, que ele logo faz voltar a posição normal. O avião arranca com uma leve sacudida, e eu suspiro de alívio.

Eu realmente preciso de uma folga.

Uma vez que estamos voando, eu checo a tela do meu celular onde um pequeno envelope piscando indica que há novas mensagens. Mensagens de Christian. Tiro meu cinto e me inclino para frente.

— Sebastian? Sebastian? — sussurro, fazendo-o se mexer, piscar momentaneamente desorientado e me olhar.

— O que foi, An? — ele murmura confuso.

— Pode guardar isso pra mim? — peço, lhe entregando meu celular. — É mais seguro ficar com você.

Ele olha para o objeto agora em suas mãos, e em seguida volta seu olhar para mim.

— Você tem certeza? — eu faço que sim com a cabeça e ele suspira. — Tudo bem, eu guardo. Vai ficar no meu bolso, e quando quiser de volta é só me pedir. — eu concordo com a cabeça outra vez e volto a me sentar.

Olho para o lado e Sean já se encontra dormindo, levanto o braço divisor de sua cadeira e o abraço de lado, inclinando nossas cadeiras para trás, e logo, flutuando para o sono.

O comissário de voo me desperta quando começamos nossa descida em Atlanta. Cinco e quarenta e cinco da manhã, horário local, mas eu só tive umas quatro horas de sono... Eu me sinto embriagada. Olho Sean e vejo que ele ainda está em um sono profundo. Dá até peninha de acordar.

— Sean? Sean, acorda, temos que ir. — balanço gentilmente o pequeno ser, que abre os olhos totalmente sonolento.

— Já chegamos? — pergunta, esfregando os olhinhos antes de se espreguiçar e soltar um longo bocejo.

— Não, vamos trocar de avião. — sorrio, levantando de minha cadeira e pegando minha bagagem de mão. Me viro para acordar Sebastian que ainda dorme como um bebê. Dou a volta e paro a sua frente.

— Hey, bela adormecida, acorda pra cuspir. — digo, dando leves tapinhas em seu rosto.

— Não, Zac Efron, me deixa dormir mas um pouco...

— Sebastian, se eu fosse o Zac Efron eu casaria comigo mesma. — não posso evitar rir ao ver Sebastian fazer uma expressão carrancuda.

— Que foi? Ainda posso sonhar, ok? — bufa se levantando, o que me faz rir ainda mais.

— Claro. — sorrio debochada. Volto ao meu lugar, pegando a mão de Sean e fazendo meu caminho sonolenta para o portão de partida para embarcar em um avião diferente, com Sebastian logo atrás de mim.

Este avião é menor, tem apenas seis cadeiras na primeira classe. Mais uma vez, Sebastian senta a minha frente e Sean ao meu lado. Assim que nos sentamos, somos vencidos pela preguiça e logo voltamos a dormir.

Muito cedo, eu sou despertada por uma aeromoça ruiva oferecendo a mim suco de laranja, quando nós começamos a nossa descida para Savannah Internacional. Sean prontamente aceita e eu vou na onda. Engulo muito lentamente, com sono demais para fazer qualquer movimento acelerado. Um friozinho na barriga me preenche e eu permito a mim mesma sentir um pouco de excitação. Eu vou ver minha mãe pela primeira vez em três meses. Parece pouco, mas pra mim, não é. Depois de terminar nossa degustação do suco, e do pouso tranquilo, ajeito minhas coisas e saio do avião com Sean sempre ao meu lado. A beleza de viajar em primeira classe é que eles deixam você sair do avião primeiro. O que é perfeito pra mim, já que, eu não suporto altura.

Antes de chegar a plataforma de bagagens, me despeço de Sebastian. Mesmo eu tendo dito que não tinha necessidade, ele insistiu em ir pra um hotel. Eu mencionei que Sebastian é a teimosia em pessoa?

Depois de conseguir pegar todas as nossas malas, e fazer o Sean parar de tentar subir na esteira, empurro o carrinho de malas pelo aeroporto. Minha mãe está esperando com Bob, e... Eu não sei explicar o sentimento de felicidade que sinto ao vê-los.

— Mamãe! Bob! — Sean grita correndo em disparada para os braços da mulher que nos trouxe ao mundo.

— Oh, meu bebê, você está tão grande! — ela diz, analisando-o de todos os ângulos com um sorriso que não cabe em seu rosto, em seguida, se levanta para me saudar. — Anastásia! — exclama, envolvendo seus braços ao meu redor. — Estou tão feliz que está aqui.

— Oh, mãe, estou tão contente em ver você. — retorno seu abraço firmemente, enquanto Sean cumprimenta Bob com um "toque de mãos".

Minha mãe parece tão boa, acolhedora é como se estivesse mais amorosa comigo. Relutantemente, eu a solto.

— Anastásia, que roupas são essas? — resmunga, olhando com reprovação para minha calça rasgada. — Está parecendo uma desleixada!

— Mãe... — eu reviro os olhos como uma adolescente que acaba de receber bronca. — Isso é estilo!

— Estilo? Estilo? Onde isso é estilo, Anastásia?! Estilo de mendigo, só se for! Esses trajes não são adequados para uma menina tão bem apessoada quanto você e...— minha mãe começa com seu interminável sermão sobre o que eu deveria vestir, enquanto eu finjo que escuto com uma expressão de tédio.

— Bem-vinda de volta, Ana. — Bob cochicha com um sorriso divertido, enquanto minha mãe continua a falar pelos cotovelos.

— É bom te ver também, Bob. — sorrio largamente e Bob me dá um abraço desajeitado. Ele parece instável em seus pés, e eu lembro que ele machucou sua perna. Eu olho fixamente para cima, para seu bonito rosto com mandíbula quadrada, e seus brilhantes olhos azuis que olham para mim com carinho. Eu gosto deste marido, Mãe. Você pode ficar com ele.

Bob pega minha mochila, enquanto eu arrasto minhas três malas e mais a minha bolsa, e minha mãe se encarrega de levar as duas malas de Sean e continuar tagarelando como se estivéssemos prestando atenção.

— Jesus, Ana, o que você tem aqui? — pergunta ao colocar minha mochila nas costas, fazendo-me rir.

— Coisas. — digo em tom enigmático, fazendo Bob rir.

Enquanto nos dirigirmos ao estacionamento eu lembro o quão insuportavelmente quente é Savannah. Deixando o fresco ar condicionado no salão de chegada, nós andamos pelo calor da Geórgia. É esgotador. Eu tiro meu casaco e de repente me sinto feliz por ter trago vários looks bem verão... Eu sinto falta do calor seco de Vegas às vezes, onde eu vivi com meu pai e Kate quando tinha dezessete anos, mas este calor úmido da Georgia, mesmo às oito de manhã, leva algum tempo para se acostumar. Quando eu estou atrás de Bob, no maravilhoso ar-condicionado do Tahoe SUV, e Sean ao meu lado, eu me sinto mole. Pego meu celular e escrevo um rápido texto para Ray, Kate, e José:

 

"Cheguei sã e salva em Savannah.

                                Xoxo. Ana :)"

 

Meus pensamentos se perdem brevemente em José quando eu aperto enviar, em meio a minha fadiga, eu lembro que sua exposição é daqui a três semanas.

— Querida, você deve estar cansada. Você vai dormir quando nós chegamos em casa? — minha mãe me olha do banco da frente.

— Não, mãe. Está um lindo dia de sol. A senhora acha que eu quero desperdiçar o dia dormindo? Vamos a praia! — sorrio animada, recebendo um sorriso de minha mãe em resposta.

Savannah, Georgia, Praia Tybee Island, aproximadamente duas da tarde...

Eu estou com meu biquíni azul escuro, bebericando minha Coca-Cola Diet, em uma espreguiçadeira enfrentando o Oceano Atlântico, e pensando que ontem eu estava encarando o Sound em direção ao Pacífico. Minha mãe está deitada ao meu lado com um chapéu de sol ridiculamente grande e mole, estilo Jackie O, bebendo sua própria Coca-Cola. E claro, Sean, está em sua sunguinha azul cheia de barquinhos, brincado de montar um castelo na beira do mar.  Nós estamos na Praia Tybee Island, só a três quarteirões de casa. Bob não veio conosco pois tinha algo que eu não me interessei em saber o que é pra fazer.

— Anastásia, eu ainda não me conformei com essa sua tatuagem. — minha mãe diz em tom relutante, deixando sua Coca-Cola de lado.

— Mãe, pelo amor de Deus, eu tenho vinte e um anos. Nem tudo que eu fizer a senhora vai concordar. —  digo, na tentativa de encerrar o assunto tatuagem.

Ela suspira profundamente e tira seus óculos de sol para me olhar.

— Anastásia, você sabe que eu sempre quis dar tudo de melhor pra você. — ela diz em tom maternal, e eu concordo com a cabeça.

— Eu sei, mãe, mas nem sempre o melhor é o que eu preciso. — digo baixinho.

Ela reflete por uns segundos, em silêncio.

— Você se lembra daquela velha frase que eu dizia a você? Sempre que eu lhe pedia para ser forte? — seu tom é baixo e cauteloso.

"Num mundo egoísta, os egoístas se dão bem." — repito a frase que, por anos e anos, ouvi minha mãe me dizer.

Ela assente, confirmando que estou certa.

— Mas eu estava errada. O egoísmo não leva ninguém a nada. Egoísmo é desejar que os outros vivam como nós queremos, e eu me arrependo, Anastásia. — seus olhos me transmitem a sinceridade de suas palavras. — Me arrependo de ter forçado você a viver da maneira que eu queria. Me arrependo de não ter sido a mãe que você precisava, eu...

— Mãe... — eu a corto em voz baixa e tranquila. — Você pode não ser a mãe do ano, mas é a minha mãe. — sorrio carinhosamente para ela. — Eu te amo. Não importa o que tenha acontecido no passado... Eu já lhe perdoei.

Ela segura em minha mão ternamente.

— Eu te amo. — ela sibila pra mim apertando minha mão, e eu a aperto de volta em um gesto de carinho.

Não importa o quão rígida ela já tenha sido comigo. Ela é minha mãe e isso nunca vai mudar.

— E então… O que você pode me dizer sobre o homem que está te deixando tão louca. — eu arqueio uma sobrancelha estranhando o tom casual usado pela minha mãe. — Que foi? Kate já me deixou por dentro do assunto! — ela se justifica, e eu reviro os olhos.

— O que foi que Kate te disse sobre ele? — pergunto entediada, imaginando os maravilhosos elogios que Kate pode ter dito sobre Christian.

Minha mãe franze a testa, fazendo uma analise mental.

— Bonito, absurdamente rico, dono do próprio negócio, oh, e é claro, extremamente complicado. — ela diz e eu quase posso mentalizar Kate em seu lugar.

Suspiro.

— Bom, acho que não tenho mais o que dizer. — encolho os ombros desanimada.

— Bem, eu acho que você pode começar me explicando por que você estava mal na noite de sua formatura. — ela sugere e eu me encolho ainda mais na espreguiçadeira. O que posso dizer? "Ah, mãe, eu estava mal porque meu namorado obscenamente rico me bateu, fodeu com meu emocional e depois foi embora." Só acho que isso não é muito sensato de se dizer. Já soa estúpido o suficiente na minha cabeça.

— Ai, mãe... Sei lá, eu... Não consigo entende-lo... Ele é muito complicado e temperamental. Eu nunca sei quando eu posso me aproximar, ou quando é hora de me afastar... Ao mesmo tempo em que ele é legal comigo e super divertido, no instante seguinte ele se fecha em um casulo e não me deixa entrar... É difícil de entender. Eu tenho medo de tentar me expressar abertamente e ele não gostar disso. — digo perdida em minha própria frase.

— E você gosta dele? — ela ergue sua sobrancelha esquerda para mim.

— Sinceramente? Eu nunca pensei que conseguiria me sentir dessa forma. — digo com expressão séria.

—  E isso é um sim? — ela me olha confusa.

Eu sorrio de lado.

— Eu sinto que... Não consigo mais ficar sem ele, mãe. — digo baixinho, meio encabulada. É estranho admitir isso em voz alta. — Se isso não é gostar... Eu não sei o que é.

Minha mãe ri.

— Querida, eu ainda não enxerguei o problema.

Bufo.

—  Ele tem um humor complexo e bipolar. Esse é o problema. — friso a palavra "esse".

Minha mãe balança a cabeça em sinal de entendimento.

— Querida, homens não são realmente complicados. Eles são criaturas muito simples e literais. Normalmente querem dizer o que eles dizem. E nós gastamos horas tentando analisar o que eles disseram, quando realmente é óbvio. Se eu fosse você, eu o levaria no sentido literal. Isso poderia ajudar. — minha mãe diz sabiamente, encarando o mar a nossa frente. Eu fico pasma com ela porque me parece um bom conselho. Talvez eu deva levar as palavras de Christian a risca. — A maioria dos homens são mal-humorados, alguns um pouco mais do que outros. Tome seu pai por exemplo… — seus olhos suavizam e entristecem sempre que ela pensa ou fala sobre meu pai. Meu pai real, este homem místico que eu nunca conheci, tirado muito cruelmente de nós em um acidente de treinamento de combate quando ele era um marinheiro. Uma parte de mim pensa que minha mãe tem procurado por alguém igual ao meu pai todo esse tempo... Talvez ela tenha finalmente achado o que procura em Bob.O que me entristece é que ela não pode achar isto com Ray. — Eu costumava pensar que seu pai era mal-humorado. Mas agora quando eu olho para trás, eu só penso que ele estava muito concentrado em seu trabalho e tentando construir uma vida para nós. — ela suspira. — Ele era tão jovem, nós dois éramos. Talvez esse fosse o problema.

Eu sorrio torto para ela. Ela fica muito emotiva quando pensa sobre meu verdadeiro pai, e apesar de nunca tê-lo conhecido, e ter Ray como meu verdadeiro pai, eu estou certa que ele não tinha nada de parecido com os humores de Christian.

— Bob vai nos levar para jantar no seu clube de golfe. — minha mãe começa, mudando de assunto.

— E desde quando o Bob joga golfe? — ridicularizo em descrença.

— Desde que ele resolveu atormentar minha cabeça.— minha mãe resmunga, rolando seus olhos.

Depois de várias risadas e um leve almoço em um quiosque na praia, de volta em casa, eu começo a desfazer minhas malas no meu antigo quarto. Quarto em que eu costumava ficar sempre que passava um tempo com minha mãe. Assim que termino minha tarefa, verifico a hora. Seis e quarenta. Ligo para Sebastian do telefone de minha mãe e o convido para jantar conosco no clube de golfe do Bob. Desligo com ele e verifico minhas tarefas mentais. Não há mais nada a ser feito. Minha mãe desapareceu para moldar algumas velas ou qualquer coisa do gênero, e Bob está no trabalho, então eu tenho tempo para dormir um pouco. Mas não sem antes me certificar de que Sean está sob os olhos da minha mãe.

Mais tarde...

— Anastásia, querida. — A voz é suave e morna, cheia de amor e aconchego. O toque gentil de mão no meu rosto. Minha mãe me desperta, e eu estou agarrada ao meu travesseiro. — Anastásia, meu amor, levante. — ela continua com sua suave voz calma enquanto eu superficialmente acordo, piscando na luz cegante do quarto.

— Mãe? — murmuro, e sorrio enquanto me espreguiço.

— Jantar em trinta minutos. Se apronte. — ela diz, com um sorriso brincalhão, dando um tapa em meu traseiro quando eu rolo na cama, ficando de bruços.

— Já 'to indo mãe. — murmuro sonolenta em meio a um forte bocejo.

— Ótimo! Sebastian já está aqui, e eu vou terminar de arrumar o seu irmão. Ok? — ela diz animada antes de sair e fechar a porta atrás de si. Me espreguiço novamente e encaro meu provisório armário. Força Ana, levante-se!

Depois de quase meia hora eu entro correndo no corredor onde Sebastian, Bob e minha mãe estão esperando. E a última me olha com uma careta de reprovação.

— Estou pronta! — anuncio, parando a frente deles com um sorriso encabulado.

— Por que você está vestindo isso? — mamãe franze ainda mais o cenho. — Anastásia, isso lá são roupas?

— O que tem de errado com minha roupa? — olho pra mim mesma. Estou vestindo uma blusa tomara que caía rosa bebê, estilo espartilho, com um blazer branco por cima e um short jeans. Nos pés, meu tênis cano médio vermelho.

— Eu levarei você as compras amanhã. — ela decreta me fazendo entender o real motivo de ter reclamado de minha roupa. Mamãe sempre amou fazer compras, e, eu sempre fui arrastada junta. Reviro os olhos.

— Mãe, não precisamos fazer compras. — digo o óbvio, arqueando as sobrancelhas.

— Eu não posso comprar algo para minha própria filha? — ela se faz de ofendida. — Vamos, Bob está morrendo de fome. — acrescenta, apontando para Bob que revira os olhos.

Sebastian dá risada e eu o acompanho enquanto todos nós saímos de casa.

Horas mais tarde...

Já em casa, embaixo do chuveiro, aproveitando a corrente de água morna, eu reflito em quanto minha mãe mudou. Vendo ela no jantar, ela estava em seu lugar, engraçada e glamorosa e entre muitos amigos no clube de golfe. Bob é morno e atento… Eles parecem tão bons um para o outro. Eu estou realmente contente. Quer dizer que eu posso parar de me preocupar sobre ela e ficar questionando sobre suas decisões. Bob é um guardião. Sorrio comigo mesma, terminando meu banho, me secando e colocando meu pijama. De repente, as coisas por aqui parecem certas.

Quatro dias depois...

Depois de uma manhã de compras com a mamãe e uma tarde na praia com o Sebastian, o próprio me arrastou até hotel mais exclusivo de Savannah, o hotel em que ele está hospedado. Combinamos de encontrar minha mãe aqui, e tomar umas bebidas. Já faz cinco dias que estou aqui na Georgia.

Cinco dias que não tenho nenhum sinal de Christian, já que, meu celular ainda está sobre posse do Sebastian. Cinco dias me autocontrolando para não pegar meu celular de volta e ligar pra ele. Durante esses dias eu me concentrei em me distrair ao máximo, tudo foi extremamente divertido! Passear pela cidade com o Sean, assistir a frustrante partida de golfe do Bob, tirar várias fotos, ver o Sebastian pegando o número de um garçom no quiosque na praia... A viagem está valendo a pena. É como um desintoxicante do Grey.

— Sebastian, eu não acredito que não me deixou passar em casa e trocar de roupa! — reclamo pela quarta vez ,olhando o ser que balança um drink vermelho em sua taça, sentado embaixo de mim. Sim, eu estou em seu colo e estou vestida apenas com um short jeans, meu biquíni e uma blusa branca transparente por cima. Nada como ser arrastada da praia!

— Ana, relaxa, você é gostosa, tem que mostrar mesmo! — ele pisca pra mim, sorrindo malicioso. Argh!

— Concordo com ele. — minha mãe diz, brindando sua taça com a de Sebastian.

Reviro os olhos vendo os dois. Embora não consiga conter um pequeno sorriso. Eu estou em meu segundo Cosmopolitan. Minha mãe está em seu terceiro. E Sebastian eu nem sei ao certo. Sean está em casa com Bob. Segundo minha mãe, Bob é responsável o suficiente para deixar Sean entretido com algum desenho. E eu conheço Bob o suficiente para garantir isso. Estamos bebendo tranquilamente enquanto minha mãe e Sebastian estão me oferecendo mais percepções do frágil ego masculino.

— Sabe, Anastásia, os homens pensam que qualquer coisa que saia da boca de uma mulher é um problema a ser resolvido. Não entendem que gostamos de conversar sobre o assunto, trocar umas ideias e esquecer. Os homens preferem ação. — diz e Sebastian concorda erguendo sua taça para outro brinde. Ai meu Deus.

— Ai gente, eu...

— Espera! — Sebastian me interrompe, tirando o meu celular de seu bolso. — É o seu homem de novo, Ana, tem certeza de que ainda não quer ver? — diz, me oferecendo meu aparelho.

Suspiro, me sentindo muito curiosa para continuar a ignorar. Hesitantemente eu pego meu celular de sua mão e verifico a última mensagem recebida. Obviamente, é de Christian. Depois de cinco dias, com o coração na mão, eu aperto a tecla para abrir a mensagem.

 

"Quantos Cosmopolitan você pretende beber?

                         Christian Grey".

 

Cosmopolitan... Como ele sabe que...? Pisco desacreditando no que acabei de ler. Olho envolta assustada e desço do colo de Sebastian, sentando desajeitadamente ao seu lado.

— O que foi, mulher? — Sebastian pergunta assustado com o meu movimento brusco.

Christian. Aqui. — digo de forma desconexa. — Ele 'tá aqui. Christian está aqui! — me explico em um sussurro ao ver a expressão confusa de Sebastian. — Eu preciso me esconder antes que ele me ache! — murmuro em pânico, me levantando, mas assim que fico de pé, sinto uma respiração quente contra a minha nuca descoberta, devido ao meu cabelo estar preso.

— Vai a algum lugar, Anastásia? — a voz mais provocante que eu já ouvi na vida pergunta, fazendo-me congelar no mesmo lugar.

Oh, droga!


Notas Finais


OMG OMG OMG
E AI MEUS AMORES, O QUE ACHARAM? *O*
Não teve nada de muito emocionante mais foi um capítulo necessário g.g UHAUSHAU'
Próxima atualização?! Espero conseguir postar na terça, mas, por via das dúvidas.. Não vou dar certeza :/
eeeeeeeeee Por hoje é só moranguinhas! *--*
Beijo, beijo e até a próxima! <333333'


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